O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador livro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador livro. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Rubens Ricupero: livro sobre a diplomacia na construcao do Brasil (Valor)

Neste link do Academia:
http://www.academia.edu/28438753/Livro_de_Ricupero_sobre_diplomacia_brasileira_Valor_9_09_2016_
postei a entrevista do Embaixador Rubens Ricupero, concedida à jornalista Monica Gugliano, para o caderno especial do jornal Valor Econômico de fim de semana, falando da política atual brasileira, e de seu livro que deverá ser publicado até o final do ano, discorrendo sobre o papel da diplomacia brasileira na construção do Brasil.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Trans-Pacific Partnership: An Assessment - book by Peterson Institute of International Economics


Policy Analyses in International Economics 104
edited by Cathleen Cimino-Isaacs and Jeffrey J. Schott
July 2016 
 
Book Description
http://bookstore.piie.com/book-store/7137.html
The Trans-Pacific Partnership (TPP) between 12 Pacific Rim countries has generated the most intensive political debate about the role of trade in the United States in a generation. The TPP is one of the broadest and most progressive free trade agreements since the North American Free Trade Agreement (NAFTA). The essays in this Policy Analysis provide estimates of the TPP's benefits and costs and analyze more than 20 issues in the agreement, including environmental and labor standards, tariff schedules, investment and competition policy, intellectual property, ecommerce, services and financial services, government procurement, dispute settlement, and agriculture. Through extensive analysis of the TPP text, PIIE scholars present an indispensable and detailed "reader's guide" that also sheds light on the agreement's merits and shortcomings.
Contents
Selected chapters and sections are provided for preview only.
Preface
Acknowledgments
Trade Deals Aren't For What You Think They Are For
Adam S. Posen
Overview: Understanding the Trans-Pacific Partnership
Jeffrey J. Schott
1 The Economic Effects of the TPP: New Estimates
Peter A. Petri and Michael G. Plummer
2 Adjustment and Income Distribution Impacts of the TPP
Robert Z. Lawrence and Tyler Moran
3 Tariff Liberalization
Caroline Freund, Tyler Moran, and Sarah Oliver
4 Agriculture
Cullen Hendrix and Barbara Kotschwar
5 Auto Sector Liberalization
Sarah Oliver
6 Rules of Origin in Textiles and Apparel
Kimberly Ann Elliott
7 Government Procurement
Tyler Moran
8 Liberalization of Services Trade
Gary Clyde Hufbauer
9 Financial Services
Anna Gelpern
10 Provisions on Investment
Theodore H. Moran and Lindsay Oldenski
11 Investor-State Dispute Settlement
Gary Clyde Hufbauer
12 Dispute Settlement Mechanism
Jennifer Hillman
13 TPP and the Conflict over Drugs: Incentives for Innovation versus Access to Medicines
Lee Branstetter
14 TPP and the Environment
Jeffrey J. Schott
15 Labor Standards in the TPP
Cathleen Cimino-Isaacs
16 Other New Areas: Customs Administration and Trade Facilitation, Anticorruption, Small and Medium-Sized Enterprises, and More
Caroline Freund
17 TPP and Digital Trade
Lee Branstetter
18 Competition Policy
R. Michael Gadbaw
19 Commitments on State-Owned Enterprises
Sean Miner
20 TPP and Exchange Rates
C. Fred Bergsten and Jeffrey J. Schott
Index
Book Data
July 2016
ISBN paper 978-0-88132-713-7
136 pp.

Other Books of Interest

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Tocqueville, sobre academicos e politicos: correto sobre ambos... - comentario por Paulo R. Almeida

Retraduzido do inglês:

Eu já cruzei com homens de letras que escreveram sobre a história sem ter tomado parte em assuntos públicos, e com políticos que se ocuparam de produzir eventos sem jamais pensar sobre eles.
Eu observei que os primeiros estão sempre inclinados a buscar causas gerais, enquanto os segundos, vivendo em meio a fatos diários desvinculados entre si, são levados a acreditar que tudo é devido a incidentes específicos, e que os fios que eles movimentam são os mesmos que movimentam o mundo.
É de se presumir que ambos estão igualmente equivocados.

Alexis de Tocqueville

Extraído do frontspício do clássico de Graham Allison e Philip Zelikow:
Essence of Decision: Explaining the Cuban Missile Crisis
(2nd edition; New York: Longman, 1999, 416 p.; ISBN: 0-321-01349-2)

Na introdução a esse clássico, os autores dizem que "The Cuban missile crisis stands as a seminal event." (p. 1), no sentido em que ela sucitou uma nova fase da Guerra Fria, novos procedimentos, e alguma contenção na corrida maluca aos extremos que estava representada pela "doutrina" do MAD, Mutual Assured Destruction, ou seja, o pacto de aniquilamento recíproco que guiava as estratégias (ou táticas?) de dissuasão entre os dois principais contendores da Guerra Fria.
O mesmo poderia ser dito, e foi dito por George Kennan, da Grande Guerra (1914-1918), descrita por ele como "the greater seminal event of the 20th century", aquele do qual derivaram todas as tragédias do século mais mortal de toda a história humana.

