sexta-feira, 17 de junho de 2011

Programa Espacial: mais um fracasso a ser "comemorado"...

O PT, o PDT, partidos aliados e o próprio governo atual têm muito a comemorar, o atraso, o fracasso, a derrota, quero dizer.
Mais de dez anos atrás, todas essas forças se coligaram para sabotar a assinatura do acordo de salvaguardas tecnológicas entre o Brasil e os Estados Unidos, que iria permitir o lançamento de foguetes dotados de tecnologia americana, carregando satélites para o espaço a partir da base de Alcântara. Diziam que era contra a soberania brasileira, pois não permitia o conhecimento dos equipamentos americanos, que se opunha à transferência de tecnologia, que impedia a transferência do dinheiro ganho com os lançamentos comerciais para o programa espacial brasileiro e uma série de outros crimes anti-nacionais.
Disseram que recusariam o acordo americano, para fazer um melhor, com a Ucrânia, sem os constrangimentos tecnológicos do anterior, com a transferência tão requisitada, preservando integralmente a "soberania nacional".
Pois bem, dez anos depois, o que existe, ou melhor, o que não existe é o que está ai abaixo descrito, ou seja, um fracasso completo, tudo isso em função da incompetência ideológica e prática do governo atual. Não creio que venha a mudar. Mas vão continuar gastando dinheiro.
Paulo Roberto de Almeida

Disputa política na base e falta de verba paralisam programa espacial brasileiro
O Estado de São Paulo, 16/06/2011

Aliados desde a gestão Lula, PSB e PT duelam nos bastidores do MCT, hoje comandado pelo petista Aloizio Mercadante, e meta de lançar um foguete ao espaço, que já consumiu R$ 218 milhões, agora ficará para 2015.
A disputa política envolvendo dirigentes do PT e do PSB e a recusa do governo Dilma em colocar mais dinheiro na empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), uma sociedade com o governo da Ucrânia, paralisam o programa espacial brasileiro. Criada em 2007 para desenvolver e lançar o foguete Cyclone 4 da base de Alcântara (MA), a ACS, que era um feudo do PSB, não paga os fornecedores desde abril e só tem dinheiro para as "despesas administrativas" até o fim do ano.

O diretor-geral interino Reinaldo José de Melo disse, em carta enviada no dia 27 de maio ao ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), que a falta de dinheiro poderá acarretar "consequências imprevisíveis". Sem mais recursos, segundo ele, "não será mais possível realizar outros pagamentos destinados ao desenvolvimento do Projeto Cyclone 4, o que fará com que o ritmo dos trabalhados sofra uma diminuição drástica".

Além das divergências envolvendo dois partidos da base do governo, o programa vem sendo tocado sem nenhuma transparência. Criado após a tragédia da explosão da base de lançamento e a morte de 21 pessoas em Alcântara, em 2003, o projeto prevê uma parceria internacional orçada em R$1 bilhão, metade do investimento para cada país e lucros rateados no futuro como lançamento comercial de satélites para o espaço. O problema é que o Brasil já repassou R$ 218 milhões, enquanto a Ucrânia pôs bem menos, R$ 98 milhões.

A promessa inicial era lançar o foguete em 2010. Agora, o discurso oficial é 2013. Internamente, a aposta é que, se ocorrer, será só a partir de 2015. A presidente Dilma mandou auditar o projeto e, para não repassar mais dinheiro, Mercadante cortou os R$ 50 milhões previstos no orçamento da ACS para 2011. Por ser binacional, a empresa não presta contas a órgãos como Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU). Em 2010, por exemplo, fechou um contrato sem licitação de R$ 546 milhões com as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht.

Os R$ 50 milhões cortados do Orçamento da União foram o assunto de uma reunião ontem entre o diretor-geral Reinaldo José de Melo e o secretário executivo do ministério, Luiz Antonio Elias. Uma planilha financeira da empresa do dia 18 de maio obtida pelo Estado mostra que a ACS não conseguiu honrar todos os seus compromissos de contratos entre março e abril e o dinheiro que sobrou - R$ 38 milhões - serve apenas para pagar as dívidas pendentes daquele período e despesas como folha de pagamento, até o fim do ano.

