sábado, 29 de fevereiro de 2020

Repetindo o óbvio - Roberto Campos (2000)

Descontando o machismo involuntário de Eugênio Gudin, e os "50 anos de ditadura" de Ricardo Bergamini (mesmo cumulativamente não dá isso, somando os 21 anos do regime militar, mais os oito  do Estado Novo, e mais alguns aqui e ali, Floriano, por exemplo), o artigo de Roberto Campos de 20 anos atrás, um ano antes dele morrer, é absolutamente atual, descontando as circunstâncias específicas. O Brasil é um país que dá voltas em torno do nada, ou seja, fica rodando em círculos sem avançar.
A mediocridade de nossas elites explica em parte essa longa estagnação: incapaz de fazerem as reformas relevantes, como Campos já falava de Colbert, séculos atrás...
Paulo Roberto de Almeida



Que tal procurarmos reformar os homens, ao invés de culparmos as instituições (Roberto Campos).

Prezados Senhores
Se ditadura fosse solução para os nossos problemas, Roberto Campos não teria escrito o magistral e impecável artigo abaixo em 09/01/2000, após mais de 50 anos de ditadura no Brasil.

Cabe lembra que o Congresso Nacional teve 120 milhões de votos, e Bolsonaro insignificantes 57 milhões de votos, se ousar enfrentar a maioria, vai para o impedimento.
Ricardo Bergamini
Repetindo o óbvio
126417*Roberto de Oliveira Campos
(09/01/2000)

Aceito o risco de parecer repetitivo. Diante das grandes questões que preocupam mais no nosso país, a originalidade do articulista fica em segundo lugar. Estamos atravessando dias pesados, um ambiente de insatisfações e sombras. Os mais jovens sentem-se angustiados diante das incertezas do futuro, da ameaça de desemprego, de falta de horizontes. Os mais velhos tentam lembrar-se daqueles períodos em que o Brasil não atravessava um estado de crise permanente. Salvo alguns breves anos do começo do Plano Real, parte da Era Kubitschek e o otimismo do "milagre econômico" do fim dos anos 60 - que, no entanto, foi tisnado pela situação política de exceção -, todo o resto de nossa História contemporânea é um confuso mosaico de problemas e condições institucionais instáveis.

Não chegamos felizmente ao extremo dos gulags, campos de extermínio, "limpezas étnicas" e coisas que tais. Nossos chamados "anos de chumbo", comparados às experiências de outras nações (e certamente aos "anos de aço" dos regimes comunistas), pareceriam antes de papel de cigarro metalizado. Se afundamos numa situação crítica injustificável, é por nossa própria culpa, por falta coletiva de bom senso e de responsabilidade.

O público exprime sua perplexidade naquela conhecida anedota de como Deus, tendo presenteado nossa geografia com uma abundância de vantagens materiais, colocou no Brasil, como contrapeso, um "povinho ruim". Essa autodepreciação está errada. O trabalhador brasileiro, ainda que subinstruído, é diligente e flexível, como as empresas estrangeiras são as primeiras a reconhecer. Os engenheiros e gerentes especializados têm em alguns casos nível bastante alto. Somos a oitava economia do mundo e temos conseguido adaptar-nos a mudanças tecnológicas complexas. Falta-nos reduzir os excessivos contrastes em matéria de educação, informação e saúde - demanda social justa, mas não um impedimento real ao nosso desenvolvimento tecnológico ou industrial.

A verdade é que nosso grave subdesenvolvimento não é só econômico ou tecnológico. É político. Somos um gigante preso por caguinchas dentro de estruturas disfuncionais. A máquina político-administrativa que rege hoje nossos destinos é uma fábrica de absurdas distorções cumulativas. O regime presidencialista e o voto puramente proporcional, cada um dos quais, já de si, dificilmente funcionam bem, transformam-se, quando combinados, numa crise quase ininterrupta. O presidencialismo americano, que nos serviu de modelo, é conjugado ao voto distrital, e a federação é autêntica, porque foram os Estados que a criaram, enquanto que no Brasil estes resultaram do desfazimento do império unitário.

