segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Golpe do Chile em 1973: o papel ativo do Brasil em apoio aos militares golpistas

O Brasil de Pinochet

Documentos chilenos revelam detalhes sobre como a ditadura militar, sob Médici, apoiou conspiradores no Chile antes, durante e após golpe que este mês completa 40 anos

O Estado de S.Paulo, 1/08/2013
Roberto Simon, enviado especial a Santiago

SANTIAGO - O expediente no Itamaraty já havia terminado quando, às 20h30 de 13 de setembro de 1973, diplomatas chilenos foram recebidos na chancelaria esvaziada, em Brasília. O presidente Emílio Garrastazu Médici estava em São Paulo, de onde telefonara dando ordens expressas para que o Brasil se tornasse o primeiro país a reconhecer a junta militar que derrubara o governo de Salvador Allende. Um avião com "20 toneladas de medicamentos" estava a caminho de Santiago.
Pinochet e tropas militares no palácio presidencial - Martin Thomas/Reuters
Martin Thomas/Reuters
Pinochet e tropas militares no palácio presidencial
"É certo dizer que o novo governo do Chile encontrará no Brasil um poderoso aliado", escreveu, emocionado, no primeiro telegrama à junta militar, o encarregado de negócios chileno em Brasília, Rolando Stein - o embaixador de Allende no País, o jurista Raúl Rettig, que décadas depois chefiaria a comissão da verdade chilena, havia renunciado naquela manhã. Stein acertou na mosca.
Com base em arquivos brasileiros, já se sabia que o governo Médici deu amplo apoio aos conspiradores chilenos antes, durante e depois do golpe que este mês completa 40 anos. Empresários brasileiros enviaram dinheiro a grupos de direita no Chile, o embaixador em Santiago, Antonio Cândido da Camara Canto, atuou como pôde para minar o governo Allende (mais informações nesta página) e, dias após a queda dos socialistas, agentes brasileiros foram enviados ao Estádio Nacional e a outros centros de repressão para prestar "consultoria" a colegas chilenos.
Estado, porém, teve acesso a centenas de telegramas diplomáticos secretos do Chile recentemente liberados - e inéditos no Brasil - que revelam novas informações sobre o grau e as formas de participação do governo Médici na derrubada do governo da Unidade Popular (UP). Ao longo desta semana, o jornal publicará reportagens exclusivas sobre como o Brasil ajudou a empurrar o Chile para o período mais sombrio de sua história.
Uma das revelações mais impressionantes dos documentos chilenos é que, logo após chegar ao poder, o governo Allende recebeu informações precisas sobre as atividades da ditadura brasileira contra o Chile - incluindo planos para derrubar à força a UP. Segundo um telegrama "estritamente confidencial", um jornalista chileno vinculado ao ex-presidente Jorge Alessandri, de direita, alertou o embaixador de Allende em Brasília que havia sido procurado "por um general brasileiro amigo". O militar lhe propôs ajuda para "organizar no Chile um movimento de resistência armada (...), estruturado em forma de guerrilha, (...) contra o ‘perigo vermelho’."
No mês seguinte, a embaixada recebeu novas e mais detalhadas informações sobre o plano de insurgência no Chile. Desta vez, porém, o alerta partiu de um informante altamente improvável: um oficial brasileiro, "com ideias políticas de esquerda", vinculado ao serviço de inteligência do Exército.
Por meio de um intermediário, o militar fez chegar a um secretário da embaixada chilena a informação de que, dentro do Ministério do Exército, no Rio de Janeiro, funcionava uma sala de operações, com maquetes da Cordilheira dos Andes e mapas, para estudar e planejar uma guerrilha anticomunista no Chile. Brasileiros participariam apenas como instrutores e os combates seriam travados por civis chilenos. Mais: como parte dos preparativos, o Exército do Brasil teria enviado "diversos agentes secretos, que entraram no Chile como turistas".
Um cidadão chileno que viva em São Paulo "e merece toda confiança" também afirmou à missão diplomática que um "corpo do Exército nessa cidade estaria procurando voluntários chilenos para empreender uma aventura bélica" no Chile. A articulação estaria sendo feita com ajuda de integrantes da Fiducia - equivalente chilena à Tradição Família e Propriedade (TFP) - que haviam se mudado para São Paulo.
Embaixador suíço. O militar brasileiro, cuja identidade não é revelada nos documentos, passou outro recado importante ao governo Allende. Entre os 70 "subversivos" brasileiros que foram ao Chile no ano anterior, trocados pelo embaixador suíço, Giovanni Bucher, havia dois espiões do Exército brasileiro. A governo Médici havia deliberadamente atrasado a negociação para libertar os presos políticos com o objetivo de colocar os infiltrados em território chileno. Lá, eles deveriam coletar informações e se comportar como "agentes provocadores".
À época, cerca de 5 mil exilados brasileiros viviam no Chile, onde conduziam intensas atividades de denúncia à ditadura. Os documentos chilenos mostram que o embaixador do Brasil em Santiago, Antônio Cândido da Câmara Canto, várias vezes apresentou protestos formais ao governo em razão de artigos e declarações de opositores brasileiros à imprensa local. Vários brasileiros que estiveram no Chile, consultados pelo Estado, disseram que muito provavelmente eles eram monitorados por meio de espiões.
O embaixador de Allende no Brasil chama atenção para o caso de duas senhoras brasileiras, parentes de exilados, que foram presas pela Aeronáutica no Aeroporto do Galeão, no Rio, ao desembarcarem do Chile, no dia 19 de janeiro daquele ano. Elas traziam cartas de brasileiros exilados, incluindo uma mensagem de Almino Afonso, ex-ministro do governo João Goulart, ao deputado Rubens Paiva. O embaixador chileno em Brasília acreditava que elas haviam sido delatas por informantes da ditadura entre os brasileiros em Santiago. No dia seguinte ao caso no Galeão, Rubens Paiva foi preso em sua casa por agentes que se diziam da Aeronáutica.

