Mudanças de Regime Econômico na História do Brasil, 1808-2020
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; http://diplomatizzando.blogspot.com)
Atualização do quadro publicado neste trabalho:
2701. “Mudanças de regime econômico na história do Brasil: transformações estruturais, evolução institucional”, Hartford, 25 outubro 2014, 44 p. Publicado na Revista de Economia Política e História Econômica (ano 10, n. 34, agosto de 2015, p. 169-225; ISSN: 1807-2674; link para a revista: https://sites.google.com/site/rephe01/; em pdf: https://drive.google.com/file/d/0B2cUT02EXXyLVHRrSDNldTJHTzg/view).
Mudanças de Regime Econômico na História do Brasil | |||
Anos | Eventos e processos políticos, orientações econômicas e sociais; resultados | Arranjos políticos predominantes, grupos de interesse, personalidades | Iniciativas e medidas de política econômica e características principais da fase |
I – Economia escravista, agrário-exportadora, 1808-1888 | |||
1808-1844 | Fim do regime colonial abertura dos portos; relações comerciais; | D. João; Imperador Pedro I; ministros do Primeiro Reinado | Tratados de comércio; pressões inglesas; tarifas reduzidas |
1844-1888 | Abolição do Tráfico; redução progressiva da escravidão; abolição; | Alves Branco; Gabinetes do Segundo Reinado; Pedro II, Princesa Isabel | Tarifas elevadas; protecionismo; incentivos à imigração |
II –Trabalho Assalariado, início da industrialização, 1888-1930 | |||
1888-1914 | Forte imigração; surtos industriais; medidas protecionistas; aumento da dívida externa; primeiros investimentos estrangeiros | Proprietários de terras; tribunos; magistrados; presidentes; alguns industriais; bancos estrangeiros | Adoção de políticas econômicas de ajuste; vantagens dadas à indústria nacional; apoio à cultura do café; |
1918-1930 | Expansão do café; apelo a capitais estrangeiros; envolvimento da classe média na política; | Presidentes, governadores estaduais; industriais, políticos, magistrados; investidores estrangeiros | Defesa do café; início da mudança da esfera britânica para a hegemonia americana; |
III – Emergência do Estado intervencionista, políticas pró-industrialização | |||
1930-1945 | Constituição de 1934: aumento do nacionalismo econômico; intervenção estatal na economia; | Presidente e ditador Getúlio Vargas; líderes militares; ideólogos nacionalistas | Forte intervenção do Estado na economia; industrialização introvertida |
1946-1964 | Criação de empresas do Estado; câmbio múltiplo; inflação; Brasília | Presidentes Vargas; Juscelino Kubitschek; Jânio Qadros, Goulart | Planejamento estatal, reformas econômicas; gastos públicos |
IV – Estado produtor, exacerbação da substituição de importações | |||
1964-1979 | Golpe militar; impulso da ação econômica estatal; protestos; guerrilha; | Presidentes militares; equipe de planejamento | Reformas em todos os setores; grande impulso industrial; estatais |
1979-1985 | Choques do petróleo e crises financeiras; protestos democráticos | Presidentes militares; ministros Fazenda; bancos estrangeiros | Dívida externa, crises cambiais; aceleração da inflação; |
Anos | Eventos e processos políticos, orientações econômicas e sociais; resultados | Arranjos políticos predominantes, grupos de interesse, personalidades | Iniciativas e medidas de política econômica e características principais da fase |
V – Instabilidade macroeconômica, planos de estabilização, abertura | |||
1985-1994 | Democratização; nova Constituição; planos de estabilização, crises; | Presidentes Sarney e Collor; várias equipes econômicas | Descontrole monetário; diversas moedas; perda de credibilidade; abertura |
1994-2002 | Plano Real: estabilidade e abertura econômica, diversas crises externas | Presidente FHC; ministro Pedro Malan, equipe econômica | Desindexação econômica; privatizações; regulação estatal; ajuste fiscal |
VI – Distribuição social; retorno ao Estado interventor e introvertido | |||
2002-2016 | Novo reforço do Estado; políticas distributivistas; redução da pobreza; proteção comercial; despesas em excesso; desequilíbrios | Presidentes Lula e Dilma; líderes do PT; políticas equivocadas do lado da demanda; keynesianismo; baixo investimentos; | Intervencionismo estatal; expansão dos subsídios sociais; introversão econômica; desequilíbrios fiscais; recessão econômica; |
VII – Retorno a políticas de gradualismo no ajuste fiscal; limites a gastos | |||
2016-2018 | Retorno ao gradualismo e políticas de austeridade; correção de desajustes e desequilíbrios fiscais acumulados em 2012-16 | Presidente Michel Temer, ministro da Fazenda Henrique Meirelles e presidente do BC Ilan Goldfajn conduzem forte política de ajuste fiscal | Emenda constitucional de limite de gastos; reforma laboral; início de reforma previdenciária; inversão dos gastos crescentes; baixo crescimento; |
2019 | Promessas de abertura econômica e comercial, de privatização sem resultados efetivos; diplomacia ideológica e servil aos EUA (Trump) | Populismo de direita com presidente Bolsonaro; ministro “liberal” Paulo Guedes: muita retórica; ideólogos reacionários na política externa; desastres | Reforma previdenciária conduzida no Congresso; governo confuso e inoperante nas políticas; divisão acentuada do país; autoritarismo; |
2020 | Pandemia da Covid-19 desorganizou todo o processo de elaboração de políticas econômicas, obrigando a intervenções emergenciais de sustentação de empresas e auxílios sociais; aumento dos déficits orçamentários e da dívida pública. | ||
Elaboração: Paulo Roberto de Almeida (18/02/2014; 20/11/2020) |
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3795: 20/11/2020
Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/44538064/3795_Mudan%C3%A7as_de_Regime_Economico_na_Historia_do_Brasil_2020_).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.