Não se esperava outra coisa...
Brasil minimiza divergencias comerciales con Argentina y niega represalias
Leila Yatim
EFE – 28/05/2010
El asesor de la Presidencia brasileña para Asuntos Internacionales, Marco Aurelio García, minimizó hoy las divergencias comerciales con Argentina y negó que el Gobierno de Brasil pretenda tomar represalias si se restringe la importación de alimentos en ese país.
“No hay clima para represalias. La pelea entre Brasil y Argentina sólo tiene consistencia en el fútbol”, afirmó el asesor de Lula en declaraciones a periodistas en Río de Janeiro después de participar en la apertura del Foro Brasil-Unión Europea.
García agregó que Lula tuvo el pasado lunes una “calurosa reunión” en Buenos Aires con la presidenta argentina, Cristina Fernández, durante las celebraciones del Bicentenario de la independencia de es país.
“Si mañana tienen un nuevo encuentro, evidentemente abordarán ese asunto pero sin ningún ánimo de represalia”, agregó al referirse al viaje que hará Fernández el viernes a Río de Janeiro para participar, junto con Lula y otros mandatarios, en el III Foro de la Alianza de las Civilizaciones.
El funcionario también minimizó las declaraciones de la víspera del secretario de Comercio del Ministerio de Desarrollo, Industria y Comercio de Brasil, Welber Barral, quien advirtió que el Gobierno brasileño puede responder con acciones similares a las posibles medidas de Argentina para restringir la importación de alimentos.
“El principio del Gobierno brasileño en sus relaciones internacionales es la reciprocidad. Brasil también tiene un mecanismo electrónico de control de importaciones”, dijo Barral al ser consultado sobre las medidas que Argentina podría adoptar, que oficialmente no han sido anunciadas.
Según versiones de presa, el Gobierno de Argentina estudia restringir el ingreso en su país de alimentos que compitan con la producción local, incluyendo los procedentes de sus socios del Mercosur (Brasil, Paraguay y Uruguay).
El asesor de Lula dijo que Argentina puede retrasar la concesión de algunas licencias de importación, pero eso “no configura una guerrilla y mucho menos una guerra de posiciones”.
“Países que tienen una relación como la que tenemos Argentina y Brasil difícilmente van a enfrentar una crisis por esa situación. Por eso no hay ninguna preocupación”, aseguró.
Acesso em: 28/05/2010.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 29 de maio de 2010
A fraude da medicina socialista
Recebo muitos comentários, alguns até impublicáveis, outros que não mereceriam publicação mas que acabo concedendo mais em deferência ao comentarista (geralmente anônimo, mas que se deu ao trabalho de ler algum post meu, dedilhar alguma mensagem no teclando e clicar send), do que em respeito ao leitor inteligente que frequenta estas páginas e que talvez não mereceria ler certas coisas (mas, finalmente, um comentário é como essas notas de rodapé que em certos livros em lugar de estar no rodapé, ficam no final do livro, e assim dá preguiça ir buscar para ler).
Enfim, tudo isso para dizer que, algum tempo atrás, já nem lembro quem ou por que (ou seja, em relação a qual post exatamente), alguém me escreveu mencionando um filme de Michael Moore para atacar os EUA (claro, quem é que, sendo brasileiro universitário médio, não gosta de atacar os EUA?; com Bush ou sem Bush...).
Acho que já escrevi que considero Moore um dos grandes idiotas americanos, mais que isso, um gigantesco idiota, um mentiroso, um fraudador, um sujeito de profunda má-fé que eu sequer mencionaria se alguém não o mencionasse neste espaço.
Pois bem, já vi um outro documentário dele, com profundo desgosto, devo dizer, não que eu tenha pago para ver, mas devo ter "caído" distraidamente em algum deles zappeando na TV. Disgusting, pois quem é inteligente e bem informado sabe que o sujeitinho está mentindo deslavadamente.
Bem, encurtando a história, vou deixar vocês com um post do Janer Cristaldo, um gaucho iconoclasta que escreve muito melhor do que 90 por cento dos jornalistas brasileiros (que me perdõem os que eu conheço), que além de escreverem mal, são em geral ignorantes, quando não de má fé (talvez por idiotice aprendida nas Faculdades medíocres de jornalismo).
Ele fala melhor do que eu do maior idiota americano, que ganha longe de George Bush...
Paulo Roberto de Almeida
HAJA PANACAS NESTE MUNDO!
Janer Cristaldo
Sexta-feira, Maio 28, 2010
Quando mais jovem, jamais me preocupei com seguro saúde em minhas viagens. O que é uma imprevidência, confesso. Mesmo que você tenha boa saúde, acidentes acontecem. Foi o que ocorreu comigo em janeiro de 1990, quando fui a Berlim quebrar os cacos que ainda restavam do muro. Tinha um problema crônico de menisco e volta e meia me acometia a tal de água no joelho. Claro que não faltaram as más línguas a aventar a hipótese de uísque no joelho. A bem da verdade, aquele líquido tinha uma certa cor de bom scotch. Sabe-se lá!
Parti rumo ao muro, sem lenço nem documento, como se diz. Em Paris, escorreguei e a perna começou a inchar. Pensei ir ao médico, mas desisti. Sabia qual era o tratamento. Ele faria uma punção no joelho, extrairia o líquido sinovial e me ordenaria repouso. Se é para ficar de molho, pensei, fico em Berlim, mais perto do muro. Embarquei.
No trem, desastre. A perna foi inchando a ponto de mal caber na perna da calça. Eu viajava com uma amiga, que seria minha anfitriã. Nem deu para ir à casa dela. Ela telefonou para o hospital e do trem fui direto para lá. Onde já me esperavam dois médicos, com uma maca na recepção.
Não, não quero falar das atribulações de meu menisco. Ocorre que as aventuras de minha perna me proporcionaram uma oportuna comparação entre a medicina capitalista e socialista. Estava em Berlim ocidental bem entendido, a reunificação só ocorreria mais adiante, em outubro. Aconteceu o previsto. Extraíram o líquido e me mandaram ficar em repouso. Quando perguntei quanto pagaria, riram na minha cara. Que deixasse um endereço e depois enviariam a conta. Nunca enviaram.
Mas o muro estava ali, quase a meu lado, esperando meu martelo. Mal me equilibrei nas pernas, fui lá tirar meus cacos. Caminhava devagar, sem forçar o joelho. Deu certo. Fui então para Praga. Ora, Praga é uma cidade belíssima, concebida para pedestres. Impossível não caminhar. Foi quando me acometeu de novo a praga, sem trocadilhos. A perna começou a intumescer e tive de procurar hospital.
O hospital, uma espécie de pátio de milagres, gente doente atirada no chão, em colchões espalhados pelos corredores. Eu, tentando achar um médico. Falava em inglês, os funcionários me entendiam. O problema é que respondiam em checo. Lá perto de meio-dia, descobri que havia uma ala diplomática no hospital. Fui para lá. Consegui me comunicar.
Nossa! O panorama mudou. Muita limpeza, muita higiene, não vi mais gente deitada nos corredores. Me atendeu uma médica que fizera estágio em Cuba e falava espanhol. Bonitaça, ela aproximou seu rosto do meu, começou a queixar-se de sua vida, me confessou suas mais íntimas angústias. Eu, que não sabia se voltaria ao Brasil com uma perna ou duas, não percebi naquele momento que a moça estava me insinuando outros serviços que não os médicos. Por uns vinte dólares, eu talvez até tivesse esquecido o inchume de meu joelho. Seja como for, a ala diplomática era limpa e abordável. Com acesso aos serviços VIP da doutora.
Acabei sendo atendido pelo Dr. Dvorjak. Que me pôs uma tala de isopor na perna e me prescreveu um remédio que, soube mais tarde, se prescreve para cavalos. Voei entalado para Paris e não tive remédio senão voltar ao Brasil. (Mas pelo menos com os cacos do muro). Apesar da fama de gratuidade da medicina socialista, acabei pagando mais de cem dólares. Por uma tala de isopor. Mais o preço do remédio para cavalos.
Em São Paulo, conversando com jornalista que foi correspondente em Moscou, ele me dizia que, no mundo socialista, toda profissional liberal era uma prostituta potencial. Devia saber do que falava. Ganhar em meia hora o salário de um mês é uma tentação à qual dificilmente uma brava mulher socialista resiste. Debilitado e desinformado sobre as práticas das camaradas, eu havia perdido uma adorável e loura checa em Praga.
Tudo isto, como introdução a um filme muito safado, que vi hoje na madrugada, Sicko, do agitprop ianque Michael Moore. Vi com atraso. O filme é de 2007 e se pretende documentário. No fundo, uma defesa inverossímil da medicina cubana. Moore começa expondo os altos custos da medicina americana, no que não vai nada de novo. Depois se transporta para o Canadá, França e Inglaterra, onde a saúde é subsidiada pelo Estado. Mostra americanos felizes morando em Paris e Londres, como se estivessem no paraíso. No Canadá, há até mesmo americanas casando com canadenses, por um seguro saúde.
O “documentarista” é tão fiel aos fatos que chega a mostrar um cidadão que se fere em Londres, no momento em que atravessa uma rua plantando bananeira e logo após suas démarches junto aos serviços de saúde. Documentarista bom é isso mesmo, pega a história desde o início. Moore estava no exato instante do acidente, para depois acompanhar a história toda. Mas o filme não tem por objetivo mostrar as excelências dos serviços de saúde da Europa. E sim dos de Cuba, o paraíso do Caribe.
Moore descobre que em Guantánamo os prisioneiros lá encarcerados têm assistência médica total e gratuita. E reúne vários americanos em dois barcos, três deles com seqüelas decorrentes do socorro às vítimas do atentado às torres gêmeas. Aproxima-se da prisão, pelo mar, e pede internação de seus passageiros na prisão americana. Como se Guantánamo fosse um hospital público. Na verdade, Moore fala apenas para seu câmera. Fala de longe, em pleno mar, sem ao menos usar um megafone. Claro que não recebe resposta alguma.
O agitprop pega então sua turma e dirige-se ao paraíso. Em Cuba, como se fosse a coisa mais normal do mundo chegar a um país para receber tratamento médico, todos são bem recebidos em um hospital de primeira linha. Com cuidados personalizados. Voltam curados para casa. Sem pagar nada ou quase nada. Por remédios que custam U$ 120 nos Estados Unidos, os americanos pagam 0,5 cents em Havana. Por tratamentos que custam de 7 mil a 15 mil dólares, pagam zero dólar em Cuba. Porque é assim? – pergunta o cineasta à Aleida Guevara, filha de um dos mais operosos assassinos do continente. “Porque nós podemos e vocês não” – responde Aleida.
Resposta definitiva. Incontestável. Ingênuos no Brasil é o que não falta para acreditar que a saúde é um direito de todo cidadão na Disneylândia das esquerdas. Em 2008, lia-se na Folha de São Paulo, numa espécie de repercussão ao filme de Moore:
Regime de Fidel cerceou democracia e direitos
humanos, mas melhorou qualidade de vida
Dizia o texto:
Em quase meio século como líder de Cuba, Fidel Castro escreveu uma história pontuada por grandes conquistas e perdas significativas. Se educação, saúde, redução de miséria e emprego são áreas em que é impressionante a evolução do país após a revolução, em categorias como direitos humanos, liberdade de expressão, democracia e acesso a bens de consumo Cuba consta como um contra-exemplo no cenário mundial.
Melhoras na saúde? Como podem existir melhoras na saúde em um país que vive à beira da fome? Onde os gêneros alimentícios são racionados por uma libreta? Onde carne e pescados são reservados aos turistas que pagam em moeda forte? Onde o cubano vive de massas e açúcar? Onde um médico recebe 15 dólares por mês? Onde é melhor ser taxista trabalhando com turistas que médico formado? Onde os médicos estão migrando para o Brasil – e mesmo para a Venezuela de Chávez – em busca de salário decente? No país das jineteras, onde prostituição se tornou mercadoria corrente? Onde pais e maridos oferecem suas filhas e mulheres aos turistas numa boa? Como pode uma ilhota que vive em regime de miséria oferecer medicina gratuita a americanos?
Que milagre é esse? Estamos diante de um novo Cristo, que faz não a multiplicação dos peixes, mas dos remédios? É de perguntar-se porque todos os americanos, em peso, ainda não migraram para Cuba. O que vemos é cubanos, aos milhares, arriscando a vida – e mesmo morrendo – na tentativa de chegar a Miami. Cá em São Paulo, não passa mês sem que eu encontre uma petista que me jura de pés juntos que Cuba chegou a um atendimento gratuito e universal em termos de saúde.
No entanto, o filme de Moore fez fortuna. Haja panacas neste nosso mundinho.
- Enviado por Janer @ 7:25 PM
Enfim, tudo isso para dizer que, algum tempo atrás, já nem lembro quem ou por que (ou seja, em relação a qual post exatamente), alguém me escreveu mencionando um filme de Michael Moore para atacar os EUA (claro, quem é que, sendo brasileiro universitário médio, não gosta de atacar os EUA?; com Bush ou sem Bush...).