Não é que os políticos só pensem em si ou sejam "corruptos" de nascença. Essa é uma visão popular deformada. A maioria é dedicada e séria. Mas o deputado, o senador, o prefeito, o governador e, obviamente, o presidente têm de ser eleitos, ponto de partida do qual não há escapatória. Nas eleições proporcionais de hoje, os deputados são obrigados a catar votos por todo o Estado, garimpando aqui e ali - um processo caro e tremendamente incerto, porque eleitor em geral não sabe como discriminar entre dezenas de representantes eleitos. Como é que o eleitor médio vai se lembrar de quem propôs medidas ou leis, para poder avaliar quem merece o seu voto? Um americano ou um inglês pode falar no "seu" deputado: sabe exatamente quem ele elegeu e tem como cobrar respostas ao representante do "seu" distrito. O alemão, com um sistema misto, tem o "seu" deputado distrital e também o da lista do seu partido. E, como o regime é parlamentarista, pode cobrar de ambos.

No Brasil, cobrar o quê? De quem? Mal acaba de ser eleito por um partido, o deputado ou senador se sente à vontade para mudar de partido. Não existe sanção. A eleição presidencial então é sempre um trauma violento, agravado pela percepção de que o vencedor passará a controlar a máquina pública, os mecanismos de dar ou negar favores. Gerir a coisa pública é, entre nós, um contínuo varejo. Dá para estranhar que, desde o início da República, raros tenham sido os governos que não se envolveram em conflitos com o Congresso, com riscos de descontinuidade institucional? Contra um sistema tão ruim, tanto faz se os políticos são santos ou bandidos. Num ônibus sem freios, o perigo de desastre é o mesmo para todos.Há perto de três séculos e meio, Colbert, o famoso ministro protecionista da França monárquica, assim se lamentava na Carta de Luís XIV aos funcionários e ao povo de Marselha (26 de agosto de 1764):

"Como desde a morte de Henrique IV temos tido só exemplos de carências e necessidades, precisamos determinar como aconteceu que, durante tão longo tempo, não tenhamos tido, se não abundância, pelo menos uma renda toleravelmente satisfatória..." Colbert põe a culpa no sistema fiscal e afirma que piores do que os muitos corruptos foram aqueles altos funcionários "cuja incompetência prejudicou mais o Estado e o povo do que os roubos pessoais". Entre os vícios da burocracia fiscal da época, Colbert lista os seguintes: "Consumir com despesas correntes as receitas ordinárias e extraordinárias dos dois próximos anos..." e "negligenciar as receitas gerais ordinárias afazendadas, dedicando-se ativamente à busca de fontes de renda extraordinárias..."

Colbert se revelou um reformista e desenvolvimentista avant la lettre. Mas a França já estava politicamente entalada, e ele não conseguiu realizar sua "reforma fiscal". O mundo está cansado de esperar pelas "reformas" brasileiras. E de ouvir lamentações sobre a nossa pobreza. Há muito, exceto em regiões desérticas da África ou gravemente sobrepovoadas da Ásia, a pobreza deixou de ser uma fatalidade. É um acidente histórico de povos que preferem externalizar a culpa em vez de fabricar seu próprio destino.

*Defensor apaixonado do liberalismo. Economista, diplomata e político também se revelou um intelectual brilhante. De sua intensa produção, resultaram inúmeros artigos e obras como o livro A Lanterna na Popa, uma autobiografia que logo se transformou em best-seller. Foi ministro do Planejamento, senador por Mato Grosso, deputado federal e embaixador em Washington e Londres. Sua carreira começou em 1939, quando prestou concurso para o Itamaraty. Logo foi servir na embaixada brasileira em Washington, e, cinco anos depois, participou da Conferência de Bretton Woods, responsável por desenhar o sistema monetário internacional do pós-guerra.

