domingo, 2 de junho de 2013

Existem asilos e asilos: alguns sao mais asilos do que outros... - Editorial Estadao


Evo testa Dilma

Editorial O Estado de S.Paulo, 02 de junho de 2013
O espantoso caso de Roger Pinto Molina, o opositor boliviano que está refugiado na embaixada brasileira em La Paz, completou um ano na terça-feira passada. Certo da tibieza do governo petista no trato com o presidente Evo Morales, que na última década tem desafiado o Brasil à vontade sem sofrer nenhuma consequência, o governo da Bolívia continua a negar a concessão de um salvo-conduto a Molina para que ele atravesse a fronteira e possa usufruir o asilo político que recebeu da presidente Dilma Rousseff. Mais uma vez, Morales testa os compromissos ideológicos do governo petista com o "bolivarianismo", movimento em nome do qual o Brasil vem aceitando, docilmente, a arrogância dos vizinhos bolivarianos.
Dilma acertou ao conceder o asilo a Molina, senador que se refugiou na Embaixada do Brasil para não ser preso. O político é acusado pelo governo boliviano em mais de 20 processos que envolvem corrupção, participação num massacre de índios e conspiração para derrubar Morales. Molina nega tudo e se diz perseguido político. Começou a sofrer o assédio oficial depois de ter acusado um auxiliar direto de Morales de ser corrupto e de estar ligado ao narcotráfico. Considerando-se a tradição bolivariana de inventar denúncias contra seus adversários, para tirar a oposição do campo político e jogá-la no noticiário policial, Molina tem razão por temer por seu destino.
É da tradição brasileira conceder asilo a perseguidos políticos, sejam quais forem suas convicções ideológicas e sem considerar o mérito das acusações que estejam sofrendo. Dilma apenas seguiu o manual. A resposta a essa decisão, no entanto, veio na forma da intransigência de Evo Morales, que não vê problema nenhum em arriscar as relações com o Brasil quando lhe convém. Basta lembrar a ocupação militar de uma refinaria da Petrobrás, em 2006, liderada por Morales. Na ocasião, o Brancaleone andino não só não foi admoestado pelo governo Lula como ainda recebeu sua solidariedade, enquanto a Petrobrás contabilizava prejuízo bilionário.
O caso do senador Molina expõe a leniência e o duplo padrão moral da diplomacia petista quando se trata de enfrentar as desabridas atitudes dos bolivarianos. O opositor boliviano, de 53 anos, enfrenta há um ano duras condições de vida dentro da embaixada. Vive num espaço de cerca de 20 metros quadrados no primeiro andar do prédio e não pode sair para tomar sol. Foi proibido pelo Itamaraty de receber visitas de amigos e de correligionários e não pode conceder entrevistas.
O Ministério das Relações Exteriores argumenta que as restrições seguem a Convenção de Caracas, que normatiza a concessão de asilo diplomático e diz, em seu artigo 18, que os asilados não podem "praticar atos contrários à tranquilidade pública, nem intervir na política interna do Estado territorial". No entanto, não houve o mesmo zelo legal quando o bolivariano Manuel Zelaya, presidente deposto de Honduras, se refugiou na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, em 2009. Durante os quatro meses em que Zelaya permaneceu no prédio, ele recebeu visitas as mais diversas, incitou simpatizantes à rebelião, deu entrevistas e denunciou a "ditadura" hondurenha, sem que fosse repreendido.
No caso de Molina, seu advogado, que acusa a diplomacia brasileira de fazer "corpo mole", pediu ao STF que mande o Itamaraty fornecer a seu cliente um carro do corpo diplomático para que ele possa deixar a Bolívia, independentemente da concessão de salvo-conduto. Enquanto isso, parlamentares governistas sugerem que Morales está usando os 12 corintianos presos desde fevereiro pela morte de um torcedor boliviano como moeda de troca para pôr as mãos em Molina. Há também a possibilidade, proposta pela Bolívia, de que Molina receba permissão para ir ao Peru, mas não está claro se ele receberia garantias de que de lá não seria repatriado.
Em qualquer desses casos, será inadmissível se Dilma se dobrar às chantagens bolivianas e não exigir garantias críveis de que Molina não será entregue a seus algozes.

As "umanidadis" na construcao do comunismo: belo exemplo da mediocridade academica

Em nome da liberdade acadêmica, nossos cursos de "Ciências Humanas" (aspas triplas) têm abrigado alguns absurdos grotescos. O que vai abaixo foi revelado pelo Klauber Pires:

Libertatum, 01 Jun 2013 01:50 PM PDT

Que as universidades brasileiras se converteram nas últimas décadas em centros de propagação das ideologias e mitologias da esquerda é fato que hoje ninguém mais ignora. O que muita gente não sabe é que a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) abriga, oficialmente, um “Centro de Difusão do Comunismo”.
Não é piada, não. Vejam aqui.

O Centro de Difusão do Comunismo (CDC) está vinculado ao curso de Serviço Social da UFOP, e desenvolve (ou desenvolvia até 2012), sob a coordenação do Prof. André Luiz Monteiro Mayer, dois projetos de extensão: a Liga dos Comunistas e a Equipe Rosa Luxemburgo. O primeiro (que tem, ou teve, apoio do CNPq) se apresenta como um “núcleo de estudo e pesquisa sobre o movimento do real, referenciado à teoria social de Marx e à tradição marxista”; e o segundo como um grupo “de Debate e Militância Política Anticapitalista”.
Não se trata, portanto, de um centro destinado a estudar o comunismo. O CDC existe para difundi-lo. Seu objetivo é “lutar por uma sociedade para além do capital!”
A Liga dos Comunistas da UFOP possui, é claro, um Manifesto, que termina assim:
A Liga dos Comunistas vem manifestar a sua radical opção: desejamos a morte das relações sociais impostas pelo capital; lutaremos pela sua ruína e superação com todas as armas que forem possíveis; e esperamos poder contribuir com a emancipação humana, rumo a outro modelo de sociedade "para além do Capital", no qual as relações sociais serão construídas para atender as necessidades básicas, material e espiritual, do ser social.
Morte ao Capital!
O problema é que, em vez do Capital -- que continua aí, firme e forte, alimentando os Andrés Luízes da vida --, o que os comunistas mataram foi gente de carne e osso. Uns 100 milhões, mais ou menos, só no séc. XX.
Agora deem uma olhada no currículo do Prof. André Luiz Monteiro Mayer (dados informados pelo próprio):
Militante Comunista. Doutor em Serviço Social pela UFRJ (Concentração em Teoria Social). Professor do Curso de Serviço Social da UFOP. Coordenador do Programa: Centro de Difusão do Comunismo (CDC-UFOP) com quatro ações vinculadas: (...) Tem experiência na área de assessoria aos movimentos sociais e nas seguintes áreas de ensino: teoria social, pesquisa, serviço social (projeto pedagógico). Debate principalmente os seguintes temas: capital, relações sociais, reificação, comunismo, serviço social (fundamentos teórico-metodológicos da vida social).
Pelas aulas que dá e pela militância que desenvolve na UFOP -- uma universidade pública, mantida com dinheiro de impostos pagos por toda a população --, o Prof. André Mayer recebe, de acordo com o Portal da Transparência, R$ 8.839,53 por mês.