Acho que já escrevi que considero Moore um dos grandes idiotas americanos, mais que isso, um gigantesco idiota, um mentiroso, um fraudador, um sujeito de profunda má-fé que eu sequer mencionaria se alguém não o mencionasse neste espaço.
Pois bem, já vi um outro documentário dele, com profundo desgosto, devo dizer, não que eu tenha pago para ver, mas devo ter "caído" distraidamente em algum deles zappeando na TV. Disgusting, pois quem é inteligente e bem informado sabe que o sujeitinho está mentindo deslavadamente.
Bem, encurtando a história, vou deixar vocês com um post do Janer Cristaldo, um gaucho iconoclasta que escreve muito melhor do que 90 por cento dos jornalistas brasileiros (que me perdõem os que eu conheço), que além de escreverem mal, são em geral ignorantes, quando não de má fé (talvez por idiotice aprendida nas Faculdades medíocres de jornalismo).
Ele fala melhor do que eu do maior idiota americano, que ganha longe de George Bush...
Paulo Roberto de Almeida
HAJA PANACAS NESTE MUNDO!
Janer Cristaldo
Sexta-feira, Maio 28, 2010
Quando mais jovem, jamais me preocupei com seguro saúde em minhas viagens. O que é uma imprevidência, confesso. Mesmo que você tenha boa saúde, acidentes acontecem. Foi o que ocorreu comigo em janeiro de 1990, quando fui a Berlim quebrar os cacos que ainda restavam do muro. Tinha um problema crônico de menisco e volta e meia me acometia a tal de água no joelho. Claro que não faltaram as más línguas a aventar a hipótese de uísque no joelho. A bem da verdade, aquele líquido tinha uma certa cor de bom scotch. Sabe-se lá!
Parti rumo ao muro, sem lenço nem documento, como se diz. Em Paris, escorreguei e a perna começou a inchar. Pensei ir ao médico, mas desisti. Sabia qual era o tratamento. Ele faria uma punção no joelho, extrairia o líquido sinovial e me ordenaria repouso. Se é para ficar de molho, pensei, fico em Berlim, mais perto do muro. Embarquei.
No trem, desastre. A perna foi inchando a ponto de mal caber na perna da calça. Eu viajava com uma amiga, que seria minha anfitriã. Nem deu para ir à casa dela. Ela telefonou para o hospital e do trem fui direto para lá. Onde já me esperavam dois médicos, com uma maca na recepção.
Não, não quero falar das atribulações de meu menisco. Ocorre que as aventuras de minha perna me proporcionaram uma oportuna comparação entre a medicina capitalista e socialista. Estava em Berlim ocidental bem entendido, a reunificação só ocorreria mais adiante, em outubro. Aconteceu o previsto. Extraíram o líquido e me mandaram ficar em repouso. Quando perguntei quanto pagaria, riram na minha cara. Que deixasse um endereço e depois enviariam a conta. Nunca enviaram.
Mas o muro estava ali, quase a meu lado, esperando meu martelo. Mal me equilibrei nas pernas, fui lá tirar meus cacos. Caminhava devagar, sem forçar o joelho. Deu certo. Fui então para Praga. Ora, Praga é uma cidade belíssima, concebida para pedestres. Impossível não caminhar. Foi quando me acometeu de novo a praga, sem trocadilhos. A perna começou a intumescer e tive de procurar hospital.
O hospital, uma espécie de pátio de milagres, gente doente atirada no chão, em colchões espalhados pelos corredores. Eu, tentando achar um médico. Falava em inglês, os funcionários me entendiam. O problema é que respondiam em checo. Lá perto de meio-dia, descobri que havia uma ala diplomática no hospital. Fui para lá. Consegui me comunicar.
Nossa! O panorama mudou. Muita limpeza, muita higiene, não vi mais gente deitada nos corredores. Me atendeu uma médica que fizera estágio em Cuba e falava espanhol. Bonitaça, ela aproximou seu rosto do meu, começou a queixar-se de sua vida, me confessou suas mais íntimas angústias. Eu, que não sabia se voltaria ao Brasil com uma perna ou duas, não percebi naquele momento que a moça estava me insinuando outros serviços que não os médicos. Por uns vinte dólares, eu talvez até tivesse esquecido o inchume de meu joelho. Seja como for, a ala diplomática era limpa e abordável. Com acesso aos serviços VIP da doutora.
Acabei sendo atendido pelo Dr. Dvorjak. Que me pôs uma tala de isopor na perna e me prescreveu um remédio que, soube mais tarde, se prescreve para cavalos. Voei entalado para Paris e não tive remédio senão voltar ao Brasil. (Mas pelo menos com os cacos do muro). Apesar da fama de gratuidade da medicina socialista, acabei pagando mais de cem dólares. Por uma tala de isopor. Mais o preço do remédio para cavalos.
Em São Paulo, conversando com jornalista que foi correspondente em Moscou, ele me dizia que, no mundo socialista, toda profissional liberal era uma prostituta potencial. Devia saber do que falava. Ganhar em meia hora o salário de um mês é uma tentação à qual dificilmente uma brava mulher socialista resiste. Debilitado e desinformado sobre as práticas das camaradas, eu havia perdido uma adorável e loura checa em Praga.
Tudo isto, como introdução a um filme muito safado, que vi hoje na madrugada, Sicko, do agitprop ianque Michael Moore. Vi com atraso. O filme é de 2007 e se pretende documentário. No fundo, uma defesa inverossímil da medicina cubana. Moore começa expondo os altos custos da medicina americana, no que não vai nada de novo. Depois se transporta para o Canadá, França e Inglaterra, onde a saúde é subsidiada pelo Estado. Mostra americanos felizes morando em Paris e Londres, como se estivessem no paraíso. No Canadá, há até mesmo americanas casando com canadenses, por um seguro saúde.
O “documentarista” é tão fiel aos fatos que chega a mostrar um cidadão que se fere em Londres, no momento em que atravessa uma rua plantando bananeira e logo após suas démarches junto aos serviços de saúde. Documentarista bom é isso mesmo, pega a história desde o início. Moore estava no exato instante do acidente, para depois acompanhar a história toda. Mas o filme não tem por objetivo mostrar as excelências dos serviços de saúde da Europa. E sim dos de Cuba, o paraíso do Caribe.
Moore descobre que em Guantánamo os prisioneiros lá encarcerados têm assistência médica total e gratuita. E reúne vários americanos em dois barcos, três deles com seqüelas decorrentes do socorro às vítimas do atentado às torres gêmeas. Aproxima-se da prisão, pelo mar, e pede internação de seus passageiros na prisão americana. Como se Guantánamo fosse um hospital público. Na verdade, Moore fala apenas para seu câmera. Fala de longe, em pleno mar, sem ao menos usar um megafone. Claro que não recebe resposta alguma.
O agitprop pega então sua turma e dirige-se ao paraíso. Em Cuba, como se fosse a coisa mais normal do mundo chegar a um país para receber tratamento médico, todos são bem recebidos em um hospital de primeira linha. Com cuidados personalizados. Voltam curados para casa. Sem pagar nada ou quase nada. Por remédios que custam U$ 120 nos Estados Unidos, os americanos pagam 0,5 cents em Havana. Por tratamentos que custam de 7 mil a 15 mil dólares, pagam zero dólar em Cuba. Porque é assim? – pergunta o cineasta à Aleida Guevara, filha de um dos mais operosos assassinos do continente. “Porque nós podemos e vocês não” – responde Aleida.
Resposta definitiva. Incontestável. Ingênuos no Brasil é o que não falta para acreditar que a saúde é um direito de todo cidadão na Disneylândia das esquerdas. Em 2008, lia-se na Folha de São Paulo, numa espécie de repercussão ao filme de Moore:
Regime de Fidel cerceou democracia e direitos
humanos, mas melhorou qualidade de vida
Dizia o texto:
Em quase meio século como líder de Cuba, Fidel Castro escreveu uma história pontuada por grandes conquistas e perdas significativas. Se educação, saúde, redução de miséria e emprego são áreas em que é impressionante a evolução do país após a revolução, em categorias como direitos humanos, liberdade de expressão, democracia e acesso a bens de consumo Cuba consta como um contra-exemplo no cenário mundial.
Melhoras na saúde? Como podem existir melhoras na saúde em um país que vive à beira da fome? Onde os gêneros alimentícios são racionados por uma libreta? Onde carne e pescados são reservados aos turistas que pagam em moeda forte? Onde o cubano vive de massas e açúcar? Onde um médico recebe 15 dólares por mês? Onde é melhor ser taxista trabalhando com turistas que médico formado? Onde os médicos estão migrando para o Brasil – e mesmo para a Venezuela de Chávez – em busca de salário decente? No país das jineteras, onde prostituição se tornou mercadoria corrente? Onde pais e maridos oferecem suas filhas e mulheres aos turistas numa boa? Como pode uma ilhota que vive em regime de miséria oferecer medicina gratuita a americanos?
Que milagre é esse? Estamos diante de um novo Cristo, que faz não a multiplicação dos peixes, mas dos remédios? É de perguntar-se porque todos os americanos, em peso, ainda não migraram para Cuba. O que vemos é cubanos, aos milhares, arriscando a vida – e mesmo morrendo – na tentativa de chegar a Miami. Cá em São Paulo, não passa mês sem que eu encontre uma petista que me jura de pés juntos que Cuba chegou a um atendimento gratuito e universal em termos de saúde.
No entanto, o filme de Moore fez fortuna. Haja panacas neste nosso mundinho.
- Enviado por Janer @ 7:25 PM
Paquistao: um pais profundamente ferido pelo terrorismo sectario
O Paquistão já é, de certa forma, um Estado falido, incapaz de assegurar a segurança de sua própria população, inclusive porque o próprio Estado faz distinção entre os seus cidadãos, como demonstra esta matéria sobre o mais recente ataque terrorista contra "infiéis" muçulmanos...
A prova de que o Paquistão se aproxima de um Estado falido é fornecido pela matéria seguinte, no mesmo jornal, que indica que os EUA poderão atacar unilateralmente regiões do país se ficar provada alguma conexão com ataques terroristas nos EUA.
Militants attack two Ahmadi mosques in Pakistan; 80 killed
By Rizwan Mohammed and Karin Brulliard
Washington Post, Saturday, May 29, 2010
Dozens killed in attack on Pakistan mosques
As Friday prayers ended on May 28, 2010, as many as 10 militants armed with grenades, high-powered rifles and suicide vests opened fire on two mosques in Lahore.
LAHORE, PAKISTAN -- Militants staged coordinated attacks in this eastern city Friday on two mosques of a minority Muslim sect, taking hostages and killing at least 80 people.
The attacks, which began minutes apart, targeted places of worship belonging to the Ahmadi sect, each of which was packed with at least 1,500 people, according to Ahmadi representatives in the United States. At least seven men armed with grenades, high-powered rifles and suicide vests stormed the mosques as Friday prayers ended.
A group identifying itself as the Punjab provincial chapter of the Pakistani Taliban, an amorphous Sunni Muslim organization based in the country's mountainous tribal regions, asserted responsibility for the attack, according to the Geo television network. The Taliban has carried out bombings across Pakistan over the past three years, increasingly allying with like-minded groups in the country's heartland.
Friday's attacks, which wounded at least 78 people, demonstrated the continued ability of the Taliban and its associates to strike forcefully in urban centers and pointed to rising sectarian tensions in Sunni-majority Pakistan.
Ahmadis consider themselves Muslim, but Pakistani law does not recognize them as such. Sunni conservatives have led a recent campaign to ostracize them, and Sunni extremists have made Ahmadis, as well as Shiites, the target of violence. But neither minority sect has previously been the target of a large-scale, coordinated assault.
At one mosque, in the elite neighborhood of Model Town, four gunmen opened fire and tossed grenades at security and police guards, then at worshipers. At least 19 people were killed before police regained control, said Sajjad Bhutta, the deputy commissioner of Lahore.
Near the city's main railway station in the district of Garhi Shahu, a team of about three men besieged another mosque, taking several hundred people hostage. A standoff ensued as police and fighters exchanged gunfire. The militants then detonated explosives, killing scores, Bhutta said.
"When the gunmen entered the premises firing, the imam said aloud, 'Everyone on the ground!' " said Luqman, 27, a shopkeeper who declined to give his full name. "I ran out, along with 25 to 30 people, as the gunmen sprayed bullets on us from behind. Many fell. I was lucky."
An estimated 2 million to 5 million Ahmadis live in Pakistan. They believe their founder was a savior sent by God, an idea considered blasphemous under Pakistani law and anti-Muslim to many fundamentalist Islamists. That makes the Ahmadis a valid target in the eyes of radicals.
On Thursday night, unidentified gunmen ambushed and killed three Ahmadi businessmen in Faisalabad, an industrial city about 100 miles west of Lahore. Faisalabad Police Chief Sadiq Dogar said it appeared to be a sectarian slaying.
