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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 3 de outubro de 2015

A reforma ministerial lulopetista; seu lado maquiavélico-bolchevique - Paulo Roberto de Almeida

Volto a reproduzir o mesmo esquema analítico-orçamentário da minha postagem sobre as motivações maquiavélicas (mas no sentido vulgar) e profundamente leninistas-bolcheviques da reforma ministerial petista, que visa consolidar os eixos fundamentais e o centro essencial de seu controle sobre o poder político e suas vertentes ditas sociais. 
Reparem que o peronismo de botequim lulopetista conservou sua dominação mafiosa sobre TODAS as correias de transmissão que têm a ver com o controle da sociedade, inclusive na formação do curral eleitoral que lhes garantiu domínio sobre a sociedade até aqui, tanto na "justiça" (e no aparato de segurança militar), quanto na distribuição de "benesses" ao populacho. 
Só faltou a rede da Saúde, mas que nas condições atuais de penúrias orçamentárias (aliás provocadas por sua própria inépcia administrativa e assalto criminoso aos recursos) é menos um "asset" e mais uma "liability ".
 Não nos enganemos: os neo-bolcheviques lulopetistas estão reconsolidando o seu poder sobre toda a nação, que continua refém desses desmandos, roubalheiras, fraudes e crimes.
Retomo:

Dizem, por aí, que o PT cedeu espaço para o PMDB na organização ministerial.
Ora, fiz o exercício pelo orçamento dos respectivos ministérios, e se descobre que o PT abocanha quase 70% do total das despesas do Executivo federal, fica com quase 5 vezes mais a parte do orçamento que é administrada pelo PMDB e continua reinando absoluto sobre centenas de bilhões de reais, muitos deles obrigatórios, é verdade (como a Previdência), mas também muita coisa concentrada nas chamadas "áreas sociais".
Ou seja, o PT fez uma reforma ao seu gosto, e o PMDB ficou chupando o dedo mais uma vez, a despeito de ter levado o segundo maior orçamento da União, o da Saúde, mas ainda assim o mais suscetível de ser objeto de críticas e reclamações, uma vez que o dinheiro nunca alcança as necessidades.
Observado o pobre MRE, é de chorar: 0,24% do total do Executivo federal, ou seja, cabem mais de 400 MREs nas despesas do governo (nem estamos comparando com os outros poderes).
Quem quiser que tire suas conclusões sobre se a reforma realmente distribuiu poder entre os partidos, e se o partido perdeu espaços. Ao contrário, ficou com a melhor parte...
Paulo Roberto de Almeida


Os novos ministérios, por partido e respectivos orçamentos:

1) PT: total do orçamento do Executivo:    R$ 731.155.146.786,00
            1. Trabalho e Previdência Social:   R$ 524.533.686.339,00
            2. Educação                                     R$ 106.137.725.101,00
            3. Desenvolvimento Social             R$   75. 494.970.547,00
            4. Justiça                                          R$   13.055.466.276,00
            5. Desenvolvimento Agrário           R$     6.169.594.177,00
            6. Cultura                                         R$     3.360.903.050,00
            7. PR + Casa Civil, SG, Com. Soc. R$     2.402.801.296,00

2) PMDB: total do orçamento:                 R$ 156.878.814.440,00
            1) Saúde                                           R$ 121.054.578.723,00
            2) Agricultura                                  R$    12.790.523.763,00
            3) Ciência, Tecnologia, Inovação    R$      9.951.484.769,00
            4) Secretaria da Aviação Civil         R$      5.524.048.946,00
            5) Minas e Energia                          R$      4.461.631.171,00
            6) Turismo                                       R$      1.993.660.408,00
            7) Secretaria dos Portos                  R$      1.102.886.660,00
                        PT x PMDB = 4,66 vezes

3) PCdoB: Defesa                            R$    81.431.196.201,00
4) PR: Transportes:                          R$    20.042.830.044,00
5) PDT: Comunicações:                   R$    11.349.243.074,00
6) PP: Integração Nacional:             R$      8.069.481.238,00
7) PRB: Esporte                               R$      3.401.170.805,00
8) PTB: MDIC:                                R$      3.318.459.024,00
                        Partidos 3 a 8 = R$    127.612.380.386,00

9) Sem Partido: total do orçamento    R$     58.236.575.837,00
            1) Fazenda                                  R$   32.095.490.774,00
            2) Planejamento                          R$   15.619.689.818,00
            3) Meio Ambiente                       R$     3.202.621.371,00
            4) AGU                                       R$     3.039.982.350,00
            5) Itamaraty                                R$     2.675.468.581,00
            6) CGU                                      R$        857.440.409,00
            7) Mulheres, Ig. Racial, DH      R$        745.882.534,00
                        PT x Sem Partido = 12,55

Orçamento do Executivo:  R$: 1.073.882.917.449,00 (Receita total: R$ 3 trilhões)
Parte do PT no Orçamento Total: 68% - Parte do PMDB no Total: 14,6%
Parte de todos os demais partidos e dos sem partido: 17,4%
Parte do Itamaraty no Orçamento: 0,24%; cabem 402 Itamaratys no Executivo

Paulo Roberto de Almeida (2/10/2015)

