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sábado, 19 de abril de 2025

Da diversidade do mundo - Paulo Roberto de Almeida

Da diversidade do mundo

Paulo Roberto de Almeida

Que coisa! A Justiça de um país vizinho tem a ousadia de processar, condenar e prender, não um ou dois, mas cinco presidentes por atos de corrupção, incluindo familiares. 

A Odebrecht ingressou na nomenclatura internacional como “empresa modelo” na “arte” do suborno, não em um ou dois países, mas em uma extensa variedade geográfica de países, na AL, na África, até na Suíça imaginem!

Em alguns países, deu confusão política e judicial, em outros tudo passa em branco, inclusive coisas que nada têm a ver com ela, como, por exemplo, rachadinhas e rachadonas de políticos mequetrefes e familiares, que se constituíram um verdadeiro império imobiliário.

Em alguns países a coisa anda; em outros não, inclusive no país mais poderoso (ainda) do planeta, cujo presidente (duas vezes) é um trambiqueiro vulgar e um “serious sexual offender” (além de serviçal de um “evil empire”).

O mundo é mesmo é tão diverso política e judicialmente quanto sua fauna e sua flora. Algumas espécies sobrevivem e se expandem, inclusive predatoriamente, outras fenecem e acabam desaparecendo, como a honra, a honestidade e a Justiça.

Em algum momento, ou em vários, de nossa história, como em 1909-1910 e em 1919-1920, falhamos ao não conceder a suprema magistratura a um homem como Rui Barbosa, aliás um exilado forçado, na última década do século XIX, por ousar defender opositores de uma ditadura castrense (ah, os salvadores da pátria, sempre eles, várias vezes).

Certos países vivem entre a espada e a lei, e vão avançando vagarosamente, entre grandes e pequenas corrupções (com Justiça muito maleável).

O mundo é mesmo muito diverso na sua composição e nos valores.

Democracia, por exemplo, não depende apenas de instituições, e sim de algo mais fundamental, que se chama “mores”, ou a organização primária de um povo ou comunidade: algumas são governadas desde abaixo, outras são construídas a partir de acima. Isso explica em parte os percalços do desenvolvimento. 

Mesmo em certas situações autoritárias, os avanços de um determinado país dependem muito da energia e da resolução do seu povo, pois mais importantes do que abundância ou disposição de recursos  naturais ou capital financeiro, o mais importante mesmo é a qualidade do seu capital humano.

Paulo Roberto Almeida

Brasília, 19/04/2025