Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Os companheiros contra os trabalhadores: esfolam-nos com seus impostos...
OK, camaradas: o socialismo chegou de verdade na Venezuela: falta papel higiênico...
Depois de tantas idas e voltas entre Polônia, RDA, Tchecoslováquia, Hungria, e o que mais existia, eu perguntava ao Pedro se ele sabia qual era a diferença entre socialismo e capitalismo, e ele, sem hesitar, me disse triunfante:
" -- Ah! agora eu já sei: socialismo é quando falta papel higiênico e a privada não funciona!"
Batata! O que eu tentava explicar em termos marxistas, pedantes, uma criança de 4 anos descobriu na hora, na mais simplória das constatações. E o socialismo era aquilo mesmo: faltava não só papel higiênico, mas qualquer produto essencial, e claro, todos os produtos supérfluos.
O que é que tinha no socialismo? Bem, tinha repolho, alguns chorizos, batata doce, repolho, vagens amanhecidas, latas raras de legumes búlgaros, repolho, algumas batatas (mas eram horríveis), cerveja, que a vida não existe sem cerveja, vodka russa, mais repolho e uns sapatos de mulher que pareciam coturnos do exército soviético. Estou exagerando, mas era mais ou menos isso. Só podia dar no que deu...
Pois bem. Como vocês podem constatar pela matéria abaixo, a Venezuela já chegou, finalmente, ao socialismo triunfante, não sei se do século 21, mais provavelmente do século 18, mas que ela chegou ao socialismo, isso sim, chegou e como!, justamente faltando o produto definidor por excelência do socialismo, segundo meu filho Pedro, nos seus quatro aninhos inocentes...
Se falta papel higiênico, vocês podem ter certeza: estamos no socialismo...
Mais gozado ainda é o título escolhido pelo meu amigo Maurício David, que me mandou a matéria, para explicar a grande estratégia do socialismo bolivariano: proteger os fundilhos...
Eis o seu título:
Pois eu aposto que, com os seus petrodólares, os bolivarianos vão fazer melhor do que os hermanos cubanos.
Maurício David:
O lulismo petrolifero e seus crimes economicos (2) - Reinaldo Azevedo
A submissão da política petrolífera do Brasil aos preconceitos estúpidos dos companheiros trouxeram um enorme prejuizo ao Brasil, que hoje se vê obrigado a importar petróleo e derivados de petróleo, inclusive etanol subsidiado dos EUA, quando antes se pensava processar os EUA na OMC por sua política subvencionista e protecionista do etanol de milho.
O atraso foi imenso, as perdas bilionárias, a promiscuidade da política com a Petrobrás foi criminosa, e os responsáveis estão aí. Miseráveis.
Paulo Roberto de Almeida
Pois é… E por que o governo ficou cinco anos sem fazer leilão nenhum? Ah, porque a palavra de ordem era substituir o antigo modelo de concessões pelo de partilha, que passou a vigorar no caso do pré-sal. E o país ficou parado, sem fazer leilão nenhum. Agora fez. E, por incrível que pareça, seguiu o mesmo modelo que vigorava no governo FHC: o de concessão. As empresas se interessaram e pagaram um ágio grande. Essas áreas licitadas ontem não têm nada a ver com o pré-sal, mas um modelo contaminou o outro.
Indio de araque quer ganhar no apito da Funai - Reinaldo Azevedo
Paulo Roberto de Almeida
O lobby indigenamente correto está tentando ligar a atuação de Gleisi a uma eventual candidatura ao governo do Paraná em 2014. Se será candidata ou não será, não sei. Tem o direito de pleitear. Ser ou não ser candidata não muda o resultado do estudo feito pela Embrapa. A presença indígena nas 15 áreas do Paraná que a Funai quer demarcar é uma fraude.
Facilitacao de diplomas, so' o do proprio Ministro da Educacao...
Estarrecedor, para dizer o mínimo...
Paulo Roberto de Almeida
Limpando o governo dos incompetentes ou distraídos...
President Obama announced Wednesday that Steve T. Miller, the acting commissioner of the IRS, had resigned in the wake of the controversy over the IRS's targeting of conservative groups. In an angry statement in the White House, Obama said the IRS’s actions were “inexcusable and Americans are right to be angry about it and I’m angry about it.” He added, “I will not tolerate this type of behavior in any agency but especially the IRS given the power it has and the reach it has.”
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Na verdade, nem foi o chefão quem cometeu a irregularidade, mas nos EUA, quando um responsável de área se defronta com alguma irregularidade em seu órgão, ou ele se demite, ou é demitido, como acaba de acontecer com o equivalente do Leão brasileiro, a Receita Federal americana.
Assim são as democracias: implacáveis com irregularidades.