Voltando ao Tocqueville, preciso buscar o locus dessa citação, mas desde já concordo com o publicista e grande pensador francês: acadêmicos estão sempre pretendendo generalizar eventos singulares e deles extrair causas gerais, geralmente inutilmente, enquando políticos, que são homens práticos, vivem apenas cada momento, sem pensar nos antecedentes ou consequentes.
Enfim, para que servem os pensadores que ficam encontrando falhas em todos os demais mortais comuns? 
Para nosso prazer intelectual, unicamente.
Acho que isso basta...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 29/07/2017

sábado, 23 de julho de 2016

Pensamento estrategico de Varnhagen: contexto e atualidade - Paulo Roberto de Almeida (livro Funag)

Meu trabalho publicado mais recente: 


1237. “O pensamento estratégico de Varnhagen: contexto e atualidade”, in: Sérgio Eduardo Moreira Lima (Org.). Varnhagen (1816-1878): diplomacia e pensamento estratégico (Brasília: Funag, 2016, 260 p.; ISBN: 978-85-7631-613-8; p. 125-197; disponível no site da Funag, link: http://funag.gov.br/loja/download/1156-varnhagen-1816-1878.pdf). Relação de Originais n. 2944.

Nota divulgada pela Funag: 

FUNAG publica:
“Varnhagen (1816-1878) Diplomacia e Pensamento Estratégico”

A FUNAG publicou, na coleção História Diplomática, o livro Varnhagen (1816-1878) - Diplomacia e Pensamento Estratégico, que reúne ensaios de historiadores e diplomatas a partir de pesquisas elaboradas para o Seminário sobre o assunto, organizado pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), no Instituto Rio Branco (IRBr), em Brasília, em 1. de abril de 2016, para comemorar o bicentenário do nascimento do diplomata oitocentista brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, conhecido também como Visconde de Porto Seguro.

É notória a importância de Francisco Adolfo de Varnhagen para a historiografia, embora seja menos conhecida sua contribuição à diplomacia brasileira. Por essa razão, a Fundação, em parceria com o IRBr, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e a Universidade de Brasília (UnB), tomou a iniciativa de realizar debate sobre o tema da Diplomacia e Pensamento Estratégico na concepção de Varnhagen e sobre sua participação, durante o Império, no avanço e formulação da ideia de transferência da capital para o Planalto Central.

Apresentado pelo chanceler José Serra e prefaciado por Sérgio Eduardo Moreira Lima, o livro é composto de ensaios de autoria de diplomatas e historiadores, como Arno Wehling (Integridade e integração nacional: duas ideias-força de Varnhagen); Luiz Felipe de Seixas Corrêa (Varnhagen: a formação do Brasil vista de ‘fora’ e de ‘dentro’); Synésio Sampaio Góes Filho (A geração de Varnhagen e a definição do espaço brasileiro); Carlos Henrique Cardim (O descobridor de Brasília: Varnhagen, ideólogo da modernização); Paulo Roberto de Almeida (O pensamento estratégico de Varnhagen: contexto e atualidade”) e Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos (Varnhagen e a América do Sul).

O patrono da historiografia brasileira teve o mérito, como diplomata e homem público, de pensar o Brasil de uma perspectiva geopolítica e geoestratégica. Para ele, a ação diplomática deveria orientar-se nessa direção, como instrumento na realização de propósitos que levariam ao ideal de grandeza nacional. (trecho baseado no Prefácio da obra)

A obra está disponível para download gratuito na Biblioteca Digital da FUNAG. 

A obra reúne ensaios de historiadores e diplomatas a partir de pesquisas elaboradas para o Seminário sobre o assunto, organizado pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), no Instituto Rio Branco (IRBr), em Brasília, em abril de 2016, para comemorar o bicentenário do nascimento do diplomata oitocentista brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, conhecido também como Visconde de Porto Seguro.
É notória a importância de Francisco Adolfo de Varnhagen para a historiografia, embora seja menos conhecida sua contribuição à diplomacia brasileira. Por essa razão, a Fundação, em parceria com o IRBr, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e a Universidade de Brasília (UnB), tomou a iniciativa de realizar debate sobre o tema da Diplomacia e Pensamento Estratégico na concepção de Varnhagen e sobre sua participação, durante o Império, no avanço e formulação da ideia de transferência da capital para o Planalto Central.
Apresentado pelo chanceler José Serra e prefaciado por Sérgio Eduardo Moreira Lima, o livro é composto de ensaios de autoria de diplomatas e historiadores, como Arno Wehling (Integridade e integração nacional: duas ideias-força de Varnhagen); Luiz Felipe de Seixas Corrêa (Varnhagen: a formação do Brasil vista de ‘fora’ e de ‘dentro’); Synésio Sampaio Góes Filho (A geração de Varnhagen e a definição do espaço brasileiro); Carlos Henrique Cardim (O descobridor de Brasília: Varnhagen, ideólogo da modernização); Paulo Roberto de Almeida (O pensamento estratégico de Varnhagen: contexto e atualidade”) e Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos (Varnhagen e a América do Sul).
O patrono da historiografia brasileira teve o mérito, como diplomata e homem público, de pensar o Brasil de uma perspectiva geopolítica e geoestratégica. Para ele, a ação diplomática deveria orientar-se nessa direção, como instrumento na realização de propósitos que levariam ao ideal de grandeza nacional.  

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Os brasileiros sao loucos, ou apenas maluquinhos? Livro de Virginie Jacoberger-Lavoué (em frances)

Serait-il vrai? Nous sommes les nouveaux irréductibles gaulois de l'Amérique du Sud?
A voir...




