O Editorial do 247, o mais fiel e sabujo seguidor dos neobolcheviques do petismo sectário, começa disparando petardos contra o chanceler Mauro Vieira, em virtude de sua atitude relativamente correta de não deixar de reconhecer que a Rússia cometeu CRIMES (mas ele não vai muito longe na condenação formal da guerra de agressão do tirano Putin). O 247 pretende que o Brasil de Lula fique do lado da Rússia e da China, ou seja, do lado da violação da Carta da ONU e do desrespeito às leis da guerra e convenções humanitárias. Os celerados aceitam tudo, desde que seja contra o "imperialismo estadunidense".
Paulo Roberto de Almeida
O voto inquietante do governo Lula na ONU
Do ponto de vista diplomático, a mudança de voto do Brasil significa uma vitória dos Estados Unidos.
Editorial 26/02/2023
https://www.brasil247.com/editoriais247/o-voto-inquietante-do-governo-lula-na-onu
O voto de adesão do governo brasileiro à recente resolução da Assembleia Geral da ONU condenando a Rússia e exigindo que Moscou "retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas" representou uma tomada de posição do governo Lula em relação ao conflito, que completa um ano.
Do ponto de vista diplomático, a mudança da atitude brasileira significa uma vitória dos Estados Unidos.
Até que as autoridades de Brasília rompam o silêncio é difícil intuir os meandros que levaram a essa decisão.
A guinada envolveu uma certa precipitação, pois implicou a escolha, ao que parece definitiva, de um lado no conflito russo-ucraniano, o que pode gerar efeitos opostos, vindo a prejudicar a anunciada intenção do presidente Lula de servir como mediador da paz no conflito.
Lula poderia manter a neutralidade alegando que o Brasil havia herdado essa porta já arrombada pelo posicionamento do governo Bolsonaro em votações anteriores na ONU.
A atitude brasileira até este voto parecia procurar equilibrar o compromisso com o fim das hostilidades com uma recusa a defender a posição de Moscou ou de Kiev na guerra.
No front diplomático, o país buscava apoiar-se em seus parceiros do Brics, numa espécie de "alinhamento aos não-alinhados".
Pelo canal dos Brics vinham se abrindo relações próximas com o principal parceiro comercial do Brasil, a China.
Ao que parece, o Brasil está se colocando numa posição incômoda, pois a guerra na Ucrânia cada vez mais se revela como instância de um confronto mais geral entre EUA e China, sendo esta uma aliada cada vez mais estratégica da Rússia.
No afã de atender o parceiro estadunidense, o Brasil fragiliza suas relações não apenas com o maior parceiro econômico, mas também se isola, como o único país do Brics a apoiar a resolução contrária à Rússia.
Do lado chinês, as consequências podem vir na forma de um rebaixamento do status da visita do presidente Lula a Pequim, ou no prolongamento das restrições à importação de carne brasileira ou mesmo na forma de obstáculos para a projetada nomeação da ex-presidente Dilma Rousseff na direção do banco do Brics.
Estão ainda por ser esclarecidos quais foram os benefícios obtidos pela diplomacia brasileira em troca dessa concessão a Washington.
Ela vai de encontro ao tom das promessas de equidistância do presidente Lula durante a campanha eleitoral e gera desconforto junto a parcela ponderável de seus apoiadores.
Não se apagaram da memória os episódios de espionagem promovida por Washington (ao tempo em que Obama era presidente e Joe Biden seu vice) sobre o governo da própria Dilma.
Também não foi esquecida a participação de Washington na gênese e desenvolvimento da Operação Lava-Jato.
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