Feudo do PSB - O risco de o projeto fracassar tem componentes políticos nacionais e internacionais, que se agravaram desde o começo do ano. A ACS era um feudo do PSB na gestão do ex-presidente Lula, assim como o MCT. A direção e os principais cargos da empresa binacional eram ocupados por filiados ao partido.

Ex-ministro e vice-presidente do PSB, Roberto Amaral era o diretor-geral da ACS até março. Deixou o cargo com a chegada dos petistas, mas conseguiu manter interinamente um aliado no lugar dele, Reinaldo José de Melo, que era diretor de suprimentos da empresa. Uma parte dos funcionários de cargo de confiança filiados ao PSB saiu com Amaral. Agora do lado de fora, o vice-presidente da legenda critica a postura do governo e ataca o corte de dinheiro.

"Não se brinca de fazer programa espacial. Ou se tem ou não se tem", disse Amaral, numa audiência pública na Câmara anteontem. Ele perdeu a direção do projeto, mas ganhou vaga nos conselhos de administração da Itaipu Binacional e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Aliado de Roberto Amaral, Melo foi colega de Dilma na militância armada durante a ditadura militar.

Além dos problemas políticos internos, o Brasil tem se incomodado com a demora do governo ucraniano em cumprir sua parte de fazer o aporte de 50% dos recursos. Segundo dados enviados ao MCT, a Ucrânia repassou apenas 19% do que deveria. Recentemente, o governo daquele país obteve aval de seu Parlamento para contrair empréstimos para bancar o programa. Disse ao Brasil que faria isso este mês. Agora, segundo informou ontem a ACS, a promessa é para setembro.

'Há dificuldades orçamentárias e financeiras', diz ACS - A Alcântara Cyclone Space (ACS) disse ao Estado que vem enfrentando dificuldades financeiras para tocar o projeto espacial. "Há dificuldades orçamentárias e financeiras dos dois países (Brasil e Ucrânia) na liberação de recursos para a integralização do capital aprovado pelas partes."

A empresa afirmou que, diante disso, tem renegociado o pagamento dos contratos das obras. "A ACS está negociando o cronograma físico-financeiro com as construtoras de forma a se adequar às disponibilidades orçamentárias e financeiras e aos prazos e recursos disponíveis com o objetivo de cumprir o tratado."

Segundo a ACS, "as dificuldades de caixa têm origem na intensificação dos trabalhos das obras em Alcântara devido ao encerramento do período de chuvas na região e o consequente aumento do ritmo dos trabalhos das empresas". E disse crer na liberação de
recursos pelo governo brasileiro em julho. A parte da Ucrânia "está prevista para setembro".

Por sua assessoria, o ministro Aloizio Mercadante informou que pretende liberar recursos até fim deste mês ou começo de julho e mantém a previsão de iniciar as operações daqui a dois anos.

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Especialistas defendem programa espacial como política de Estado
Agência Câmara, 16/06/2011

O programa espacial foi debatido em audiência da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.
O Programa Espacial Brasileiro precisa tornar-se uma política de Estado e deixar de sofrer com as oscilações políticas do País e os ciclos ruins da economia, que acabam provocando os cortes orçamentários que minam sua eficácia e atrasam em muito a consecução das metas traçadas.

Esse foi o consenso que uniu os palestrantes da audiência pública promovida na terça-feira (14) pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática para discutir o tema. O ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral foi incisivo no alerta de que "os atrasos no programa afetam a soberania nacional e o futuro do País".

Ele lamentou que o caráter estratégico do programa não seja reconhecido pelo governo, a começar pela ausência de um órgão efetivamente capaz de coordená-lo. "A Agência Espacial Brasileira (AEB), com sua atual estrutura deficiente, não desempenha esse papel", afirmou.

Falta de pessoal - O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, revelou que o Brasil deverá lançar um satélite por ano entre 2012 e 2020 - contra uma média recente de um a cada quatro anos. Ele explicou que o foco do programa é permitir a agregação de valor às condições naturais vantajosas das quais o País desfruta.