PS.: Lembro novamente a minha proposta de redução de ministérios (sem falar na eliminação de milhares de cargos de confiança):  http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/08/brasil-reducao-de-ministerios-minha.html

O cerebro desenvolvimentista (mas tem mesmo cerebro?) - Monica de Bolle

O cérebro ‘desenvolvimentista’
Às vezes, a demanda cresce acima da oferta, mas o governo não deixa o mercado se ajustar, represando os preços
por Monica de Bolle
O Globo, 01/10/2015

Não há meio-termo, tampouco conciliação. No Brasil pós-Lula, quase pós-PT, ou se é uma coisa ou outra. Desenvolvimentista ou neoliberal? O sujeito liberal não pode gostar de “desenvolvimento”, é o “rico”, o representante da “elite”, o “rentista”. Já o “desenvolvimentista” é aquele que sabe do que não gosta, mas não entende aquilo que defende de modo implícito e apaixonado. O cérebro do desenvolvimentista é peculiar, inflacionista.
Exemplos neurolinguísticos reveladores das características do cérebro desenvolvimentista abundam na imprensa brasileira. O córtex, área responsável pelo pensamento e pela ação, é comandado por reflexões que remetem obsessivamente às profundezas insondáveis da nova matriz econômica. A nova matriz, aquela que nos trouxe à situação calamitosa que atualmente atravessamos. À travessia, nas palavras da própria presidente da República.
O corpo caloso do cérebro desenvolvimentista é composto por tipo de complexidade peculiar. As estruturas que conectam os dois hemisférios, a lógica, de um lado, a criatividade, de outro, são incapazes de conectar salários que crescem acima da produtividade com a inflação galopante que assola o país. Termos como “inflação de custos” proliferam entre aqueles que se autodenominam defensores do crescimento, inimigos dos neoliberais que querem… Bem, eles não sabem articular o que os ignóbeis neoliberais querem. Sabem apenas acusá-los de serem “contra o povo”, “a favor dos bancos”. “Inflação de custos” é expressão para lá de enganosa. Se os custos sobem pressionando preços, é porque em algum lugar a demanda cresce acima da capacidade de oferta. Às vezes, a demanda cresce acima da oferta, mas o governo não deixa o mercado se ajustar, represando os preços. Tal atitude desarranja o balanço das empresas e o papel dos preços como sinalizadores de abundância e escassez, situação insustentável. Mais dia menos dia, os tais dos custos têm de ser corrigidos, levando à escalada inflacionária que hoje testemunhamos. O cérebro desenvolvimentista, entretanto, não faz a conexão entre um lado e o outro. O sistema límbico, a parte mais primitiva do cérebro, responsável pelas emoções, reage de modo visceral no cérebro desenvolvimentista. Incandesce quando processa palavras como “capitalismo”, “mercado”, “expectativas”. Acalma-se apenas quando o tronco encefálico, a estrutura mais simples do cérebro, pulsa com os axônios do “endividar-se para crescer” e o “expandir o crédito público para impulsionar o investimento”.
O cérebro desenvolvimentista não processa que o déficit público brasileiro está em quase 9% do PIB, que a dívida não comporta qualquer manobra para fingir que é possível crescer sem fazer as reformas necessárias para restaurar a higidez fiscal. O cérebro da inflação de custos tampouco entende que suas pregações apaixonadas levam apenas a um resultado: a alta da inflação.
Vá lá que muitos cérebros desenvolvimentistas tenham se formado depois da longa travessia, a verdadeira travessia, a do combate inflacionário. Mas, fica a pergunta: é razoável que economistas de boa formação abandonem os preceitos básicos de sua profissão para apregoar o indefensável? O cérebro humano exibe plasticidade única na natureza. Talvez seja possível crer que o cérebro desenvolvimentista passe por transformações súbitas após testemunhar o desastre da economia brasileira. A esperança, afinal, a esperança.

Monica de Bolle é economista e pesquisadora do Peterson Institute for International Economics
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Governo petista manda comida para aplacar fome em Cuba - Polibio Braga

Que coisa minha gente: esse socialismo anda mal das pernas...
Ou foi sempre assim?
Paulo Roberto de Almeida

Governo Dilma manda arroz gaúcho e feijão castarinense para aplacar a fome do povo de Cuba

Este é o socialismo de fome que há 50 anos subjuga o povo cubano, imposição da ditadura dinástica comunista dos irmãos Castro. E que precisa de comida doada pelo povo gaúcho e brasileiro, os que trabalham em liberdade, de modo competitivo e produtivo, palavras desconhecidas na ilha, tudo para não passar fome maior ainda. -

O povo de Cuba só come o que o sistema de racionamento de libretas permite. Isto já dura 50 anos. Dilma já ajuda os Castro com o Programa Mais Médicos, pagou o novo porto de Mariel e agora manda também comida. A ditadura comunista não conseguiu, em 50 anos, sequer produzir alimentos para seu próprio povo. - 

O editor examinou nesta sexta-feira o edital da Conab que colocou em leilão 625,4 mil toneladas de feijão para que a empresa vencedora ensaque e envie tudo já ensacado para Cuba.

O feijão é de Santa Catarina, que produz excedentes exportáveis, e sairá pelo porto de Navegantes, Itajaí.

