quarta-feira, 6 de julho de 2016

Economia brasileira: Ricardo Bergamini critica a esquizofrenia fiscal

Nosso Brasil é, infelizmente, o país das jabuticabas.
Ricardo Bergamini critica a nova mania de esconder o sol com a peneira, colocando como meta, agora, não um superávit, ou pelo menos um equilíbrio fiscal (ou um déficit limitado), mas um DÉFICIT.
Sim, o governo agora anunca DÉFICITS, não equilíbrio ou superávit...
Com razão, dá para ficar louco...
Paulo Roberto de Almeida

Recebido de Ricardo Bergamini, 5/07/2016
Prezados Senhores

O novo governo de quase 40 anos no poder transformou o termômetro denominado de resultado fiscal em instrumento de política fiscal, assim sendo se projeta um déficit superdimensionado, onde todas as pressões cabem dentro dele. Poderíamos dizer que o novo governo (velhíssimo) criou a “A Política Fiscal Rexona” - sempre caba mais um gasto dentro dele -, assim sendo nunca haverá risco de erro, já que o objetivo a ser alcançado é o do déficit, e não do superávit que seria muito mais difícil de ser atingido. Creio que ninguém tem dúvida ser muito mais fácil atingir a meta de um déficit do que a de um superávit. Quando alguém questiona, a resposta será a padronizada, qual seja: a despesa já está prevista no déficit, ou seja: o déficit deixou de ser termômetro de um governo perdulário e corrupto e passou a ser um instrumento da administração pública. Em breve todos os estados e municípios irão adotar essa nova regra de administração pública.

Podemos até prever de como serão os discursos dos candidatados em 2018, ou seja: prometo que em 2022 minha meta será de um déficit fiscal primário da ordem R$ 100,0 bilhões. Ficou muito mais fácil governar. Aquela coisa de atingir superávit era um saco para fazer política e dividir propinas.

Além do déficit previsto de R$ 170,5 bilhões para 2016, já está previsto um déficit da ordem de R$ 150,0 bilhões para 2017, mas aí alguém, com pelo menos segundo grau de estudos, iria fazer a seguinte pergunta: mas quem financia esse déficit? Resposta: o “Big Father” (Banco Central do Brasil) carregando títulos da dívida do governo em sua carteira. Por isso, e somente por isso, é crime falar em Banco Central independente no Brasil.

Mas aí um leitor com o mesmo nível de estudo iria fazer a seguinte pergunta: mas e nas empresas privadas, quem iria financiar esse rombo? Ninguém, para isso existe a falência e o desemprego.

Ricardo Bergamini

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.