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Alegres e risonhos na construção do comunismo. Certamente merecem ganhar uma ou duas passagens (ou tantas quantas quiserem dar), para cortar cana em Cuba, ou trabalhar na Coreia do Norte...
Paulo Roberto de Almeida

CDC – UFOP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
PRO-REITORIA DE EXTENSÃO – PROEX
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL – ICSA
CENTRO DE DIFUSÃO DO COMUNISMO (CDC – UFOP)
 APRESENTAÇÃO
O CDC-UFOP é um PROGRAMA vinculado à PROEX, com 04 ações de extensão articuladas para estudar, debater e realizar a crítica à ordem do capital.
OBJETIVO
Lutar por uma sociedade para além do capital!
ATIVIDADES
O CDC – UFOP articula suas ações em 02 projetos de extensão e 02 cursos de extensão e conta com a participação de 20 bolsistas.
1 – Liga dos Comunistas – Núcleo de Estudos Marxistas (CNPQ/UFOP) (projeto)
2 – Mineração e exploração dos trabalhadores na região da UFOP (curso)
3 – Equipe Rosa Luxemburgo. Grupo de debate e militância anticapitalista. Responsável pela coordenação do CDC (projeto)
4 – Relações sociais na ordem do capital. As categorias centrais da teoria social de Marx (curso) 
* As atividades são gratuitas, abertas à comunidade e realizadas duas vezes ao ano no ICSA (Mariana), com editais no início de cada semestre.

Liga dos Comunistas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP
PRÓ-RETORIA DE EXTENSÃO – PROEX
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL – ICSA 
LIGA DOS COMUNISTAS. NÚCLEO DE ESTUDOS MARXISTAS 
APRESENTAÇÃO
Liga dos Comunistas. Núcleo de Estudos Marxistas (CNPQ) é um PROJETO vinculado ao PROGRAMA CENTRO DE DIFUSÃO DO COMUNISMO (CDC – UFOP). Pretende ser um núcleo de estudo e pesquisa sobre o movimento do real, referenciado à teoria social de Marx e à tradição marxista.
JUSTIFICATIVA
Aberto à participação de alunos, professores e funcionários da UFOP e aos trabalhadores da região, a construção de um núcleo de estudo vinculado à tradição que se inspira em Marx e que defende o comunismo tem um objetivo seminal: a transformação da realidade. Nesse momento histórico e determinado, essa realidade é dominada por um “sistema de controle do metabolismo social” específico, o capital.
METODOLOGIA
Através do núcleo de estudos, realizar encontros quinzenais para leitura de textos de Marx e da Tradição marxista sobre o “movimento do capital”, seguidos de debate sobre o tema, além de incentivar a investigação científica (pesquisa), a produção de artigos e a divulgação em eventos e revistas.

Equipe Rosa Luxemburgo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP
PRO-REITORIA DE EXTENSÃO – PROEX
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL – ICSA
EQUIPE ROSA LUXEMBURGO
APRESENTAÇÃO
Equipe Rosa Luxemburgo é um PROJETO vinculado ao PROGRAMA CENTRO DE DIFUSÃO DO COMUNISMO (CDC – UFOP) e se propõe a ser um Grupo de Debate e Militância Política Anticapitalista, com especial apoio ao movimento dos trabalhadores da mineração na região e às lutas próprias à educação na UFOP. Cabe à Equipe Rosa Luxemburgo a coordenação do PROGRAMA CDC – UFOP.
JUSTIFICATIVA
Existe na região de abrangência da UFOP um significativo número de trabalhadores na área da mineração que tem o direito de receber apoio da UFOP para fortalecer suas lutas. Dentro da UFOP também, alunos, professores e funcionários tem o direito de receber apoio em suas reivindicações.
 METODOLOGIA
- Formação de uma equipe de debate anticapitalista que envolva estudantes, professores, funcionários e trabalhadores da região da UFOP.
- Apoio ao movimento dos trabalhadores e suas ações públicas.
- Encontros semanais para monitoramento do PROGRAMA CDC – UFOP (planejamento e avaliação das ações a serem desenvolvidas).
 

  
    
    

Curso Mineração e Exploração

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP
PRO-REITORIA DE EXTENSÃO – PROEX
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL – ICSA
CURSO DE EXTENSÃO: MINERAÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS TRABALHADORES NA REGIÃO DA UFOP
* EM PARCERIA COM O SINDICATO METABASE INCONFIDENTES – MARIANA.

Bye-bye Humanidades, alo (des)Umanidadis: a academia brasileira a caminho do brejo...

Transcrevo o post abaixo não por qualquer motivação pró ou anti-gay. Não tenho nada a ver com essa causa, embora ache que eles fazem um pouco de barulho demais para menos de 10% da população (é o que me dizem os entendidos, e os intendidus...). Para mim eles podem casar à vontade e transmitir heranças entre eles, respeitados os direitos de outros familiares por acaso envolvidos, em algum momento, com a construção do patrimônio familiar (pois é, tem um monte de enrustido que sai do armário muito mais tarde do que deveria, mas compreendo essas coisas também). Mas sou contra, por exemplo, a adoção geral pelos casais gays, deixando aos juízes decidir caso a caso, embora eu mesmo acredite que nenhum juiz tem o direito de impor a uma criança, indefesa, psicologicamente frágil, essa experiência de ter de explicar na escola que seus país são, como diz o jornalista abaixo, Zézinho e Zezinho, ou Joaninha e Joaninha, o que inevitavelmente converterá essa criança em objeto de riso ou até dessa coisa que agora chamam (estupidamente, reconheço) de bullying.
Também acho que essas paradas gays descambam facilmente para o ridículo, quando não para o grotesco, o que eles justamente dizem que querem evitar da parte dos outros, mas acabam se oferecendo no plateau dos estereótipos mais bizarros que se possa pensar. Tem, em SP, esse incômodo maior de bloquear o acesso a hospitais das cercanias da Avenida Paulista, o que é uma crueldade com quem não tem nada a ver com essa parada ridícula.
Pois bem, não tenho nada contra os gays, mas acho que eles fazem muito barulho por pouca coisa.
Mas a postagem abaixo não tem nada a ver com isso.
Ela se destina apenas a comprovar (como se isso fosse preciso, ainda) como a Universidade brasileira descamba para um grotesco pior que uma parada gay, como revelado no "estudo" absolutamente esquizofrênico dessa economista, que de economista não tem nada, e apenas pretende servir a uma das causas politicamente corretas (e estúpidas) das chamadas Humanidades, que no Brasil já viraram (des)umanidadis, de tão ruim que anda o campo.
Realmente, a coisa está assumindo proporções tão amplas, que se eu fosse do CNPq pediria a um comitê que examinasse a fundamentação teórica e os objetivos práticos desses projetos que pretendem provar que todos nós, heterossexuais, somos preconceituosos, e apenas a malta é virtuosa.
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo, 2/06/2013