É o segundo leilão que o governo Dilma executa em menos de uma semana, tudo para mandar comida para a população que vive há 50 anos sob o jugo da atrasada ditadura dinástica comunista dos irmãos Castro.

Esta semana, 1,3 mil toneladas de arroz gaúcho, que produz mais do que consome, também foi contratado pela Conab para ser embarcado devidamente ensacado para Cuba. A exportação sairá por Rio Grande.

A reforma ministerial petista: quem reparte fica com a melhor parte

Dizem, por aí, que o PT cedeu espaço para o PMDB na organização ministerial.
Ora, fiz o exercício pelo orçamento dos respectivos ministérios, e se descobre que o PT abocanha quase 70% do total das despesas do Executivo federal, fica com quase 5 vezes mais a parte do orçamento que é administrada pelo PMDB e continua reinando absoluto sobre centenas de bilhões de reais, muitos deles obrigatórios, é verdade (como a Previdência), mas também muita coisa concentrada nas chamadas "áreas sociais".
Ou seja, o PT fez uma reforma ao seu gosto, e o PMDB ficou chupando o dedo mais uma vez, a despeito de ter levado o segundo maior orçamento da União, o da Saúde, mas ainda assim o mais suscetível de ser objeto de críticas e reclamações, uma vez que o dinheiro nunca alcança as necessidades.
Observado o pobre MRE, é de chorar: 0,24% do total do Executivo federal, ou seja, cabem mais de 400 MREs nas despesas do governo (nem estamos comparando com os outros poderes).
Quem quiser que tire suas conclusões sobre se a reforma realmente distribuiu poder entre os partidos, e se o partido perdeu espaços. Ao contrário, ficou com a melhor parte...
Paulo Roberto de Almeida


Os novos ministérios, por partido e respectivos orçamentos:

1) PT: total do orçamento do Executivo:    R$ 731.155.146.786,00
            1. Trabalho e Previdência Social:   R$ 524.533.686.339,00
            2. Educação                                     R$ 106.137.725.101,00
            3. Desenvolvimento Social             R$   75. 494.970.547,00
            4. Justiça                                          R$   13.055.466.276,00
            5. Desenvolvimento Agrário           R$     6.169.594.177,00
            6. Cultura                                         R$     3.360.903.050,00
            7. PR + Casa Civil, SG, Com. Soc. R$     2.402.801.296,00

2) PMDB: total do orçamento:                 R$ 156.878.814.440,00
            1) Saúde                                           R$ 121.054.578.723,00
            2) Agricultura                                  R$    12.790.523.763,00
            3) Ciência, Tecnologia, Inovação    R$      9.951.484.769,00
            4) Secretaria da Aviação Civil         R$      5.524.048.946,00
            5) Minas e Energia                          R$      4.461.631.171,00
            6) Turismo                                       R$      1.993.660.408,00
            7) Secretaria dos Portos                  R$      1.102.886.660,00
                        PT x PMDB = 4,66 vezes

3) PCdoB: Defesa                            R$    81.431.196.201,00
4) PR: Transportes:                          R$    20.042.830.044,00
5) PDT: Comunicações:                   R$    11.349.243.074,00
6) PP: Integração Nacional:             R$      8.069.481.238,00
7) PRB: Esporte                               R$      3.401.170.805,00
8) PTB: MDIC:                                R$      3.318.459.024,00
                        Partidos 3 a 8 = R$    127.612.380.386,00

9) Sem Partido: total do orçamento    R$     58.236.575.837,00
            1) Fazenda                                  R$   32.095.490.774,00
            2) Planejamento                          R$   15.619.689.818,00
            3) Meio Ambiente                       R$     3.202.621.371,00
            4) AGU                                       R$     3.039.982.350,00
            5) Itamaraty                                R$     2.675.468.581,00
            6) CGU                                      R$        857.440.409,00
            7) Mulheres, Ig. Racial, DH      R$        745.882.534,00
                        PT x Sem Partido = 12,55

Orçamento do Executivo:  R$: 1.073.882.917.449,00 (Receita total: R$ 3 trilhões)
Parte do PT no Orçamento Total: 68% - Parte do PMDB no Total: 14,6%
Parte de todos os demais partidos e dos sem partido: 17,4%
Parte do Itamaraty no Orçamento: 0,24%; cabem 402 Itamaratys no Executivo

Paulo Roberto de Almeida (2/10/2015)

PS.: Lembro novamente a minha proposta de redução de ministérios (sem falar na eliminação de milhares de cargos de confiança):  http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/08/brasil-reducao-de-ministerios-minha.html


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Ambiente nauseabundo demais na chanchada malefica

O país da chanchada

POR MERVAL PEREIRA

02/10/2015 08:00 O Globo

Se pegarmos os acontecimentos políticos apenas no dia de ontem, teremos um panorama acurado do ambiente de chanchada que domina o país faz tempo. A começar pela preocupação da presidente Dilma na reforma ministerial que negocia para não perder a presidência. Dizem que ela não gostou da indicação do PMDB para a Ciência e Tecnologia, pois o deputado Celso Pansera não teria "afinidade" com a área científica e lhe faltaria também "peso político".