O presidente da AEB, Marco Antonio Raupp, destacou que o programa tem um papel importante para a solução de grandes problemas nacionais, em áreas como a agricultura, a energia, a vigilância das fronteiras, entre outras.

Raupp descreveu um quadro preocupante a respeito da falta de pessoal. O Inpe conta com apenas 1.150 técnicos (contra 1.700 na década de 80), enquanto o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) tem tão somente 1 mil (contra 2.500). "É muito pouco, comparado, por exemplo, à Índia, país emergente e membro dos Brics, como o Brasil, que soma 16 mil." Segundo ele, o número de técnicos vem diminuindo porque as contratações pararam desde o final da década de 80, e muitos, desde então, se aposentaram ou buscaram empregos mais rentáveis.

Fim de uma geração - O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia, Fernando Morais Santos, disse que o programa espacial é uma "tragédia de desinteresse e omissão", e que os servidores estão desmotivados e com baixa autoestima. "São quase todos velhinhos que estão lá desde o início do programa, e hoje conversam com técnicos jovens de outros países, como a China, que então nem eram nascidos", contou Morais Santos.

O diretor-geral do DCTA, tenente-brigadeiro-do-ar Ailton dos Santos Pohlmann, advertiu para a urgência de concursos públicos para contratar uma nova geração de técnicos, enquanto há tempo para que possam conviver com os atuais, a grande maioria já bem próxima da aposentadoria.

O risco, bastante grave, disse Pohlmann, é de uma interrupção no processo histórico de acumulação de conhecimento tecnológico, com o fim de uma geração sem o surgimento de uma nova. "Estamos perdendo pessoal numa velocidade cada vez maior; até 2020, todos estarão fora", previu.

Deputado critica falta de atenção do ministro - O deputado Ribamar Alves (PSB-MA), ex-presidente da Frente Parlamentar do Programa Espacial, pôs em dúvida o futuro do programa sob a gestão do ministro Aloizio Mercadante à frente da pasta da Ciência e Tecnologia. O deputado queixou-se de até hoje não ter conseguido sequer uma audiência com o ministro, apesar de tentar incansavelmente desde o início do ano.

Já o deputado Carlinhos Almeida (PT-SP), autor do requerimento da audiência desta terça-feira da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, ponderou que o ministro Mercadante está avaliando com cuidado a situação do programa e, em breve, deverá apresentar uma proposta para reestruturá-lo. Almeida destacou a importância da urgente contratação de uma nova geração de técnicos na área espacial, para garantir a continuidade do programa.

Visitas - A comissão acatou proposta do deputado Sibá Machado (PT-AC) para uma visita ao DCTA, ao Inpe e à base de Alcântara, no Maranhão. Além disso, Machado revelou estar em contato com uma série de entidades ligadas à área espacial, as quais deverão entregar, por volta do fim de junho, uma proposta concreta de novo arcabouço legal para apoiar o programa.

O deputado Arolde de Oliveira (DEM-RJ) sustentou que tornar o Orçamento da União impositivo, de execução obrigatória, é a solução tanto para o programa espacial como para outros problemas nacionais.

Tragedia educacional brasileira: continuidade garantida

Alguém acredita que o Plano Nacional de Educação vai conseguir reduzir os índices alarmantes de mediocridade da educação brasileira, ou que 7% ou 10% do PIB investidos no setor vão mesmo contribuir para melhorar, pelo menos 1%, a má qualidade atual do ensino brasileiro?
Acho que os planos do governo ficam aquém das necessidades do setor.
Paulo Roberto de Almeida

Ministro defende investimento de 7% do PIB em educação; entidades pedem 10%
Agência Câmara, 16/06/2011

Fernando Haddad disse que o governo está "aberto ao diálogo".
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (15) que a meta de ampliação do investimento público em educação de 5% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020 é "lógica". A declaração foi dada em um auditório lotado de professores e representantes de entidades civis que pedem a aplicação no setor de pelo menos 10% do PIB em dez anos.

