domingo, 17 de julho de 2016

From the shores of Tripoli to the sands of Syria and Irak? - Carlos Brickmann

O DESPERTAR DOS CANHÕES
Coluna Carlos Brickmann
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(Edição dos jornais de Domingo, 17 de julho de 2016)
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Quando uma esquadra britânica partiu rumo às ilhas Malvinas, houve especialistas em política internacional que apostaram numa solução pacífica do conflito com a Argentina. Mas nunca os ingleses despacharam uma frota, caríssima, sem que o final tenha sido a rendição dos inimigos ou a guerra. No caso, houve guerra (que levou ao final da ditadura argentina).

Ações de banditismo ou guerrilha no caminho da Europa sempre terminaram em guerra ou destruição dos bandos. A guerra traz resultados mais rápidos, permitindo o desmonte das quadrilhas. E os sucessivos atentados do Estado Islâmico e similares não levarão à vitória dos terroristas nem a anos de insegurança na Europa. O cheiro é de pólvora.

Quando os Estados Unidos se formaram, não se falava em forças de ataque. Mas os piratas berberes africanos tornaram a navegação um risco tremendo, com mortes, escravizações, sequestros. Não havia como combatê-los navio a navio: atacavam perto da costa da África, dominavam as presas e voltavam para seus esconderijos. Americanos e europeus agiram: os americanos primeiro, montando uma força de deslocamento rápido, os Fuzileiros Navais (em seu hino, fala-se das Praias de Trípoli); os franceses alguns anos depois, tomando toda a Argélia e anexando-a.

Quanto tempo a Europa irá suportar os atentados? A tese de que não basta matar formigas, e é preciso eliminar os formigueiros, significa guerra.

Enquadrando o alvo
A situação de hoje difere da que havia no século 19 - a começar pela presença de duas forças militares de porte, China e Rússia, cuja posição pode variar. Mas negociações existem para isso. A Ucrânia foi dividida apesar da oposição do Ocidente; a Líbia e o Afeganistão, destruídos apesar dos russos. E a Rússia, cheia de enclaves muçulmanos, sabe negociar.

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