A memória da ditadura - Ascanio Seleme (O Globo)

Em complemento às visitas aqui sugeridas por Ascânio Seleme, em sua excelente crônica no Globo, eu sugeriria, se alguém for fazer turismo na Alemanha, uma visita ao Museu dos Congressos Anuais do Partido Nazista, em Nuremberg, um retrato eloquente de como um líder carismático, mas psicopata, pode transformar todo um povo, supostamente educado, numa horda de fanáticos, dispostos a segui-lo até o fim.
Assistindo a algumas das arengas em vídeo de Hitler, falando aos militantes e simpatizantes do NSAPD — com legendas em inglês —, impossível não se lembrar dos discursos em palanques de Lula exortando seus seguidores e o povo em geral: o mesmo estilo e palavreado (“nós e eles”, “o povo e as elites”, os “estrangeiros explorando o país”, “sugando nossas riquezas”, a “imprensa a serviço dos poderosos”, etc.), o que me deu uma sensação extremamente desconfortável de que estávamos sendo conduzidos pelo mesmo caminho.
Bem, Lula aparentemente passou, submergido na imensa corrupção trazida por sua cleptocracia improvisada, mas algo do carisma continua, e isso é preocupante.
O atual capitão, sem ter a eloquência e o carisma desses dois predecessores, persegue a mesma falcatrua política e o caminho para o desastre, ao arrebanhar uma horda de fanáticos que vê nas suas falas destrambelhadas uma ilusória salvação para os males do Brasil, em grande parte criados pela incompetência, cupidez e corrupção das elites (todas elas, inclusive as sindicais), e alimentados pela ignorância abissal do eleitorado, que nada mais é do que falta de educação simplesmente.
Espero que o Brasil não trilhe o caminho da insanidade.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 29/02/2020

Ascânio Seleme - Um país que precisa de memória
- O Globo, 29/02/2020

No Brasil, parcela importante da população não consegue enxergar os males que um regime totalitário, intransigente e macabro gera nas pessoas

Não basta ter ódio e nojo da ditadura, como expressou Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição, em 1988. É preciso ter presente na memória coletiva os males que um regime totalitário, intransigente e macabro gera nas pessoas, nas famílias, nas coletividades, nos bairros, nas cidades e nas nações. É preciso que os mais jovens, os que não viveram sob a ditadura, tenham por ela o mesmo ódio e o mesmo nojo. É preciso que a memória seja viva e tangível. Que se possa tocar nas feridas para saber como elas doem.

No Brasil, parcela importante da população não consegue enxergar o passado porque é pequena a exposição de quem foram e o que fizeram os facínoras que, em nome dos ditadores, perseguiam, prendiam ilegalmente, sequestravam, torturavam, matavam e faziam desaparecer pessoas. Sem isso na cabeça, manifestantes pró-Bolsonaro vão para as ruas e pedem a volta da ditadura. Como farão no próximo dia 15. Desprezam os Poderes Legislativo e Judiciário e acreditam que a mão armada de fuzil e porrete é capaz de colocar ordem na casa.

A História prova o contrário. Além das barbaridades que cometem, e no Brasil não foi diferente, regimes autoritários erram muito mais justamente por não admitirem o contraditório, não se abrirem para o pluralismo de ideias e inovações que verdadeiramente mudam as coisas para melhor. Fora alguns bons livros e documentos históricos importantes como o “Brasil: Nunca Mais”, organizado por Dom Paulo Evaristo Arns, pouco resta para escancarar para as pessoas o que foi a ditadura brasileira.

O Memorial da Resistência de São Paulo, inaugurado em janeiro de 2009, é o único museu brasileiro que mostra como se operava a violência do Estado contra seus cidadãos. Ele está instalado numa parte do prédio em que funcionou o antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), principal centro de tortura do estado, e que hoje também abriga a Pinacoteca. Situado no Parque da Luz, em pleno coração de São Paulo, o temido e famigerado Dops operou barbaridades desde a instalação da ditadura brasileira, em abril de 1964, até a sua extinção, em março de 1983.