O deputado é aquele “pau mandado” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha que andou provocando calafrios no doleiro Alberto Yousseff, que o acusa de tê-lo ameaçado e à família. Mas não foi Dilma quem escolheu para a mesma pasta o deputado Aldo Rebelo, alguém que apresentou projeto de lei para proibir a "adoção, pelos órgãos públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão-de-obra"?

O ministério que deveria ser responsável por políticas de ponta na pesquisa e na inovação nas universidades e na indústria é ocupado até hoje por um comunista que se vangloria de sua "devoção ao materialismo dialético como ciência da natureza" que, por isso mesmo, considera que as denúncias de aumento da temperatura global são produto de um "cientificismo” que pretende “controlar os padrões de consumo dos países pobres”.

Mas os pruridos da presidente não resistiram às pressões políticas e o "pau mandado" sem afinidade com a Ciência e Tecnologia vai mesmo ser o ministro da área, num país que precisa mais do que nunca da inovação tecnológica para avançar. Mas isso é um detalhe diante da necessidade de ganhar um pouco de ar, mesmo que seja poluído. Rebelo tem “peso político”, e embora seja do PC do B, será nomeado ministro da Defesa. Por outro lado, o ministro da Educação Renato Janine, que não tem peso político, mas sem dúvida tinha afinidade com a área, foi demitido em seis meses do ministério da Educação pela Pátria Educadora, para dar lugar ao preferido de Dilma, Aloísio Mercadante, que no momento está em desgraça com o tutor da presidente, de quem nunca foi próximo.

 Tivemos também descobertas assustadoras na Operação Lava-Jato, como o diálogo via WhatsApp do chefe do cartel de empreiteiras, Ricardo Pessoa, com um funcionário da UTC, deixando registrada a contabilidade criminosa para a campanha presidencial de reeleição de Dilma Rousseff.

Eles doavam legalmente ao PT, com registro no TSE, e descontavam o montante do dinheiro que saía desviado da Petrobras. Essa troca de mensagens, que mais uma vez demonstra a certeza da impunidade de todos os envolvidos, é evidência definitiva das ilegalidades que financiaram a campanha presidencial, e só reforça o processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a cassação da chapa vitoriosa.

Mas eis que, depois de pedir vista impedindo a continuação do julgamento, a ministra Luciana Lóssio simplesmente sumiu de cena, não comparecendo à sessão marcada para retomar o processo. Sumiu e não deu satisfações. A menos que tenha ocorrido uma tragédia, é simplesmente um expediente chanchadístico para protelar a decisão: apertem os cintos, a juíza sumiu.  

Outra notícia inacreditável é a da compra literal de uma medida provisória para prorrogar os incentivos fiscais a montadoras de automóveis, ainda no governo Lula.  O Estadão informa que dois escritórios foram contratados pelas montadoras CAOA e MCC para conseguir a MP 471: SGR Consultoria Empresarial e Marcondes & Mautoni Empreendimentos, que já eram investigados por atuar para as mesmas montadoras no esquema de corrupção no Carf.

A MP foi promulgada, mas o Palácio do Planalto diz que tudo seguiu uma rotina normal, sem interferências. De duas, uma: ou houve a corrupção, ou o ambiente estava tão contaminado que foi possível a uns espertalhões dizerem que subornaram os agentes públicos por uma decisão que sairia normalmente.

Como efeito colateral, soube-se que Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, recebeu 2,4 milhões de reais de um dos escritórios de lobistas que atuaram pela Medida Provisória 471, que prorrogou incentivos fiscais de montadoras de veículos. A Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez os repasses à LFT Marketing Esportivo, aberta em 2011 por Luís Cláudio.

O filho de Lula confirmou os pagamentos, mas alegou que realizou “projetos” na área esportiva, sem maiores explicações.

E last, but not least, descobre-se que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o homem que comandará (comandaria?) o processo de impeachment contra a presidente Dilma, tem várias contas não declaradas na Suíça, no valor de US$ 5 milhões.  É ou não é o país da chanchada?

A verdadeira reforma ministerial - Caio Mesquita (Empiricus)

O economista da Empiricus tem razão: o ministério do Planejamento cheira a planificação socialista e certamente representa uma interferência indevida do Estado na vida econômica.
Suas funções orçamentárias poderiam voltar, como era o caso no passado, para o Ministério da Fazenda, que deveria chamar-se simplesmente Ministério da Economia, ou das Finanças, e todas as suas outras funções de planejamento poderiam ser simplesmente extintas, preservando-se um órgão de pesquisa e planejamento de economia aplicada, que já existe, que é o Ipea, e nada mais.
A reforma ministerial para sobreviver, como feita atualmente, é uma piada, pois não reduz EM NADA as despesas governamentais, e apenas continua a mesma partilha dos despojos do Estado entre a sua base fisiológica no Congresso.
Seria preciso cortar pela metade o governo, como já sugeri neste texto.
Brasil: redução de ministérios (minha sugestão atualizada)
Brasil: reducao de ministerios - minha sugestao (atualizada) - See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/08/brasil-reducao-de-ministerios-minha.html#sthash.8eqiYPqm.dpuf
http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/08/brasil-reducao-de-ministerios-minha.html

Brasil: reducao de ministerios - minha sugestao (atualizada) - See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/08/brasil-reducao-de-ministerios-minha.html#sthash.FqlVS89z.dpuf
Em todo caso, leiam estas considerações do economista da Empiricus.
Paulo Roberto de Almeida

Reforma Ministerial
Caio Mesquita
Empiricus, 2 de outubro de 2015

Caro Amigo da Empiricus,
A tal da reforma ministerial segue sendo tópico quente. Talvez pelas razões erradas, mas segue quente. Talvez quando você estiver lendo este e-mail, ela já tenha sido oficialmente anunciada.