Elsewhere in Pakistan on Friday, a suspected U.S. drone-fired missile struck a Taliban compound in the South Waziristan tribal area, killing eight, according to two officials in the region.
Mohammed is a special correspondent. Brulliard reported from Kabul.
================
Options studied for a possible Pakistan strike
By Greg Miller
Washington Post Staff Writer
Saturday, May 29, 2010; A01
The U.S. military is reviewing options for a unilateral strike in Pakistan in the event that a successful attack on American soil is traced to the country's tribal areas, according to senior military officials.
Ties between the alleged Times Square bomber, Faisal Shahzad, and elements of the Pakistani Taliban have sharpened the Obama administration's need for retaliatory options, the officials said. They stressed that a U.S. reprisal would be contemplated only under extreme circumstances, such as a catastrophic attack that leaves President Obama convinced that the ongoing campaign of CIA drone strikes is insufficient.
"Planning has been reinvigorated in the wake of Times Square," one of the officials said.
At the same time, the administration is trying to deepen ties to Pakistan's intelligence officials in a bid to head off any attack by militant groups. The United States and Pakistan have recently established a joint military intelligence center on the outskirts of the northwestern city of Peshawar, and are in negotiations to set up another one near Quetta, the Pakistani city where the Afghan Taliban is based, according to the U.S. military officials. They and other officials spoke on the condition of anonymity because of the sensitivity surrounding U.S. military and intelligence activities in Pakistan.
The "fusion centers" are meant to bolster Pakistani military operations by providing direct access to U.S. intelligence, including real-time video surveillance from drones controlled by the U.S. Special Operations Command, the officials said. But in an acknowledgment of the continuing mistrust between the two governments, the officials added that both sides also see the centers as a way to keep a closer eye on one another, as well as to monitor military operations and intelligence activities in insurgent areas.
Obama said during his campaign for the presidency that he would be willing to order strikes in Pakistan, and Secretary of State Hillary Rodham Clinton said in a television interview after the Times Square attempt that "if, heaven forbid, an attack like this that we can trace back to Pakistan were to have been successful, there would be very severe consequences."
Obama dispatched his national security adviser, James L. Jones, and CIA Director Leon Panetta to Islamabad this month to deliver a similar message to Pakistani officials, including President Asif Ali Zardari and the military chief, Gen. Ashfaq Kiyani.
Jones and Panetta also presented evidence gathered by U.S. law enforcement and intelligence agencies that Shahzad received significant support from the Pakistani Taliban.
The U.S. options for potential retaliatory action rely mainly on air and missile strikes, but could also employ small teams of U.S. Special Operations troops already positioned along the border with Afghanistan. One of the senior military officials said plans for military strikes in Pakistan have been revised significantly over the past several years, moving away from a "large, punitive response" to more measured plans meant to deliver retaliatory blows against specific militant groups.
The official added that there is a broad consensus in the U.S. military that airstrikes would at best erode the threat posed by al-Qaeda and its affiliates, and risk an irreparable rupture in the U.S. relationship with Pakistan.
"The general feeling is that we need to be circumspect in how we respond so we don't destroy the relationships we've built" with the Pakistani military, the second official said.
U.S. Special Operations teams in Afghanistan have pushed for years to have wider latitude to carry out raids across the border, arguing that CIA drone strikes do not yield prisoners or other opportunities to gather intelligence. But a 2008 U.S. helicopter raid against a target in Pakistan prompted protests from officials in Islamabad who oppose allowing U.S. soldiers to operate within their country.
The CIA has the authority to designate and strike targets in Pakistan without case-by-case approval from the White House. U.S. military forces are currently authorized to carry out unilateral strikes in Pakistan only if solid intelligence were to surface on any of three high-value targets: al-Qaeda leaders Osama bin Laden and Ayman al-Zawahiri, or Taliban chief Mohammad Omar. But even in those cases, the military would need higher-level approval.
"The bottom line is you have to have information about targets to do something [and] we have a process that remains cumbersome," said one of the senior military officials. "If something happens, we have to confirm who did it and where it came from. People want to be as precise as possible to be punitive."
U.S. spy agencies have engaged in a major buildup inside Pakistan over the past year. The CIA has increased the pace of drone strikes against al-Qaeda affiliates, a campaign supported by the arrival of new surveillance and eavesdropping technology deployed by the National Security Agency.
The fusion centers are part of a parallel U.S. military effort to intensify the pressure on the Taliban and other groups accused of directing insurgent attacks in Afghanistan. U.S. officials said that the sharing of intelligence goes both ways and that targets are monitored in both Afghanistan and Pakistan.
In the Peshawar fusion cell, which was set up within the last several months, Pakistanis have access to "full-motion video from different platforms," including unarmed surveillance drones, one official said.
The fusion centers also serve a broader U.S. aim: making the Pakistanis more dependent on U.S. intelligence, and less likely to curtail Predator drone patrols or other programs that draw significant public opposition.
To Pakistan, the fusion centers offer a glimpse of U.S. capabilities, as well as the ability to monitor U.S. military operations across the border. "They find out much more about what we know," one of the senior U.S. military officials said. "What we get is physical presence -- to see what they are actually doing versus what they say they're doing."
That delicate arrangement will be tested if the two sides reach agreement on the fusion center near Quetta. The city has served for nearly a decade as a sanctuary for Taliban leaders who fled Afghanistan in 2001 and have long-standing ties to Pakistan's powerful Inter-Services Intelligence directorate.
U.S. officials said that the two sides have done preliminary work searching for a suitable site for the center but that the effort is proceeding at a pace that one official described as "typical Pakistani glacial speed." Despite the increased cooperation, U.S. officials say they continue to be frustrated over Pakistan's slow pace in issuing visas to American military and civilian officials.
One senior U.S. military official said the center would be used to track the Afghan Taliban leadership council, known as the Quetta shura. But other officials said the main mission would be to support the U.S. military effort across the border in Kandahar, Afghanistan, where a major U.S. military push is planned.
Staff writers Greg Jaffe and Karen DeYoung contributed to this report.
A prova de que o Paquistão se aproxima de um Estado falido é fornecido pela matéria seguinte, no mesmo jornal, que indica que os EUA poderão atacar unilateralmente regiões do país se ficar provada alguma conexão com ataques terroristas nos EUA.
Militants attack two Ahmadi mosques in Pakistan; 80 killed
By Rizwan Mohammed and Karin Brulliard
Washington Post, Saturday, May 29, 2010
Dozens killed in attack on Pakistan mosques
As Friday prayers ended on May 28, 2010, as many as 10 militants armed with grenades, high-powered rifles and suicide vests opened fire on two mosques in Lahore.
LAHORE, PAKISTAN -- Militants staged coordinated attacks in this eastern city Friday on two mosques of a minority Muslim sect, taking hostages and killing at least 80 people.
The attacks, which began minutes apart, targeted places of worship belonging to the Ahmadi sect, each of which was packed with at least 1,500 people, according to Ahmadi representatives in the United States. At least seven men armed with grenades, high-powered rifles and suicide vests stormed the mosques as Friday prayers ended.
A group identifying itself as the Punjab provincial chapter of the Pakistani Taliban, an amorphous Sunni Muslim organization based in the country's mountainous tribal regions, asserted responsibility for the attack, according to the Geo television network. The Taliban has carried out bombings across Pakistan over the past three years, increasingly allying with like-minded groups in the country's heartland.
Friday's attacks, which wounded at least 78 people, demonstrated the continued ability of the Taliban and its associates to strike forcefully in urban centers and pointed to rising sectarian tensions in Sunni-majority Pakistan.
Ahmadis consider themselves Muslim, but Pakistani law does not recognize them as such. Sunni conservatives have led a recent campaign to ostracize them, and Sunni extremists have made Ahmadis, as well as Shiites, the target of violence. But neither minority sect has previously been the target of a large-scale, coordinated assault.
At one mosque, in the elite neighborhood of Model Town, four gunmen opened fire and tossed grenades at security and police guards, then at worshipers. At least 19 people were killed before police regained control, said Sajjad Bhutta, the deputy commissioner of Lahore.
Near the city's main railway station in the district of Garhi Shahu, a team of about three men besieged another mosque, taking several hundred people hostage. A standoff ensued as police and fighters exchanged gunfire. The militants then detonated explosives, killing scores, Bhutta said.
"When the gunmen entered the premises firing, the imam said aloud, 'Everyone on the ground!' " said Luqman, 27, a shopkeeper who declined to give his full name. "I ran out, along with 25 to 30 people, as the gunmen sprayed bullets on us from behind. Many fell. I was lucky."
An estimated 2 million to 5 million Ahmadis live in Pakistan. They believe their founder was a savior sent by God, an idea considered blasphemous under Pakistani law and anti-Muslim to many fundamentalist Islamists. That makes the Ahmadis a valid target in the eyes of radicals.
On Thursday night, unidentified gunmen ambushed and killed three Ahmadi businessmen in Faisalabad, an industrial city about 100 miles west of Lahore. Faisalabad Police Chief Sadiq Dogar said it appeared to be a sectarian slaying.
Elsewhere in Pakistan on Friday, a suspected U.S. drone-fired missile struck a Taliban compound in the South Waziristan tribal area, killing eight, according to two officials in the region.
Mohammed is a special correspondent. Brulliard reported from Kabul.
================
Options studied for a possible Pakistan strike
By Greg Miller
Washington Post Staff Writer
Saturday, May 29, 2010; A01
The U.S. military is reviewing options for a unilateral strike in Pakistan in the event that a successful attack on American soil is traced to the country's tribal areas, according to senior military officials.
Ties between the alleged Times Square bomber, Faisal Shahzad, and elements of the Pakistani Taliban have sharpened the Obama administration's need for retaliatory options, the officials said. They stressed that a U.S. reprisal would be contemplated only under extreme circumstances, such as a catastrophic attack that leaves President Obama convinced that the ongoing campaign of CIA drone strikes is insufficient.
"Planning has been reinvigorated in the wake of Times Square," one of the officials said.
At the same time, the administration is trying to deepen ties to Pakistan's intelligence officials in a bid to head off any attack by militant groups. The United States and Pakistan have recently established a joint military intelligence center on the outskirts of the northwestern city of Peshawar, and are in negotiations to set up another one near Quetta, the Pakistani city where the Afghan Taliban is based, according to the U.S. military officials. They and other officials spoke on the condition of anonymity because of the sensitivity surrounding U.S. military and intelligence activities in Pakistan.
The "fusion centers" are meant to bolster Pakistani military operations by providing direct access to U.S. intelligence, including real-time video surveillance from drones controlled by the U.S. Special Operations Command, the officials said. But in an acknowledgment of the continuing mistrust between the two governments, the officials added that both sides also see the centers as a way to keep a closer eye on one another, as well as to monitor military operations and intelligence activities in insurgent areas.
Obama said during his campaign for the presidency that he would be willing to order strikes in Pakistan, and Secretary of State Hillary Rodham Clinton said in a television interview after the Times Square attempt that "if, heaven forbid, an attack like this that we can trace back to Pakistan were to have been successful, there would be very severe consequences."
Obama dispatched his national security adviser, James L. Jones, and CIA Director Leon Panetta to Islamabad this month to deliver a similar message to Pakistani officials, including President Asif Ali Zardari and the military chief, Gen. Ashfaq Kiyani.
Jones and Panetta also presented evidence gathered by U.S. law enforcement and intelligence agencies that Shahzad received significant support from the Pakistani Taliban.
The U.S. options for potential retaliatory action rely mainly on air and missile strikes, but could also employ small teams of U.S. Special Operations troops already positioned along the border with Afghanistan. One of the senior military officials said plans for military strikes in Pakistan have been revised significantly over the past several years, moving away from a "large, punitive response" to more measured plans meant to deliver retaliatory blows against specific militant groups.
The official added that there is a broad consensus in the U.S. military that airstrikes would at best erode the threat posed by al-Qaeda and its affiliates, and risk an irreparable rupture in the U.S. relationship with Pakistan.
"The general feeling is that we need to be circumspect in how we respond so we don't destroy the relationships we've built" with the Pakistani military, the second official said.
U.S. Special Operations teams in Afghanistan have pushed for years to have wider latitude to carry out raids across the border, arguing that CIA drone strikes do not yield prisoners or other opportunities to gather intelligence. But a 2008 U.S. helicopter raid against a target in Pakistan prompted protests from officials in Islamabad who oppose allowing U.S. soldiers to operate within their country.
The CIA has the authority to designate and strike targets in Pakistan without case-by-case approval from the White House. U.S. military forces are currently authorized to carry out unilateral strikes in Pakistan only if solid intelligence were to surface on any of three high-value targets: al-Qaeda leaders Osama bin Laden and Ayman al-Zawahiri, or Taliban chief Mohammad Omar. But even in those cases, the military would need higher-level approval.