São Paulo realiza hoje mais uma edição da Parada Gay. A imprensa militante — isto é, a antigamente chamada “grande imprensa” — fala em até 3,5 milhões de pessoas, o que é uma sandice. No ano passado, o Datafolha mediu o público com critérios técnicos: os anunciados 2 milhões se reduziram a 270 mil, considerando os curiosos que ocupam as calçadas. “Paradeiros” mesmo, que fizeram todo o percurso, estimou-se, ficaram em torno de 65 mil. Ainda assim, é bom notar, é bastante gente! Mas não são 2 milhões, certo? Isso é número que serve à propaganda, justificando, ainda que com dados falsos, o peso editorial desproporcional que jornais, TVs e meios eletrônicos conferem ao evento.
Ao longo da semana, publicaram-se várias reportagens de apoio: o mercado consumidor gay e a renda dessa faixa da população; a indústria do entretenimento gay em São Paulo; os preparativos e coisa e tal. Bem, tudo é mais ou menos a mesma coisa. As pautas ficam arquivadas, e aí é só atualizar o texto com entrevistados novos. Eis que, no Estadão (e ninguém deveria se surpreender mais com isso) deste domingo, uma reportagem foge da mesmice e informa: “Diversidade é maior entre casais gays”. É claro que há certa graça involuntária num título — ou terá sido picardia? — que informa ser maior a diversidade de um casal em que o Zezinho se casa com o Zezinho, não com a diversa Joaninha…
É que se falava de uma outra diversidade, a social!!! Ah, bom! Os subprodutos, agora supostamente acadêmicos, da cultura gay já ultrapassaram o limite da busca por aceitação e igualdade. Chegou a hora de provar a superioridade moral, intelectual e política da homossexualidade, no confronto com o que se passou a chamar de “heteronormatividade”. Qual e o busílis da reportagem, assinada por Luciano Bottini Filho e William Castanho? Prestem atenção!
Uniões de homossexuais registrariam maior variação de idade entre os parceiros (58,59% contra 45,96% dos héteros), de escolaridade (43,33% contra 37%) e de cor (36,74% contra 29,76%). Os dados foram coligidos pela economista Fernanda Fortes de Lena, da Universidade Federal de Minas Gerais. Nisso é gasto o nosso dinheiro… Bem, bem, bem… Como explicar, não é?
Qualquer pessoa dotada de um mínimo de raciocínio matemático — seja hétero, gay, bi ou assexuado — entende de imediato a razão de as coisas serem assim: como o universo em que os gays podem escolher seus parceiros é absurdamente mais reduzido do que aquele em que os héteros fazem as suas opções, então a condição obrigatória (ser gay) acaba tornando menos importantes as condições ligadas ao mero gosto (idade parecida, mesma escolaridade ou mesma cor da pele). Ora, a condição exclusiva do universo em que os héteros selecionam potenciais parceiros é mais ampla do que a condição excludente — logo, eles podem partir para as exigências seguintes com muito mais chances de sucesso. Com os gays, dá-se o contrário: a condição excludente é muito maior do que a exclusiva, e o universo das escolhas se reduz dramaticamente.
O mesmo se daria — prestem atenção! — se viciados em Chicabon decidissem se casar só com outros viciados em Chicabon. Seria preciso deixar de lado outros critérios para, como dizia meu avô, “arrumar tampa pra binga” — a expressão quer dizer “achar o devido complemento”. Não estou comparando sexualidade com gosto por sorvete. Estou apenas deixando claro que, quanto menor o universo em que incide a condição necessária, mais se tende a relaxar nas condições meramente satisfatórias.
“Ciência” militante
Não, não, não! Se a coisa é óbvia, a chance de que seja aceita em certas áreas da universidade brasileira é muito reduzida. A tal economista Fernanda Fortes de Lena prefere extrair da evidência dos fatos uma lição de educação, moral e civismo: “Os casais gays, em razão de suas características de associação de cor e escolaridade, contribuem menos para a transmissão de desigualdades na estrutura social”. AHHH, BOM!!!
Sabem aquela ideia antiga de que, afinal de contas, a heterossexualidade responde, vá lá, pela continuidade da espécie? Esqueçam. Os héteros contribuem mesmo é para “transmitir a desigualdade na estrutura social”. A afirmação desta gigante do pensamento traz alguns desdobramentos lógicos, a saber:
a: quanto mais casais gays, então, menos desigualdade na estrutura social;
b: o incentivo à formação de casais gays seria um estímulo à igualdade;
c: mas esperem… Imaginemos, sei lá, uma cidade formada por milhões de gays de todos os tipos: jovens, velhos, ricos, pobres, negros, brancos, mestiços, universitários, secundaristas… Falo de um lugar em que houvesse um exponencial aumento da oferta de parceiros. Será que essa dita “diversidade” maior de manteria? Ora…
A psicóloga Adriana Numan até ensaia a resposta correta — a população reduzida de homossexuais limita as escolhas —, mas, depois, fica com medo do óbvio e solta uma pérola do politicamente correta: “Os gays não precisam copiar os modelos dos heterossexuais; eles criam suas próprias regras”. É? Quais regras? União civil, casamento e adoção de crianças, tudo indica, significa justamente “copiar as regras”, não é? Até mesmo nos casos de inseminação artificial. Mas atenção para o que vem agora.
“Há preponderância da valorização da diferença no universo homossexual, e não falta de escolha. Entre os heterossexuais, existe um ideal romântico, no qual o homem deve ser um pouco mais velho, e as uniões devem obedecer a certos padrões. Existem orientações culturais, como se fossem fantasias coletivas.”
Quem afirma essas barbaridades é uma senhora chamada Regina Facchini, antropóloga do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Huuummm… Entendi! Os heterossexuais participam de uma fantasia coletiva, orientadas pela cultura. Por alguma razão que a antropóloga deve saber, mas não conta para ninguém, os homossexuais estariam imunes a esse determinismo cultural. Não sei se a dona colabora com a causa. Passa a impressão de que o indivíduo decidiu escolher alguém do mesmo sexo só para demonstrar que não é desses que se deixa levar pela maioria… Se ela estiver certa, a gente deve acreditar que uma mulher escolhe um homem um pouco mais velho porque é uma tonta romântica; já o gay que casa com um parceiro mais maduro o faz para deixar claro que valoriza a diversidade. Escrevo de novo: quando a Joaninha se casa com o Zezinho, está apenas reproduzindo a mesmice sem imaginação; se, no entanto, o Zezinho pega o Zezinho, e a Joaninha, a Joaninha, aí, sim, existe diversidade!!!
Evangélicos
No dia 25 do mês passado, aconteceu no Rio a “Marcha para Jesus”, promovida por denominações evangélicas. Reuniu, segundo estimativas da própria polícia, 500 mil pessoas. Digamos que tenha sido a metade. É muita gente mesmo assim. O evento foi solenemente ignorado pela antiga grande imprensa. Era como se aquilo não tivesse acontecido. As marchas da maconha em São Paulo ou no Rio, que juntam entre 1 mil e 1,5 mil manifestantes, sempre mereceram cobertura mais ampla e mais entusiasmada — e invariavelmente a favor. No dia 5, na quarta-feira, denominação cristãs — e os católicos também estão sendo convidados — realizarão em Brasília, a partir das 15h, outra manifestação, desta feita em defesa da liberdade de expressão, da liberdade religiosa, da família tradicional e da vida — leia-se: contra o aborto. Também será ignorada? Vamos ver.
Antes que alguns bobalhões comecem a “bobalhar”, deixo claro: não estou contra passeata de ninguém — embora seja um absurdo realizar o ato gay na Paulista por razões óbvias. Chegar a pelo menos dez hospitais da região se torna tarefa impossível. Cada um faça o que achar melhor, nos limites da lei. A minha questão diz mais respeito à imprensa do que aos manifestantes; diz respeito aos fatos. Ah, sim: o Félix da novela ficou inconsolável com essa parte da “igualdade social”…