Diplomata brasileiro tinha laços com oficiais

01 de setembro de 2013 | 2h 10
SANTIAGO - O Estado de S.Paulo
Quando o rádio comunicou a morte de Salvador Allende, quase todos os funcionários da embaixada brasileira em Santiago levantaram-se em sinal respeito. "Foi uma cena horripilante", lembra José Viegas, que servia no Chile como segundo secretário e, três décadas depois, se tornaria ministro da Defesa do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A embaixada ficava a poucas quadras do Palácio de la Moneda. Os funcionários ouviram os estrondos do bombardeio e viram os caças sobre Santiago. A diplomacia brasileira, porém, estava longe de ser mera espectadora. "Houve muita coisa nebulosa naquela embaixada, mas o principal passou pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), que operava um canal paralelo dentro da missão, e pelo próprio embaixador (Antônio Cândido da Câmara Canto)", diz Viegas.
Câmara Canto era colega de hipismo e tinha laços com vários dos oficiais que lideraram o golpe. O embaixador americano, Nathaniel Davis, afirmou, anos depois, que o diplomata brasileiro o convidou, em março de 1973, para organizar um golpe contra Allende.
Segundo duas fontes que estavam no Itamaraty à época, um dos últimos encontros dos chefes das quatro forças chilenas (as três armas e os carabineros) ocorreu dentro do palacete onde funcionava a embaixada brasileira. A ocasião foi a festa do 7 de Setembro - quatro dias antes do golpe. Tradicionalmente, os oficiais chilenos prestigiavam a celebração da independência na missão brasileira. Câmara Canto teria reservado uma sala para os militares - mais tarde, ele recebeu dos chilenos o carinhoso apelido de "o quinto membro da junta militar".
Na tarde do dia 13 de setembro, o embaixador surpreendeu os generais chilenos ao notificá-los de que o presidente Emílio Garrastazu Médici, em apoio ao golpe, decidira reconhecer imediatamente o novo governo. Horas depois, o encarregado de negócios chileno em Brasília, Rolando Stein, era chamado ao Itamaraty para receber a mesma informação. "Foi uma demonstração da profunda amizade do Brasil", escreveu Stein em oficio levado a Santiago por um dos adidos militares da embaixada. / R.S.

Celulares e abastecimento de gasolina: um alerta sobre riscos de incendio

Não tenho certeza de que este alerta tenha sido feito pela Shell, não, em todo caso, desta forma.
Pode ser uma lenda urbana, ou alarmismo deliberado, mas existem "histórias", em torno disso.
Em todo caso, seguro morreu de velho, como se diz, e vale prevenir, antes que remediar (nos casos fatais não há mais o que remediar).
Paulo Roberto de Almeida
Pronunciamento da Shell Oil Co.
Recentemente, após três incidentes nos quaistelefones celulares inflamaram gases durante operações de enchimento de tanques de gasolina, a Shell Oil Company emitiu a seguinte advertência:

No primeiro incidente, o telefone havia sido colocado sobre o capô traseiro do carro durante o abastecimento; o telefone tocou, e em seguida, um incêndio destruiu o carro e a bomba de gasolina.

No segundo, uma pessoa sofreu sérias queimaduras da face quando gases se incendiaram conforme respondia uma chamada celular enquanto abasteciam seu carro.

E, no terceiro, um individuo teve seu quadril e virilha queimados conforme gases se incendiaram quando seu celular, que se encontrava em seu bolso, tocou enquanto estava abastecendo o carro.
É muito importante você saber que:
- Telefones celulares podem incendiar combustíveis ou gases

- Telefones celulares, que se acendem ao serem ligados ou quando tocam, liberam força suficiente para gerar energia capaz de provocar uma faísca capaz de iniciar um incêndio

- Telefones celulares não devem ser utilizados em postos de gasolina, ou quando estiver abastecendo cortadores de grama, barcos
!, etc...

- Telefones celulares não devem ser utilizados, ou melhor, devem ser desligados, quand
o houver por perto outros materiais que possam gerar gases inflamáveis ou explosivos ou poeira
 gasosa (i.e. solventes, elementos químicos, gases, poeira de grãos, etc.)
Em suma, aqui vão as:

Quatro Regras para o Abastecimento Seguro

1) Desligue o Motor
2) Não Fume
3) Não use seu telefone celular - deixe-o dentro do veículo ou desligue-o.
4) Não retorne ao seu veículo durante o abastecimento!!
O Senhor Bob Renkes, do Petroleum Equipment Institute, está engajado em uma campanha que intenciona informar as pessoas quanto ao risco de incêndios resultantes da "eletricidade estática" em postos de gasolina. Sua empresa, já investigou 150 casos desse tipo de incêndio.
Os resultados foram surpreendentes:
1) Em 150 incidentes, quase todos envolveram mulheres.