A meta está prevista na proposta do governo, em tramitação na Câmara, que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10). O projeto já recebeu quase 3 mil emendas de deputados - muitas delas preveem o aumento das verbas para a área.

De acordo com Haddad, o valor levou em consideração as promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff e os recursos necessários para que as metas previstas no projeto sejam atendidas. Segundo ele, a mudança representaria anualmente R$ 80 bilhões a mais para o setor.

O ministro também argumentou que o aumento de 2% em dez anos corresponde à ampliação do investimento público feito na área nos últimos anos. Segundo ele, foram destinados à educação, em média, 0,2% do PIB a mais por ano nos últimos cinco anos.

Haddad disse, porém, que o governo está disposto a negociar novos valores. A proposta que estabelece o PNE prevê 20 metas com temas diversos, além do financiamento do setor, como educação básica e superior, ensino especial, índices de qualidade e remuneração dos professores. "Agora é fazer conta. Temos verificar se as metas serão modificadas para mais e qual o impacto financeiro disso. Estamos à disposição para dialogar sobre um plano exequível", disse Haddad.

O debate com o ministro da Educação foi organizado pela comissão especial destinada a analisar a proposta do PNE. O prazo para emendas à proposta do governo já foi encerrado. Contudo, caso o relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), apresente um substitutivo a texto, o prazo será reaberto. A expectativa é que Vanhoni apresente seu parecer até o próximo mês de agosto.

Metas tímidas - Deputados presentes à reunião classificaram de tímidas as metas previstas na proposta do PNE. Além da meta de investimentos públicos, criticada por Ivan Valente (Psol-SP) e Fátima Bezerra (PT-RN), os deputados destacaram outros pontos que, segundo eles, ainda podem ser "mais ousados". Fátima Bezerra, presidente da Comissão de Educação e Cultura, defendeu a ampliação de 33% para 40% da meta de atendimento dos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior.

A deputada, que apresentou cerca de 400 das quase 3 mil emendas à proposta, também sugeriu a equivalência entre os salários dos professores e aqueles dos outros profissionais de nível de escolaridade equivalente. O projeto do governo prevê apenas a "aproximação" dessas remunerações.

Ensino profissional - Uma das metas consideradas "pouco ousadas" na reunião foi a previsão de duplicação das matrículas da educação profissional técnica de nível médio até 2020. Fernando Haddad, porém, admitiu que esse número foi subestimado e pode ser revisto.

Para o deputado Artur Bruno (PT-CE), o ensino profissional foi desvalorizado durante anos e precisa de um investimento maior que aquele recebido pelos outros níveis de ensino. "O resultado das políticas equivocadas dos governos anteriores é que hoje vemos um apagão de mão de obra qualificada no País", disse.

Segundo Haddad, a meta de duplicação das matrículas do ensino profissional médio deve já em 2014. A aceleração, de acordo com o ministro, deve-se ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituído por um projeto de lei em tramitação na Câmara (PL 1209/11). O programa estabelece oferta de bolsas para estudantes, garantia de financiamento na rede privada de ensino e expansão das vagas em escolas públicas.

Ministro extraordinario para assuntos ordinarios: ganhando uma aposta contra mim mesmo...

No dia 22 de maio último eu postava o que vai abaixo, e dava dois meses para um desenlace fatal.
Ou seja, em 22 de julho de 2011, o ministro em questão já deveria ter pulado fora do governo, ou ter sido defenestrado, à escolha de quem decide.
Acho que ganhei, não é mesmo?
Mas nem sempre pelas boas formas: eu me surpreendi (e continuo achando altamente ofensivo para a dignidade de qualquer sociedade normal) que um funcionário envolvido em atos questionáveis seja "despedido" com "honras de chefe de Estado", o que só se vê em democracias ordinárias...
O mais curioso é que o governo não aprende: continua defendendo o segredo nos assuntos públicos, o que não é apenas inconstitucional, como altamente imoral.
O governo também continua defendendo o segredo eternos em papéis do Estado, o que também é inconstitucional, ilegal e altamente imoral.
Qual o governo decente que seria capaz de exibir tais posições impunemente?
Obviamente um que dispõe de um congresso servil e totalmente dependente dos favores do governo.
Paulo Roberto de Almeida

DOMINGO, 22 DE MAIO DE 2011
Dois meses para o ministro cair, estaria bem assim?