Farm subsidies benefit members of the Congress - Wall Street Journal

Corey Bowles
The Wall Street Journal, June 1, 2013

Fifteen members of Congress received federal agricultural subsidies in 2012, according to data released Friday, mostly from a program that could soon be eliminated by legislation now before the Senate.
The federal payments to the lawmakers—13 Republicans and two Democrats—ranged from $339 to Rep. Randy Neugebauer (R., Texas) to $70,574 to Rep. Stephen Fincher (R., Tenn.). The data were released by the Environmental Working Group, a liberal research group, based on an analysis of data released by the U.S. Department of Agriculture.
Associated Press
Rep. Doug LaMalfa (R., Calif.), left, speaks with Rep. Cheri Bustos (D., Ill.), right, before a May House Agriculture Committee hearing on the farm bill under consideration.
The payments to all but two of the lawmakers were well above the average of $604 paid to the lowest-subsidized 80% of farmers between 1995 and 2012, the group said. The group eliminates the largest 20% of farm payments in its average, saying their size skews the result. Agricultural subsidies are awarded based on a farm's acreage and crop yields of previous years.
Most of the lawmakers got the payments because either they or their spouse owns an interest in a family farm. The farm owned by Mr. Fincher and his wife, Lynn, is in Halls, Tenn.
The release of the data comes as Senate lawmakers look to start floor debate this coming week on a farm bill that authorizes $1 trillion in spending over 10 years and reauthorizes a range of federal agricultural policies, including payments and subsidies to farmers, as well as funding for renewable energy and conservation programs.
The Senate bill would end direct payments to farmers, a decades-old program that sends money to certain farmers regardless of their farm's current crop yield, market prices or the farmer's economic circumstances.
The Senate bill envisions many farmers shifting to federal crop-insurance programs, which generally provide protection against adverse weather conditions, such has floods or drought. A small but growing number of farmers also purchase insurance providing protection against loss of revenue.
Backers of the bill say this would lead to a more market-based system, where farmers receive federal assistance when times are tough.
The lion's share of spending authorized in the bill would go to nutrition programs for lower-income Americans, known as food stamps. A clash between the House and Senate over the nutrition funding seems likely, as the Senate would pare the cost of the program by $4 billion over a decade, compared with $20 billion in cuts approved by the House Agriculture Committee.
Mr. Fincher and another House Republican who received farm payments, Rep. Doug LaMalfa of California, are members of the agriculture panel. Both voted for the House version of the farm bill, including the food-stamp cut, when the panel considered it in May. Like the Senate legislation, the House bill would wind down direct payments to farmers while making changes to other programs offering support to farmers.
According to the Environmental Working Group data, Mr. LaMalfa received $62,857 in federal farm-subsidy payments last year, the second-highest amount of any lawmaker.
In a statement released by his office, Mr. Fincher said that farm programs are "in need of major reform. I voted immediately to remove direct payments." A spokesman for Mr. LaMalfa said the lawmaker has long opposed the farm-subsidy system and voted to end direct payments.
Sen. Michael Bennet (D., Colo.), one of two Democratic senators to receive farm payments, got $2,107 last year, according to the group's data. A spokesman for Mr. Bennet said the senator donated the money to charity.
The figures from the Environmental Working Group don't include federal payments toward farmers' cost of crop insurance, which isn't released publicly by the federal government.
This is the first time the group released data for a single year. Previously, it released data cumulatively for subsidies received by lawmakers since 1995.
Write to Corey Boles at corey.boles@dowjones.com
A version of this article appeared June 1, 2013, on page A4 in the U.S. edition of The Wall Street Journal, with the headline: Lawmakers' Farm Subsidies Draw Focus.

China e Trinidad-Tobago: o elefante e a joaninha... curioso

O que podem empreender juntos um país que deve representar algo como 300 vezes o tamanho econômico, a importância mundial e o potencial geopolítico do seu pequeno sócio caribenho?
Deve haver algo não esclarecido na matéria, provavelmente algo a ver com facilidades financeiras e de investimentos, dirigidos a um outro gigante da região...
Paulo Roberto de Almeida


Xi seeking 'new, strong vitality' in Trinidad ties

Source: Xinhua  |   2013-6-2  |     NEWSPAPER EDITION
President Xi Jinping and his wife Peng Liyuan arrive in Port of Spain, Trinidad and Tobago, in heavy rain on Friday night.