Présentation de l'éditeur

" Un Brésil de folie ! ", on vous le promet à l'approche de chaque Carnaval de Rio de Janeiro. Nul doute que ce slogan sera porteur tout l'été 2016 chez les professionnels du tourisme, alors que l'ancienne capitale déchue au profit de Brasilia sera au cœur d'actualité avec l'organisation des Jeux Olympiques. Dans ce " pays continent " qui contiendrait un peu plus de quinze France, la folie se porte bien. Mieux, elle prospère au-delà des mythiques plages de Copacabana et Ipanema. Oubliez les clichés (la plage, le foot, le Carnaval...) pour découvrir un géant, première puissance d'Amérique latine, en mutation. Après un décollage économique spectaculaire qui ne doit pas tout au " miracle Lula ", c'est surtout le clientélisme qui progresse. Le Brésil, un " pays du futur " qui le restera longtemps " ? Il n'en est pas moins déjà le seul des " BRICS " –; Brésil Russie Inde Chine et Afrique du Sud –; ces nouvelles puissances, fruit de la globalisation - dont l'émergence s'est accompagnée de celle de la classe moyenne (+30 millions de personnes). Lorsque la " Baba " –; expression qui désigne tout à la fois la bonne et la baby-sitter –;s'émancipe, c'est toute la société brésilienne urbaine qui est ébranlée. Alors que le pays, toujours fortement inégalitaire, est gagné par la récession économique, les Brésiliens gardent le sourire et ne sont jamais aussi drôles que lorsqu'ils se moquent d'eux-mêmes. Découvrez ce Brésil insolite dont le pouvoir de séduction est à la hauteur de sa démesure.

Biographie de l'auteur

Virginie Jacoberger-Lavoué a commencé sa carrière par le reportage de guerre (en Afghanistan). Chef de service (Tendances) à Valeurs Actuelles, elle couvre l'actualité politique du Brésil depuis 2011.
  • Broché: 252 pages
  • Editeur : Editions du Moment (7 juillet 2016)
  • Langue : Français
  • ISBN-10: 2354175159
  • ISBN-13: 978-2354175153
  • Dimensions du produit: 14 x 2,2 x 21 cm

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Livro "Dimensoes do Poder: Historia, Politica e Relacoes Internacionais" - EdiPUC-RS

Acabo de receber, este livro dos organizadores:

Dimensões do Poder: História, Política e Relações Internacionais
Org. Marçal de Menezes Paredes et al.
(Porto Alegre: EdiPUC-RS, 2015, 191 p.; ISBN: 978-85-397-0714-0)
O livro foi publicado em versão online, com acesso através do link:
http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0715-7.pdf

Entre os diversos artigos, este capítulo meu:


Padrões e tendências das relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica: uma síntese tentativa

Paulo Roberto de Almeida
Texto preparado para o IX Congresso de Estudos Ibero-Americanos da PUC-RS.
Apresentado em 29/10/2013; versão para publicação: 17/01/2014.
Publicado in:
Marçal de Menezes Paredes et al. (Orgs.),
Dimensões do poder: história, política e relações internacionais
 (Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015, 191 p.; ISBN 978-85-397-0714-0); pp. 135-164;
disponível no link: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0715-7.pdf

Esquema do trabalho:
1. Introdução: premissas conceituais e suas limitações
2. Periodização tentativa: cinco momentos das relações internacionais do Brasil
     2.1. O Império: a construção da nação e as bases de sua diplomacia
     2.2. A Velha República: os mitos e as deficiências da política externa
     2.3. A era Vargas: escolhas estratégicas, a despeito de tudo
     2.4. O regime militar: consolidação do corporatismo diplomático
3. A redemocratização e as relações exteriores do Brasil
     3.1. Uma periodização diplomática para o período contemporâneo
     3.2. Os anos turbulentos das revisões radicais do momento neoliberal
     3.3. Estabilização macroeconômica e nova presença internacional
     3.4. Por fim, a era do nunca antes: a diplomacia personalista de Lula
4. O que concluir de tudo isto? Que lições ficam de nossa trajetória histórica?
5. Nota final: reformas internas e inserção na globalização


Resumo: Ensaio histórico sobre as grandes linhas das relações internacionais do Brasil e sobre seu processo de desenvolvimento ao longo dos séculos 19 e 20, com considerações mais detalhadas sobre as características da política externa no período recente, em especial as diplomacias conduzidas nas presidências FHC e Lula. Seguem-se argumentos de cunho qualitativo sobre as deficiências notórias do desenvolvimento brasileiro, sobre a origem puramente interna das dificuldades atuais, concluindo pela necessidade de reformas estruturais e uma opção pela inserção na globalização.

Palavras-chave: relações internacionais, política externa, Brasil, diplomacia, desenvolvimento, globalização.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Thomas Skidmore sempre presente no debate historiografico e sobre racas no Brasil

Aliás debate político também, como nesta entrevista feita com o historiador num programa do Roda Viva de 1997, logo em seguida à emenda constitucional de reeleição.