Acho dois meses, muito tempo, pois em qualquer democracia respeitável, digna desse nome, o próprio envolvido em falcatruas, fraudes, mentiras, roubos e atos venais, já teria apresentado sua renúncia de imediato, ou sido despedido também de imediato pelo chefe de Estado (que não o fez) ou pelo chefe de governo (que parece que é ele mesmo).
Em qualquer regime parlamentar normal, ele já teria sido convocado (não convidado, convocado), para se explicar no banco dos acusados, e teria sido submetido a uma inquirição em regra.
Em qualquer regime político normal, o parlamento já teria agido para obter esclarecimentos.
Em qualquer país normal, as autoridades financeiras, de corregedoria, policiais e até associações classistas (no caso, a OAB), já teriam pedido um inquérito policial.
No Brasil, obviamente, nada disso acontece, pois venais existem em todas as partes.
Esse é o Brasil...
Só para concluir: o título deste post, ao que parece, não tem nada a ver com a realidade. Só uma aposta pessoal, ou seja, contra mim mesmo. Sendo assim, em 22 de julho de 2011, o ministro em questão estará fora do governo. Vou marcar na minha agenda, e voltarei ao contato naquela data.
Paulo Roberto de Almeida

CASO FRANCENILDO
Palocci levou dossiê pessoalmente, diz ex-diretor da Globo
Opinião e Notícia, 22/05/2011

Em 2009, Palocci foi inocentado de ter quebrado sigilo bancário, e a culpa recaiu sobre seu assessor de imprensa e o presidente da Caixa
O atual ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, levou pessoalmente o dossiê do caso Francenildo à família Marinho, informou o ex-diretor editorial da Globo, Paulo Nogueira.

“Foi o Palocci quem passou para nós o dossiê calunioso. Palocci foi quem fez chegar a nós, na redação da Época, informações que supostamente desqualificariam um caseiro de Brasília que dissera que ele frequentava uma mansão pouco recomendável quando ele era ministro da Fazenda”, explica Nogueira.

Em 2009, Palocci foi inocentado de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Na ocasião, os dados da conta do caseiro foram publicados na revista Época, e revelavam até que ele recebia depósitos no valor de R$ 24 mil de seu pai biológico, que tentava encerrar uma ação de reconhecimento de paternidade.

Com a absolvição de Palocci, a culpa recaiu sobre dois outros réus: seu assessor de imprensa, Marcelo Netto, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso.

Paulo Nogueira, no entanto, afirma que Época não se envolveu nessa operação totalmente ciente da fraude. “Imaginávamos, ao publicar a história, que de fato tinham sido feitos depósitos na conta do caseiro. Logo ficou claro que não. Também ficou clara em pouco tempo a desfaçatez de Palocci ao dizer que não fizera o que fez”.

Quando um reles criminoso interefere em relacoes bilaterais de dois paises "irmaos"...

O caso Battisti continuará a contaminar as relações bilaterais Brasil-Itália e até as relações do Brasil com a UE, previsivelmente, graças às trapalhadas que acumulamos nos últimos tempos. Não está excluida, tampouco, a hipótese da Itália recorrer à justiça internacional, a corte da Haia, mas suponho que o Brasil não aceitará o que deixará a Itália ainda mais frustrada. Acredito que o tema tem o dom no prejudicar o relacionamento bilateral e até a credibilidade internacional do Brasil.
O que fazem os homens atuarem conforme seus instintos e não conforme a lei?
Paulo Roberto de Almeida

Itália pede a Brasil que comissão bilateral avalie caso Batistti
Reuters Brasil, sexta-feira, 17 de junho de 2011