VISITING Chinese President Xi Jinping said yesterday he was confident that his visit to Trinidad and Tobago will "inject new and strong vitality into ties" between the Caribbean nation and China.

Xi met his counterpart of Trinidad and Tobago Anthony Carmona yesterday to discuss further cooperation between China and the Caribbean nation.

Xi arrived in Port of Spain late Friday for a state visit to Trinidad and Tobago, the first by a Chinese president since the two countries established diplomatic relations in 1974.

The two presidents were expected to exchange views on the further development of bilateral ties and all-round cooperation.

Following the meeting, Xi was scheduled to hold talks with Prime Minister Kamla Persad-Bissessar. The leaders were to witness the signing of cooperation deals by representatives of the two countries.

"I look forward to having in-depth exchange of views on bilateral relations and international and regional issues of mutual interest with President Anthony Carmona, Prime Minister Kamla Persad-Bissessar and other leaders of Trinidad and Tobago," Xi said in a written statement issued upon his arrival in Port of Spain Friday.

"I am confident that with our joint efforts, my visit will achieve full success and inject new and strong vitality into the growth of friendly relations between our two countries," he said.

Xi would also hold bilateral meetings in Port of Spain with the leaders of Antigua and Barbuda, Barbados, the Bahamas, Dominica, Grenada, Guyana, Suriname and Jamaica, all of which are Caribbean countries with diplomatic ties with China, according to Chinese officials.

Xi said that he looks forward to discussing bilateral ties with the leaders and exploring together ways to boost cooperation. 

"I believe that with the concerted efforts of all participants, these meetings will be successful and elevate the friendly relations and cooperation between China and Caribbean countries to a new level," he said.

Trinidad and Tobago is an important partner of China in the English-speaking Caribbean region. The two countries advanced to a friendly and cooperative relationship of mutual benefit and development in 2005.

Two-way trade stood at US$449 million in 2012, according to official figures.

From Port of Spain, the Chinese president will travel to Costa Rica and Mexico for state visits.

Xi said ahead of the trip that he had "full confidence in the prospects of China-Latin America relations."

While there is "a vast ocean between China and Latin America, our hearts are closely linked," Xi told regional media outlets.

After his Latin American tour, Xi will fly to California for a summit meeting with US President Barack Obama on Friday and Saturday. 

The China-US summit will be the first of its kind since both nations completed their most recent leadership transitions.

Brasil dos companheiros: um pais sem lei, sem ordem, sem vergonha - Reinaldo Azevedo

Leiam o original no site, para ler as inserções de jornais como imagens:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/chega-vamos-fugir-daqui-deixemos-o-brasil-para-os-peles-vermelhas-da-funai-os-peles-verdes-da-marina-e-os-padres-de-tacape-que-as-vastas-solidoes-se-inundem-de-sapos-e-pererecas-coaxando-eternidad/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+ReinaldoAzevedo+%28Reinaldo+Azevedo%29
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo, 1/06/2013

Reportagem publicada no Estadão deste sábado sobre o conflito entre índios e forças policiais no Mato Grosso do Sul dá conta do surrealismo legal, político e até moral em que se encontra a questão. Não! Não há nada de errado com a reportagem de Daiene Cardoso e João Naves de Oliveira. Está tudo tecnicamente no lugar. O que está desarrumado é o Brasil. Reproduzo e comento alguns trechos. Acompanhem.

Muito bem! Agora que há um morto, a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar uma reunião de emergência. Sábia decisão. Os cadáveres, no Brasil, têm o dom de apressar as autoridades. Desde que foi vaiada numa solenidade no Mato Grosso do Sul, a presidente percebeu que algo não ia bem por ali. E convocou a ministra Gleisi Hoffmann para pensar uma alternativa. Ela fez o seu trabalho e concluiu o óbvio. A Funai, sozinha, não tem como cuidar da questão indígena. O problema de Mato Grosso do Sul é, aliás, uma criação do órgão, subordinado ao Ministério da Justiça. Em 2010, com o poder olímpico que lhe é conferido, a Funai decidiu ampliar a área considerada reserva indígena. E terras que não viam um penacho há mais de século passaram a ser revindicadas por índios de calça jeans e cocares comprados em camelôs, já que a maioria não caça nem pesca há muitas décadas.
Releiam o trecho. Com orientação do Planalto, informa-se, a Funai decidiu lastimar o decisão judicial, que garantiu a reintegração de posse. Vai ver a Justiça fez isso porque, segundo a lei em vigor, a fazenda Buriti tem dono. A Funai resolveu declarar a terra área indígena, mas, por enquanto, a lei diz que ela pertence à família Bacha, que está lá há quase… NOVENTA ANOS! 

Atenção! Tão logo a Funai e os padres de tacape do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) perceberam que a mamata poderia acabar e que outros setores do governo passariam a acompanhar a questão, as invasões começaram a se acelerar, num claro trabalho de sabotagem. É bom lembrar que um dos responsáveis por incentivar a guerra de índios contra proprietários é Paulo Maldos, assessor de Gilberto Carvalho e ex-marido da atual presidente da Funai. Esse tal é o encarregado do “diálogo” com movimentos sociais. Há quem já o tenha ouvido dizer que não descansa enquanto as reservas indígenas não ocuparem pelo menos 25% do território brasileiro. Hoje, pouco mais de 300 mil índios já se adonam de 13% do Brasil. Em 27,7%, estepaiz, como diria aquele, produz a carne e os alimentos que engordam os nossos pobres e salvam o país da bancarrota. Agora leiam isto.

É mesmo o fim do mundo. Notem como o legal e o ilegal se estreitam num abraço insano, e parece já não haver mais a diferença entre uma coisa e outra. Então os índios querem saber se a bala pertence à polícia ou a um dos seus, numa admissão clara, que já não é mais nem tácita, de que estavam armados mesmo e de que atiraram. Ou por outra: eles decidiram invadir uma área que a Justiça diz que ainda não lhes pertence de trabuco na mão. Muito bem! Digamos que a bala pertença à Polícia Federal ou à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. E daí? Que se faça a devida apuração, mas o fato é as duas integram o sistema de segurança que tem o direito legal ao uso da força. E se a bala tiver partido da arma de algum índio? Aí acontece o quê? Nada! Sigamos, que os absurdos vão se adensar.