 Thomas Skidmore no Roda Viva
O historiador norte-americano Thomas Skidmore  deu uma importante entrevista ao programa Roda Viva:
https://www.youtube.com/watch?v=M16Xz-l6E0c&feature=youtu.be

Livro Preto no Branco de Thomas Skidmore disponível parcialmente
Parte do capítulo 1 está disponível no site da Companhia das Letras:

http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13014.pdf

terça-feira, 31 de maio de 2016

Quer resistir ao golpe de 2016? Compre o livro de 450 paginas da "resistencia"...

Matéria do Correio Braziliense desta noite de 30/05/2016:

"A Resistência ao Golpe de 2016" narra a história do processo de impeachment da presidente afastada

A presidente Dilma Roussef foi ovacionada em sua chegada à Universidade de Brasília (UnB), na noite desta segunda-feira (30/5) para o lançamento do livro "A Resistência ao Golpe de 2016". Publicada pela Editorial Praxis, a obra, de 450 páginas, reúne textos que analisam o processo de impeachment da petista.
Estão presentes no livro relatos de advogados, professores, políticos, jornalistas, cientistas políticos e líderes de movimentos sociais, como o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos,  o teólogo e escritor Leonardo Boff, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE),  Carina Vitral, e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2016/05/30/internas_polbraeco,534121/multidao-recebe-dilma-na-unb-para-lancamento-de-livro.shtml

PRA: Enfim, os suspeitos de sempre...

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Varnhagen (1816-1878): Diplomacia e Pensamento Estratégico - livro Funag

Ufa! Terminei a minha parte, de revisão e de conformidade dos textos a determinados padrões -- embora se necessite ainda de um bom trabalho de revisão editorial -- dos materiais relativos ao livro que agora está entregue aos cuidados da Fundação Alexandre de Gusmão.
A capa será uma derivação dessa provisória que aí está: as datas extremas serão as da vida de Varnhagen, e pronto.
Como não pretendo mais modificar o meu texto até a publicação, já torno o arquivo de meu capítulo livremente disponível, neste link de Academia.edu:
https://www.academia.edu/24088709/O_pensamento_estrategico_de_Varnhagen_contexto_e_atualidade
Paulo Roberto de Almeida 
Varnhagen (1816-1878)

Diplomacia e pensamento estratégico
Sérgio Eduardo Moreira Lima

(Organizador)
Brasília: Funag, 2016
 

Acabemos pois com as adulações, que elas, longe de fomentar o patriotismo, ocasionam a incúria e o desleixo. Se acaso censurais ou lamentais este ou aquele vício na administração, este ou aquele cancro consumidor do país, nunca faltará uma voz que vos diga: “Ora! O país é grande: temos muitos recursos: no futuro seremos e aconteceremos etc. ...” Desgraçados! E que havemos de ser, se não pomos de nossa parte os meios? (...) Porventura a natureza portentosa do Brasil já não era a mesma na época do descobrimento?

Memorial Orgânico que à consideração das Assembleias Gerai e provinciais do Império apresenta um brasileiro
Dado à luz por um amante do Brasil
[Francisco Adolfo de Varnhagen]
 (edição incógnita, impressa em Madri, em 1849, capítulo primeiro: “Alguns enunciados”).
 
Sumário
  
Apresentação
Ministro de Estado das Relações Exteriores
Prefácio
       Sérgio Eduardo Moreira Lima

1. Integridade e integração nacional: duas ideias-força de Varnhagen
       Arno Wehling
2. Varnhagen: A formação do Brasil vista de “fora” e de “dentro”
       Luiz Felipe de Seixas Corrêa
3. A geração de Varnhagen e a definição do espaço brasileiro
       Synesio Sampaio Goes Filho
4. O descobridor de Brasília: Varnhagen, ideólogo da modernização
       Carlos Henrique Cardim
       Paulo Roberto de Almeida
6. Varnhagen e a América do Sul
       Luis Cláudio Villafañe Gomes Santos

Minibiografia de Francisco Adolfo de Varnhagen
Bibliografia essencial de e sobre Varnhagen
Notas sobre os autores
=========
Um extra, aliás dois: 