2)
 Quase todos incidentes ocorreram quando uma pessoa reentrava seu veículo enquanto o bocal da bomba ainda estava bombeando gasolina. Depois de concluído o abastecimento, essa pessoa retornou para retirar o bocal e o incêndio foi iniciado por causa da estática.
3) A maioria dessas pessoas usava sapatos com solas de borracha.

4)
 A maioria dos homens nunca entra de novo em seu veículo até que o abastecimento tenha sido completamente terminado. Essa é a razão porque os homens raramente estão envolvidos nesse tipo de incêndio.
5) Nunca use telefones celulares enquanto estiver abastecendo seu veículo.
6) São os vapores emitidos pela gasolina que causam incêndios, quando submetidos a cargas estáticas.
7) Houve 29 incêndios em que o(a) motorista entrou de novo no veículo e o bocal foi tocado durante o abastecimento, isso tendo ocorrido em uma grande variedade de marcas e modelos. Alguns desses casos resultaram em danos significativos pra o veículo, para o posto de gasolina, e para o consumidor.
8) Dezessete incêndios ocorreram antes, durante ou imediatamente após a tampa do tanque ter sido removida e antes que o abastecimento tenha sido iniciado.
O Sr. Renkes enfatiza a instrução de NUNCA entrar de novo em seu veículo durante o abastecimento.
No caso de haver uma necessidade absoluta de retornar ao seu veículo durante o abastecimento, nunca se esqueça de, após fechar a porta, TOCAR EM UM METAL, antes de retirar o bocal da bomba. Através desse gesto simples, você estará se descarregando da eletricidade estática antes de remover o bocal.

Como mencionado acima, o
 Petroleum Equipment Institute, junto com muitas outras companhias, está realmente tentando conscientizar a todos quanto a esse perigo. Você poderá obter maiores esclarecimentos acessandohttp://www.pei.org/ .. Uma vez conectado, clique no centro da tela onde está escrito "Stop Static".
Eu solicito a você que, por favor, envie essa informação, EM CÓPIA OCULTA,  para TODA sua família e amigos, especialmente aqueles que transportam crianças em seus carros enquanto enchendo seus tanques de gasolina. Se isso ocorrer com eles, talvez eles não sejam capazes de tirar as crianças do carro em tempo de salvá-las.

Global Fire Power: Brasil como um dos paises mais poderosos do mundo...

O site Global Fire Power (http://www.globalfirepower.com/), coloca o Brasil como o décimo país mais poderoso do mundo, em termos de potência ou capacidade militar.

Permito-me discordar...
Minha impressão é a de que esses índices globais, ao recolherem uma massa de dados não homogênea, mais baseada em volume do que em qualidade, acabam resultando em coisas desproporcionais.
Pode-se acreditar, por exemplo, que o Brasil tenha uma capacidade de fogo (ou de fazer a guerra) superior à do Canadá?
Não acredito. E acho que não pode ser verdade.
Ou seria ela maior do que a do Egito, da Turquia, da Espanha, da própria Suécia, que é um país neutro?
Acho que estamos sendo -- ou os autores do índice estão sendo -- traídos pela nossa massa, ou então pelo que declaram os militares brasileiros eles mesmos, em suas estatísticas de brinquedinhos bélicos, para não passar vergonha ante vizinhos e "inimigos" imperialistas, que poderiam, digamos, ridicularizar nosso baixo poder de fogo.
Se tivermos de movimentar, por exemplo, todos os nossos aviões, caminhões e tanques ao mesmo tempo, haveria combustível para todos eles? 
Se tivermos de disparar todos os nossos canhões antiaéreos, quantos minutos a salva demoraria?
Se tivermos de deslocar tropas, para o próprio Brasil, ou para alguma região próxima, como isso seria feito? Nem digo longínqua...
Não acredito que possamos sequer pensar em defender algum ponto atacado do território ou do litoral, quanto mais em iniciar alguma ofensiva...

Eu não colocaria o Brasil sequer entre os 20 primeiros... mas tudo isso é muito subjetivo, claro.
Paulo Roberto de Almeida


Os medicos cubanos e o modo de producao escravista - Percival Puggina


GILBERTO FREYRE E OS MÉDICOS CUBANOS
Percival Puggina
1/09/2013

Recebo carta de leitor disposto a ensinar-me que o convênio para admissão de médicos estrangeiros no Brasil prevê que eles sejam acompanhados pelas famílias. Como se eu não tivesse lido a Medida Provisória nº 623 de 19 de julho de 2013! Está ali, sim, com todas as letras, que o Brasil reconhece o óbvio direito do estrangeiro admitido no programa Mais Médicos de se fazer acompanhar por cônjuge e filhos enquanto prestar serviços ao nosso país. O problema que ao missivista pareceu irrelevante é este: enquanto os profissionais de quaisquer outras procedências exercerão esse direito, os cubanos são os únicos aos quais ele é vedado, não aqui, mas no país de origem. O doutor vem, mas a família fica lá, como garantia de retorno do cativo a seu dono e senhor, o Estado marxista-leninista de Cuba. O que a Medida Provisória de Dilma permite não está previsto nas Cartilhas do Cárcere do governo cubano. Há gente que pensa que os outros não pensam.