Em 2015, a Argentina abriu um museu para expor de maneira organizada e de modo permanente como foi brutal e sanguinária a sua ditadura militar. O Museu Sítio de Memória foi montado no Casino de Oficiales de la Escuela de Mecánica de la Armada (Esma), mesmo local onde funcionou por anos o maior centro clandestino de detenção, tortura e extermínio de inimigos políticos do regime. Naquele conjunto militar plantado dentro de Buenos Aires, a 20 minutos de Palermo, mais de 5 mil argentinos foram brutalizados. A maioria morreu ou desapareceu.

Esses museus são mobilizadores e deveriam ser abertos em todas as cidades, em todos os quartéis e delegacias onde cidadãos foram detidos ilegalmente pelo aparelho do Estado, torturados e assassinados. Apalpar a História, tê-la sempre próxima, este é o melhor caminho para não se esquecer das atrocidades que nossos irmãos mais velhos sofreram enquanto a Justiça e o Legislativo permaneciam amordaçados ou fechados. Se você conhecer alguém que está pensando em vestir a camisa da seleção e ir a Copacabana no dia 15, tente fazê-lo antes imaginar como estarão seus filhos e seus netos no futuro se de fato sua mobilização conseguir fechar os parlamentos e os tribunais brasileiros.

Entre sem bater
No Palácio de Bolsonaro, apenas o general Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, não bate na porta do presidente antes de entrar. Outro oficial tem trânsito livre e acesso permanente ao terceiro andar. É o general Ramos, chefe da Casa Civil, mas esse precisa ser anunciado. O primeiro mandou um “foda-se” ao Congresso por mexer no Orçamento da União. O segundo negocia com parlamentares as emendas que atendem demandas das suas bases eleitorais. Faz todo sentido.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Um Paulo Roberto bolsonarista que não sou eu: assessor do chanceler paralelo

As aparências enganam, dizia um antigo humorista.
Quase homonimias também.
Não tenho nada a ver com esse rapaz, de cuja existência só vim a tomar conhecimento nesta data, 28/02/2020, a propósito de mais um encontro da Internacional da Direita, cujo representante no Brasil é justamente o chanceler paralelo, ex-futuro embaixador em Washington...
Paulo Roberto de Almeida (e só)

O blogueiro de crachá de Eduardo Bolsonaro

Defensor da família Bolsonaro no Twitter, Paulo Roberto de Almeida Prado Júnior se descreve na rede social apenas como “criador e redator de conteúdo” que fala “sobre televisão, quadrinhos, filmes e muitas outras coisas”. No entanto, o blogueiro é também secretário parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro desde 15 de julho de 2019, com remuneração bruta de R$ 12.362,14 e gratificação natalina de R$ 4.749,53, de acordo com o site oficial da Câmara.
Paulo foi um dos convidados para a cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, em janeiro do ano passado, na categoria “mídia alternativa”. Na ocasião, o blogueiro de crachá Allan dos Santos publicou uma foto com mais nove colegas da rede bolsonarista credenciados para a cobertura no Palácio do Planalto, entre eles Paulo, e acrescentou a legenda: “Viemos para ficar e nossa fonte de renda NÃO É E NUNCA SERÁ o governo”.
Em 26 de agosto de 2018, Paulo também havia tuitado: “eu não trabalho pra eles [os Bolsonaro], assim como meus amigos do Twitter, influenciadores ou não, postamos DE GRAÇA”. E mais: “Não tem equipe de comunicação fazendo isso, é TUDO espontâneo, não tem agencia [sic], nada… é tudo gente comum que faz de graça”.

“Então não me venham falar em gente paga desse lado nao [sic]”, concluiu.
Em 8 de maio de 2019, Paulo novamente enfatizou seu apoio gratuito: “Apoio demais o Bolsonaro, DE GRAÇA, só minha família sabe o quanto eu destruí minha carreira defendendo publicamente o cara… e não me arrependi”.
O cargo remunerado do blogueiro veio à tona depois que ele postou uma foto com o político britânico Nigel Farage, “responsável pelo Brexit”, durante o CPAC nos Estados Unidos. Seu chefe, Eduardo Bolsonaro, que pagou a edição brasileira do evento alegadamente conservador com dinheiro público do fundo partidário, participa da edição americana. Eduardo também postou uma montagem de fotos na Heritage Foundation, na qual o secretário parlamentar aparece no canto inferior direito, de óculos e barba.
Após as cobranças virtuais por não ter destacado que não militava de graça, a conta de Twitter de Paulo chegou a ser desativada, mas já foi restabelecida.