Minibiografia de Francisco Adolfo de Varnhagen

            Varnhagen, considerado o patrono da historiografia brasileira, nasceu em 17 de fevereiro de 1816, nas cercanias de Sorocaba, onde seu pai, um engenheiro militar alemão casado com uma portuguesa, tinha vindo participar do estabelecimento da fábrica de ferro de São João de Ipanema. Levado cedo para Portugal pela família, em 1821, fez estudos no Real Colégio Militar e, no início dos anos 1830, serviu nas tropas de D. Pedro IV (Pedro I no Brasil), nas lutas que este empreendeu contra o irmão usurpador, D. Miguel, de tendências absolutistas.
Paralelamente à sua breve carreira militar, Varnhagen adquiriu o gosto por pesquisas históricas, e desde cedo começou a pesquisar, nos arquivos portugueses, o itinerário do Brasil desde os descobrimentos, começando pela publicação de uma nota crítica sobre a primeira história do Brasil, de autor até ali não determinado (Gabriel Soares de Souza: Notícia do Brasil, de 1587): foi o seu primeiro trabalho, publicado na Academia de Lisboa em 1839, ao qual se seguiu outra nota sobre a identificação do jazigo do descobridor, Pedro Alvares Cabral, publicada em1840 na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado dois anos antes. Imediatamente após decide retornar ao Brasil, e consegue, depois de certo esforço, sua naturalização por decreto do jovem imperador, em 1844. Por meio de sua vinculação aos estudos históricos com foco em seu país de nascimento, que então começavam a ser estimulados pelo IHGB (do qual se torna secretário desde 1841), Varnhagen obtém uma oportuna designação na carreira diplomática para fazer pesquisas sobre a história colonial do Brasil nos arquivos de Portugal e da Espanha.
Em 1849 publica anonimamente o “Memorial Orgânico”, um alentado conjunto de propostas para “civilizar” o Brasil, prevendo ações diplomáticas na delimitação das fronteiras, propondo a transferência da capital para o interior, medidas práticas para melhorar a infraestrutura, o desenho de uma nova organização administrativa (baseada no modelo dos departamentos franceses), a elaboração de uma doutrina da defesa para o país e a criação de territórios militares nas fronteiras, bem como a solução da heterogeneidade da população pela integração progressiva de negros escravos e de índios à sociedade nacional e a promoção acelerada da imigração europeia.
Sua grande obra, contudo, são os dois volumes da História Geral do Brasil até a independência, publicados entre 1854 e 1857 (com apenas uma segunda edição em vida, em 1877), que lhe granjeariam um lugar de destaque na historiografia nacional. Um volume adicional, sobre a independência, seria publicado apenas postumamente, pelo IHGB, em 1916, com notas do Barão do Rio Branco e de outros historiadores do Instituto. No início da segunda metade do século XIX, serve em diversos postos da América andina (em 1858 brevemente no Paraguai, e depois na Venezuela, Peru e Chile), casa-se com uma dama da sociedade chilena, em 1864, e consegue  ser nomeado ministro plenipotenciário do Brasil na capital do império Austro-Húngaro (1868). Foi agraciado pelo Imperador com o título de Barão, e depois Visconde, de Porto Seguro, uma homenagem a suas pesquisas em torno do descobrimento do Brasil.
Já com 61 anos, e ministro do Brasil em Viena, empreende uma penosa viagem exploratória ao planalto central, em 1877, para localizar exatamente o local da futura nova capital do Brasil, tal como tinha proposto no Memorial de 1849, na confluência das três grandes bacias hidrográficas, do Amazonas, do Prata e do São Francisco, e próximo à cidade de Formosa, em Goiás. Publicou, logo em seguida, ao retornar a Viena, seu opúsculo, praticamente o último de sua vida, sobre a mudança da capital (1878). Veio a falecer em Viena, um ano depois, tendo seu corpo sido enterrado no Chile e trasladado ao Brasil apenas cem anos depois de seu falecimento. “Natural de Sorocaba”, como ele se identificava, foi finalmente homenageado com novo traslado de seus restos mortais para a região que o viu nascer.
Postumamente foi publicada, pelo IHGB, em 1916, sua História da Independência, com notas de Rio Branco e de diversos historiadores do IHGB ao manuscrito deixado pelo historiador-diplomata. Sua biblioteca, espalhada em diversas capitais, foi adquirida parcialmente pelo Barão do Rio Branco e pelo bibliófilo Rubens Borba de Moraes (depois incorporada à Brasiliana de José Mindlin). Muitas de suas grandes obras podem ser encontradas em forma digitalizada nessa Brasiliana Mindlin, que encontra-se depositada na Universidade de São Paulo (http://www.brasiliana.usp.br/).

Paulo Roberto de Almeida
[Brasília, 3 de maio de 2016]


Bibliografia essencial de e sobre Varnhagen



Seleção de obras de Francisco Adolfo de Varnhagen:

1839: Reflexões críticas sobre o escrito do século XVI impresso com o título de Notícia do Brasil. Lisboa: Tipografia da Academia, 120 p.
1840: O Descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Tip. Villeneuve, 70 p.
1840: “Descobrimento do jazigo de Pedro Alvares Cabral”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo II, 1ro. trimestre, n. 5, p. 139-141.
1840: “Memória sobre a necessidade do estudo e ensino das línguas indígenas do Brasil”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo III, Abril, n. 9, p. 53-63.
1845: Épicos brasileiros. Lisboa: Imprensa Nacional, 449 p.
1845: As primeiras negociações diplomáticas respectivas ao Brasil. Rio de Janeiro: Tipografia Laemmert.
1846: “Fragmentos que existem na Torre do Tombo das instruções dadas por El Rei D. Manoel a Pedro Alvares Cabral, quando chefe da armada, que indo à Índia descobriu casualmente o Brasil”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo VIII, Abril, n. 9, p. 53-63.
1848: “O Caramuru perante a história”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo X, 2o. trimestre, p. 129-152.
1849: Memorial Orgânico que à consideração das assembleias geral e provinciais do Império do Brasil, apresenta um brasileiro. Parte I - S.l.: S.ed., 49 p.
1850: Memorial Orgânico, Parte II – Em que se insiste sobre a adoção de medidas de maior transcendência para o Brasil. Madri: Viuva D. R. J. Dominguez, 16 p.
1850: Florilégio da poesia brasileira, ou coleção das mais notáveis composições dos poetas brasileiros falecidos... Tomos I-II – Lisboa: Imprensa Nacional; Tomo III – Madri: Imprensa de V. De D. Rodriguez, 1853.
1851: Tratado descritivo do Brasil em 1587, obra de Gabriel Soares de Souza. Rio de Janeiro: Tipografia Laemmert, 422 p.; nova edição: Rio de Janeiro: Tipografia de João Inácio da Silva, 1879, 382 p.
1854: Historia Geral do Brazil, isto é, do descobrimento deste Estado, hoje imperio independente, escripta em presença de muitos documentos authenticos recolhidos nos archivos do Brazil, de Portugal, da Hespanha e da Hollanda. Por um sócio do Instituto Histórico do Brazil, Natural de Sorocaba. Madrid: vol. I, Imprensa de V. Dominguez; disponível na Biblioteca Brasiliana Mindlin (link: http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01818710); vol. II, Madri: Imprensa de J. Del Rio, 1857; disponível na Biblioteca Brasiliana Mindlin (link: http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01818720).
1858: Vespuce et son premier voyage ou notice d’une découverte et exploration primitive du Golfe du Mexique et des côtes des États-Unis en 1497 et 1498, avec le texte de trois notes de la main de Colomb. Paris: Bulletin de la Société de Geographie, 31 p.
1865: Amerigo Vespucci: son caractère, ses écrits (même les moins authentiques), sa vie et des navigations... Lima: Imprimerie du Mercurio, 119 p.
1871: História das lutas com os holandeses no Brasil desde 1624 a 1654. Viena: Imp. De Carlos Finsterbeck, xxix + 365 p.; nova edição melhorada e acrescentada: Lisboa: Tip. De Castro Irmão, 1872 (edições subsequentes no Brasil).
1873: “Primeiras explorações da costa brasileira de 1501 a 1506” (páginas inéditas da 2a edição da História Geral do Brasil). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo XXXVI, 3ro. trimestre, p. 55-63.
1876: L’Origine Touranienne des Américains Tupis-Caribes et des Anciens Egyptiens... Viena: Librairie Faesy & Frick.
1877: Historia Geral do Brazil, antes da sua separação e independência de Portugal. Pelo Visconde de Porto Seguro, Natural de Sorocaba. 2a edição, 2 vols.; Muito aumentada e melhorada pelo autor. Viena: Imprensa do filho de Carlos Gerold, 1877; disponível na Biblioteca Brasiliana Mindlin (link: http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01819210).
1877: A questão da capital: marítima ou no interior?. Viena: C. Gerold, 32 p.; edição fac-similar: Brasilia: Thesaurus, 1978.

1916: História da Independência do Brasil, até ao reconhecimento pela antiga metrópole..., Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo LXXIX, P. I.
1938: História da Independência do Brasil, até ao reconhecimento pela antiga metrópole..., Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 175.

1961: Correspondência Ativa (org. de Clado Ribeiro Lessa), Rio de Janeiro: INL.
1975: História Geral do Brasil. São Paulo: Melhoramentos.
2005: Missão nas Repúblicas do Pacífico: 1863 a 1867, Rio de Janeiro: Funag; introdução de Arno Wehling.
2013: “Memorial Orgânico”, edição atualizada por Arno Wehling; in: Raquel Glezer e Lucia Guimarães (coords.), Francisco Adolfo de Varnhagen, Rio de Janeiro: Fundação Miguel de Cervantes, p. 160-201.


Seleção de obras sobre Varnhagen:

Abreu, J. Capistrano de (1908). Capítulos de História Colonial (1500-1800). Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, domínio público (disponível: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000062.pdf; acesso em 2/05/2016).
Cezar, Temístocles (2007). “Varnhagen em Movimento: breve antologia de uma existência”. In TOPOI: Revista do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ.  Rio de Janeiro: IFCS-UFRJ, v. 8, nº 15, jul-dez., p. 159-207.
Fleury, Renato Sêneca (1978). Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro: biobibliografia do Pai da nossa História. Rio de Janeiro: Edição do Autor.
Fontes, Armando Ortega (1945). Bibliografia de Varnhagen. Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores, Comissão de Estudo dos Textos da História do Brasil.
Governo do Distrito Federal (1987). Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil – Relatório Cruls. Brasília. GDF.
Horch, Hans (1982). Francisco Adolfo de Varnhagen: subsídios para uma bibliografia. São Paulo: Editoras Unidas (505 trabalhos arrolados).
Iglésias, Francisco (2000). Historiadores do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Janke, Leandro Macedo (2009). Lembrar para Mudar: O Memorial Orgânico de Varnhagen e a Constituição do Império do Brasil como uma Nação Compacta, Rio de Janeiro: Dissertação de Mestrado defendida na PUC-Rio, orientador: Ilmar Rohloff de Mattos (disponível: http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=15063@1; acesso em 20/12/2015).
Lacombe, Américo Jacobina (1967). “As ideias políticas de Varnhagen”, Revista do IHGB, n. 175.
Lessa, Clado Ribeiro de (org.) (1961); Varnhagen, Francisco Adolfo de. Correspondência Ativa. Rio de Janeiro: INL.
_______ (1954). “Vida e Obra de Varnhagen – 3º Capítulo”. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, nº 255, p. 120-293.
Magalhães, Basílio de (1928). Francisco Adolfo de Varnhagen. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional.
Odália, Nilo (1997). As Formas do Mesmo: ensaios sobre o pensamento historiográfico de Varnhagen e Oliveira Vianna. São Paulo: Fundação Editora da Unesp.
_______ (1979). Varnhagen. São Paulo: Ática.
Oliveira Lima, Manuel de (1903). Elogio de Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro, discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/oliveira-lima/discurso-de-posse, acesso em 05/04/2016).
Pimentel, José Vicente de Sá (2013). Pensamento Diplomático Brasileiro. Brasília: Funag, 1o. vol.: capítulo sobre Varnhagen, a cargo de Arno Wehling.
Reis, José Carlos (1999). As identidades do Brasil. De Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.
Porto Seguro, Xavier de Varnhagen, Vicomte de (1896). Mémoires de Xavier de Porto-Seguro / recueillis et mis en ordre, par Hippolyte Buffenoir. Paris: Aux Bureaux de la Revue de la France Moderne (disponível: http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5557409v; acesso: 2/05/2016).
Reis, José Carlos (2006). As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 8a. ed.; Rio de Janeiro: Editora da FGV.
Vieira, Celso (1923). Varnhagen, o homem e a obra. Rio de Janeiro: Álvaro Pinto Editor (conferência promovida pelo Instituto Varnhagen e realizada no Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 1923)
Wehling, Arno (1999). Estado, História, Memória. Varnhagen e a construção da identidade nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
__________ (2002). “Varnhagen, história e diplomacia”. In: Costa e Silva, Alberto (org.) O Itamaraty na cultura brasileira. Rio de Janeiro” Francisco Alves.
_________ (2005). Introdução. Atuação diplomática de Varnhagen no Peru, Chile e Equador, in Francisco Adolfo de Varnhagen. Missão nas Repúblicas do Pacífico: 1863 a 1867, Rio de Janeiro: Funag, p. 7-28.
_________ (2013). “O conservadorismo reformador de um liberal: Varnhagen, publicista e pensador político”, in: Guimarães, Lucia Maria Paschoal; Glezer, Raquel (coords.). Varnhagen no Caleidoscópio. Rio de Janeiro: Fundação Miguel de Cervantes, p. 160-201.
_________ (2013). “Uma proposta para o Brasil em meados do século XIX”, Carta Mensal. Rio de Janeiro: Confederação Nacional do Comércio, julho, p. 3-17.
_________ (2013). “Francisco Adolfo de Varnhagen (Visconde de Porto Seguro): pensamento diplomático”, In: José Vicente Pimentel (org.), Pensamento Diplomático Brasileiro: Formuladores e Agentes da Política Externa (1750-1964). Brasília: Funag, 2013, 3 vols.; vol. 1, p. 195-226 (disponível: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=507&search=Pensamento+Diplom%C3%A1tico+Brasileiro).

domingo, 10 de abril de 2016

Brazil in Transition? OK, but for WHAT? - livro de Lee Alston, Marcus A. Melo, Bernardo Mueller & Carlos Pereira

O problema dos livros de análise muito contemporânea, que não observam o necessário recuo para ver se determinados itinerários são consistentes, é que eles acabam sendo desmentidos pela realidade antes mesmo de serem lançados.
Acho que esta é a tragédia deste livro:
bookjacket

Brazil in Transition: Beliefs, Leadership, and Institutional Change
Lee J. Alston, Marcus André Melo, Bernardo Mueller & Carlos Pereira

 Os autores, segundo a sua própria introdução -- primeiro capítulo disponível neste link: http://press.princeton.edu/chapters/s10745.pdf -- acreditavam (até o final de 2013 ou o começo de 2014 provavelmente) que o Brasil se encontrava num caminho virtuoso de desenvolvimento econômico e político, com um processo de inclusão fiscalmente responsável.

A apresentação é igualmente otimista: "Brazil's growth and inflation became less variable, the rule of law strengthened, politics became more open and competitive, and poverty and inequality declined."

Se eles tivessem esperado mais um pouco -- e os sinais precursores daquilo que eu chamo de A Grande Destruição já tinham começado a se manifestar desde o final da década passada -- eles teriam constatado como tudo isso era fugaz, ilusório e sobretudo totalmente errado. Eles não perceberam, desde o Mensalão (2004-2005), que o partido hegemônico era uma organização criminosa? Que o Estado de Direito estava em declínio, em face de todas as ilegalidades perpetradas pelo partido neobolchevique? Que as bases econômicas da inclusão social eram muito precárias?

Eu posso selecionar dezenas de artigos meus, desde meados dos anos 2000, para demonstrar como o Brasil não podia crescer, como as políticas econômicas eram equivocadas, como as instituições estavam sendo minadas por dentro, e como a prevalência do Estado de Direito era uma completa ficção.

Os "endorsements", por alguns autores até famosos nesse terreno, são patéticos, vistos a uma distância de pouco mais de um ano. Como especialistas desse quilate podem se deixar levar por esse falso otimismo?; como eles não viram as bases frágeis do regime de poder e de políticas econômicas do lulopetismo em acão? Foram enganados pelos autores do livro ou pela propaganda do regime? Em lugar da "emergency of a new Brazil", como um desses apoiadores escreve, o que temos agora é a sobrevivência do velho Brasil, só que em lugar dos coroneis de antigamente temos os novos mafiosos da política.

 Lamento pelo livro e pelos seus autores, mas eles vão ter de preparar uma segunda edição, corrigindo todo o falso otimismo demonstrado nesta edição.

