Pena perdida.
Mas para que não se diga que eu passei o tempo flanando, vou postando por aqui apenas uma pequena parte do que produzi nesses anos em que eu pensei que os companheiros eram racionais.
Logo descobri que não.
Mas eu não sabia que além de serem "irreformáveis", eles se revelariam os mais corruptos de toda a história do Brasil. Mas isso é outra história.
Fico apenas com estas sugestões gerais que mereceriam detalhamento adequado.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 12 de janeiro de 2016
Uma proposta
modesta: a reforma do Brasil
Paulo Roberto de Almeida
15 de
dezembro de 2005.
Prolegômenos:
Não creio que o Brasil necessite, tão simplesmente, de uma mera
reforma econômica. Ele precisa, sobretudo, de várias reformas estruturais, a
começar pelo terreno político, onde se encontra a chave para a resolução dos
muitos problemas que explicam o nosso baixo desempenho econômico.
Primeira parte - O Diagnóstico.
1. Constituição intrusiva demais,
codificando aspectos de detalhe que deveriam estar sendo regulados por
legislação ordinária.
2. Estado intrusivo, despoupador,
perdulário, disforme e pouco funcional para as tarefas do crescimento
econômico.
3. Legislação microeconômica
(para o ambiente de negócios e para a regulação das relações trabalhistas)
excessivamente intrusiva na vida dos cidadãos e das empresas, deixando pouco
espaço para as negociações diretas no mercado de bens, serviços e de trabalho.
4. Preservação de monopólios,
cartéis e outras reservas de mercado, com pouca competição e inúmeras barreiras
à entrada de novos ofertantes.
5. Reduzida abertura externa,
seja no comércio, seja nos investimentos, seja ainda nos fluxos de capitais,
gerando ineficiências, preços altos, ausência de competição e de inovação.
6. Sistemas legal e jurídico
atrasado e disfuncional, permitindo manobras processualísticas que atrasam a
solução de controvérsias e criam custos excessivos para as transações entre
indivíduos.
Segunda parte - A Reforma
1. Reforma política, a começar
pela Constituição: seria útil uma “limpeza” nas excrescências indevidas da CF,
deixando-a apenas com os princípios gerais, remetendo todo o resto para
legislação complementar e regulatória. Operar diminuição drástica de todo o
corpo legislativo em todos os níveis (federal, estadual e municipal), retirando
um custo enorme que é pago pelos cidadãos; Proporcionalidade mista, com voto
distrital em nível local e alguma representação por lista no plano nacional,
preservando o caráter nacional dos partidos.
2. Reforma administrativa com
diminuição radical do número de ministérios, e atribuições de diversas funções
a agências reguladoras. Privatização dos grandes monstrengos públicos que ainda
existem e são fontes de ineficiências e corrupção, no setor financeiro,
energético, e outros; fim da estabilidade no serviço público.
3. Reforma econômica ampla, com
diminuição da carga tributária e redução das despesas do Estado; aperto fiscal
nos “criadores de despesas” irresponsáveis que são os legislativos e o
judiciário; reforma microeconômica para criar um ambiente favorável ao
investimento produtivo, ao lucro e para diminuir a sonegação e a evasão fiscal.
4. Reforma trabalhista radical,
no sentido da flexibilização da legislação laboral, dando maior espaço às
negociações diretas entre as partes; extinção da Justiça do Trabalho, que é uma
fonte de criação e sustentação de conflitos; Retirada do imposto sindical, que
alimenta sindicalistas profissionais, em geral corruptos.
5. Reforma educacional completa,
com retirada do terceiro ciclo da responsabilidade do Estado e concessão de
completa autonomia às universidades “públicas” (com transferência de recursos
para pesquisa e projetos específicos, e os salários do pessoal remanescente,
mas de outro modo fim do regime de dedicação exclusiva, que nada mais é do que
um mito); concentração de recursos públicos nos dois primeiros níveis e no
ensino técnico-profissional.
6.
Abertura econômica e liberalização comercial, acolhimento do investimento
estrangeiro e adesão a regimes proprietários mais avançados.
Paulo Roberto de Almeida,
Brasília, 15 de
dezembro de 2005.
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