Mas isso é nas democracias...
E isso é o que se chama de accountability.
Paulo Roberto de Almeida
Economistas, esses eternos embromadores - Portal José Roberto Afonso
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Politica Externa do Brasil - mais alguns trabalhos de Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida
Salafismo em ascensao no norte da Africa - Tarek Osman
But the city was Tunis, and the protestors were Tunisians. One of the Arab world's most progressive societies, with one of the most active civil society environments in the entire Arab world, and a notable history of gender equality and secularism, is clearly witnessing the rise of an assertive socio-political force that defines itself exclusively under a strict religious frame of reference. The scale of these marches -and various other forms of assertiveness-and the frequency with which they take place indicate that this trend is far from marginal or dismissible.
In Egypt's last parliamentary election, Salafist parties won about a quarter of the votes. Amid the polarization that the country is currently witnessing, several Salafist voices and parties are increasingly influential in the political sphere. And the rise of Salafism is also taking place in Morocco, Algeria, Libya, Syria, Sudan, and in other Arab countries.
Salafism's traditional approach of trying to "purify" their societies from what they consider impurities that have been imposed on them will not resonate with the almost 200 million Arabs under thirty-five years of age, whose priorities are largely economic, not ideological, and who are mostly ill-disposed to indoctrination. Salafism's ability to evolve in the culturally richest parts of the Arab world-become capable political forces as opposed to missionaries, and locally integrated players as opposed to harbingers of purely Islamic identities-will be its fundamental challenge."
Lulismo petrolifero foi um crime economico contra o Brasil
Demorou demais
O totalitarismo indisfarcavel dos stalinistas saudosistas - Marco Antonio Villa
A universidade brasileira no pantano: revalidacao de diplomas estrangeiros - Joaquim Miranda
A China perdeu a paciencia com seu enfant terrible? - Financial Times
terça-feira, 14 de maio de 2013
Entre o conformismo e a lucidez - Rodrigo Constantino
Inflacao ou desvalorizacao dos doutorados Honoris Causae?
Quando doutorados honoris causa são distribuídos a go-go, às pencas, sem qualquer critério de qualidade e excelência acadêmica, apenas e tão somente, pura e simplesmente, por razões da mais baixa política, podemos ter certeza de uma coisa: essas universidades estão caminhando aceleradamente para a mediocridade acadêmica e a mais explícita demagogia sectária.
Que vergonha deve sentir algum cientista famoso, que passou a vida em laboratórios, lutando para fazer alguma grande contribuição para a humanidade, ao ver que um político mentiroso recebe, não um ou dois, mas oito doutorados HC juntos?
Está na hora de devolver o seu, e pedir para não se juntar aos novos recipiendários em qualquer cerimônia oficial.
A América Latina confirma suas piores expectativas...
Paulo Roberto de Almeida
O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá na próxima quinta-feira (16/05), em Buenos Aires, com a chefe de Estado argentina, Cristina Kirchner e, no dia seguinte, receberá título de Doutor Honoris Causa de oito universidade do país.
Na quinta-feira, na Argentina, às 18h30, Lula participará em Buenos Aires da inauguração da UMET (Universidade Metropolitana do Trabalho), junto com Cristina. Na manhã do mesmo dia, em Mendoza (oeste do país), o ex-presidente fará uma palestra em evento da multinacional Telefônica.
Na sexta-feira, às 10h30, o chefe de Estado brasileiro receberá, no Senado argentino, títulos de doutor Honoris Causa de oito instituições de ensino superior no país: Universidad Nacional de Cuyo; Universidad Nacional de San Juan; Universidad Nacional de Córdoba; Universidad Nacional de La Plata; Universidad Nacional de Tres de Febrero; Universidad Nacional de Lanús; Universidad Nacional de San Martín; e Flacso (Facultad Latino-americana de Ciencias Sociales).
Durante seus dois mandatos consecutivos (2003-2007 e 2007-2011), Lula incentivou as relações entre Brasil e Argentina e desenvolveu uma grande amizade com o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010, ex-marido e antecessor de Cristina.