200 anos da Revolução Liberal do Porto - colóquio em Coimbra




Call for papers 
Colóquio Internacional 

“Dois séculos da Revolução de 1820: liberalismo, anti-liberalismo e pós-liberalismo” 

20 a 23 de abril de 2020
Universidade de Coimbra | Faculdade de Letras e Faculdade de Economia 

A problemática delimitada resulta da adoção de uma abordagem inter-epocal e comparatista, interdisciplinar e, também, técnico-cívica dos dois séculos de soluções liberais, antiliberais e pós-liberais em Portugal e em outras zonas da Europa do Sul (antes de mais, Espanha e Itália), no Brasil e em outros países da América Latina, nos países dominantes. 
Apela-se à apresentação de propostas de comunicação relativas às seguintes subáreas temáticas: Sistema político e administrativo, Estruturas e relações sociais, Pensamento económico e atividade económica, Correntes e fenómenos culturais, Relações internacionais. 

Calendário:
Submissão de propostas: 
29 de Fevereiro de 2020
Comunicação de aceitação/recusa: 9 de Março de 2020
Data limite de inscrição para comunicantes aceites: 23 de Março de 2020 Divulgação do programa: 31 de Março de 2020 

Submissão de propostas 
As propostas de comunicação deverão ser submetidas por email para inscricoes.ceis20@gmail.com e obedecer às seguintes características: 
Título, resumo (até 4000 carateres com espaços), 5 palavras-chave, nome do(s) autor(es), nota biográfica (até 500 carateres com espaços), enquadramento institucional e email. Duração das comunicações: 20 minutos. Publicar-se-ão textos em obras coletivas e em dossiers de revistas 
Línguas de trabalho: português, castelhano, italiano e inglês 

Conferência de abertura: 
Daniel Innerarity (Universidad del País Vasco) 

Conferencistas convidados: 
Alberto De Bernardi (Universidade de Bolonha) Américo Freire (FGV)
Angela de Castro Gomes (UNIRIO)
António Costa Pinto (ISC/UL) 
Fátima Nunes (Universidade de Évora)
Francisco Martinho (USP)
Fulvio Cammarano (Universidade de Bolonha)
Héctor Hernán Mondragón Báez (Consultor do PNUD)
Hélder Adegar da Fonseca (Universidade de Évora)
Izaskun Álvarez Cuartero (USalamanca)
José Reis (UC)
Luís Lobo Fernandes (Universidade do Minho)
Marco de Nicolò (Universidade de Cassino)
Maria Antónia Lopes (UC)
Rafael García Pérez (USC, Santiago de Compostela)
Sabrina Ajmechet (Universidad de Buenos Aires)
Samuel Soares (UNESP)
Sandra Anchondo Pavón (Universidad Panamericana, Cidade do México) Vera Lúcia Vieira (PUC-SP) 

Organização: DHEEAA/FLUC, FEUC, CEIS20/UC, DH/FCSH/UNL e IHC/FCSH/UNL 
Parcerias: UAçores, UMadeira 

Comissão Organizadora: João Paulo Avelãs Nunes, António Rafael Amaro, Maria Fernanda Rollo, Dina Sebastião, Fernando Tavares Pimenta, Sérgio Neto 
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Call for papers 
International Colloquium “Two Centuries of the Revolution of 1820: Liberalism, Anti-Liberalism and Postliberalism” 
April 20-23, 2020
University of Coimbra | Faculty of Letters and Faculty of Economics 

The delimited subject results from the adoption of an inter-epochal and comparative, interdisciplinary and also technical-civic approach of the two centuries of liberal, anti-liberal and post-liberal solutions in Portugal and other areas of Southern Europe (first and foremost, Spain and Italy), in Brazil and other Latin American countries, in the dominant countries. 
Communication proposals concerning the following thematic subareas are invited: Political and administrative system, Structures and social relations, Economic thinking and economic activity, Currents and cultural phenomena, International relations. 