Já não é de hoje que muitos clamam pela diminuição do número de ministérios. Por qualquer métrica que se use, parece que o Brasil tem ministérios a mais. São 39 no total, sendo 24 ministérios para valer, dez secretarias da presidência e cinco órgãos com status de ministério.

Do ponto de vista de gestão, é uma insensatez total conduzir qualquer tipo de organização com 39 subordinados se reportando diretamente a um líder. Mesmo um grande estadista – um Churchill, um De Gaulle, um Roosevelt – já teria enormes dificuldades até mesmo em memorizar o nome de todos esses comandados diretos.

Pense numa grande empresa. Capital aberto. Imagine agora o CEO dessa empresa com 39 diretores abaixo dele. Caso este CEO tivesse uma reunião de uma hora com cada diretor, a semana toda ficaria ocupada.

Agora pense nesse CEO gastando mais da metade do seu tempo viajando pelo País, participando de cerimônias e inaugurações. Com sorte, ele teria disponível uma hora por mês para cada diretor.

E se esse mesmo CEO estiver enfrentando um conselho de administração hostil, pressionado por acionistas enfurecidos, e toda sua energia e disponibilidade estiverem direcionadas para manter-se no poder?

Pior, e se essa empresa estiver enfrentando um momento delicado de mercado, com queda de vendas, prejuízos crescentes e desequilíbrio financeiro?

Com essa uma hora por mês dedicada a cada diretor, a tal empresa imaginária e acéfala dificilmente escaparia da insolvência.

Parece familiar?

Portanto, tanto por conta da boa gestão como da condução das finanças públicas, faz-se mais do que necessária a redução do número de ministérios dentro do âmbito de uma reforma ministerial.

Lamentavelmente, o Governo, desde que anunciou sua intenção de reformar os ministérios, embrenhou-se no jogo sujo do troca-troca congressual, negociando apoio do baixo clero do PMDB com as vagas nos ministérios mais disputados.

Deixo agora aos analistas políticos o desenho de cenários contemplando o desenrolar deste processo. O jogo político não é feito para grandes plateias, é disputado em salões privados, aos quais nem eu nem você – meros pagadores de impostos – temos acesso.

Tenho uma proposta, porém. Para alguns, indecente. Mas nada como uma crise tamanho-família para permitir propostas indecentes.

A verdadeira reforma ministerial, que gostaria de propor, seria também a mais simples. Dane-se o Ministério da Pesca e Aquicultura. Não estou nem aí para o Hélder Barbalho, muito menos para seus notáveis antecessores como Ideli Salvatti, Marcelo Crivella e outros. Danem-se todas essas secretarias com status de ministérios, seja lá o que isso significa. A melhor reforma ministerial extinguiria o mais nocivo dos ministérios. O Ministério do Planejamento.

Esta monstruosidade foi criada em 1962 pelo breve presidente João Goulart. Depois de alguns meses fechado, o Planejamento foi reaberto por Castelo Branco. Os presidentes da era militar viram razões estratégicas para dar poderes cada vez maiores ao Ministério do Planejamento. Em seu site, o Planejamento lista as seguintes atribuições:

I - participação na formulação do planejamento estratégico nacional;

II - avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e programas do Governo federal e elaboração de estudos especiais para a reformulação de políticas;

III - realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica e gestão dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais;

IV - elaboração, acompanhamento e avaliação das leis de iniciativa do Poder Executivo federal previstas no art. 165 da Constituição;

V - viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo;

VI - coordenação da gestão de parcerias público-privadas;

VII - formulação de diretrizes, coordenação das negociações, acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de projetos públicos com organismos multilaterais e agências governamentais;

VIII - coordenação e gestão dos sistemas de planejamento e orçamento federal, de pessoal civil, de administração de recursos da informação e informática e de serviços gerais, bem como das ações de organização e modernização administrativa do Governo federal;

IX - formulação de diretrizes, coordenação e definição de critérios de governança corporativa das empresas estatais federais;

X - administração patrimonial; e

XI - política e diretrizes para modernização da administração pública federal.

Ao ler essas atribuições, imagens acinzentadas de uma Alemanha Oriental da década de 70 inundam minha cabeça.

Em busca de referências mais modernas, pesquiso no Google "ministry of planning". Os primeiros resultados mostram, além do nosso próprio, ministérios em pujantes economias como Paquistão, Bangladesh, Camboja, Trinidad e Tobago e Ilhas Maldívias. O resultado comprova o óbvio. Uma correlação negativa entre planejamento estatal e desenvolvimento econômico.

Com todo respeito ao rapaz, qual é a competência visionária do Sr. Nelson Barbosa para planejar estrategicamente o Brasil que desejamos aos nossos filhos?

Onde está a criação de riqueza resultante desse planejamento estatal?