          A vergonhosa manifestação promovida por alguns médicos brasileiros contra os cubanos que desembarcaram em Fortaleza foi um self-service bem fornido para proveito dos formadores de opinião que atribuem a preconceitos ideológicos qualquer atitude avessa à agenda petista. Como se a defesa dos interesses do petismo estivesse associada aos mais translúcidos e elevados ideais humanos! Ou, como se essa defesa fosse gerada por um ambiente filosófico e político blindado à mais tênue contaminação ideológica. Me poupem.

          O site da revista Carta Capital na última quarta-feira deu destaque ao recém chegado Dr. Juan Delgado. "Não sei porque nos chamam de escravos", exclamou ele, observando que não vem tirar trabalho de ninguém e que todos irão para onde os médicos brasileiros não querem ir. Tem razão em parte, o Dr. Juan. A atitude dos seus colegas cearenses foi deplorável grosseria. Por outro lado, é irremediável a situação do escravo que sequer tem consciência de ser escravo. Danosa, também, a matéria da revista, claro, por não informar o leitor sobre a escravidão que o regime castrista impõe aos cidadãos da ilha. Carta Capital faz malabarismos. Também ela pensa que os outros não pensam.

          A presidente Dilma veio às falas naquele estilo que não dá bola para sujeito, predicado e complemento: "É um imenso preconceito esse que algumas vezes a gente vê sendo externado contra os médicos cubanos. Primeiro, é importante dizer que os médicos estrangeiros, e aí não só os cubanos, porque tem cubano, argentino, uruguaio, espanhol, português, tem de várias nacionalidades. Esses médicos vêm ao Brasil para trabalhar onde os médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar".

          Pois é, presidente, também a senhora não percebe. Argentinos, uruguaios, espanhóis e portugueses vêm ao Brasil de livre e espontânea vontade e são admitidos no programa individualmente, um a um. Já os cubanos, são tratados como gado de curral, vendidos aos lotes. Recebem pequena fração do que seus outros colegas embolsam enquanto a parte robusta do ervanário gerado por seu trabalho vai para os cofres de Havana. (Nota: Repete-se aqui, com os médicos, o tipo de locação com que o regime de Havana servia a Moscou jovens soldados, como bucha de canhão, nas guerras e guerrilhas que os soviéticos mantinham ou subsidiavam na África.) Considerar que os cubanos merecem tão desumano e depreciativo tratamento é muito mais do que preconceito. É maldade e perversão.

          Critique os manifestantes de Fortaleza, presidente. Mas dê uma olhada no que a senhora e os stalinistas de seu governo andam fazendo. Seu Advogado Geral da União já avisou que para os médicos cubanos não haverá asilo... Pergunte à ministra Maria de Rosário o que ela acha disso tudo na perspectiva dos Direitos Humanos. E se ela disser que concorda, despache-a com aquela sua caneta (retrátil, é verdade) de assinar demissões. Lembrei-me de Gilberto Freyre. Brasília, nesta alvorada do século 21, tornou-se a nova Casa Grande que contrata e paga por cabeça na senzala cubana.

* Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

Big Brother, Small Brother e as ironias da vida: se eles ja sabem de tudo, para que a visita?

Bem, seria o caso de suspender a visita de Estado não é?, já que o Obama já sabe de tudo...
Paulo Roberto de Almeida 



A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) monitorou o conteúdo de telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff e de um número ainda indefinido de “assessores-chave” do governo brasileiro. Além de Dilma, também foram espionados pelos americanos nos últimos meses o presidente do México, Enrique Peña Nieto, — quando ele era apenas candidato ao cargo — e nove membros de sua equipe. 
As informações foram reveladas ontem pelo “Fantástico”, que teve acesso a uma apresentação feita dentro da própria NSA, em junho de 2012, em caráter confidencial. O documento é mais um dos que foram repassados ao jornalista britânico Glenn Greenwald por Edward Snowden, técnico que trabalhou na agência e hoje está asilado na Rússia.
— Se forem confirmados os fatos da reportagem, eles devem ser considerados gravíssimos e caracterizarão uma clara violação à soberania brasileira — disse o ministro, depois de uma reunião com Dilma. — Isso foge completamente ao padrão de confiança esperado de uma parceria estratégica, como é a dos Estados Unidos com o Brasil. Diante desses fatos, vamos exigir explicações formais ao governo americano, o Itamaraty convocará o embaixador dos Estados Unidos (Thomas Shannon) para dar explicações e vamos levar o assunto a todos os fóruns competentes da ONU.

Jose Mujica: um esquerdista sensato, realista, moderado - entrevista no YouTube

O entrevistador deve ter saído frustrado desta entrevista, pois deveria estar esperando grandes frases grandiloquentes sobre o socialismo, e saiu com uma entrevista sensata, bem humorada.
O presidente Mujica tem uma cultura econômica deficiente, mas pelo menos revela boa sensibilidade para as peculiaridades do Uruguai.
O fato de que o governo do Frente Amplio tenha ampliado o investimento do país de 11 a 22%, se for verdade (a verificar) é algo extraordinário, que deveria ser estudado pela atrasada esquerda brasileira, estatizante, dirigista...
Paulo Roberto de Almeida

http://www.youtube.com/watch?v=wUDJxX8xtO8&feature=youtu.be
Publicado em 31/07/2013
Em entrevista exclusiva a Emir Sader, o presidente do Uruguai falou sobre a legalização do aborto e do uso da maconha, da vida simples e sem luxos que leva, sobre o Brasil e as relações entre os países da América Latina. Confira!