ROMA (Reuters) - A embaixada italiana em Brasília pediu formalmente às autoridades brasileiras a ativação de uma comissão permanente de conciliação para analisar a decisão do Brasil de não extraditar o ex-militante Cesare Batistti, afirmou o Ministério das Relações Exteriores italiano em comunicado nesta sexta-feira.
"Por instruções do ministro do Exterior, Franco Frattini, a embaixada italiana em Brasília requisitou formalmente às autoridades brasileiras a ativação da comissão permanente de conciliação, conforme previsto pela Convenção entre a Itália e o Brasil de 1954, e expressou a intenção de se referir a tal comissão sobre a não-extradição de Cesare Batistti", disse o comunicado.
A chancelaria italiana destacou que "a Itália está determinada a dar todos os passos necessários para buscar o reexame da decisão de negar a extradição de Cesare Battisti".
Em 8 de junho o Supremo Tribunal Federal decidiu manter a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar para a Itália o ex-militante de esquerda condenado por assassinatos cometidos na década de 1970, e ordenou sua libertação imediata.
O governo italiano insiste que, ao libertar Batistti, o Brasil violou as normas previstas em um tratado de extradição firmado entre os dois países. Em protesto, Frattini decidiu chamar de volta temporariamente o embaixador italiano em Brasília para consultas.
A comissão de conciliação tem quatro meses para se manifestar sobre o caso. Caso as conclusões da comissão sejam rejeitadas, abre-se caminho para que a Itália recorra ao Tribunal de Haia, o tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) que estabelece a eventual responsabilidade dos Estados por violação do direito internacional.

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Duas visoes sobre o Plano Real e o governo FHC: um tucano e um petista

Vocês podem escolher qual a melhor, ou qual a mais fiel à realidade:

FHC: parabéns e obrigado!
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
Folha de S.Paulo, Sexta-feira, Junho 17, 2011

A posição de Lula diante do Plano Real é inaceitável em uma sociedade guiada pela verdade dos fatos

EM CARTA enviada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a presidente Dilma Rousseff reconhece -de forma clara e inequívoca- a paternidade do Plano Real, que devolveu à economia brasileira a estabilidade e o crescimento.
Foram quase 20 anos em que estivemos condenados à mediocridade e à estagnação da renda, principalmente dos mais pobres. Com o Plano Real, esse passado vergonhoso foi superado e voltamos ao grupo de nações emergentes com futuro.
O que seria considerada uma observação apenas formal em sua carta de congratulações pela passagem do aniversário de 80 anos de FHC, esse reconhecimento passou a ter uma grande relevância política.
Com razão, pois o ex-presidente Lula passou os oito anos de seu mandato renegando a importância de FHC e do Plano Real na construção da sociedade brasileira de hoje.
Além disso, Lula sempre espalhou aos quatro ventos a tese de que os anos FHC tinham deixado uma "herança maldita" a seus sucessores. O reconhecimento de Dilma do papel de FHC na estabilização e na política brasileira tornou as bravatas de Lula algo do passado. Espero que, a partir de agora, nem seu autor tenha coragem de voltar a elas.
Quero aproveitar este momento em que o papel de FHC na construção da nova economia brasileira voltou ao debate público para dividir com o leitor da Folha um trabalho sobre a evolução dos salários no Brasil, nos últimos 20 anos, feito por Fabio Ramos, economista da Quest Investimentos.
Os dados que constam do gráfico falam por si só e mostram como a posição de Lula em relação ao Plano Real é inaceitável em uma sociedade guiada pela verdade dos fatos -não pela história forjada por seus dirigentes.
Os dados representam uma estimativa do total da remuneração do trabalho no Brasil, calculados em reais e já descontados os efeitos da inflação, entre 1992 e o primeiro trimestre de 2011. Chamo a atenção do leitor para os seguintes pontos principais:
1) Entre 1993, quando Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda no governo de Itamar Franco, e 1997, já presidente da República, o total de salários pagos passou de R$ 600 bilhões para R$ 1,1 trilhão, com aumento de 83% no período, o que equivale a um crescimento anual de mais de 12%;
2) Apenas no segundo mandato de Lula (2007-2010) é que os salários superam o nível de R$ 1,1 trilhão verificado entre 1993 e 2002 e começam a crescer a uma taxa anual de pouco mais de 5%;
3) O aumento dos salários reais nos quatro anos do chamado Lula-2 foi, entretanto, menos da metade do verificado no período de implantação do Plano Real;
4) Ou seja, a contribuição da estabilidade alcançada pela ação de FHC nos salários dos trabalhadores brasileiros foi o dobro da proporcionada pelos quatro anos de crescimento verificado no segundo mandato de Lula. Os dados históricos aqui apresentados não permitem que a farsa da "herança maldita" se sustente por mais tempo.
O trabalho feito por Ramos mostra, de forma cristalina, como a inflação elevada confiscava a renda real do trabalhador antes da ação decisiva de FHC.
A presidente Dilma apenas reconhece -com anos de atraso- isso.