"The bottom line is you have to have information about targets to do something [and] we have a process that remains cumbersome," said one of the senior military officials. "If something happens, we have to confirm who did it and where it came from. People want to be as precise as possible to be punitive."
U.S. spy agencies have engaged in a major buildup inside Pakistan over the past year. The CIA has increased the pace of drone strikes against al-Qaeda affiliates, a campaign supported by the arrival of new surveillance and eavesdropping technology deployed by the National Security Agency.
The fusion centers are part of a parallel U.S. military effort to intensify the pressure on the Taliban and other groups accused of directing insurgent attacks in Afghanistan. U.S. officials said that the sharing of intelligence goes both ways and that targets are monitored in both Afghanistan and Pakistan.
In the Peshawar fusion cell, which was set up within the last several months, Pakistanis have access to "full-motion video from different platforms," including unarmed surveillance drones, one official said.
The fusion centers also serve a broader U.S. aim: making the Pakistanis more dependent on U.S. intelligence, and less likely to curtail Predator drone patrols or other programs that draw significant public opposition.
To Pakistan, the fusion centers offer a glimpse of U.S. capabilities, as well as the ability to monitor U.S. military operations across the border. "They find out much more about what we know," one of the senior U.S. military officials said. "What we get is physical presence -- to see what they are actually doing versus what they say they're doing."
That delicate arrangement will be tested if the two sides reach agreement on the fusion center near Quetta. The city has served for nearly a decade as a sanctuary for Taliban leaders who fled Afghanistan in 2001 and have long-standing ties to Pakistan's powerful Inter-Services Intelligence directorate.
U.S. officials said that the two sides have done preliminary work searching for a suitable site for the center but that the effort is proceeding at a pace that one official described as "typical Pakistani glacial speed." Despite the increased cooperation, U.S. officials say they continue to be frustrated over Pakistan's slow pace in issuing visas to American military and civilian officials.
One senior U.S. military official said the center would be used to track the Afghan Taliban leadership council, known as the Quetta shura. But other officials said the main mission would be to support the U.S. military effort across the border in Kandahar, Afghanistan, where a major U.S. military push is planned.
Staff writers Greg Jaffe and Karen DeYoung contributed to this report.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Escondendo a farsa - Miriam Leitao
A tubulação
Miriam Leitão
O Globo, 28/05/2010
Quem vê o reluzente superávit primário do setor público pode concluir que está tudo tranquilo com as contas públicas. Infelizmente, não está. O governo teve déficit primário dois meses seguidos, a melhora ocorreu pelo crescimento do PIB. Há sinais apavorantes nas contas públicas, entre elas o que o professor Rogério Werneck define como "tubulação ligada entre o Tesouro e o BNDES".
Há vários sinais de preocupação.
O governo tem aumentado seus gastos acima do crescimento do PIB e isso, a médio e longo prazo, é insustentável. O Brasil já tem uma carga tributária exagerada, impostos mal distribuídos e alíquotas que se transformam em barreira ao crescimento sustentado.
Não há austeridade fiscal, nem controle de gastos. O superávit só aconteceu em abril porque a receita está subindo. A arrecadação em abril aumentou 22%.
— O governo brasileiro é uma máquina de gastar e tem contornado todas as formas de controle. O regime fiscal está montado para funcionar com a receita crescendo sempre o dobro do PIB, o tempo todo. Se fosse cauteloso, o governo deveria aproveitar o excesso de arrecadação para baixar as alíquotas.
Essas alíquotas altas foram criadas numa época em que o sistema de arrecadação era mais ineficiente.
Agora, tem se tornado mais e mais eficiente. Houve uma crise na receita, mas ela foi superada, o país está crescendo.
Tudo isso levou ao resultado positivo, mas o governo afirma que está sendo austero por ter resultado positivo.
Na verdade, está aumentando os gastos de forma irreversível, aproveitando a elevação da arrecadação.
Desta forma vamos para uma carga de 40% do PIB — diz o professor da PUC-Rio Rogério Werneck, especialista em contas públicas.
O que mais preocupa o economista é a tubulação ligando o Tesouro ao BNDES.
— De tudo o que mais me preocupa é o BNDES. Ele tem recebido recursos de fora do orçamento, centenas de bilhões de reais de emissão de dívida pública para a concessão de crédito subsidiado. O governo descobriu essa forma e pensa que ela é mágica. Por essa tubulação podem agora passar quantos bilhões forem necessários para obras faraônicas, para financiar Belo Monte a 30 anos e 4% de juros, para fazer o trem bala. Tem dinheiro para tudo.
É uma gambiarra que na prática é emissão de dívida — diz Rogério.
Esse dinheiro contorna tudo, até a contabilidade da dívida pública líquida, porque o governo registra como ativo o dinheiro emprestado ao BNDES. Assim, ele dá a impressão de austeridade.
— Nada acontece com a dívida líquida, mas essa estatística não faz mais sentido de tanta gambiarra feita pelo governo. Ele está bombeando dinheiro para o BNDES e pouca gente fala disso porque o empresariado foi todo cooptado. Antes havia dinheiro para alguns, e os outros reclamavam.
Agora parece haver dinheiro para todos e ninguém quer apontar o problema — diz o economista.
Essa despesa além de não ser mensurável encontra um bloqueio de informações por parte do governo.
O "Estado de S. Paulo" passou um mês pedindo ao Tesouro e ao BNDES informações sobre as condições dos "empréstimos" concedidos, e eles se negaram a fornecer detalhes. Só em abril foram R$ 80 bilhões de empréstimos, e com juros ainda mais baixos e prazos superiores a 30 anos. Em um único mês, a dívida cresceu 6,6% por causa dessa operação. A Controladoria Geral da União (CGU) também procurou saber as condições dessas operações financeiras para executar seu trabalho de fiscalização.
O BNDES alegou à CGU que não pode dar detalhes porque é uma instituição financeira e esses detalhes, se tornados públicos, representariam quebra de sigilo fiscal e bancário.
O banco recebe dinheiro de endividamento público — dívida que será paga por todos nós — em condições sigilosas e com esse dinheiro financia as empresas com um enorme subsídio. A CGU pede informações e o banco diz que isso quebra seu sigilo bancário. Curiosa alegação, já que o BNDES não é banco comercial e sim uma instituição pública financiada por recursos públicos.
O caso BNDES é apenas um dos problemas que os reluzentes números escondem.
Há 20 anos a carga tributária cresce no Brasil e tende a crescer nos próximos anos porque o governo Lula criou uma armadilha: ele aproveitou o aumento da receita nos anos anteriores à crise para aumentar gastos que não poderão ser comprimidos na época das vacas magras.
No ano passado, a pretexto de combater a crise, ele reduziu drasticamente o superávit primário e consumiu esses recursos em gastos de custeio. O investimento aumentou apenas de 5% para 6% da Receita Corrente Líquida. Esse aumento da máquina pode ter, em vários casos, boas justificativas como a necessidade de pessoal qualificado em áreas de atuação exclusiva do Estado, nos quais havia falta de pessoal ou a idade média é elevada. O problema é que essa renovação do pessoal teria que ter sido precedida de novas regras administrativas e previdenciárias para dar mais flexibilidade ao Estado quando a conjuntura mudar.
O Tesouro tem drenos pelos quais escorre para centros de gastos o dinheiro que é recolhido de todos os brasileiros. Por isso, o assunto nos diz respeito.
Miriam Leitão
O Globo, 28/05/2010
Quem vê o reluzente superávit primário do setor público pode concluir que está tudo tranquilo com as contas públicas. Infelizmente, não está. O governo teve déficit primário dois meses seguidos, a melhora ocorreu pelo crescimento do PIB. Há sinais apavorantes nas contas públicas, entre elas o que o professor Rogério Werneck define como "tubulação ligada entre o Tesouro e o BNDES".
Há vários sinais de preocupação.
O governo tem aumentado seus gastos acima do crescimento do PIB e isso, a médio e longo prazo, é insustentável. O Brasil já tem uma carga tributária exagerada, impostos mal distribuídos e alíquotas que se transformam em barreira ao crescimento sustentado.
Não há austeridade fiscal, nem controle de gastos. O superávit só aconteceu em abril porque a receita está subindo. A arrecadação em abril aumentou 22%.
— O governo brasileiro é uma máquina de gastar e tem contornado todas as formas de controle. O regime fiscal está montado para funcionar com a receita crescendo sempre o dobro do PIB, o tempo todo. Se fosse cauteloso, o governo deveria aproveitar o excesso de arrecadação para baixar as alíquotas.
Essas alíquotas altas foram criadas numa época em que o sistema de arrecadação era mais ineficiente.
Agora, tem se tornado mais e mais eficiente. Houve uma crise na receita, mas ela foi superada, o país está crescendo.
Tudo isso levou ao resultado positivo, mas o governo afirma que está sendo austero por ter resultado positivo.
Na verdade, está aumentando os gastos de forma irreversível, aproveitando a elevação da arrecadação.
Desta forma vamos para uma carga de 40% do PIB — diz o professor da PUC-Rio Rogério Werneck, especialista em contas públicas.
O que mais preocupa o economista é a tubulação ligando o Tesouro ao BNDES.
— De tudo o que mais me preocupa é o BNDES. Ele tem recebido recursos de fora do orçamento, centenas de bilhões de reais de emissão de dívida pública para a concessão de crédito subsidiado. O governo descobriu essa forma e pensa que ela é mágica. Por essa tubulação podem agora passar quantos bilhões forem necessários para obras faraônicas, para financiar Belo Monte a 30 anos e 4% de juros, para fazer o trem bala. Tem dinheiro para tudo.
É uma gambiarra que na prática é emissão de dívida — diz Rogério.
Esse dinheiro contorna tudo, até a contabilidade da dívida pública líquida, porque o governo registra como ativo o dinheiro emprestado ao BNDES. Assim, ele dá a impressão de austeridade.
— Nada acontece com a dívida líquida, mas essa estatística não faz mais sentido de tanta gambiarra feita pelo governo. Ele está bombeando dinheiro para o BNDES e pouca gente fala disso porque o empresariado foi todo cooptado. Antes havia dinheiro para alguns, e os outros reclamavam.
Agora parece haver dinheiro para todos e ninguém quer apontar o problema — diz o economista.
Essa despesa além de não ser mensurável encontra um bloqueio de informações por parte do governo.
O "Estado de S. Paulo" passou um mês pedindo ao Tesouro e ao BNDES informações sobre as condições dos "empréstimos" concedidos, e eles se negaram a fornecer detalhes. Só em abril foram R$ 80 bilhões de empréstimos, e com juros ainda mais baixos e prazos superiores a 30 anos. Em um único mês, a dívida cresceu 6,6% por causa dessa operação. A Controladoria Geral da União (CGU) também procurou saber as condições dessas operações financeiras para executar seu trabalho de fiscalização.
O BNDES alegou à CGU que não pode dar detalhes porque é uma instituição financeira e esses detalhes, se tornados públicos, representariam quebra de sigilo fiscal e bancário.
O banco recebe dinheiro de endividamento público — dívida que será paga por todos nós — em condições sigilosas e com esse dinheiro financia as empresas com um enorme subsídio. A CGU pede informações e o banco diz que isso quebra seu sigilo bancário. Curiosa alegação, já que o BNDES não é banco comercial e sim uma instituição pública financiada por recursos públicos.
O caso BNDES é apenas um dos problemas que os reluzentes números escondem.
Há 20 anos a carga tributária cresce no Brasil e tende a crescer nos próximos anos porque o governo Lula criou uma armadilha: ele aproveitou o aumento da receita nos anos anteriores à crise para aumentar gastos que não poderão ser comprimidos na época das vacas magras.
No ano passado, a pretexto de combater a crise, ele reduziu drasticamente o superávit primário e consumiu esses recursos em gastos de custeio. O investimento aumentou apenas de 5% para 6% da Receita Corrente Líquida. Esse aumento da máquina pode ter, em vários casos, boas justificativas como a necessidade de pessoal qualificado em áreas de atuação exclusiva do Estado, nos quais havia falta de pessoal ou a idade média é elevada. O problema é que essa renovação do pessoal teria que ter sido precedida de novas regras administrativas e previdenciárias para dar mais flexibilidade ao Estado quando a conjuntura mudar.
O Tesouro tem drenos pelos quais escorre para centros de gastos o dinheiro que é recolhido de todos os brasileiros. Por isso, o assunto nos diz respeito.
Desmontando a farsa - Rogério L. F. Werneck
A volta do Capitão Palocci
Rogério L. F. Werneck
O Estado de S. Paulo, 28/05/2010
Está em curso mais uma emocionante história de metamorfose no PT. Oito anos se passaram desde que o bravo Capitão Palocci cumpriu com admirável sucesso o que então parecia uma missão impossível: convencer o País de que a cúpula do PT havia adotado um discurso econômico ponderado, completamente distinto da pregação tresloucada que se viu nas eleições municipais de 2000. O novo desafio com que agora se defronta Palocci é parecido com o anterior: convencer o País de que a ex-ministra Dilma Rousseff já não é mais o que mostrou ser nos últimos cinco anos e que, de repente, suas ideias sobre política econômica passaram a ser equilibradas e perfeitamente defensáveis.