Paulo Roberto de Almeida

 bookjacket

Brazil is the world's sixth-largest economy, and for the first three-quarters of the twentieth century was one of the fastest-growing countries in the world. While the country underwent two decades of unrelenting decline from 1975 to 1994, the economy has rebounded dramatically. How did this nation become an emerging power? Brazil in Transition looks at the factors behind why this particular country has successfully progressed up the economic development ladder. The authors examine the roles of beliefs, leadership, and institutions in the elusive, critical transition to sustainable development.
Analyzing the last fifty years of Brazil's history, the authors explain how the nation's beliefs, centered on social inclusion yet bound by orthodox economic policies, led to institutions that altered economic, political, and social outcomes. Brazil's growth and inflation became less variable, the rule of law strengthened, politics became more open and competitive, and poverty and inequality declined. While these changes have led to a remarkable economic transformation, there have also been economic distortions and inefficiencies that the authors argue are part of the development process.
Brazil in Transition demonstrates how a dynamic nation seized windows of opportunity to become a more equal, prosperous, and rules-based society.
Lee J. Alston is the Ostrom Chair, professor of economics and law, and director of the Ostrom Workshop at Indiana University, as well as research associate at the NBER. Marcus André Melo is professor of political science at the Federal University of Pernambuco, Brazil. Bernardo Mueller is professor of economics at the University of Brasília. Carlos Pereira is professor of political science at the Brazilian School of Administration at the Getúlio Vargas Foundation, Rio de Janeiro.






 
Google full text of our books:
     


bookjacket

Brazil in Transition:
Beliefs, Leadership, and Institutional Change
Lee J. Alston, Marcus André Melo, Bernardo Mueller & Carlos Pereira

Hardcover | May 2016 | $39.50 | £29.95 | ISBN: 9780691162911
280 pp. | 6 x 9 | 21 line illus. 3 tables.
Add to Shopping Cart
eBook | ISBN: 9781400880942 |
Our eBook editions are available from these online vendors
Endorsements | Table of Contents
Chapter 1[PDF] pdf-icon
Brazil is the world's sixth-largest economy, and for the first three-quarters of the twentieth century was one of the fastest-growing countries in the world. While the country underwent two decades of unrelenting decline from 1975 to 1994, the economy has rebounded dramatically. How did this nation become an emerging power? Brazil in Transition looks at the factors behind why this particular country has successfully progressed up the economic development ladder. The authors examine the roles of beliefs, leadership, and institutions in the elusive, critical transition to sustainable development.
Analyzing the last fifty years of Brazil's history, the authors explain how the nation's beliefs, centered on social inclusion yet bound by orthodox economic policies, led to institutions that altered economic, political, and social outcomes. Brazil's growth and inflation became less variable, the rule of law strengthened, politics became more open and competitive, and poverty and inequality declined. While these changes have led to a remarkable economic transformation, there have also been economic distortions and inefficiencies that the authors argue are part of the development process.
Brazil in Transition demonstrates how a dynamic nation seized windows of opportunity to become a more equal, prosperous, and rules-based society.
Lee J. Alston is the Ostrom Chair, professor of economics and law, and director of the Ostrom Workshop at Indiana University, as well as research associate at the NBER. Marcus André Melo is professor of political science at the Federal University of Pernambuco, Brazil. Bernardo Mueller is professor of economics at the University of Brasília. Carlos Pereira is professor of political science at the Brazilian School of Administration at the Getúlio Vargas Foundation, Rio de Janeiro.
Endorsements:
"Possibly the biggest thing we don’t understand in social science is how and why a society moves from one institutional equilibrium to another. To tackle this you need history, economics, political science, sociology, and psychology. This pathbreaking book on the emergence of a new Brazil incorporates all of these and more."--James Robinson, coauthor of Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity, and Poverty
"In contrast to the conventional wisdom that attributes development to geography, policies, culture, and luck, the authors of Brazil in Transition persuasively show that the transformation of institutions and beliefs, the role of leadership, and the seizing of opportunities account for Brazil’s economic performance during the last few decades. This is a powerful framework and argument, elaborated intensively for the Brazilian case, but clearly appropriate to other developing economies around the world."--Kenneth Shepsle, Harvard University
"This book makes the optimistic case for the future of democracy, showing how an autocratic, cronyistic regime can transform itself into a democracy that combines a long-term focus on social inclusion with rational economic policy. An accessible, learned, and compelling account."--Charles Calomiris, coauthor of Fragile by Design: The Political Origins of Banking Crises and Scarce Credit
More Endorsements
Table of Contents
Series:
Subject Areas:
Shopping Cart:
  • For ebooks:


Our eBook editions are available
from these online vendors:


  • Amazon Kindle Store
  • Apple iBooks
  • Intel Education Study eBook Store

  • Many of our ebooks are available through
    library electronic resources including these platforms:


  • Books at JSTOR
  • Ebrary
  • Ebook Library
  • EBSCO Ebooks
  • MyiLibrary
  • Dawsonera (UK)

  • For hardcover/paperback orders in United States, Canada, Latin America, Asia, and Australia
     Hardcover : $39.50 ISBN: 9780691162911Add to shopping cart
    View contents of your shopping cart

    For hardcover/paperback orders in Europe, Africa, the Middle East, India, and Pakistan
     Hardcover : £29.95 ISBN: 9780691162911Add to shopping cart
    View contents of your shopping cart
    Prices subject to change without notice
    File created: 4/7/2016
    Questions and comments to: webmaster@press.princeton.edu
    Princeton University Press