Calendar: 
Submission of Proposals: February 29, 2020
Notice of Acceptance / Decline: March 9, 2020
Application deadline for accepted contacts: March 23, 2020 Dissemination of the program: March 31, 2020 

Submission guidelines: 
Communication proposals must be submitted by email to inscricoes.ceis20@gmail.com and comply with the following characteristics: 
Title, abstract (up to 4000 characters with spaces), 5 keywords, author (s) name, biographical note (up to 500 characters with spaces), institutional framing and email. Duration of communications: 20 minutes.
Texts will be published in collective books and scientific journals. 

Working languages: Portuguese, Spanish, Italian and English. 

Opening Lecture: 
Daniel Innerarity (Universidad del País Vasco) 

Guest Lecturers: 
Alberto De Bernardi (University of Bolonha) Américo Freire (FGV)
Angela de Castro Gomes (UNIRIO)
António Costa Pinto (ISC/UL) 
Fátima Nunes (University of Évora)
Francisco Martinho (USP)
Fulvio Cammarano (University of Bolonha)
Héctor Hernán Mondragón Báez (UNDP Consultant)
Hélder Adegar da Fonseca (University of Évora)
Izaskun Álvarez Cuartero (Umiversity of Salamanca)
José Reis (University of Coimbra)
Luís Lobo Fernandes (University of Minho)
Marco de Nicolò (University of Cassino)
Maria Antónia Lopes (University of Coimbra)
Rafael García Pérez (USC, Santiago de Compostela)
Sabrina Ajmechet (Universidad de Buenos Aires)
Samuel Soares (UNESP)
Sandra Anchondo Pavón (Universidad Panamericana, Cidade do México) Vera Lúcia Vieira (PUC-SP) 

Organization: DHEEAA / FLUC, FEUC, CEIS20 / UC, DH / FCSH / UNL and IHC/ FCSH / UNL 

Partnerships: UAçores, UMadeira 

Organizing Committee: João Paulo Avelãs Nunes, Antonio Rafael Amaro, Maria Fernanda Rollo, Dina Sebastião, Fernando Tavares Pimenta, Sérgio Neto 
  




As economias mais inovadoras do mundo - Visual Capitalist


Ranked: The Most Innovative Economies 

in the World


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Innovation was again a front-of-mind theme in Davos at the World Economic Forum’s annual assembly of political and business leaders in 2020.
The global conversation centered around the ability of countries to innovate in the face of changing times. An economy’s response to megatrends, such as tech breakthroughs and the risks of climate change, can dictate its long-term success.
Today’s chart identifies the world’s top 20 most innovative economies, based on the annual index created by Bloomberg. We also delve into how the top 10 spots have evolved over time.

How Are Innovative Economies Measured?

Each year, the index assesses over 200 economies across seven weighted metrics.
  1. R&D Intensity
    Annual research and development spending, as a % of an economy’s gross domestic product (GDP).
  2. Patent Activity
    The number of annual patent and grant filings, and the 3-year average growth of filings abroad and filings growth, as a share of the world’s total patent growth.
  3. Tertiary Efficiency
    The total enrollment in higher education, the share of labor force with advanced education levels, and the share of STEM graduates and in the labor force.
  4. Manufacturing Value-added
    Manufacturing output levels—contributing to exports—as a % of GDP, and per capita.
  5. Productivity
    GDP and gross national income (GNI) in the working age population, and the 3-year improvement.
  6. High-tech Density
    The volume of domestic, high-tech public companies as a share of the world’s total companies. Examples of high-tech companies include: aerospace and defense, biotech, internet services, and renewable energy.
  7. Researcher Concentration
    Professionals (including postgraduate PhD students) engaged in R&D across the population.
Based on available data of these measures, only 105 countries made the final cut for this year’s edition of the index—below are the 60 most innovative economies scored out of 100 points, and the highlights from that list.

