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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

EUA: o ballet da pobreza e da desigualdade - subindo ou baixando?

Poucos dias atrás postei aqui uma matéria falando exatamente o inverso: pobreza aumenta mas desigualdade recua no EUA.
Será que esses economistas não se entendem?
Por outro lado, o muito conservador Wall Street Journal informa, na segunda matéria, abaixo, que os 10% mais ricos, em sua minoria demográfica, pagam muito mais impostos, em volume, do que os 90% restantes, o que pode confirmar a desigualdade distributiva, mas não que os ricos não pagam muito imposto, ou pagam menos que os menos afortunados. 
Paulo Roberto de Almeida 

Desigualdade

EUA conseguiram reduzir pobreza, diz Casa Branca

Relatório divulgado pela Presidência aponta que o porcentual da população americana que vive na pobreza caiu de 25,8% em 1967 para 16% em 2012

O presidente americano Barack Obama
O presidente americano Barack Obama (Jonathan Ernst/Reuters)
A Casa Branca publicou na noite de terça-feira um relatório informando que os Estados Unidos fizeram progressos da redução de pobreza, mas que ainda têm "muito trabalho a fazer", particularmente na expansão das "oportunidades econômicas". De acordo com o levantamento oficial, o porcentual da população dos EUA que vive na pobreza caiu de 25,8% em 1967 para 16% em 2012. O documento se utiliza de uma medida que leva em conta os créditos fiscais e outros benefícios.
Ainda assim, o relatório apontou que 49,7 milhões de americanos viviam abaixo da linha da pobreza em 2012, incluindo 13,4 milhões de crianças. O relatório da Casa Branca reiterou muitas das recentes declarações do governo do presidente americano, Barack Obama, sobre as disparidades de renda, dizendo que os programas federais são necessários para ajudar as famílias.

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Além disso, o relatório da Casa Branca indicou que as taxas de pobreza podem variar de acordo com a formação educacional. O levantamento apontou que 35,8% dos americanos com idades entre 25 e 64 anos que não conseguiram concluir o ensino médio vivem na pobreza. Entre as pessoas que possuem educação universitária nessa faixa etária, 5,9% vivem na pobreza. Os dados também sinalizaram que negros, hispânicos e imigrantes estavam duas vezes mais propensos a viver na pobreza em relação aos brancos.
O relatório não detalhou novas propostas da Casa Branca para o combate à pobreza. O levantamento apenas reafirmou propostas existentes para o aumento do salário mínimo, a criação de novos programas de formação profissional para desempregados de longa duração e melhorias nas escolas. "A lição mais importante da guerra contra a pobreza é que os programas e as políticas governamentais podem tirar as pessoas da miséria", disse o comunicado da Casa Branca.
Histórico – O programa 'Guerra contra a pobreza' foi inaugurado há exatamente 50 anos, em 8 de janeiro de 1964, pelo estão presidente democrata Lyndon B. Johnson. Por causa da efeméride, a administração democrata de Obama, que luta contra os republicanos para defender seus programas sociais, não quis desperdiçar a ocasião do simbólico aniversário e publicou o relatório de 53 páginas no qual destaca o papel do governo no combate à pobreza.
Johnson anunciou uma luta para acabar com a pobreza nos EUA durante seu primeiro Discurso da União diante do Congresso, que pronunciou dois meses após ter substituído o presidente John F. Kennedy, assassinado em novembro de 1963. O plano de Johnson incluía quinze programas sociais, criados entre 1964 e 1968, que seus sucessores, tanto democratas como republicanos, consolidaram ou reformaram.
Congressistas republicanos apontaram um viés eleitoreiro na divulgação do balanço, acusando Obama de fazer campanha para os democratas – os EUA terão eleições estaduais em novembro. Já para os democratas, Obama reforçou suas iniciativas para reduzir a desigualdade, entre elas o aumento do salário mínimo e a renovação do seguro desemprego. As tentativas atuais da administração democrata para reduzir a desigualdade batem de frente com a ferrenha oposição de vários legisladores republicanos, que lutam para diminuir o gasto público.
Um dos opositores mais convictos dos programas sociais do governo Obama é o senador cubano-americano Marco Rubio, cujo nome está presente na lista de potenciais candidatos à Presidência dos EUA em 2016, pelo Partido Republicano. Rubio dará nesta quarta-feira um discurso no qual são esperadas críticas contundentes às políticas sociais iniciadas por Johnson e continuadas por seus sucessores na Casa Branca há 50 anos.
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BY JAMES FREEMAN AND BRIAN CARNEY
The Wall Street Journal, January 9, 2014

As President Obama returns to his favorite political theme of class envy, the Tax Foundation reports that the top 1% of income earners pay more taxes than the bottom 90%. This helps explain the flaw in liberal measurements of income inequality: their calculations typically omit taxes paid and government benefits received. We think ensuring the ability of the poor to become wealthier should be the goal. But for those who care about income inequality, it turns out that incomes are less evenly distributed in Washington, D.C. than in any of the 50 states or even New York City.

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