Há um monte de coisas sendo informado acima, embora vocês são estejam lendo. Então desentranho o que ali vai. De saída, pode-se dizer que, evidentemente, empregou-se um número de homens insuficiente para cumprir a ordem judicial. Como se nota, o confronto produziu um morto, mas a ação foi ineficaz. Os índios desocuparam a área e a reocuparam em seguida, numa tática que o MST costuma usar, embora prefira, no mais das vezes, evitar o choque armado. Invade, vem a decisão judicial, eles saem, mas voltam — e aí é preciso haver uma nova ordem de reintegração de posse.
Atenção! Os índios não foram desarmados, nem os que participaram do conflito nem os que não participaram. Isso quer dizer que se estabelece, assim, um novo limiar para os conflitos nessa natureza: passarão a ser exercidos a bala mesmo. Coletes dos policiais foram atingidos por tiros. Não fosse a proteção especial, poderia ter morrido mais gente.
Cardozo, o Garboso, a cuja pasta está subordinada a Funai, participou da reunião. Também a Polícia Federal é sua subordinada. E é ele quem decide quando é necessário o uso da Força Nacional de Segurança, que pode oferecer ao governo do estado. A questão indígena é de competência federal, e o ministro não precisaria nem mesmo da concordância do governador para apelar a esse recurso.
Associo o ministro, pela pose, àqueles cavalos de parada de solenidades cívicas — que não servem para corrida, tração, montaria, nada mesmo; só desfile. Apareceu no Jornal Nacional, mas para falar sobre a segurança do Maracanã, a Copa das Confederações, esses assuntos mais alegres. Os proprietários rurais, que estão sendo esbulhados, e índios, que estão sendo manipulados por lideranças suspeitas, de cara pálida ou não, que se danem! Por enquanto, só a ministra Gleisi Hoffmann parece ter percebido o tamanho do problema. Tentou atuar. Isto afirmo eu: foi sabotada pela Funai, pela Secretaria-Geral da Presidência (por intermédio de Paulo Maldos, homem de Gilberto Carvalho) e, como sempre, pelos padres de tacape, que substituíram o Cristo na Cruz pelo trovão.  No momento, está em curso uma luta armada no país!

Como a lei não se cumpre mesmo e como a Funai e os padres pintados de urucum fazem o que bem entendem, então resta invadir outras fazendas, criando as situações de fato. Atenção! O Brasil é um dos poucos países do mundo em que uma invasão ilegal de propriedade não pode ser resolvida pela força policial. Por aqui, é necessário que a Justiça determine a reintegração de posse. Os ditos “progressistas” acham pouco. Eles querem que, antes dessa decisão do juiz, haja ainda uma outra instância de negociação, que reúna representantes dos invasores e dos invadidos, que então se igualariam, ambos como partes legítimas da contenda. É… No país em que o uso legítimo e o ilegítimo de armas letais se misturam, faz sentido não distinguir proprietário de invasor, certo?
Em outro texto do Estadão, de Roldão Arruda, desta feita francamente favorável aos índios e hostil aos proprietários rurais, postos no mesmo saco de gatos de madeireiros e posseiros e tratados como sabotadores do nobre trabalho da Funai, informa-se que há 359 territórios indígenas completamente definidos e que 45 outros já foram homologados pela Presidência. O conflito de Sidrolândia pertence a um outro grupo de 212 territórios onde as demarcações estão sendo discutidas. Para por aí? Não! Há mais 339 pedidos de demarcação. Vejm bem, leitor amigo: aquelas 359 áreas já resolvidas correspondem a 13% do território brasileiro. Caso se façam todas as vontades, a elas se acrescentariam,  por enquanto, outras… 596!!! Depois falta resolver o problema dos quilombolas…

As reivindicações todas, claro!, miram terras produtivas. Relembro um número que já dei aqui: descontadas as áreas de preservação permanente — sim, também será preciso contemplar a fúria demarcatória dos ambientalistas —, toda a pecuária e toda a agricultura brasileira são produzidas em 27,5% do território brasileiro — pouco mais do dobro do que se destina hoje às reservas indígenas, onde não se produz um pé de mandioca. Quem frequenta praias do Litoral Norte, em São Paulo, passa à beira de uma reserva indígena, às margens da rodovia Rio-Santos. Os guerreiros estão com suas barraquinhas armadas à beira da estrada, vendendo palmito, ilegalmente extraído, e bromélias… É o que a Funai entende por preservação dos povos tradicionais…

Vamos fechar Banânia! Os brancos voltamos para a Europa; os amarelos, para a Ásia, os negros, para a África. Os mestiços podem tentar negociar — talvez servir de mão de obra escrava aos “racialmente puros”, sei lá… Vamos devolver ao Brasil aos índios, deixando as vastas solidões para menos de um milhão de pessoas e para os sapos, as pererecas e os bagres da Marina Silva. A propósito: por que os ambientalistas fazem questão de ignorar a óbvia degradação do meio ambiente nas reservas indígenas? Já sei: ambientalista bom é aquele que briga com o agronegócio — ou não aparece nenhuma ONG estrangeira, geralmente ligada a produtores rurais americanos ou europeus, para financiá-los, né? Como, em regra, os índios não produzem nada e não precisam competir com ninguém — vivem de cesta básica, Bolsa Família e extração ilegal de madeira e minérios —, por que mexer com eles?
Chega de Banânia! Vamos embora deste lugar, gente! Não é que não haja por aqui um povo empreendedor. Mas é chato esse negócio de tentar produzir comida tendo de enfrentar os peles-verdes, os peles-vermelhas e os caras de pau.