Imperios e ditaduras costumam cair por motivos mais prosaicos quegrandes batalhas
Kirchner pediu a empresários que comprassem veículos de imprensa
Afirmação foi feita por Miriam Quiroga, ex-secretária e amante do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, em depoimento à Justiça nesta terça-feira
Miriam Quiroga (Reprodução)A ex-secretária e amante de Néstor Kirchner, Miriam Quiroga, disse à Justiça argentina nesta terça-feira que ouviu o ex-chefe pedir a seus colaboradores que comprassem veículos de comunicação. Miriam compareceu a um tribunal em Buenos Aires escoltada por policiais e prestou depoimento por mais de quatro horas. Ela afirmou ter presenciado uma reunião de Kirchner com os empresários kirchneristas Cristóbal López e Rudy Ulloa Igor - que foi motorista do presidente antes de se tornar empresário. No encontro, Néstor Kirchner pediu claramente aos colaboradores: “comprem veículos”, contou.Segundo o jornal Clarín, a ex-secretária mencionou reuniões do ex-presidente com outros dois empresários aliados, Lázaro Báez e Enrique Eskenazi, ex-dono da petrolífera YPF. Também prometeu entregar "agendas e cd’s" que comprovam as informações. Miriam virou testemunha na investigação sobre uma possível associação ilícita entre empresários e funcionários do governo, depois de uma entrevista concedida ao programa Periodismo para Todos (Jornalismo para Todos) - um dos poucos programas da TV aberta na Argentina que ainda ousam informar a população sobre as irregularidades do governo.No programa, ela contou que, quando trabalhava na Casa Rosada, via o presidente receber sacolas de dinheiro oriundo de operações ilegais. Segundo ela, Cristina Kirchner "sabia de tudo". Citando fontes judiciais, o Clarín informou que este tema não foi abordado na audiência desta terça, porque é objeto de outro processo.Lázarogate - Báez, pivô do escândalo apelidado de “Lázarogate”, compareceu inesperadamente à justiça em Santa Cruz nesta terça para rejeitar as acusações contra ele. “Como pessoa de bem que sou, vim da forma mais enérgica rejeitar essas afirmações”, disse. “Visto que minha honestidade, minha conduta empresarial e minhas relações foram colocadas em dúvida, venho me colocar à disposição desta jurisdição para poder dar explicações que possam esclarecer de uma vez por todas que eu não participei da realização de qualquer ato fora da lei”.Lázaro Báez, sócio do casal Kirchner em negócios imobiliários e dono de uma empreiteira que realizava obras públicas em Santa Cruz, província que é reduto político dos Kirchner, é acusado de lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras públicas e evasão de divisas.
Politica economica no Brasil: relaxe e... deixe deteriorar - Celso Ming
Rédeas frouxas
Até agora, o governo vinha garantindo que observaria o superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) da ordem de 3,1% do PIB (cerca de R$ 156 bilhões). Mas o secretário do Tesouro, Arno Augustin, já passou o recado de que o governo pretende gastar mais e, nessas condições, desistir, ao menos provisoriamente, desse superávit.
Já no ano passado, os tais 3,1% do PIB passaram por manobras contábeis esquisitas que, na prática, baixaram o superávit para 2,4% do PIB. Preocupado com a paradeira da economia, a decisão de sacrificar a austeridade parece irremediavelmente tomada.
Trata-se de grave erro, por duas razões. Primeira, porque o diagnóstico do governo está equivocado e o problema que procura resolver com mão mais solta deve se agravar. Segunda, porque a deterioração fiscal tira capacidade do governo de fazer políticas. Mas isso precisa de mais explicação.
O diagnóstico da área econômica é de que há falta de demanda por bens e serviços, que deve ser atacada com estímulos ao consumo. Essa percepção está errada, o consumo está forte. As vendas ao varejo avançam à velocidade de 7% ao ano, o mercado de trabalho aquecido assegura reajustes de salário acima de sua produtividade e o crédito cresce a 17% ao ano.
É a oferta que não acompanha a demanda - e não o contrário -, porque o sistema produtivo vai perdendo competitividade. O resultado é o aumento da inflação e das importações. Quer dizer, a elevação das despesas públicas não acaba com a distorção.
Esse ponto de vista equivocado é reforçado por um keynesianismo torto, que busca destravar o sistema produtivo por meio da gastança. Lá no governo, eles preferem chamar de políticas anticíclicas.
Quanto mais frouxas forem as rédeas do governo, menos espaço passa a ter para outras políticas. Não dá para baixar os juros, porque a inflação não deixa. Não dá para desvalorizar a moeda (aumentar as cotações do dólar) para conferir mais competitividade à indústria, também porque a inflação não deixa. E não dá para incrementar os investimentos do setor público porque a expansão das despesas correntes (gastos de custeio) não deixa sobras (poupança).
Em outras palavras, em vez de tirar flexibilidade de ação, a condução equilibrada das contas públicas aumenta a força e a capacidade de realização do governo. Essa não é a única vantagem. Contas públicas equilibradas e baixo nível de endividamento dão previsibilidade à economia e estimulam investimentos privados.
Não é por acaso que, apesar dos reiterados apelos, o governo Dilma não vem sendo capaz de liberar o chamado espírito animal do empresário brasileiro, que o levaria a desengavetar projetos de expansão e de contratação de mão de obra.