quarta-feira, 4 de março de 2015

Como diria Roberto Campos, a burrice no Brasil tem um futuro promissor... - Reinaldo Azevedo

Eu, de vez em sempre, não me surpreendo, mas fico confirmado em minha crença fundamental nessa frase do Bob Fields: a estupidez, no Brasil, tem um passado glorioso e um futuro promissor.
A Petrobras, ou a Petralhabras, e tudo o que fizeram com ela, e com o regime de exploração do petróleo, desde o início, mas sobretudo com a mudança da lei de 1997, é o exemplo mais claro disso, sem falar de todos os crimes econômicos e sobretudo os crimes comuns que foram cometidos dentro, fora, em volta dela pelos companheiros mafiosos.
Cada vez que se ouve um comentário dos companheiros sobre a Petrobras, podem ter certeza: lá vem estupidez da grossa.
A última foi aquele manifesto surrealista que fala em golpe militar e em sinistras conspirações geopolíticas estrangeiras contra o nosso petróleo.
Além de ser patético, o conjunto dos argumentos é de uma desonestidade só inferior à estupidez congenital do texto (que já me ofenderam, convidando-me para assinar em nome da presidência da república).
O texto abaixo, do conhecido e mais odiado jornalista brasileiro, revela mais um pouco da estupidez dos companheiros no caso da Petrobras.
Paulo Roberto de Almeida

Ser burro ou mau-caráter deve ser gostoso… Ou: O PCC do B — Partido dos Companheiros com Cagaço de Banânia

Reinaldo Azevedo, 3/03/2015
 
Santo Deus! Ser burro deve ser gostoso, ou não haveria tantos. A espécie humana é a única que parece fazer a seleção às avessas. Multiplicam-se os menos aptos. Ou não: os idiotas são mais adaptados e adaptáveis à cultura em voga, a segunda natureza. Vai ver a falta de sorte da nossa espécie está justamente nessa segunda pele. Dependemos pouco da natureza bruta. Aí se multiplicam os cretinos e os carentes de caráter. Por que o desabafo inicial?
As ações da Petrobras subiram nesta terça, depois que a empresa anunciou a venda de mais de US$ 15 bilhões em ativos. Esculhambei o PT por isso, ironizei, lembrei a quantidade de besteiras e safadezas que os companheiros fizeram por lá. Mas era evidente que as ações subiriam.
Aí alguns seres relinchantes, do PCC (Partido dos Companheiros com Cagaço de Banânia), vieram encher meu saco: “Ah, tá vendo? Você criticou a venda, mas as ações subiram…”. Até algumas bestas que pensam ser liberais — um tipo que vem se multiplicando, estranhamente — vieram me patrulhar, como se eu estivesse contra a venda dos ativos por princípio.
É próprio da besta ao quadrado tirar as patinhas do chão e agitá-las nervosamente antes de ler um texto até o fim. Relembro como termina aquele meu post:
“Já tracei o meu plano para a Petrobras. Anunciaria a privatização de toda a empresa em 2017. As ações disparariam. Em vez da privatização petista a preço de banana, teríamos uma a peso de ouro”.
A Petrobras quer que as ações subam ainda mais? Basta anunciar novos “desinvestimentos”. Se, por exemplo, o regime de partilha do pré-sal mudasse para o de concessão, a exemplo do que vigora no pós-sal, e a estatal não fosse obrigada a ser sócia de todos os campos, haveria novo ciclo de valorização.
Sim, meus caros: a Petrobras não está na pindaíba apenas por causa da roubalheira. Não desprezem o peso que tem a tacanhice ideológica quando aliada à incompetência.

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