Brasil dos companheiros: o pais da mentira - Augusto Nunes


Augusto Nunes, 1/06/2013

Incumbida de identificar os responsáveis pelo sábado espantoso, a Polícia Federal já desperdiçou duas semanas com investigações tão necessárias quanto o Ministério da Pesca. Alguns agentes gastaram tempo e verbas na perseguição à maquiavélica  empresa de telemarketing que nunca existiu. Outros seguem interrogando beneficiários do Bolsa-Família: querem saber por que sacaram antes da hora, mais precisamente no dia 18, o dinheiro depositado pela Caixa antes da hora – e colocado à disposição da freguesia pelo menos desde o dia 17. É como perguntar a uma vítima da seca por que bebeu mais cedo a água do carro-pipa que chegou mais cedo.
Escalado para impedir o esclarecimento do episódio, José Eduardo Cardozo tem interpretado com muita aplicação o papel de Inspetor Clouseau que fala dilmês. “Não é um delito fácil de ser investigado por força da atuação difusa em todo o território nacional”, pontificou na primeira cena. Na segunda, ficou alguns segundos em silêncio de sábio chinês antes de deslumbrar os jornalistas com a mistura de concisão e sagacidade: “Nenhuma hipótese pode ser descartada”.
Na terceira cena, Cardozo esvaziou o estoque de advérbios para emitir um parecer de sherloque doidão: “Evidentemente houve uma ação de muita sintonia em vários pontos do território nacional, o que pode ensejar a avaliação de que alguém quis fazer isso deliberadamente, planejadamente, articuladamente”. Numa única frase, quatro palavras terminadas em “mente”. Quatro rimas pobres para gente que mente.
Se o governo efetivamente pretendesse desvendar a gestação da corrida aos guichês de pagamento da mesada, é na Caixa que a Polícia Federal estaria em ação. Se os homens da lei quiserem de fato enquadrar vilões, é lá que estão homiziados. A operação que terminou com um tiro no pé foi concebida e executada pelos diretores da instituição, todos nomeados ou mantidos no cargo por Dilma Rousseff.
Os companheiros da Caixa teriam evitado a onda de saques e sobressaltos se tivessem guardado uma gota do oceano de publicidade enganosa para comunicar aos interessados que a distribuição dos donativos fora antecipada. Por motivos ainda ignorados, optaram pelo adjutório secreto. Na sexta-feira, alguns clientes do Bolsa-Família descobriram que o dinheiro chegara antes da data aprazada. Transmitiram a boa notícia a parentes, amigos e vizinhos, que passaram adiante a informação. A coisa ganhou volume e o estouro da boiada aconteceu no dia seguinte.
Como o governo lulopetista jamais perde uma chance de acrescentar outro capítulo ao espetáculo do cinismo encenado há mais de dez anos, o Brasil que pensa foi afrontado durante cinco dias pelo recomeço da Ópera dos Malandros. A procissão de mentiras foi aberta pelo presidente da Caixa, Jorge Hereda. Caprichando na pose de pronto-socorro dos aflitos, ele jurou que tivera de montar um esquema de emergência para distribuir pelos postos de pagamento, ainda no sábado, os R$ 2 bilhões de maio.
“É algo absurdamente desumano”, encolerizou-se a presidente. “O autor desse boato é criminoso”. Lula enxergou por trás de tudo a mão de “gente do mal”. O ex-jornalista Rui Falcão ficou à beira do chilique com o “terrorismo eleitoral”. A tuiteira Maria do Rosário acusou a “central de boatos da oposição” de espalhar rumores dando conta do fim iminente do maior programa oficial de compra de votos do mundo.
A verdade só escapou de mais assassinatos porque a Folha de S. Paulo provou que a liberação dos recursos do Bolsa-Família fora autorizada antes do sábado. Desmascarada a farsa, Jorge Hereda apelidou a delinquência de “erro” e transferiu a culpa para um subordinado que teria decidido mudar a data do pagamento sem consultar o chefe. Mesmo na mixórdia em que a Caixa se transformou desde que se subordinou a interesses político-partidários, ninguém ousaria montar uma operação bilionária sem o aval do presidente – que não se atreveria a endossá-la sem o amém da presidente.
Apesar disso, ou por isso mesmo, Dilma fez questão de comunicar à nação que nenhum dos envolvidos na história muito mal contada ficará desempregado. “A diretoria é formada por técnicos íntegros e comprometidos com as diretrizes da CEF, com seus clientes e com os beneficiários de programas tão importantes para o Brasil como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida”, avisou a nota oficial divulgada pelo Planalto.
Baiano de Salvador, o arquiteto e urbanista Jorge Hereda tem tanta intimidade com assuntos bancários quanto Lula com o plural. Coerentemente, a equipe de “técnicos íntegros”que comanda produz proezas como a que inspirou a nota do jornalista Carlos Brickmann: No tumulto do Bolsa-Família, a Caixa descobriu que 692 mil famílias têm dois cadastros e recebem dois auxílios (talvez seja por isso que, como disseram à TV, haja quem compre jeans de R$ 300 para a filha e pingue mensalmente algum na poupança). Custo do pagamento ilegal? R$ 100 milhões por mês.
“Nos governos do PT há os incapazes e os capazes de tudo”, afirmou o deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista. “Maria do Rosário talvez seja os dois tipos: uma incapaz capaz de tudo”. O dirigente tucano teria formulado um diagnóstico irretocável se examinasse mais atentamente a fauna no poder. Alguma degeneração genética provocou a fusão das duas categorias. Hoje só há marias-do-rosário. Todos são ineptos sem pudores nem limites.
A Polícia Federal pode dispensar-se de continuar investigando o que houve no sábado delirante. Foi só mais uma realização dos incapazes capazes de tudo.

A importancia de ler livros: uma chinesa relata sua experiencia - Lisa Bu


Lisa Bu: How books can open your mind

Um depoimento simples, direto, emocionante, no TED.Vejam:


What happens when a dream you've held since childhood … doesn't come true? As Lisa Bu adjusted to a new life in the United States, she turned to books to expand her mind and create a new path for herself. She shares her unique approach to reading in this lovely, personal talk about the magic of books.
Lisa Bu has built a career helping people find great stories to listen to. Now she tells her own story. 
Lisa Bu has built a career helping people find great stories to listen to. Now she tells her own story.

Why you should listen to her:

At TED's annual staff retreat, everyone has to get up and talk about something -- either about work, or about something interesting from their own lives. In fall 2012, our own Lisa Bu prepared a talk about her love of reading. And our quiet, funny and efficient Content Distribution Manager simply brought down the house, with a story that's too good not to share. We are thrilled and proud that Lisa is the first TED staffer ever to be invited to speak on the mainstage at the TED Conference.

Born and raised in Hunan, China, Lisa Bu has been with TED since 2011. Before that, she spent seven years as a talk show producer and a digital media content director at Wisconsin Public Radio. She's also a computer programmer, with a PhD in journalism and an MBA in information systems from the University of Wisconsin-Madison, as well as a BA in Chinese from Nanjing University in China.
"To participate is to say 'yes' to life, to join the force of life."
Lisa Bu, on voting for the first time