Na semana passada, a candidata foi cuidadosamente preparada para deixar boa impressão junto a investidores em Nova York. O que se viu foi uma Dilma quase irreconhecível, totalmente remodelada. Novo penteado, nova estampa e ideias novas em folha. No evento de que participou, a candidata fez várias menções a seu conhecido alinhamento com as posições de Palocci. Evitando qualquer referência ao ministro Guido Mantega, ressaltou a importância que sempre atribuiu à condução prudente da política fiscal. Externou ainda seu reconhecimento ao excelente trabalho que vem sendo prestado ao País por Henrique Meirelles. E sublinhou seu inarredável compromisso com metas de inflação cadentes e a manutenção da autonomia operacional do Banco Central (BC).
Quem quer que tenha acompanhado as posições defendidas por Dilma Rousseff ao longo dos últimos cinco anos deve ter ficado boquiaberto diante do recém-estreado discurso da candidata. Há uma mudança impressionante, por exemplo, em relação ao que se viu no final de 2005, quando a já então ministra-chefe da Casa Civil, sem deixar margem a dúvidas sobre a real extensão de seu compromisso com a estabilidade de preços, permitiu-se declarar que melhor seria ter inflação de 15% ao ano e recursos mais fartos para investimento.
Há também contraste gritante com a forma aguerrida com que, também em 2005, a ex-ministra comandou o torpedeamento da proposta de contenção da expansão de gastos correntes feita pelo então ministro Antonio Palocci. Ou ainda com suas declarações do final de 2007, quando afirmou que qualquer esforço de contenção de gastos seria deixado para o próximo mandato presidencial, que "o popular choque de gestão não leva(va) a nada" e que o grande mérito do PAC era ter feito o País romper com a tradição de contenção fiscal.
No afã de romper com essa suposta tradição, a ex-ministra deu amplo respaldo ao Ministério da Fazenda, no seu meticuloso trabalho de demolição institucional do arcabouço de condução de política econômica que, a duras penas, foi construído no País ao longo de duas décadas. Foi esse bota-abaixo que permitiu, por exemplo, que hoje esteja em operação, à luz do dia, um bilionário e grotesco esquema de concessão de crédito subsidiado pelo BNDES, direta e fartamente abastecido pelo Tesouro com recursos provenientes da emissão de dívida pública. Trata-se de involução lamentável, que viola a separação de contas dos segmentos não-financeiro e financeiro do setor público, fundamental para a manutenção do controle fiscal no País.
Causam também surpresa os elogios tardios, em falseta, à condução da política monetária, vindos da parte de quem jamais deixou de mostrar hostilidade escancarada à atuação de Meirelles no BC.
Graças a Antonio Palocci, o PT convenceu o País, em 2002, de que havia abandonado seu discurso econômico inconsequente e passado a dizer coisa com coisa. Mas os efeitos dessa injeção de credibilidade se dissiparam no segundo mandato do presidente Lula, quando, já não podendo contar com Palocci, o governo abriu espaço para figuras como Dilma Rousseff, Guido Mantega e Luciano Coutinho. É desanimador que, com nova eleição pela frente, o PT se veja obrigado a recorrer mais uma vez aos poderes do Capitão Palocci para tentar revalidar a credibilidade do seu discurso econômico.
Rogério L. F. Werneck
O Estado de S. Paulo, 28/05/2010
Está em curso mais uma emocionante história de metamorfose no PT. Oito anos se passaram desde que o bravo Capitão Palocci cumpriu com admirável sucesso o que então parecia uma missão impossível: convencer o País de que a cúpula do PT havia adotado um discurso econômico ponderado, completamente distinto da pregação tresloucada que se viu nas eleições municipais de 2000. O novo desafio com que agora se defronta Palocci é parecido com o anterior: convencer o País de que a ex-ministra Dilma Rousseff já não é mais o que mostrou ser nos últimos cinco anos e que, de repente, suas ideias sobre política econômica passaram a ser equilibradas e perfeitamente defensáveis.
Na semana passada, a candidata foi cuidadosamente preparada para deixar boa impressão junto a investidores em Nova York. O que se viu foi uma Dilma quase irreconhecível, totalmente remodelada. Novo penteado, nova estampa e ideias novas em folha. No evento de que participou, a candidata fez várias menções a seu conhecido alinhamento com as posições de Palocci. Evitando qualquer referência ao ministro Guido Mantega, ressaltou a importância que sempre atribuiu à condução prudente da política fiscal. Externou ainda seu reconhecimento ao excelente trabalho que vem sendo prestado ao País por Henrique Meirelles. E sublinhou seu inarredável compromisso com metas de inflação cadentes e a manutenção da autonomia operacional do Banco Central (BC).
Quem quer que tenha acompanhado as posições defendidas por Dilma Rousseff ao longo dos últimos cinco anos deve ter ficado boquiaberto diante do recém-estreado discurso da candidata. Há uma mudança impressionante, por exemplo, em relação ao que se viu no final de 2005, quando a já então ministra-chefe da Casa Civil, sem deixar margem a dúvidas sobre a real extensão de seu compromisso com a estabilidade de preços, permitiu-se declarar que melhor seria ter inflação de 15% ao ano e recursos mais fartos para investimento.
Há também contraste gritante com a forma aguerrida com que, também em 2005, a ex-ministra comandou o torpedeamento da proposta de contenção da expansão de gastos correntes feita pelo então ministro Antonio Palocci. Ou ainda com suas declarações do final de 2007, quando afirmou que qualquer esforço de contenção de gastos seria deixado para o próximo mandato presidencial, que "o popular choque de gestão não leva(va) a nada" e que o grande mérito do PAC era ter feito o País romper com a tradição de contenção fiscal.
No afã de romper com essa suposta tradição, a ex-ministra deu amplo respaldo ao Ministério da Fazenda, no seu meticuloso trabalho de demolição institucional do arcabouço de condução de política econômica que, a duras penas, foi construído no País ao longo de duas décadas. Foi esse bota-abaixo que permitiu, por exemplo, que hoje esteja em operação, à luz do dia, um bilionário e grotesco esquema de concessão de crédito subsidiado pelo BNDES, direta e fartamente abastecido pelo Tesouro com recursos provenientes da emissão de dívida pública. Trata-se de involução lamentável, que viola a separação de contas dos segmentos não-financeiro e financeiro do setor público, fundamental para a manutenção do controle fiscal no País.
Causam também surpresa os elogios tardios, em falseta, à condução da política monetária, vindos da parte de quem jamais deixou de mostrar hostilidade escancarada à atuação de Meirelles no BC.
Graças a Antonio Palocci, o PT convenceu o País, em 2002, de que havia abandonado seu discurso econômico inconsequente e passado a dizer coisa com coisa. Mas os efeitos dessa injeção de credibilidade se dissiparam no segundo mandato do presidente Lula, quando, já não podendo contar com Palocci, o governo abriu espaço para figuras como Dilma Rousseff, Guido Mantega e Luciano Coutinho. É desanimador que, com nova eleição pela frente, o PT se veja obrigado a recorrer mais uma vez aos poderes do Capitão Palocci para tentar revalidar a credibilidade do seu discurso econômico.
Como salvar os paises dos mercados irracionais, dos especuladores gananciosos e desse louco mundo capitalista
De como ajudar povos mais infelizes do que o nosso...
O Brasil, como não nos deixa esquecer o presidente, passou incólume (bem, ele não usaria esta palavra) pela crise, e, se ela não foi a marolinha prevista, pelo menos fomos os "últimos a entrar na crise e os primeiros a dela sair" (enfim, tiramos da jogada a China, a India e vários outros mais, que não ouviram falar da crise, e vamos em frente).
Tudo isso graças à nossa preclara (Dicionário, presidente) política econômica (que começou em 2003, como todo mundo sabe), graças, SOBRETUDO (bota TUDO nisso) à ousadia de nossos sábios dirigentes (que investiram pesadamente na manutenção da demanda agregada, contratando um bocado de gente no serviço público, dando aumentos, enfim, colaborando com o consumo e a atividade industrial) e graças, também, não se pode olvidar (dicionário de sinônimos...), àquela que vai suceder o "nuncaantesneste...", pela sua clarividência e antevisão, já fazendo dois PACs de uma vez, com bilhões de reais (dos outros) para vencer a malvada crise.
Nem todo mundo no mundo é assim inteligente, e tem país que entra em crise sem nem saber como e por que (mas só pode ser devido às loucuras cometidas por esses brancos de olhos azuis que ficam especulando em mercados desregulados).
Pois aqui estamos nós, prontos a ajudá-los com nossa tecnologia econômica salvadora, nossos mecanismos inovadores e nosso nou-rau desenvolvimentista absolutamente genial.
Apresento em primeiro lugar a contribuição impagável (isso porque ele não estipulou um preço para sua consultoria brilhante dada graciosamente ao governo de Sua Majestade) do Adolfo Sachsida, um economista da Católica de Brasília comprometido com as boas causas (e como...).
Mas, não apenas os ingleses, pois os gregos também merecem igual ajuda ou talvez ainda maior. Não é porque eles são mediterrâneos, moreninhos, adeptos de um sol e de uma praia, acostumados com emprego público, que eles devem morrer na praia, sem desfrutar das benesses de nossa tecnologia de combate às crises. O pessoal da Trilha Liberal, um blog dedicado à "Liberdade Individual, Liberdade de Mercado e Liberdade de Expressão", se encarrega de mandar uma equipe inteira de especialistas brasileiros para resgatar a Grécia de sua desgraça atual.
Vale ler com atenção esses dois manuais de ajuda emergencial, pois aprendendo a coisa, você também poderá fazer parte de uma dessas operações de salvamento e integrar uma brigada ligeira tupiniquim especializada em resgate de países que se deixaram tentar pelo neoliberalismo e foram para o brejo.
Com inteligências assim, não temos por que nos preocupar.
Ou não???!!!
Paulo Roberto de Almeida
Sachsida Ajuda o Reino Unido
Blog Adolfo Sachsida - Opiniões
segunda-feira, 3 de maio de 2010
O Reino Unido, outrora berço do liberalismo econômico, é hoje um baluarte das regulações, intervenções do governo e impostos. Evidentemente um local como esse não pode prosperar, e logo se vê envolto em problemas econômicos. Essa é exatamente a situação atual dessa outrora majestosa ilha. A recente crise financeira ainda não mostrou o pior de sua face nas terras de sua majestade, mas isso logo logo irá ocorrer. Sabendo desse problema crônico, o parlamento britânico acaba de me pedir ajuda. Abaixo segue, em primeira mão para os meus leitores, o Plano Sachsida para o resgate do Reino Unido.
1ª Parte: Torrar o dinheiro público
O resgate do Reino Unido começa com um maciço pacote de gastos do governo. Se gastar uma libra é bom para estimular a demanda, então gastar 10 bilhões deve ser melhor ainda. O fundamental é gastar muito, mas ao mesmo tempo devemos retirar da contabilidade os gastos emergenciais, os gastos prioritários, os gastos com saúde, os gastos com educação, os gastos militares, os gastos com infra-estrutura, e os gastos com pagamento de juros. Após isso, o Reino Unido (apesar de executar gastos monstruosos) apresentará ao público uma aparência impecável de responsabilidade fiscal.
2ª Parte: Inundar o mercado com crédito barato
Usando a experiência de sucesso do BNDES brasileiro, criaremos no Reino Unido o BNDES inglês. Sua principal tarefa seria captar compulsoriamente recursos dos trabalhadores e destiná-los a projetos gigantescos, que por alguma miopia de mercado não encontra financiadores no setor privado. Ao mesmo tempo o BNDES inglês faria operações de empréstimo junto ao Tesouro britânico (similar ao que já ocorre no Brasil), visando aumentar ainda mais os recursos (com juros subsidiados) postos a disposição de projetos ousados que necessitam de ajuda estatal (afinal os empresários privados não estão preparados para terem lucros apenas no longo prazo).
3ª Parte: Criação da Caixa Econômica Federal da Inglaterra
Para dinamizar o mercado imobiliário iremos criar um banco com o objetivo de usar recursos do Tesouro, e dos trabalhadores, para expandir o crédito subsidiado para a compra de imóveis. Crédito que será usado também para financiar pessoas que não tem condição de pagar tal empréstimo. Campanhas como “Imóvel nunca perde valor” e “Imóvel é 100% seguro” serão vinculadas na mídia para estimular a demanda por imóveis. Bancos privados serão pressionados a extender crédito imobiliário a todos, sob ameaça de processos judiciais.
4ª Parte: A contribuição das Organizações Não-Governamentais
Atenderemos todas as demandas das organizações não-governamentais referentes ao meio ambiente. Isto é, limitaremos ao extremo a quantidade de terrenos livres para a construção. E limitaremos também o tamanho das construções. Essa medida preserva a beleza arquitetônica do Reino, ao custo de aumentar o preço dos imóveis. Tal medida irá requerer ainda mais crédito para a compra de imóveis.