Quantos bilhões e bilhões de reais do contribuinte já foram desperdiçados por esses burocratas?

E, pior, quanto do nosso dinamismo empresarial tem sido embotado por essa turma?

O Brasil hoje está de joelhos, curvado pelo peso desse estatismo planejado.

Precisamos refundar o País. Este processo necessita de símbolos tangíveis. A extinção no Ministério do Planejamento serviria.

Matem esse dragão!

A Tale of Two Inflations: Venezuela (highest), Peru (lowest)

Não há muito espaço para Charles Dickens, aqui, ou se houver, é apenas para relatar a miséria dos cidadãos venezuelanos, que além de suportar uma crônica falta de produtos básicos ainda precisam se confrontar a uma inflação que é, provavelmente, a maior do mundo, mas uma coisa é consequência da outra não é mesmo?
Enquanto isso, um pouco mais abaixo, o Peru conhece sua mais baixa inflação do ano, coisa que os brasileiros não podem proclamar...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela economía
Inflación en Venezuela habría alcanzado el 180 % anual
InfoLatam, 2/10/2015

La inflación mensual de Venezuela de septiembre habría sido la más alta en un cuarto de siglo, un 16,9 por ciento, y la tasa interanual habría alcanzado a un 179,5 por ciento, dijo el jueves un periódico opositor, citando una fuente cercana al Banco Central.

Perú economía
La inflación en Perú llegó a 0,03 % en septiembre, la más baja del año
 InfoLatam, 2/10/2015

La inflación en Perú durante septiembre pasado fue de 0,03 %, la mas baja del año, con lo que se llegó a un acumulado de 3,43 % durante el año, informó el Instituto Nacional de Estadística e Informática (INEI).

China: o castelo de areia das miragens economicas - Mises Institute

The Reality Behind the Numbers in China’s Boom-Bust Economy
Yonathan Amselem
Mises Daily, OCTOBER 2, 2015

Last year, the world was stunned by an IMF report which found the Chinese economy larger and more productive than that of the United States, both in terms of raw GDP and purchasing power parity (PPP). The Chinese people created more goods and had more purchasing power with which to obtain them — a classic sign of prosperity. At the same time, the Shanghai Stock Exchange Composite more than doubled in value since October of 2014. This explosion in growth was accompanied by a post-recession construction boom that rivals anything the world has ever seen. In fact, in the three years from 2011 – 2013, the Chinese economy consumed more cement than the United States had in the entire twentieth century. Across the political spectrum, the narrative for the last fifteen years has been that of a rising Chinese hyperpower to rival American economic and cultural influence around the globe. China’s state-led “red capitalism” was a model to be admired and even emulated.

Yet, here we sit in 2015 watching the Chinese stock market fall apart despite the Chinese central bank’s desperate efforts to create liquidity through government-backed loans and bonds. Since mid-June, Chinese equities have fallen by more than 30 percent despite massive state purchases of small and mid-sized company shares by China’s Security Finance Corporation.

But this series of events should have surprised nobody. China’s colossal stock market boom was not the result of any increase in the real value or productivity of the underlying assets. Rather, the boom was fueled primarily by a cascade of debt pouring out of the Chinese central bank.

China’s Real Estate Bubble
Like the soaring Chinese stock exchange, the unprecedented construction boom was financed largely by artificially cheap credit offered by the Chinese central bank. New apartment buildings, roads, suburbs, irrigation and sewage systems, parks, and commercial centers were built not by private creditors and entrepreneurs marshaling limited resources in order to satisfy consumer demands. They were built by a cozy network of central bank officials, politicians, and well-connected private corporations.

Nearly seventy million luxury apartments remain empty. These projects created an epidemic of “ghost cities” in which cities built for millions are inhabited by a few thousand. At the turn of the century, the Chinese economy had outstanding debt of $1 trillion. Only fifteen years and several ghost cities later that debt has ballooned to an unbelievable $25 trillion. What we’re experiencing in the Chinese markets are the death throes of an economy that capital markets have realized is simply not productive enough to service that kind of debt.

GDP and Other Crude Economic Metrics are Misleading
GDP is meant to represent the collective value of all transactions within a certain boundary. This metric provides very little useful or accurate information about the actual quality of life in a country. GDP is artificially inflated by imputations such as the added “value” of a house owner not having to pay rent. GDP also includes government spending — such as when a government department purchases new computers. This transaction merely redirected labor and raw materials that would have otherwise been used to directly satisfy consumer demands with better or additional products. Government spending is not just “neutral,” it is actively destructive. Government purchases and sales do not operate with the same rules that other actors in the market are subject to. Thus when we look at GDP numbers from a country drunk on spending newly printed money on projects completely devoid of market signals, we should not place too much faith in them.

The IMF report and those who took it seriously relied heavily on GDP calculations when arriving at their astounding conclusions about China’s growth. To compare the Chinese and American economies using a crude metric like GDP is like trying to gauge the athleticism of an individual by how much sweat comes out of his pores. When one economy can produce companies like Google, Boeing, Costco, and General Electric while another builds empty homes, what meaningful information could an unsophisticated metric like GDP tell us? Much to the chagrin of Keynesians, not all spending is created equal.