sábado, 1 de junho de 2013

O Brasil a caminho de uma crise cambial - Celso Ming

Flutua, mas nem tanto

Celso Ming
O Estado de S.Paulo, 01 de junho de 2013

Quem tomou ao pé da letra as últimas declarações do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central de que o câmbio voltou a ser flutuante deve estar decepcionado.
Ontem pela manhã, quando a cotação atingira R$ 2,147, o Banco Central interveio. Anunciou um leilão de venda no mercado futuro (swap cambial). E foi o que ainda limitou o fechamento à alta de apenas 1,75%. (Ao lado, os rastros das cotações do dólar no câmbio interno.)
Aí há dois pontos de análise: as causas da disparada e o resultado prático.
Tudo começou dia 22, quando Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) preparou os espíritos para uma virada de sua política monetária.
Hoje, o Fed despeja US$ 85 bilhões na compra de títulos no mercado financeiro. A operação conhecida como afrouxamento quantitativo (quantitative easing) objetiva criar condições para a retomada da atividade econômica dos Estados Unidos, prostrada pela crise. Desacelerar ou suspender (ainda não está claro) a operação implica emissão de menos dólares do que o esperado e, portanto, valorização em relação às outras moedas. Foi a principal razão pela qual o dólar ganhou força nos mercados e, com ele, reduziram-se as cotações das mercadorias negociadas na moeda, sobretudo commodities e ouro (veja o Confira).
O movimento coincidiu com a percepção mais forte de deterioração da economia brasileira: mais inflação, crescimento decepcionante do PIB no primeiro trimestre e, fator relativamente novo, aumento do rombo das contas externas. Esse último está caracterizado pelo avanço do déficit em Conta Corrente, onde são contabilizadas entradas e saídas de moeda estrangeira no comércio de mercadorias e serviços e nas transferências ao/do exterior. É o melhor indicador para avaliar necessidades futuras de moeda estrangeira. Em quatro meses, o rombo saiu de 2,4% para 3,0% do PIB.
Isso não é tudo. A ênfase do ministro Guido Mantega e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que não interviriam mais no câmbio havia sido entendida como aviso de que o governo tem especial interesse na desvalorização do real, com o objetivo aparente de melhorar a competitividade do setor produtivo, principalmente da indústria.
A atitude de Mantega e de Tombini não foi dizer que "câmbio é assunto sobre o qual as autoridades não falam". Nem foi reafirmar que, no Brasil, continua em vigor o regime de "flutuação suja". Foi garantir que não haveria intervenção, a não ser para evitar excessiva volatilidade dos fluxos (entrada e saída de dólares), o que não aconteceu.
Independentemente do que dizem as autoridades, o leilão de ontem mostra que há limites para a desvalorização do real. Elas não olham só para a premência de garantir competitividade à indústria. Temem que uma disparada cambial turbine a inflação e ponha muito a perder.
Qual é o limite? Provavelmente, nem elas sabem. Mas já dá para avaliar que, se persistir, apenas a alta de maio pode ser suficiente par a puxar em 0,4 ponto porcentual a inflação dos próximos meses.
O governo parece desnorteado com a piora dos fundamentos da economia.

O Brasil a caminho de uma crise fiscal...

Quanto antes ela chegar, melhor, pois permitiria que o governo corrigisse as orientações de política econômica antes da crise de transações correntes, que também se avizinha...
Paulo Roberto de Almeida

Déficit público vai a R$ 132,2 bilhões e é o segundo pior da história

Eduardo Cucolo e Adriana Fernandes


O Estado de S.Paulo, 31 de maio de 2013

A combinação de aumento de gastos, arrecadação em baixa e inflação em alta elevou o déficit público para R$ 132,2 bilhões nos 12 meses encerrados em abril. É o segundo pior valor das estatísticas do Banco Central.
Esse déficit, chamado nominal, é o que faltou para zerar a diferença entre a conta de juros, que foi de R$ 218 bilhões no mesmo período, e o dinheiro economizado por União, Estados e municípios para pagar a dívida pública - o chamado superávit primário, que ficou em R$ 85,8 bilhões.
Mesmo com a redução da taxa básica de juros (Selic) iniciada em 2011, os gastos com juros da dívida pública se mantiveram praticamente estáveis. Isso porque alguns títulos que compõem o endividamento são antigos e foram emitidos com taxas elevadas. Além disso, há papéis cujo valor é corrigido conforme a inflação, que tem se mantido alta desde 2010.
Ao mesmo tempo, o superávit primário continua em trajetória de queda, por causa da atividade mais fraca da economia e das medidas de aumento de gastos e redução tributária para alguns setores. Em 2013, a economia do setor público deve ficar novamente abaixo de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), nível que serviu de meta nos últimos anos.
Nos 12 meses encerrados em abril, por exemplo, a economia é de 1,89% do PIB e as previsões do mercado são de queda para um nível ainda menor neste ano. Nas estatísticas do BC, porcentuais abaixo disso só foram registrados no segundo semestre de 2009, em plena crise.
Segundo o BC, o superávit primário tem mostrado tendência de baixa este ano. No primeiro quadrimestre, a economia do setor público recuou 32% ante o mesmo período de 2012, para R$ 41 bilhões. Os gastos com juros praticamente dobraram, com valor recorde de R$ 80,3 bilhões. Com isso, o déficit das contas públicas somou R$ 39,2 bilhões entre janeiro e abril, também o maior valor da série histórica iniciada em 2001.
O chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, afirmou que a trajetória do superávit primário no ano é de redução e destacou que a economia feita em abril, de R$ 10,3 bilhões, é o pior resultado para o mês desde 2004. Sazonalmente, abril é um mês de resultados bons, pois é um período de ingresso de receitas com Imposto de Renda (IR), pessoa física e jurídica.
Questionado sobre a piora nas contas públicas, afirmou que esse é um indicador que está fora da área de controle do BC, que é responsável apenas por medir o resultado. Na semana passada, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, afirmou que o a política fiscal hoje é expansionista, ou seja, funciona neste momento como estímulo à demanda.
Antes da crise de 2008, o bom momento da economia levou o déficit público ao menor nível da história, 1,35% do PIB para um período de 12 meses. Hoje, o rombo nas contas de União, Estados e municípios está em 2,92% do PIB. Para Felipe Salto, da consultoria Tendências, a deterioração observada nos números do setor público soma-se à piora nas contas externas do País, que também apresentam déficit próximo de 3% do PIB.
"Os resultados fiscais e de contas externas do primeiro quadrimestre, portanto, são negativos para o cenário de crescimento e apontam para a redução das possibilidades de variações reais minimamente elevadas para a atividade econômica doméstica a médio prazo. Dificilmente, será possível levar à frente um modelo que se baseou, de maneira equivocada, em expansão do crédito e do consumo doméstico (público e privado)."
Dívida
O superávit primário menor também contribuiu para interromper o processo de queda da dívida líquida do setor público, que atingiu o menor nível da história recente em maio do ano passado (35% do PIB) e vem se mantendo desde então acima. O BC estima, no entanto, que o indicador tenha fechado maio de 2013 com novo recorde de baixa, queda provocada pela alta do dólar no mês, o que puxa a dívida líquida para baixo.

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...