5ª Parte: Banco Central sem medo do desenvolvimento econômico
Não podemos ter um Banco Central com medo do desenvolvimento econômico. Assim, as taxas de juros serão mantidas artificialmente baixas durante todo o período (independentemente das enormes pressões por mais crédito).
Seguindo esse plano simples teremos, em uns 4 ou 5 anos, uma bolha imobiliária gigantesca no Reino Unido, aliada a enormes fragilidades no setor financeiro, e uma situação fiscal insustentável. Assim que o caos se instalar, basta o primeiro ministro fazer o seguinte pronunciamento: “O mercado mostrou sua verdadeira face... confiamos demais no liberalismo econômico e agora estamos arruinados. Isso é culpa dos ganaciosos especuladores. Ou o FMI, o Banco Mundial, os EUA, o Japão, a Alemanha e a Comunidade Européia nos ajudam, ou teremos uma crise financeira de proporções mundiais, com o temível efeito contágio levando todo o mundo civilizado para a ruína”. Após 3 dias de intensos debates, sem ouvir os contribuintes, o resto do mundo decide enviar uma ajuda emergencial de 10 trilhões de euros para o Reino Unido para evitar o colapso financeiro a nível mundial.
Com os 10 trilhões de euros, coletados do resto do mundo, sanearemos as finanças inglesas, daremos casas ao pobres, pagaremos enormes dividendos aos ricos, melhoraremos a infra-estrutura inglesa e diminuiremos os impostos cobrados da classe média. Ai esta o resultado do Plano Sachsida: após 4 anos de farra na Inglaterra o resto do mundo paga pelo ajuste. Claro que em alguns anos outros países irão a bancarrota, mas isso não é problema inglês.... quem mandou não serem fiscalmente responsáveis?
=================
Pacote de ajuda brasileira para a Grécia
Trilha Liberal
7 de maio de 2010
Está embarcando hoje para Atenas uma delegação de especialistas brasileiros, enviados como cortesia pelo Itamaraty. Economistas do IPEA estão preparando apresentações ao governo Grego provando que o gasto público grego é da mais alta qualidade, e que a produtividade do servidor público grego é mais alta do que a do setor privado, o que garantirá taxas de crescimento do PIB acima da expectativa do mercado, e resolverá supostos problemas fiscais. 'O problema são os juros', concluirá o palestrante.
O adjunto econômico da UNASUL acompará a delegação brasileira e fará uma apresentação expondo as experiências do Instituto Nacional de Estatísticas da Argentina, em sua constante missão de esclarecer alguns numeros mal-entendidos e mal-interpretados pelo mercado, usando estatísticas macroeconômicas socialmente responsáveis e da mais alta qualidade.
Especialistas da FGV irão fazer uma apresentação mostrando que o endividamento grego, embora relativamente alto, é apenas uma consequência do modelo de estado escolhido democraticamente pelos gregos que, afinal, inventaram essa estória toda, logo sabem o que estão fazendo e merecem respeito.
Portando, os especialistas brasileiros mostrarão com seus estudos econométricos precisos que o mercado está redondamente enganado sobre uma suposta deterioração nas contas públicas gregas.
Técnicos do BNDES vão apontar para a Grécia o caminho brasileiro, comprovadamente uma invenção tupiniquim como a palavra saudade e a jabuticaba. A receita brasileira diz que em tempos de crise, é essencial que o estado tome a liderança dos investimentos tanto no setor público quanto privado. E em épocas sem crise, com mais motivos ainda é necessário que o estado faça o mesmo.
Através dos recursos espontaneamente recolhidos dos trabalhadores pelo Fundo de amparo ao trabalhador português, irlandês e grego (FAT PIG) os brasileiros demonstrarão que investimentos estatais em grandes empresas européias garantirão um sólido crescimento para estes países e para a Europa como um todo.
O BNDES também já anunciou o interesse brasileiro em investimentos em parceria no setor de azeite de oliva, desde que a tecnologia seja compartilhada com o Brasil. A Petrobrás anunciou o interesse de investir no azeite de oliva como um combustível alternativo bastante econômico.
Uma delegação da JBS-Friboi acompanhá os representantes brasileiros para conhecer técnicas de preparo do churrasco grego, e sondar um possível investimento em uma unidade de processamento de alimentos, com o aval do banco, para produzir churrasco grego usando picanha 100% brasileira.
A Caixa Econômica Federal mostrará seus planos de habitação no Brasil para os próximos anos, que de acordo com a Caixa e o governo, formam a estratégia ótima para sair da crise. Todos precisam de casas para morar, e é evidente que o sonho da casa própria gera um ciclo virtuoso na economia, gerando empregos e renda. Portanto, é extremamente necessário que o setor de habitação tenha juros mais baixos, para que os gregos deixem para trás suas casinhas brancas nos morros, e passem a morar em habitações de qualidade.
Para não atrair a atenção dos repórteres, que não o deixam em paz um minuto sequer após sua consagração como grande líder internacional, a delegação brasileira transportará o presidente Luís Inácio Lula da Silva dentro do compartimento executivo de um cavalo gigante de madeira.
O presidente explicará, em termos simples, que nunca antes na história da Grécia houve tanto progresso quanto nos últimos anos, e que todos estes problemas não passam de especulação dos mercados e da imprensa européia que não aceitam que os países mais pobres da Europa possam ter direito a ter uma vida digna.
============
Se depois dessas, gregos e goianos, ops, ingleses, não se recuperarem, não é por culpa das brigadas de salvamento, e sim do complô neoliberal, que continua a rondar esses países, com espiões do FMI, de Wall Street, até da PUC-Rio...
Atenção aos traidores, moçada, vamos chamar o pessoal do Ipea, da Unicamp e da UFRJ para expulsar os vendilhões do templo...
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil, como não nos deixa esquecer o presidente, passou incólume (bem, ele não usaria esta palavra) pela crise, e, se ela não foi a marolinha prevista, pelo menos fomos os "últimos a entrar na crise e os primeiros a dela sair" (enfim, tiramos da jogada a China, a India e vários outros mais, que não ouviram falar da crise, e vamos em frente).
Tudo isso graças à nossa preclara (Dicionário, presidente) política econômica (que começou em 2003, como todo mundo sabe), graças, SOBRETUDO (bota TUDO nisso) à ousadia de nossos sábios dirigentes (que investiram pesadamente na manutenção da demanda agregada, contratando um bocado de gente no serviço público, dando aumentos, enfim, colaborando com o consumo e a atividade industrial) e graças, também, não se pode olvidar (dicionário de sinônimos...), àquela que vai suceder o "nuncaantesneste...", pela sua clarividência e antevisão, já fazendo dois PACs de uma vez, com bilhões de reais (dos outros) para vencer a malvada crise.
Nem todo mundo no mundo é assim inteligente, e tem país que entra em crise sem nem saber como e por que (mas só pode ser devido às loucuras cometidas por esses brancos de olhos azuis que ficam especulando em mercados desregulados).
Pois aqui estamos nós, prontos a ajudá-los com nossa tecnologia econômica salvadora, nossos mecanismos inovadores e nosso nou-rau desenvolvimentista absolutamente genial.
Apresento em primeiro lugar a contribuição impagável (isso porque ele não estipulou um preço para sua consultoria brilhante dada graciosamente ao governo de Sua Majestade) do Adolfo Sachsida, um economista da Católica de Brasília comprometido com as boas causas (e como...).
Mas, não apenas os ingleses, pois os gregos também merecem igual ajuda ou talvez ainda maior. Não é porque eles são mediterrâneos, moreninhos, adeptos de um sol e de uma praia, acostumados com emprego público, que eles devem morrer na praia, sem desfrutar das benesses de nossa tecnologia de combate às crises. O pessoal da Trilha Liberal, um blog dedicado à "Liberdade Individual, Liberdade de Mercado e Liberdade de Expressão", se encarrega de mandar uma equipe inteira de especialistas brasileiros para resgatar a Grécia de sua desgraça atual.
Vale ler com atenção esses dois manuais de ajuda emergencial, pois aprendendo a coisa, você também poderá fazer parte de uma dessas operações de salvamento e integrar uma brigada ligeira tupiniquim especializada em resgate de países que se deixaram tentar pelo neoliberalismo e foram para o brejo.
Com inteligências assim, não temos por que nos preocupar.
Ou não???!!!
Paulo Roberto de Almeida
Sachsida Ajuda o Reino Unido
Blog Adolfo Sachsida - Opiniões
segunda-feira, 3 de maio de 2010
O Reino Unido, outrora berço do liberalismo econômico, é hoje um baluarte das regulações, intervenções do governo e impostos. Evidentemente um local como esse não pode prosperar, e logo se vê envolto em problemas econômicos. Essa é exatamente a situação atual dessa outrora majestosa ilha. A recente crise financeira ainda não mostrou o pior de sua face nas terras de sua majestade, mas isso logo logo irá ocorrer. Sabendo desse problema crônico, o parlamento britânico acaba de me pedir ajuda. Abaixo segue, em primeira mão para os meus leitores, o Plano Sachsida para o resgate do Reino Unido.
1ª Parte: Torrar o dinheiro público
O resgate do Reino Unido começa com um maciço pacote de gastos do governo. Se gastar uma libra é bom para estimular a demanda, então gastar 10 bilhões deve ser melhor ainda. O fundamental é gastar muito, mas ao mesmo tempo devemos retirar da contabilidade os gastos emergenciais, os gastos prioritários, os gastos com saúde, os gastos com educação, os gastos militares, os gastos com infra-estrutura, e os gastos com pagamento de juros. Após isso, o Reino Unido (apesar de executar gastos monstruosos) apresentará ao público uma aparência impecável de responsabilidade fiscal.
2ª Parte: Inundar o mercado com crédito barato
Usando a experiência de sucesso do BNDES brasileiro, criaremos no Reino Unido o BNDES inglês. Sua principal tarefa seria captar compulsoriamente recursos dos trabalhadores e destiná-los a projetos gigantescos, que por alguma miopia de mercado não encontra financiadores no setor privado. Ao mesmo tempo o BNDES inglês faria operações de empréstimo junto ao Tesouro britânico (similar ao que já ocorre no Brasil), visando aumentar ainda mais os recursos (com juros subsidiados) postos a disposição de projetos ousados que necessitam de ajuda estatal (afinal os empresários privados não estão preparados para terem lucros apenas no longo prazo).
3ª Parte: Criação da Caixa Econômica Federal da Inglaterra
Para dinamizar o mercado imobiliário iremos criar um banco com o objetivo de usar recursos do Tesouro, e dos trabalhadores, para expandir o crédito subsidiado para a compra de imóveis. Crédito que será usado também para financiar pessoas que não tem condição de pagar tal empréstimo. Campanhas como “Imóvel nunca perde valor” e “Imóvel é 100% seguro” serão vinculadas na mídia para estimular a demanda por imóveis. Bancos privados serão pressionados a extender crédito imobiliário a todos, sob ameaça de processos judiciais.
4ª Parte: A contribuição das Organizações Não-Governamentais
Atenderemos todas as demandas das organizações não-governamentais referentes ao meio ambiente. Isto é, limitaremos ao extremo a quantidade de terrenos livres para a construção. E limitaremos também o tamanho das construções. Essa medida preserva a beleza arquitetônica do Reino, ao custo de aumentar o preço dos imóveis. Tal medida irá requerer ainda mais crédito para a compra de imóveis.
5ª Parte: Banco Central sem medo do desenvolvimento econômico
Não podemos ter um Banco Central com medo do desenvolvimento econômico. Assim, as taxas de juros serão mantidas artificialmente baixas durante todo o período (independentemente das enormes pressões por mais crédito).
Seguindo esse plano simples teremos, em uns 4 ou 5 anos, uma bolha imobiliária gigantesca no Reino Unido, aliada a enormes fragilidades no setor financeiro, e uma situação fiscal insustentável. Assim que o caos se instalar, basta o primeiro ministro fazer o seguinte pronunciamento: “O mercado mostrou sua verdadeira face... confiamos demais no liberalismo econômico e agora estamos arruinados. Isso é culpa dos ganaciosos especuladores. Ou o FMI, o Banco Mundial, os EUA, o Japão, a Alemanha e a Comunidade Européia nos ajudam, ou teremos uma crise financeira de proporções mundiais, com o temível efeito contágio levando todo o mundo civilizado para a ruína”. Após 3 dias de intensos debates, sem ouvir os contribuintes, o resto do mundo decide enviar uma ajuda emergencial de 10 trilhões de euros para o Reino Unido para evitar o colapso financeiro a nível mundial.