Um critico acerbo de meus textos: sou "simplesmente muito ruim"? - exchange...

Um crítico acerbo de textos meus: sou “simplesmente muito ruim”?

Paulo Roberto de Almeida
Diálogo pela internet

Recebi, nesta data, no formulário de contato de meu site (www.pralmeida.org), a singela mensagem que vai transcrita abaixo:

On 01/09/2013, at 13:57, Frxxxxxxxx <frxxxxxxxx@xxxxx.com> wrote:
Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

Nome: Fxxxxxxxxx
Cidade: São Paulo
Estado: São Paulo
Email: frxxxxxxxx@xxxxx.com
Assunto: Opiniao

Mensagem: Li um texto seu que está no site do senado em um curso de relações internacionais. É simplesmente muito ruim.
Como o texto é de 2004, espero sinceramente que você tenha mudado de opinião e até mesmo de estilo literário (pedantismo, ironias e sarcasmos não são nada legais), bem como tenha se atualizado no debate sobre a globalização, com nomes como Joseph Stiglitz, dentre outros.
Se eu fosse você, com toda a sinceridade, pediria para retirar esse texto como referência no curso que é disponibilizado pelo Senado, é simplesmente motivo para vergonha.

=======

Primeiro, respondi o que segue, sem checar os meus textos:

From: Paulo Almeida 
To: Frxxxxxxxx <frxxxxxxxx@xxxxx.com>
Date: August 1, 2013
Re: Formulário do SITE Paulo Roberto de Almeida: Opiniao

            Frxxxxxxxx,
            Não tenho a menor ideia de qual texto você se refere, pode ser meu, mas apenas se você me indicar o site, o URL específico, para que eu mesmo possa verificar se ele é, como você diz, "simplesmente muito ruim", e se ele é pedante, irônico, tem sarcasmos e todos esses defeitos que você aponta.
            Como eu escrevo muito, pode ser que seja meu, e tenha realmente todos esses defeitos.
            Não tenho nenhum problema de republicar aqui esse texto, acompanhado de sua apreciação crítica, nesses termos, ou em outros, se você preferir ser mais explícito.
            Se ouso, no entanto, fazer uma recomendação para sua futura carreira de crítico literário, ou acadêmico, eu recomendaria que você fosse mais explícito e detalhado em suas críticas.
            Acho que você não lê, por aí, críticas que simplesmente dizem "esse livro", ou esse artigo, "simplesmente é muito ruim, pedante, sarcástico, irônico", etc.
            Geralmente, críticos literários são mais explícitos e justificam, sustentam, embasam suas críticas em termos mais consistentes, o que espero que você faça em relação ao meu texto.
            Como disse, quando você me apontar qual texto meu está disponível no site do Senado, vou republicá-lo, dizendo que você vai fazer uma crítica mais ampla, depois dos dizeres abaixo relacionados e dos argumentos já emitidos.
            Quem não teme críticas, e quem escreve para o público, não tem nada a esconder não é mesmo?
            Grato pela sinceridade...
-----------------------------------
Paulo Roberto de Almeida 

=========

Depois, fui checar os meus textos, e encontrei dois, de 2004, relacionados ao Senado, e por isso despachei a seguinte mensagem ao meu acerbo interlocutor:

Fr.......,
Fui buscar textos meus associados ao Senado, de 2004, e encontrei os dois abaixo relacionados, que talvez não sejam os mesmos que figuram no site do Senado, por isso solicito o URL que você deve ter.
Em todo caso, meus textos escritos expressam melhor minha opinião e ideias do que palavras rapidamente ditas e gravadas, sem necessariamente uma articulação mais formal. Chequei os links e eles estão funcionando...
            Aguardo suas críticas sobre os textos, e pretendo publicá-las...

1197. “Potências”, Brasília, 27 jan. 2004, 6 p. Respostas a questões colocadas no quadro do programa Conexão Mundo – ILB, TV do Senado Federal, Programa 2: Conceitos Fundamentais. Para resumo e exposição oral. Gravação diferiu substancialmente do texto preparado. Vídeo disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/senado/ilb/medias/Videos_Educacionais/Conexao_Mundo/conexao02c.wmv. Postado no Blog Diplomatizzando (20/11/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/11/grandes-potencias-mini-crash-course-de.html).

1198. “Associacionismo”, Brasília, 27 jan. 2004, 6 p. Respostas a questões colocadas no quadro do programa Conexão Mundo – ILB, TV do Senado Federal, Programa 2: Conceitos Fundamentais. Para resumo e exposição oral. Gravação diferiu substancialmente do texto preparado. Vídeo disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/senado/ilb/medias/Videos_Educacionais/Conexao_Mundo/conexao03c.wmv. Postado no Blog Diplomatizzando (20/11/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/11/associacionismo-novo-curso-de-paulo.html).
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Paulo Roberto de Almeida 

Frases de impacto: grato ao Joao Felipe Goncalves

Frases de impacto:

"Si tu veux vivre une vie heureuse, attache-toi à des buts. Pas à des personnes ou à des choses."

"A eterna insatisfação é a condição da excelência."

"Talent is luck. The important thing in life is courage."


Grato ao João Felipe Gonçalves, por me ter permitido o conhecimento destas frases excelentes.
Só ficou faltando seus respectivos autores...

Alo, mamae: a AT&T agradece, e repassa, esta chamada: hello boys!