The 10 Most Innovative Economies

For the first time in years, Germany clinched the top spot for the most innovative economy, ending South Korea’s winning streak. The European nation scores in the top five for its manufacturing value-added, high-tech density, and patent activity metrics.
However, even winners have some room for improvement. As the global economy sways ever more in the direction of services over manufacturing, Germany could improve its rate of higher education to achieve an even better score on the index.
Ranking third overall, Singapore leads the charge for tertiary efficiency, with almost 85% gross enrollment in higher education as of 2017. In contrast, Germany’s enrollment stood at around 70% in the same year.
Which other countries sit in the top 10?
RankCountryScoreYoY Rank ChangeBest-performing Metric
#1🇩🇪 Germany88.21+1High-tech density, Patent activity (tied)
#2🇰🇷 South Korea88.16-1R&D intensity
#3🇸🇬 Singapore87.01+3Tertiary efficiency (Ranked #1)
#4🇨🇭 Switzerland85.670R&D intensity, Researcher concentration (tied)
#5🇸🇪 Sweden85.50+2R&D intensity
#6🇮🇱 Israel85.03-1R&D intensity (Ranked #1)
#7🇫🇮 Finland84.00-4Productivity, Researcher concentration (tied)
#8🇩🇰 Denmark83.22+3Researcher concentration (Ranked #1)
#9🇺🇸 United States83.17-1High-tech density, Patent activity
(Tied, Ranked #1 for both)
#10🇫🇷 France82.750High-tech density
A global hub for innovation, South Korea is still not to be ignored. With one of the most complex economies around, it leads in exports of communications technology and cars. It’s also at the forefront of 5G, being the first country to roll it out—so it’s no surprise that South Korea spends big on research, relative to its GDP.
R&D spending determines life or death for South Korean companies… It’s about widening whatever lead South Korea has—or else China will catch up.
—Chang Suk-Gwon, University professor in Seoul
The United States ranks in first place for both patent activity, and high-tech density—with the highest share of domestic high-tech public companies in the world. With the “Big Five” tech giants all headquartered here, it’s easy to see their impact on a global scale.
Over the past five years, the top 10 players in this index have shuffled around, but remained quite consistent. But one particular economy may well upend the future leaderboard.

The Most Innovative Economies (#11-20)

In 2020, the #11-#20 ranked innovative countries show an interesting mix.
RankCountryScoreYoY Ranking ChangeBest-performing metric
#11🇦🇹 Austria82.40+1R&D intensity
#12🇯🇵 Japan82.31-3R&D intensity, Manufacturing value-added (tied)
#13🇳🇱 Netherlands81.28+2High-tech density
#14🇧🇪 Belgium79.93-1R&D intensity, Productivity (tied)
#15🇨🇳 China78.80+1Patent activity (Ranked #2)
#16🇮🇪 Ireland78.65-2Manufacturing value-added, Productivity
(Tied, Ranked #1 for both)
#17🇳🇴 Norway76.930Productivity
#18🇬🇧 United Kingdom76.030Tertiary efficiency
#19🇮🇹 Italy75.76+2High-tech density
#20🇦🇺 Australia74.13-1Productivity
China’s steady rise (up from 21st place in 2017) could be because it scores second worldwide for patent activity. This comes from the aggressive 6,000 patents filed since 2015 by the nation’s own tech giants. The patents cover breakthrough technologies from AI and blockchain, to autonomous driving and even regenerative medicine.
Ireland comes in first place on both manufacturing value-added and productivity metrics. In fact, for every hour worked, employed Irish people add $99.50 to national GDP.

The Full List

Below is the full list of all 60 innovative economies highlighted in the 2020 index.
Highlights from the rest of the list include: 
  • Slovenia improved the most by 10 places (to the #21 spot) thanks to its stronger patent activity.
  • New Zealand slid by 10 places to the 29th spot, falling for the third consecutive year.
  • Last but not least, four countries or jurisdictions made their debut onto the index in 2020: Algeria, Egypt, Kazakhstan, and Macao.
It’s clear that many countries are continuously pushing the envelope in order to maintain their competitiveness within the global economy—and constant innovation can provide a better life for their present and future populations.