Paulo Roberto de Almeida
Acredito que mais da metade dos que votaram em JB apenas para barrar a volta da quadrilha petista ao poder já chegou à conclusão de que o “mito” é um completo inepto, grosseiro, vulgar, empenhado apenas em defender familiares de crimes evidentes ou em promover seus interesses exclusivos, ou seja, sem qualquer condição para ocupar o cargo ao qual foi elevado por uma outra boa metade de iludidos.
Praticamente todas as pessoas sensatas gostariam de vê-lo longe, assim como boa parte da comunidade de negócios, que já constatou que o homem é um perigo evidente para a recuperação do Brasil.
O problema é justamente como remover o estropício sem causar prejuízos ainda mais graves ao país e isso depende de que forças sociais e políticas tenham uma convergência mínima sobre como fazê-lo e um plano de ação coerente com o objetivo da remoção do inepto.
Não se pode obviamente contar com as FFAA ou com o Congresso atuando de maneira coordenada no sentido adequado. As FFAA são estritamente constitucionais e o sistema político é tremendamente fragmentado, com políticos oportunistas interessados basicamente em vantagens pessoais, não na boa governança do país.
Daí que uma “solução” derradeira só será “encontrada” com uma deterioração ainda mais grave da situação econômica, política e social (já dou por adquirido o completo desprestígio do país no exterior).
Estou consciente de que isso pode significar uma completa anomia no funcionamento do Brasil como Estado “normal”, mas esse parece ser o preço por termos na presidência um inepto que conseguiu dividir o país ainda mais profundamente do que o fizeram os petistas.
Não tenho nenhuma ilusão de um apelo a lideranças mais sensatas do Congresso — porque não as há — possa abreviar o sofrimento de um país que já vem de um profundo stress desde que a inepta da terceira presidente do lulopetismo assumiu as rédeas do governo.
Ou seja, lamento ser pessimista, mas nosso processo de deterioração institucional deve continuar, com o consequente agravamento do ambiente geral da sociedade, na direção da anomia já referida.
O nome da doença já temos; mas o diagnóstico preciso e a devida prescrição ainda estão faltando.
A minha receita é impeachment, por crimes e violações constitucionais já identificadas; mas não existe o necessário consenso político para iniciar o processo, e representantes eleitos com coragem suficiente para tocar o barco.
Concluo: a vaca vai para o brejo. Isso é matemático.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19/10/2019
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