Em tempo: meus telefones celulares são AT&T, com a participação especial do pessoal da Drug Enforcement Agency...

Drug Agents Use Vast Phone Trove Eclipsing N.S.A.’s

The scale and longevity of a data storage program run by the government in partnership with AT&T was unmatched by other government programs, including the National Security Agency’s gathering of phone call logs.
The New York Times, August 1, 2013:
http://nyti.ms/17xIipO

domingo, 1 de setembro de 2013

Venezuela: viva la hegemonia comunicacional de los companeros bolivarianos...

Os companheiros devem adorar noticias como essa, aliás, devem invejar: "pô, se eles podem..."

Venezuela monta hegemonia de meios de comunicação oficiais

CARACAS - Recentemente o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que muito em breve a Força Armada Nacional Bolivariana terá sua própria rede de televisão. “E isso não é tudo”, acrescentou, depois de determinar que uma das emissoras de TV oficiais, a ViveTV, será agora a ComunasVTV, dedicada a fomentar a criação e consolidação das “comunas” — forma de organização coletiva promovida pelo falecido presidente Hugo Chávez como base de seu “socialismo do século XXI”.
O novo governo venezuelano mantém a estratégia de ampliar seu controle sobre os meios de comunicação do país. Já possui oito televisões (só há quatro privadas), 36 emissoras “comunitárias” e 250 estações de rádio “comunitárias”, em sua maioria sustentadas com dinheiro público, segundo um estudo dos comunicólogos Marcelino Bisbal e Andrés Cañizales. O estudo assinala, por outro lado, que ainda existem 530 rádios comerciais no país.
O alcance midiático do governo venezuelano também inclui 120 jornais comunitários (regionais e locais) e três oficiais de circulação nacional, todos distribuídos gratuitamente, com o intuito de promover, sem descanso, a “revolução bolivariana”.
— Certa vez um ministro do chavismo afirmou que eles queriam implementar uma “hegemonia comunicacional”, conceito que duplica a oferta de mídias como serviços para toda a população — diz Gustavo Hernández, diretor do Instituto de Investigações sobre Comunicação (Ininco) da Universidade Central da Venezuela. 
— Na verdade o que há é uma hegemonia presidida por um partido oficial, que se encarrega de difundir a doutrina política do governo.
Num domingo qualquer, por exemplo, em quase metade do espectro FM das rádios de Caracas, se retransmitem os programas “Alô, presidente”, instaurados pelo falecido Chávez. As mensagens institucionais da Venezolana de Televisión (VTV), canal do governo, se referem constantemente a representantes da oposição como “traidores da pátria”. Atualmente se concentram na imagem do falecido presidente, procurando demonstrar que seu legado continua: “Chávez vive, a pátria segue”. A mensagem se repete pelo menos cem vezes ao dia.
Informação governamental vedada
Gloria Cuenca, professora de Ética e Leis de Mídia, explica que a hegemonia que se implementa na Venezuela vai além dos meios que o governo controla.
— A liberdade de expressão que existe na mídia é parcial e mediada, e o custo é alto. Jornalistas sofrem diariamente agressões e perseguição ao tentar levar ao público alguma notícia. A informação governamental está totalmente fechada para os meios independentes e livres, cujos repórteres não conseguem acesso.
Denúncias sobre qualquer tema, nas televisões e rádios da plataforma oficial rebatizada como “Sistema Bolivariano de Comunicação e Informação”, só surgem quando ocorrem em regiões e municípios governados por líderes da oposição.
O governo também capricha no uso da mídia, obrigando cadeias de rádio e TV a transmitir mensagens da Presidência da República com frequência. Segundo Cañizales, o presidente Maduro já fez 86 horas de pronunciamentos este ano, o que dá, desde sua posse, uma média diária de 32 minutos no ar.
Mas os espectadores se cansam. Segundo estudo da agência AGB Panamericana, que mede os índices, em julho canais do Estado só alcançaram 13% de audiência.
As recentes decisões judiciais contra a mídia na Venezuela mostraram a difícil situação da imprensa no país. Neste contexto, o Grupo de Diarios América (GDA), do qual O GLOBO participa, realizou uma série especial, que se encerra nesta quarta-feira, sobre a situação da imprensa venezuelana.
VEJA TAMBÉM

Pasta italiana, al sugo boliviano, garçon brasileño - Revista Veja

Diplomacia

Jerjes Justiniano é o embaixador do narcoestado boliviano em Brasília

VEJA desta semana mostra que representante boliviano assumiu o cargo diplomático há um ano com a missão expressa de fazer frente às denúncias contra os narcofuncionários