Not long ago, we were haunted, not by the specter of this “red capitalism,” but by the communism of the Soviet Union. Some fifty years ago, mainstream economists blabbered tirelessly about the rising Soviet powerhouse. According to popular wisdom, the managed Soviet economy did not have the inefficiency and economic drag inherent in the “random” and “chaotic” American capitalist economy that sent some into mansions and others into bankruptcy. The widely-read Economics: An Introductory Analysis by Nobel-prize winning economist, Paul Samuelson predicted that Soviet GDP was nearly half that of the United States, but by 1984 (and surely by 1997), the strength of the Soviet economy would surpass that of the United States.

The Soviet Union crumbled. When experts rely on crude metrics we should not be surprised when experts are wrong.

The US Federal Reserve orchestrated an artificial boom from 2001 to 2007 through artificially low interest rates and has resumed doing so once again. Entrepreneurs operating under faulty market signals created by the Federal Reserve malinvested hundreds of billions of dollars into capital intensive projects primarily in the housing sector. We paid for our boom with millions of destroyed jobs, wasted labor, and wasted resources. The Chinese Central Bank learned nothing from the Fed’s catastrophic experiment. They will reap the same rewards.

Economist: O caminho do desastre em toda a sua magnitude


Bello
Dilma in the vortex
Brazil’s economic and political crises are reinforcing each other
The Economist, October 3rd 2015 

JUST as animals can smell fear in humans, financial markets pounce when they sniff government paralysis and division. So it was with Brazil in late September. In a fortnight the real plunged from 3.8 to the dollar to 4.2. Only when the Central Bank stepped in, offering dollars, was a semblance of calm restored. The immediate reason for the mayhem was the decision last month by Standard & Poor’s, a rating agency, to downgrade Brazil’s credit rating from investment grade to junk. That in turn was the inevitable result of the government’s fiscal adjustment coming apart at the seams.
After Dilma Rousseff narrowly won a second term as Brazil’s president a year ago, she signalled a change of economic course. Loose fiscal policy had pushed public debt to 60% of GDP in her first term. So she brought in Joaquim Levy, a fiscal hawk, as finance minister. He set a target of a primary surplus (ie, before interest payments) of 1.2% for this year (compared with a primary deficit of 0.6% in 2014) and of 2% next year.
Mr Levy said he could achieve this merely by trimming discretionary federal spending (on things like student and housing grants) and by abolishing some tax breaks. But he underestimated the severity of Brazil’s recession—the economy is set to contract by 3% this year—and the consequent fall in tax revenues. Fatally, instead of announcing stiffer spending cuts, Mr Levy loosened his targets. The economic team made a complete mess of next year’s budget, saying at first that it would involve a deficit and backtracking only after the downgrade.
It is an open secret in Brasília that Mr Levy wanted harsher measures. But the president declined to back him. She is at best a reluctant convert to austerity, and she lacks the authority to impose it. She has lost control over Congress, which must approve the cuts to legally mandated spending (on pensions and transfers, for example) which are now required. Moreover, she is also deeply unpopular (see chart), for two reasons. The first is a baroque corruption scandal in which politicians from her ruling Workers’ Party (PT) and its allies are accused of skimming some $4 billion from contracts awarded by Petrobras, the state oil company. The second is that the recession is biting into living standards. Brazil is losing 100,000 formal jobs a month, notes Eduardo Giannetti, an opposition economist. He says that “people are very fearful for the future”.
Rather than sorting out the economy, Ms Rousseff’s priority has become survival, week by week. Later this month the Federal Audit Court is likely to reject last year’s public accounts as irregular. And the electoral court is investigating whether her re-election campaign in 2014 benefited from corrupt donations. Either issue could trigger an attempt to impeach her. The opposition claims to have more than the simple majority of votes in the lower house of Congress required to start the process, though not the two-thirds needed for impeachment itself. So the president’s task this week is to prevent the PT’s main coalition partner, the centrist Party of the Brazilian Democratic Movement (PMDB), from jumping ship, by offering it bigger jobs in a slimmed-down cabinet.
Ms Rousseff may yet be able to muddle through in this fashion until 2018. Both the PMDB and the opposition are hesitant about inheriting the economic mess if they push her out. But there is a real risk that in the coming months the president will find she can no longer govern. Only a credible fiscal squeeze can restore confidence in the currency and allow the Central Bank to cut interest rates, opening the way to recovery. But the PT is openly critical of Mr Levy’s policies. And the centre-right opposition has hypocritically voted against austerity measures it believes in.
Ms Rousseff claims that impeachment would be a “coup”. That is false. At the least, it would be a recognition that she won her second term on a false prospectus of continued welfare spending. The PT itself tried (and failed) to impeach Fernando Henrique Cardoso, a former president, months after he won a second term. Yet barring clear evidence of wrongdoing, impeachment would be deeply divisive.
Ms Rousseff also says that as a former urban guerrilla who survived torture, she would never bow to pressure and resign. But if the economic crisis worsens, she may find herself in an untenable position. One recent opinion poll by Ideia Inteligência found that of 20,000 telephone respondents, 64% said that the president would not complete her term. Of these, 60% thought she would resign. It is starting to look as if they may be right.

Emb. Rubens Barbosa full speed: GloboNews Painel (3/10) e Roda Viva (5/10): let's roll...