Com os 10 trilhões de euros, coletados do resto do mundo, sanearemos as finanças inglesas, daremos casas ao pobres, pagaremos enormes dividendos aos ricos, melhoraremos a infra-estrutura inglesa e diminuiremos os impostos cobrados da classe média. Ai esta o resultado do Plano Sachsida: após 4 anos de farra na Inglaterra o resto do mundo paga pelo ajuste. Claro que em alguns anos outros países irão a bancarrota, mas isso não é problema inglês.... quem mandou não serem fiscalmente responsáveis?
=================
Pacote de ajuda brasileira para a Grécia
Trilha Liberal
7 de maio de 2010
Está embarcando hoje para Atenas uma delegação de especialistas brasileiros, enviados como cortesia pelo Itamaraty. Economistas do IPEA estão preparando apresentações ao governo Grego provando que o gasto público grego é da mais alta qualidade, e que a produtividade do servidor público grego é mais alta do que a do setor privado, o que garantirá taxas de crescimento do PIB acima da expectativa do mercado, e resolverá supostos problemas fiscais. 'O problema são os juros', concluirá o palestrante.
O adjunto econômico da UNASUL acompará a delegação brasileira e fará uma apresentação expondo as experiências do Instituto Nacional de Estatísticas da Argentina, em sua constante missão de esclarecer alguns numeros mal-entendidos e mal-interpretados pelo mercado, usando estatísticas macroeconômicas socialmente responsáveis e da mais alta qualidade.
Especialistas da FGV irão fazer uma apresentação mostrando que o endividamento grego, embora relativamente alto, é apenas uma consequência do modelo de estado escolhido democraticamente pelos gregos que, afinal, inventaram essa estória toda, logo sabem o que estão fazendo e merecem respeito.
Portando, os especialistas brasileiros mostrarão com seus estudos econométricos precisos que o mercado está redondamente enganado sobre uma suposta deterioração nas contas públicas gregas.
Técnicos do BNDES vão apontar para a Grécia o caminho brasileiro, comprovadamente uma invenção tupiniquim como a palavra saudade e a jabuticaba. A receita brasileira diz que em tempos de crise, é essencial que o estado tome a liderança dos investimentos tanto no setor público quanto privado. E em épocas sem crise, com mais motivos ainda é necessário que o estado faça o mesmo.
Através dos recursos espontaneamente recolhidos dos trabalhadores pelo Fundo de amparo ao trabalhador português, irlandês e grego (FAT PIG) os brasileiros demonstrarão que investimentos estatais em grandes empresas européias garantirão um sólido crescimento para estes países e para a Europa como um todo.
O BNDES também já anunciou o interesse brasileiro em investimentos em parceria no setor de azeite de oliva, desde que a tecnologia seja compartilhada com o Brasil. A Petrobrás anunciou o interesse de investir no azeite de oliva como um combustível alternativo bastante econômico.
Uma delegação da JBS-Friboi acompanhá os representantes brasileiros para conhecer técnicas de preparo do churrasco grego, e sondar um possível investimento em uma unidade de processamento de alimentos, com o aval do banco, para produzir churrasco grego usando picanha 100% brasileira.
A Caixa Econômica Federal mostrará seus planos de habitação no Brasil para os próximos anos, que de acordo com a Caixa e o governo, formam a estratégia ótima para sair da crise. Todos precisam de casas para morar, e é evidente que o sonho da casa própria gera um ciclo virtuoso na economia, gerando empregos e renda. Portanto, é extremamente necessário que o setor de habitação tenha juros mais baixos, para que os gregos deixem para trás suas casinhas brancas nos morros, e passem a morar em habitações de qualidade.
Para não atrair a atenção dos repórteres, que não o deixam em paz um minuto sequer após sua consagração como grande líder internacional, a delegação brasileira transportará o presidente Luís Inácio Lula da Silva dentro do compartimento executivo de um cavalo gigante de madeira.
O presidente explicará, em termos simples, que nunca antes na história da Grécia houve tanto progresso quanto nos últimos anos, e que todos estes problemas não passam de especulação dos mercados e da imprensa européia que não aceitam que os países mais pobres da Europa possam ter direito a ter uma vida digna.
============
Se depois dessas, gregos e goianos, ops, ingleses, não se recuperarem, não é por culpa das brigadas de salvamento, e sim do complô neoliberal, que continua a rondar esses países, com espiões do FMI, de Wall Street, até da PUC-Rio...
Atenção aos traidores, moçada, vamos chamar o pessoal do Ipea, da Unicamp e da UFRJ para expulsar os vendilhões do templo...
Paulo Roberto de Almeida
Epa!: Amantes Unidas Jamais Serao Vencidas? (mesmo contra o papa?)
Sem comentários...
PS: a carta das senhoras dos padres, ou amantes (whatever), pode ser lida num site inglês chamado "Alugue um Padre" (no kidding), mas eu já a transcrevi para os mais curiosos in fine...
Des maîtresses de prêtres catholiques écrivent au pape
Le Monde, 28.05.2010
Des dizaines d'Italiennes, ayant eu des relations avec des prêtres catholiques, ont écrit une lettre ouverte au pape pour lui demander d'abolir la règle du célibat des prêtres, rapporte The Guardian. Elles estiment qu'un prêtre "a besoin de vivre avec ses semblables, de faire l'expérience de ses sentiments, d'aimer et d'être aimé".
Cette question a été à l'ordre du jour de l'agenda du Vatican en mars quand un conseiller de Benoît XVI, le cardinal Christoph Schönborn, archevêque de Vienne, a déclaré que l'abolition de la règle du célibat pourrait permettre de limiter les abus sexuels. Une suggestion qu'il a retirée précipitamment après que Benoît XVI a rappelé son attachement au "principe sacré du célibat".
Les auteures de la lettre ont décidé de prendre la parole en réponse à cette réplique du pape. Elles estiment que Benoït XVI affirme "le caractère sacré de quelque chose qui ne l'est pas" et qui a été inventé par l'homme. Il existe en effet plusieurs exemples de prêtres mariés dans les premiers siècles du christianisme.
Selon une des signataires, Stefania Salomone, 42 ans, la lettre a été signée par près de quarante femmes. Le sujet étant extrêmement sensible, seules trois ont accepté de dévoiler leur nom.
En savoir plus :
- la lettre a d'abord été publiée par le journal en ligne chrétien Il Dialogo. Lire une version en anglais sur le blog Rent a priest.
================
The Priests' Women Speak Out
Rent a Priest
Tuesday, May 18, 2010
This is an open letter from a group of Italian women who are involved with priests to the Pope about celibacy. The letter was first published in Italian on Il Dialogo on March 28, 2010. It has recently been translated into Spanish and posted on Atrio. We now bring it to you in English.
This letter is signed by Antonella Carisio, Maria Grazia Filippucci, Stefania Salomone … together with others … and in the name of all who are suffering because of this unjust law.
The starting point is the news a few days ago, one of many statements following a real explosion of pedophilia scandals in the ranks of the clergy.
THE POPE: Celibacy is a Sacred Value
"The horizon of the ontological belonging to God also constitutes the proper framework for understanding and reaffirming, in our day too, the value of sacred celibacy which in the Latin Church is a charism required for Sacred Orders and is held in very great consideration in the Eastern Churches," said the Pontiff to the Conference on "Faithfulness of Christ, Faithfulness of the Priest".
"It is an authentic prophecy of the Kingdom, a sign of consecration with undivided heart to the Lord and to "the affairs of the Lord", the expression of their gift of self to God and to others. The priest's vocation is thus most exalted and remains a great mystery, even to us who have received it as a gift. Our limitations and weaknesses must prompt us to live out and preserve with deep faith this precious gift with which Christ has configured us to him, making us sharers in his saving Mission."
To Pope Benedict XVI:
This is written by a group of women from all parts of Italy, who have lived or are still living in a relationship with a priest or religious. We are used to living in anonymity those few moments the priest manages to give us and we live daily with the doubts, fears and insecurities of our men, supplementing their affective deficiency and suffering the consequences of obligatory celibacy.
Ours is a voice that can no longer continue to be ignored, from the moment we heard the reaffirmation of the sacredness of what is not sacred in the least, of a law that is being maintained without addressing the fundamental rights of people. The contempt with which they have attempted for centuries and in recent statements to silence the cry of men and women who have suffered in the already tattered shroud of mandatory celibacy hurts us.
We are trying to reaffirm -- although many Christians already know it -- that this discipline has nothing to do either with the Scriptures in general, or with the Gospels in particular, or with Jesus, who never spoke about it.
Quite the contrary. As far as we know, He liked to surround Himself with disciples, almost all married, and women. You would say to us that Jesus also lived as a bachelor and the priest is simply matching Him with his choice. A choice is good. But a rule can never be a choice, if not forcing its meaning. If, moreover, it is defined as a charism, it can not therefore be imposed or required, much less by the Lord, who wants us to be free, because love is freedom, always.
Is it therefore reasonable to assume that He would intend to deny certain expressions of love and freedom to some of His disciples?
The reasons that, over time, prompted the church hierarchy to introduce this discipline in the canonical legal system itself are commonly known: economic interest and expediency. Then, over the centuries, everything has been marinated in a certain amount of misogyny and hostility toward the body, psychological drives and its primary needs.
It is therefore a "human" law in the broadest sense of the term. And we must start from this evidence, to question whether, as with all human laws, in a certain historical moment, it might not be necessary to rethink and modify it or even, as we would like, to eliminate it altogether.
To do this, much humility, much courage is needed to disengage from the logic of power to come down with sincerity to the world of men to which, like it or not, the priest also belongs.
We quote from Eugen Drewermann (“Kleriker: Psychogramm eines Ideals”, 1989),:
"According to theological ideology the persona of the individual cleric looks like a bucket of water: it is necessary to fully empty its contents to fill it to the brim again with everything that seems desirable to ecclesiastical superiors. In this way the entire sphere of human feelings is neutralized in favor of the decisions of power. Of all the range of possible human relationships, only one type of relationship survives: the one of order and submission, the ritual of master and servant, the abstraction and reduction of life to the formalism of observance of certain instructions."
It is not a matter of having more time to devote to others, as the most repeated of the innumerable expressions they use that affirm that the cleric should not and cannot have a female companion states, rather a rejection of the idea that he can enjoy a more intimate and personal presence, even friendships themselves.
In fact, Drewermann continues:
"The identification required by the professional role does not allow him to live as a person, and therefore he has no choice but to feign human warmth, emotional closeness, pastoral understanding, empathy, simulating instead of living in authentic way."
According to this institutionalized view, the priest fulfills himself through his ministry, through the holy orders, only as a single person and for a lifetime. But the presumably free decision of a young man, enthusiastic about the proposal he thinks he has received does not imply that his deep attachment to the message of Jesus can not grow, mature, change and even better express itself, to a certain point, through a married priesthood. This is simply what happens, what cannot be foreseen or fully evaluated.
A choice of this type can not be immutable, and it is neither a betrayal, much less a failing or an infraction, because love is not against love. And the priest, like any human being, needs to live with his fellow beings, to have feelings, to love and be loved and to face the other deeply, something which he is hardly willing to do for fear of being exposed to danger.
Behind the curtain of what is said and unsaid, that is what we are experiencing. And it's as if the church system, with its rules, manages to imprison the healthiest part of us all.
What happens, in fact, if a priest falls in love? He can choose:
1. Sacrifice his own needs and feelings, as well as the woman's, for a "greater good" (what?) 2. Live out the relationship in hiding, with the help and complicity of the superiors themselves sometimes; it is sufficient that it does not come to be known and does not leave traces (ie, children) 3. Throw away the cassock, the usual expression that defines the choice of someone who can't take it any more, that is to say, a traitor. Each of these options causes great pain to the people involved who, things going as they do, have much to lose.
And what are the woman's options?
1. Sacrifice her own needs and feelings in favor of "a greater good" (in this case, the good of the priest) 2. Live out the relationship in secret, spending the rest of her life waiting for the priest to be able to spend a pinch of time with her, stolen moments, sacrificing the dream of a relationship with a "normal" man. 3. Bear the burden of being the one who forced the priest to "throw away the cassock", in addition to sharing the burden of his alleged "failure." A priest who leaves is considered to be "the one who failed to go ahead with the great renunciation required," and is therefore somewhat cast aside. And this is a difficult thing to bear, for one who believes he is "a chosen one, someone who received a special call," an Alter Christus, who with only a gesture of consecrated hands, transforms the nature of things ... who forgives, who saves!
Is it possible to give up all that? And for what?
For the normal life of a couple, that sounds like a trivial matter compared to the powers the "staff member of God" can wield through holy orders.
And yet, one of the most recurring statements of priests to their "companions", sums it up in a few words: "I need you in order to be who I am", that is, a priest.
Don't be shocked, Your Holiness! In order to become effective witnesses to the need for love, they need to embody it and experience it fully, in the way their nature demands it. Is it a sick nature? A transgressing one?
If understood, this expression shows the urgency of also being part of a world of two, of being able to exercise that fundamental natural right that the institutional church at least talks about in solemn Latin encyclicals, clearly reserved only for lay people and denied to the clergy, who become so supernatural, so separated from everyone else, that they are unable even to distinguish what's around them.