Duda Teixeira
“EXPORTA PARA ONDE?” - Jerjes Justiniano com Evo Morales, após sua nomeação em 2012.
“EXPORTA PARA ONDE?” - Jerjes Justiniano com Evo Morales, após sua nomeação em 2012. (Freddy Zarco)
O motivo primordial da perseguição política que levou o senador Roger Pinto Molina a pedir asilo na Embaixada do Brasil em La Paz foi um dossiê que ele entregou no Palácio Quemado, sede do Executivo boliviano, em março de 2011. O pacote trazia cópias de relatórios escritos por agentes da inteligência da polícia boliviana em que se desnudava a participação de membros do partido do presidente Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), e de funcionários de alto escalão do seu governo no narcotráfico. Alguns desses documentos posteriormente também foram obtidos por VEJA e serviram de base para a reportagem “A República da cocaína”, de 11 de julho de 2012. Neles, afirma-se que o atual ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, e a ex-modelo Jessica Jordan entraram na casa do narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado, em Santa Cruz de la Sierra, no dia 18 de novembro de 2010. Os dois saíram cada um com duas maletas tipo 007. A intenção do senador hoje refugiado no Brasil era que o presidente Morales mandasse investigar as denúncias, e assim contribuísse no combate à indústria da pasta de coca - matéria-prima contrabandeada para o Brasil para a produção de cocaína e crack - e à rede de corrupção ligada a ela.
Nenhum suspeito foi interrogado. Em vez disso, Morales iniciou a perseguição ao senador Pinto Molina e nomeou para o posto de embaixador no Brasil o advogado Jerjes Justiniano, que assumiu há um ano com a missão expressa de fazer frente às denúncias contra os narcofuncionários da Bolívia. Morales poderia ter escolhido alguém menos comprometido com o assunto para desempenhar esse trabalho. O filho do embaixador, o também advogado Jerjes Justiniano Atalá, tem entre seus maiores clientes justamente funcionários do governo acusados de narcotráfico. Pior do que isso. Atalá, que no passado dividiu o escritório com o pai, foi o advogado do americano Jacob Ostreicher, que investiu 25 milhões de dólares em plantações de arroz na Bolívia em parceria com a colombiana Cláudia Liliana Rodriguez, sócia e mulher de Maximiliano Dorado. Resumindo a história: o filho do embaixador defendeu o sócio da mulher do traficante brasileiro, aquele que recebeu em sua casa o ministro denunciado por Pinto Molina. Trata-se, no mínimo, de uma coincidência constrangedora para o papel que Justiniano veio desempenhar no Brasil.
Igualmente constrangedor é um vídeo de quatro minutos que mostra o embaixador visitando a fábrica do narcotraficante italiano Dario Tragni, em Santa Cruz de la Sierra, no início de 2010. Na ocasião, Justiniano era candidato ao governo de Santa Cruz pela legenda do presidente Morales. Ele foi derrotado na eleição, que ocorreu em abril. No tour pela fábrica de madeira Sotra, Justiniano percorreu as dependências do local ciceroneado por um Tragni falante e irrequieto. “Esta é uma das máquinas mais produtivas da América Latina”, disse Tragni, apontando para um de seus equipamentos. Justiniano perguntou: “Estão exportando para onde?”. O italiano respondeu orgulhoso que para Espanha, Itália, Estados Unidos e Alemanha. Participou também da visita amigável Carlos Romero, atual ministro do Governo da Bolívia e responsável pela segurança interna do país. O incrível desse episódio é que poucos meses antes, em novembro de 2009, a polícia encontrara na Sotra diversos recipientes com cocaína, somando 2,4 quilos. No quarto de Tragni, foram apreendidos uma balança e um liquidificador com vestígios de cocaína. Um dos conhecidos meios para transportar drogas usado pelos traficantes bolivianos é escondê-las dentro de compensados de madeira para exportação.
Em tempo: em outubro do ano passado, o ator americano Sean Penn foi nomeado por Morales como embaixador mundial da coca. Nem precisava. A Bolívia já tem Jerjes Justiniano despachando em Brasília.   
Leia também: A república da cocaína

Curandeirismos economicos: marxismo e keynesianismo - Gustavo Miquelin Fernandes


“Marx e Keynes são autores marginais na grade escolar e isso não está certo” – Alejandro Robba

 Gustavo Miquelin Fernandes

  
A “BBC Brasil”, há algum tempo, veiculou uma matéria com o seguinte título e subtítulo:

“Governo argentino quer mais Marx e menos neoliberalismo em faculdades de economia”.

“O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, e seu vice, Roberto Feletti, defendem que as faculdades federais de economia do país modifiquem a atual grade escolar para dar “mais espaço” para as teorias do alemão Karl Marx, do inglês John Keynes e do argentino Raul Prebisch (fundador da Cepal)” [...]

A divulgação data de 14 de outubro de 2011, mas a análise é bem tempestiva e dá um bom embasamento ao texto de hoje.
Não deve causar espanto a notícia. A doutrinação ideológica de nossos vizinhos não é novidade em terras brasileiras – e já foi denunciada em outros órgãos de Governo, a exemplo de um diplomata que recentemente alertou para esse problema dentro do Itamaraty.

A matéria explica que os burocratas governistas querem que as faculdades federais de Economia cedam espaço (mais?) para ideias heterodoxas de autores como Keynes, Marx e Prebisch e teorias mais sintonizadas com o ‘modelo de acumulação com inclusão social’.

Super moderno! São inadmissíveis inflexões mais liberais em cursos da área. Como diz o já citado Alejandro Robba: “isso não está certo”!

Para tais agentes governistas, seria coisa boa ceder mais espaço pedagógico à escolas mais ligadas ao desenvolvimentismo, ao consumo nacional e ao Estado como propulsor do progresso.

Exatamente teses encampadas pelo Governo Dilma Rousseff. E que com os frutos desse belíssimo trabalho presenteia todos os cidadãos. A Presidente seguiu à risca todo painel de ações desenvolvimentista, keynesiano e nacionalista – exatamente como os burocratas argentinos querem.