Que fôlego: 

Painel/ GloboNews

O Embaixador Rubens Barbosa participará do programa GloboNews Painel para debater:

"A Crise Econômica e a Inserção do Brasil no Mercado Internacional"
Sábado, dia 03, 23hs e Domingo, dia 04, 11:05hs e 19:05hs

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Roda Viva/ TV Cultura

O Embaixador Rubens Barbosa participará do programa Roda Viva para debater:

"Os aspectos externos da crise: Comércio exterior e política externa"

Segunda-Feira, dia 05, 22hs
Reprise na madrugada de sexta-feira, ou seja, de quinta para sexta-feira à 00:30h

Avant Propos a Revolutions Bourgeoises et Modernisation Capitaliste - Paulo R. Almeida

Paulo Roberto de Almeida :
Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste : Démocratie et autoritarisme au Brésil

(Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 456 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6; p. 15-41)

Avant-Propos :
Capitalisme et démocratie au Brésil, à trente ans de distance


Dans l’introduction à son étude sur Les caractères originaux de l’histoire rurale française – publiée originalement en 1931, et depuis longtemps devenue un classique –, l’historien Marc Bloch affirmait avec raison que, « dans le développement d’une discipline, il est des moments où une synthèse, fût-elle en apparence prématurée, rend plus de services que beaucoup de travaux d’analyse, où, en d’autres termes, il importe surtout de bien énoncer les questions, plutôt, pour l’instant, que de chercher à les résoudre » (2ème éd. ; Paris : Armand Colin, 1964, tome I, p. vii).
Le présent travail – lequel, dans sa première incarnation, avait été soutenu en 1984, en tant que thèse de doctorat en Sciences Sociales à l’Université Libre de Bruxelles, sous le titre quelque peu ambitieux de « Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil : une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise » – ne prétend certes pas se poser en « synthèse » de sociologie historique appliquée et, même s’il tend vers ce but, n’est en aucun cas une synthèse achevée. Plus modestement, il cherche, d’une part, à établir le bilan critique d’un modèle explicatif de nature historico-sociologique – sous le concept de Révolution Bourgeoise, à côté des révolutions bourgeoises réelles – et, d’autre part, à faire la mise au point empirico-théorique de la légitimité de ce modèle pour l’interprétation d’un processus donné de développement historique : la modernisation économique de la société brésilienne et ses manifestations au niveau du système de pouvoir. Elle touche donc à deux domaines classiques de la sociologie et de l’histoire, objets d’attention constante au sein de l’académie : le capitalisme et la démocratie.
 

(...)

Ler a íntegra aqui: 

 Avant-propos disponível na plataforma Academia.edu
link: https://www.academia.edu/15889842/2862_Capitalisme_et_Democratie_au_Bresil_a_trente_ans_de_distance_2015_ 
e em ResearchGate 
link: https://www.researchgate.net/publication/282356116_Avant-propos_Capitalisme_et_Dmocratie_au_Brsil__Trente_Ans_de_Distance?ev=prf_pub
Relação de Originais n. 2863; Publicados n. 1193. 

Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste : Démocratie et autoritarisme au Brésil (Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 456 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6); version révisée de la thèse présenté en 1984 à la Faculté des Sciences Sociales, Politiques et Économiques de l’Université Libre de Bruxelles: Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil: une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise ; ajoutée du travail 2862). 
 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

RBPI, n. 1/2015, vol. 58: publicada

Informamos, com satisfação, a publicação do número 1 do Volume 58 (1/2015) da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI, cujo sumário se vê abaixo. Este número e também assinaturas da RBPI podem ser adquiridos diretamente na Loja do IBRI.

Esta edição traz as seguintes contribuições:
  • A cooperação técnica do Brasil com a África:comparando os governos Fernando Henrique Cardoso (1995–2002) e Lula da Silva (2003–2010), por Wilson Mendonça Júnior & Carlos Aurélio Pimenta de Faria;
  • A integração regional como mecanismo para provisão de bens públicos: uma análise comparativa da agenda de segurança pública no Mercosul e na Comunidade Andina de Nações, por Taiane las Casas;
  • The UN peacebuilding process: an analysis of its shortcomings in Timor-Leste, by Ramon Blanco;
  • Political conditions for successful inflation stabilization: comparing Brazil and Argentina, by Yonca Özdemir;
  • Os Estados Unidos e a ameaça do crime organizado transnacional nos anos 1990, por Paulo Pereira;
  • EU Commission participation in the Troika mission: is there a European Union price to pay?, by Antonio Goucha Soares;
  • Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial, por Paulo Roberto de Almeida;
  • Negociações comerciais em uma economia fechada: o Brasil e o comércio de serviços na Rodada Uruguai, por Raphael Coutinho da Cunha;
  • International drivers of Brazilian agricultural cooperation in Africa in the post-2008 economic crisis, by Alcides Costa Vaz;
  • Environmental issues and international relations, a new global (dis)order – the role of International Relations  in promoting a concerted international system, by Joana Castro Pereira;
  • Towards modular regionalism: the proliferation of Latin American cooperation, by Gian Luca Gardini;
  • The US experience in contracting out security and lessons for other countries, by Thomas C. Bruneau.