But is it possible that you are not able to see that the priest is a painfully lonely being? He has a lot of things to do, that fill his day and empty his heart. Sometimes he doesn't even realize it, caught up as he is with the liturgies and duties of his job. And it may happen that among his acquaintances there is a person, someone special who seems, at first sight, specifically made to warm his heart, completing and enriching the ministry too. And this is simply what happens frequently.
But the church discipline tells him: "No, you have been chosen for something much greater." And he feels guilty, because he is unable to imagine anything greater than what he is experiencing. But he trusts the obedience he promised, thinking that it represents the will of God, His plan for him and those like him. The celibate hero returns to the stage of an institution that designed it like this and has already prepared a promotion in exchange for the necessary separation.
And all this destruction in the name of what love?
The one that makes us hide, the one that makes us renounce, the one that hurts us. That is not the love of the Father. Let us finally quote a conclusion from Drewermann:
"The God that Jesus spoke about wants precisely what the Catholic Church today fears more than anything: free, happy and mature human life, which is not born of anguish, but of obedient trust and which is free from the limitations of the tyranny of a traditional theology that prefers to seek the truth of God in sacred scripture rather than in the sanctity of human life."
==============
Comentando:
Se a Igreja tiver de distribuir heranças, pensões, bolsas de estudo, auxílio-mamadeira, auxílio-creche e ainda pagar a universidade dos bambini, ela vai ficar um pouco mais pobre... Aliás, ela ficou rica assim mesmo: obrigando os pobres padrecos a viver no celibato (mas não na inocência como provam todos esses casos de filhos, pedofilia, homossexualismo, sodomia, zoologia, botânica, e sabe-se lá o que mais...)
PS: a carta das senhoras dos padres, ou amantes (whatever), pode ser lida num site inglês chamado "Alugue um Padre" (no kidding), mas eu já a transcrevi para os mais curiosos in fine...
Des maîtresses de prêtres catholiques écrivent au pape
Le Monde, 28.05.2010
Des dizaines d'Italiennes, ayant eu des relations avec des prêtres catholiques, ont écrit une lettre ouverte au pape pour lui demander d'abolir la règle du célibat des prêtres, rapporte The Guardian. Elles estiment qu'un prêtre "a besoin de vivre avec ses semblables, de faire l'expérience de ses sentiments, d'aimer et d'être aimé".
Cette question a été à l'ordre du jour de l'agenda du Vatican en mars quand un conseiller de Benoît XVI, le cardinal Christoph Schönborn, archevêque de Vienne, a déclaré que l'abolition de la règle du célibat pourrait permettre de limiter les abus sexuels. Une suggestion qu'il a retirée précipitamment après que Benoît XVI a rappelé son attachement au "principe sacré du célibat".
Les auteures de la lettre ont décidé de prendre la parole en réponse à cette réplique du pape. Elles estiment que Benoït XVI affirme "le caractère sacré de quelque chose qui ne l'est pas" et qui a été inventé par l'homme. Il existe en effet plusieurs exemples de prêtres mariés dans les premiers siècles du christianisme.
Selon une des signataires, Stefania Salomone, 42 ans, la lettre a été signée par près de quarante femmes. Le sujet étant extrêmement sensible, seules trois ont accepté de dévoiler leur nom.
En savoir plus :
- la lettre a d'abord été publiée par le journal en ligne chrétien Il Dialogo. Lire une version en anglais sur le blog Rent a priest.
================
The Priests' Women Speak Out
Rent a Priest
Tuesday, May 18, 2010
This is an open letter from a group of Italian women who are involved with priests to the Pope about celibacy. The letter was first published in Italian on Il Dialogo on March 28, 2010. It has recently been translated into Spanish and posted on Atrio. We now bring it to you in English.
This letter is signed by Antonella Carisio, Maria Grazia Filippucci, Stefania Salomone … together with others … and in the name of all who are suffering because of this unjust law.
The starting point is the news a few days ago, one of many statements following a real explosion of pedophilia scandals in the ranks of the clergy.
THE POPE: Celibacy is a Sacred Value
"The horizon of the ontological belonging to God also constitutes the proper framework for understanding and reaffirming, in our day too, the value of sacred celibacy which in the Latin Church is a charism required for Sacred Orders and is held in very great consideration in the Eastern Churches," said the Pontiff to the Conference on "Faithfulness of Christ, Faithfulness of the Priest".
"It is an authentic prophecy of the Kingdom, a sign of consecration with undivided heart to the Lord and to "the affairs of the Lord", the expression of their gift of self to God and to others. The priest's vocation is thus most exalted and remains a great mystery, even to us who have received it as a gift. Our limitations and weaknesses must prompt us to live out and preserve with deep faith this precious gift with which Christ has configured us to him, making us sharers in his saving Mission."
To Pope Benedict XVI:
This is written by a group of women from all parts of Italy, who have lived or are still living in a relationship with a priest or religious. We are used to living in anonymity those few moments the priest manages to give us and we live daily with the doubts, fears and insecurities of our men, supplementing their affective deficiency and suffering the consequences of obligatory celibacy.
Ours is a voice that can no longer continue to be ignored, from the moment we heard the reaffirmation of the sacredness of what is not sacred in the least, of a law that is being maintained without addressing the fundamental rights of people. The contempt with which they have attempted for centuries and in recent statements to silence the cry of men and women who have suffered in the already tattered shroud of mandatory celibacy hurts us.
We are trying to reaffirm -- although many Christians already know it -- that this discipline has nothing to do either with the Scriptures in general, or with the Gospels in particular, or with Jesus, who never spoke about it.
Quite the contrary. As far as we know, He liked to surround Himself with disciples, almost all married, and women. You would say to us that Jesus also lived as a bachelor and the priest is simply matching Him with his choice. A choice is good. But a rule can never be a choice, if not forcing its meaning. If, moreover, it is defined as a charism, it can not therefore be imposed or required, much less by the Lord, who wants us to be free, because love is freedom, always.
Is it therefore reasonable to assume that He would intend to deny certain expressions of love and freedom to some of His disciples?
The reasons that, over time, prompted the church hierarchy to introduce this discipline in the canonical legal system itself are commonly known: economic interest and expediency. Then, over the centuries, everything has been marinated in a certain amount of misogyny and hostility toward the body, psychological drives and its primary needs.
It is therefore a "human" law in the broadest sense of the term. And we must start from this evidence, to question whether, as with all human laws, in a certain historical moment, it might not be necessary to rethink and modify it or even, as we would like, to eliminate it altogether.
To do this, much humility, much courage is needed to disengage from the logic of power to come down with sincerity to the world of men to which, like it or not, the priest also belongs.
We quote from Eugen Drewermann (“Kleriker: Psychogramm eines Ideals”, 1989),:
"According to theological ideology the persona of the individual cleric looks like a bucket of water: it is necessary to fully empty its contents to fill it to the brim again with everything that seems desirable to ecclesiastical superiors. In this way the entire sphere of human feelings is neutralized in favor of the decisions of power. Of all the range of possible human relationships, only one type of relationship survives: the one of order and submission, the ritual of master and servant, the abstraction and reduction of life to the formalism of observance of certain instructions."
It is not a matter of having more time to devote to others, as the most repeated of the innumerable expressions they use that affirm that the cleric should not and cannot have a female companion states, rather a rejection of the idea that he can enjoy a more intimate and personal presence, even friendships themselves.
In fact, Drewermann continues:
"The identification required by the professional role does not allow him to live as a person, and therefore he has no choice but to feign human warmth, emotional closeness, pastoral understanding, empathy, simulating instead of living in authentic way."
According to this institutionalized view, the priest fulfills himself through his ministry, through the holy orders, only as a single person and for a lifetime. But the presumably free decision of a young man, enthusiastic about the proposal he thinks he has received does not imply that his deep attachment to the message of Jesus can not grow, mature, change and even better express itself, to a certain point, through a married priesthood. This is simply what happens, what cannot be foreseen or fully evaluated.
A choice of this type can not be immutable, and it is neither a betrayal, much less a failing or an infraction, because love is not against love. And the priest, like any human being, needs to live with his fellow beings, to have feelings, to love and be loved and to face the other deeply, something which he is hardly willing to do for fear of being exposed to danger.
Behind the curtain of what is said and unsaid, that is what we are experiencing. And it's as if the church system, with its rules, manages to imprison the healthiest part of us all.
What happens, in fact, if a priest falls in love? He can choose:
1. Sacrifice his own needs and feelings, as well as the woman's, for a "greater good" (what?) 2. Live out the relationship in hiding, with the help and complicity of the superiors themselves sometimes; it is sufficient that it does not come to be known and does not leave traces (ie, children) 3. Throw away the cassock, the usual expression that defines the choice of someone who can't take it any more, that is to say, a traitor. Each of these options causes great pain to the people involved who, things going as they do, have much to lose.
And what are the woman's options?
1. Sacrifice her own needs and feelings in favor of "a greater good" (in this case, the good of the priest) 2. Live out the relationship in secret, spending the rest of her life waiting for the priest to be able to spend a pinch of time with her, stolen moments, sacrificing the dream of a relationship with a "normal" man. 3. Bear the burden of being the one who forced the priest to "throw away the cassock", in addition to sharing the burden of his alleged "failure." A priest who leaves is considered to be "the one who failed to go ahead with the great renunciation required," and is therefore somewhat cast aside. And this is a difficult thing to bear, for one who believes he is "a chosen one, someone who received a special call," an Alter Christus, who with only a gesture of consecrated hands, transforms the nature of things ... who forgives, who saves!
Is it possible to give up all that? And for what?
For the normal life of a couple, that sounds like a trivial matter compared to the powers the "staff member of God" can wield through holy orders.
And yet, one of the most recurring statements of priests to their "companions", sums it up in a few words: "I need you in order to be who I am", that is, a priest.
Don't be shocked, Your Holiness! In order to become effective witnesses to the need for love, they need to embody it and experience it fully, in the way their nature demands it. Is it a sick nature? A transgressing one?
If understood, this expression shows the urgency of also being part of a world of two, of being able to exercise that fundamental natural right that the institutional church at least talks about in solemn Latin encyclicals, clearly reserved only for lay people and denied to the clergy, who become so supernatural, so separated from everyone else, that they are unable even to distinguish what's around them.
But is it possible that you are not able to see that the priest is a painfully lonely being? He has a lot of things to do, that fill his day and empty his heart. Sometimes he doesn't even realize it, caught up as he is with the liturgies and duties of his job. And it may happen that among his acquaintances there is a person, someone special who seems, at first sight, specifically made to warm his heart, completing and enriching the ministry too. And this is simply what happens frequently.
But the church discipline tells him: "No, you have been chosen for something much greater." And he feels guilty, because he is unable to imagine anything greater than what he is experiencing. But he trusts the obedience he promised, thinking that it represents the will of God, His plan for him and those like him. The celibate hero returns to the stage of an institution that designed it like this and has already prepared a promotion in exchange for the necessary separation.
And all this destruction in the name of what love?
The one that makes us hide, the one that makes us renounce, the one that hurts us. That is not the love of the Father. Let us finally quote a conclusion from Drewermann:
"The God that Jesus spoke about wants precisely what the Catholic Church today fears more than anything: free, happy and mature human life, which is not born of anguish, but of obedient trust and which is free from the limitations of the tyranny of a traditional theology that prefers to seek the truth of God in sacred scripture rather than in the sanctity of human life."
==============
Comentando:
Se a Igreja tiver de distribuir heranças, pensões, bolsas de estudo, auxílio-mamadeira, auxílio-creche e ainda pagar a universidade dos bambini, ela vai ficar um pouco mais pobre... Aliás, ela ficou rica assim mesmo: obrigando os pobres padrecos a viver no celibato (mas não na inocência como provam todos esses casos de filhos, pedofilia, homossexualismo, sodomia, zoologia, botânica, e sabe-se lá o que mais...)
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
Liberando um artigo que passou um ano no limbo: Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação Recebo, em 19/12/2025,...
-
Homeric Epithets: Famous Titles From 'The Iliad' & 'The Odyssey' Word Genius, Tuesday, November 16, 2021 https://www.w...
-
Quando a desgraça é bem-vinda… Leio, tardiamente, nas notícias do dia, que o segundo chanceler virtual do bolsolavismo diplomático (2019-202...
-
Textos sobre guerra e paz, numa perspectiva histórica e comparativa Paulo Roberto de Almeida 5136. “A Paz como Projeto e Potência”, Brasília...
-
Alternâncias e conformismo na diplomacia brasileira Paulo Roberto de Almeida Em democracias vibrantes, com alternância de poder, a polític...
-
Minha preparação prévia a um seminário sobre a ordem global, na UnB: 5152. “ A desordem mundial gerada por dois impérios, contemplados por...
-
Mais recente trabalho publicado: 1609. “Política externa e diplomacia do Brasil: convergências e dissonâncias em perspectiva histórica”. P...