O país está colhendo os frutos desse fenômeno, que o Ministro chama de “mini-crise”. Esse mesmo Ministro da Fazenda que deu sorte em não nascer em um país sério – teria sido há muito tempo escorraçado do cargo.

O Keynesianismo, dentre outras coisas, segundo alguns economistas austríacos, distorceu uma lei econômica importante – a Lei de Say – o que não foi pouca coisa. Não quero entrar em minúcias dessa escola, mas Keynesianismo, em português bem traduzido, significa abrir o cofre estatal. Torrar dinheiro popular, sem dono, gastar sem poder, dando embasamento teórico para políticos populistas sumirem com dinheiro alheio, pavimentando indesejáveis reeleições e projetos megalomaníacos.

O curioso é que agora que os keynesianos estão pulando do barco que afunda rapidamente, limitando-se a darem mil desculpas e, como Pilatos, lavando inocentemente a mão.
Coitadinhos, enganados por petistas…

Não foram enganados.

Se você conhece algum keynesiano diga a ele que tem responsabilidade moral pelo que ocorre no Brasil. As estatais quebradas, a inflação, o descontrole das contas públicas, a insegurança dos setores de produção e investimento, etc., tudo isso é culpa do embasamento teórico que eles pregam.

Desse triunvirato desenvolvimentista, Raúl Prebisch foi mentor intelectual do “barco furado” das ideias cepalinas e também deve ter lugar garantido nos bancos universitários argentinos.

O desenvolvimentismo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) fez nascer uma classe muito peculiar de economistas: Celso furtado, Maria da Conceição Tavares e até o esquerdista FHC.

O erro de Marx creio desnecessário comentar. Pressupõe, claro, algum juízo dos leitores essa minha presunção. Marx, reconheço, não nasceu tão errado como os marxistas que lhe sucederam.

Não é de hoje que os neo-populistas da América Latina lutam por uma “distância de segurança” de um suposto “neoliberalismo” (alguém pode me esclarecer o que seria isso?).

Faz lembrar quase automaticamente o chamado marxismo cultural, que foi a ideia de, na impossibilidade de revoluções materiais ou físicas, se partir para a tentativa da destruição dos valores clássicos da sociedade com o abocanhamento de pilares culturais, para que seja pavimentada outro estado de coisas que sustente um outro regime político.

Fazendo uma pequena digressão, e sem flerte com teorias conspiratórias de internet, que são bem cafonas, veja, em exemplo, como essa doutrina age no campo da religião.

O comunismo pegou uma carona na teologia cristã e fez certas substituições de alguns pilares clássicos por chavões revolucionários, que de tão surradamente toscos, até as criancinhas de tenra idade já se deram conta de sua infantilidade.

Dando exemplos disso:

- a salvação das almas por Jesus (ou outro método escatológico, como as “boas obras”) é trocada pela revolução estatal e depois pela da assunção do Poder pela classe operária;

-o “Paraíso” ou o Céu teologal surge pela abolição da propriedade privada, antecipando para a Terra aqueles lugares, um clima da sociedade dos anjos;

-a materialização da “opus diabolis” ou da figura do Diabo, representando-a pela classe burguesa ou mesmo outros classismos bobos.

Isso, como dito, no campo religioso.

É assim que funciona a usurpação total de um povo – e ela começa no campo das ideias, e esse artigo insinua que a Argentina está muito bem disposta a realizar isso.

A ideia da doutrinação econômica é apenas de reforço. O Keynesianismo representa, sim, a corrente mainstreamdo pensamento universitário. E será assim por muito tempo. Vede a santificação de Paul krugman, considerado guru econômico nos EUA.

Esse engolfamento das ideias clássicas mais ortodoxas por essas ideologias e culturas de porão é visível. Tudo que ameaça o populismo e, nesse artigo trata-se especificamente do populismo econômico, tem de ser rapidamente defenestrado do meio circulante para que o status quo sobreviva livremente.

Voltando à terra da doutrinação ideológica, Néstor Kirchner cujo mandato vigorou entre 2003 e 2007, quando da assunção do cargo, tentou organizar a situação de seu país, decretando moratória. Alguns dados realmente apontam para um crescimento razoável do PIB em seu mandato. Na verdade, esse sucesso é explicado pelo mesmo fato que ocorreu com o Brasil em tempos recentes: o sucesso dos produtos primários no mercado mundial.

E a Argentina tem que fazer isso para buscar a consolidação de seu projeto de poder insano –  buscar essa doutrinação com apelo marxista e keynesiano. Um país claramente socialista. Que controla preços, amordaça a imprensa, pratica estatizações a rodo, e mente sobre dados econômicos que deveriam ser oficiais. As únicas estatísticas críveis são de analistas estrangeiros. A Argentina é uma bagunça. Igualzinho aqui no Brasil.

Não é possível crer que um país que promove boicotes às exportações está trilhando o caminho correto.

O que se quer dizer com tudo isso é que a Argentina tem tudo a ver com Marx, Keynes e ideias cepalinas e deve, sim, controlar as grades universitárias de suas faculdades de Economia.

Repetindo Alejandro Robba em tom quase infantilóide: “Marx e Keynes são autores marginais na grade escolar e isso não está certo”.

Não está certo mesmo! Como sustentar a incoerência ideológica entre o meio acadêmico e as injunções do Governo?
E, não se iludam, o Brasil não está muito distante de nossos hermanosaí de baixo. Estamos juntos, caminhamos lado a lado.

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