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 68, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso). Escreve às sextas-feiras, a cada 14 dias, nesta coluna.

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E agora a posição oficial do PT, lída pelo seu líder na Câmara.
Você pode escolher qual a melhor:

Líder mostra diferença entre PT e PSDB e afirma que governo FHC foi antinacional e elitista
Informes Liderança do PT na CD, Qui, 16 de Junho de 2011 13:21

lider pteixeira1_D1O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), em discurso na tribuna da Câmara, deixou claras as diferenças entre o projeto vitorioso do PT e aliados, implementado desde 2003, e do governo de FHC (1995-2002), que quebrou o País três vezes. Segundo o líder, o governo Fernando Henrique Cardoso tomou um caminho equivocado para o País, privatizando parte importante do patrimônio nacional, como a Companhia Vale do Rio Doce, "vendida na bacia das almas", como parte de uma estratégia de abertura "que destruiu parte das empresas nacionais".

As considerações do líder petista foram feitas a propósito de comentários feitos pelo líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP) a respeito de carta que a presidenta Dilma mandou a FHC, alusiva ao 80º aniversário do ex-presidente tucano. "Eu também o cumprimento pelos 80 anos, mas quero deixar claras as nossas divergências", frisou Teixeira. O líder tucano deu a entender que não há mais divergências com o PT, em razão de algumas medidas tomadas pelo governo Dilma, mas foi desautorizado pelo líder do PT.

Teixeira lembrou que as divergências de fundo com o PSDB e seus aliados não foram superadas. "Nós continuamos dizendo que o governo FHC foi antinacional; foi um governo antipopular; representante das forças conservadoras do País e dos interesses do grande capital e não do interesse do povo brasileiro", ressaltou Teixeira.

SUBSERVIÊNCIA - O líder petista observou que o projeto antinacional do PSDB levou o país a problemas seríssimos cuja solução foi encaminhada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 2003. Um exemplo foi a abertura desenfreada ao capital estrangeiro. Teixeira contrapôs como exemplo a Coreia do Sul, que nos anos de 1980 tinha o mesmo patamar de riquezas do Brasil e, trinta anos depois, chegou a um PIB per capita de US$ 30 mil. O motivo, explicou, é que os coreanos não empreenderam uma abertura irresponsável como fez FHC.

"Os coreanos fizeram uma abertura seletiva, fortaleceram as grandes empresas nacionais, como a Hyundai, a Samsung e outras. Copiaram, copiaram e copiaram e hoje estão em uma sociedade do conhecimento. O que fez o Governo FHC? Privatizou as grandes empresas nacionais, desnacionalizou grande parte delas, fez uma abertura violenta que destruiu parte do nosso parque industrial, aprovou uma lei de propriedade intelectual além do que a Organização Mundial de Comércio propunha, a chamada TRIPS Plus", observou o líder.

Paulo Teixeira disse que, graças ao modelo do PSDB, o Brasil enfrenta hoje problemas para chegar a uma sociedade do conhecimento. Ele mencionou como exemplos positivos a Índia e a China, que fizeram uma transição para que pudessem absorver conhecimento e dar um salto tecnológico, formando uma indústria nacional de ponta. Esses países não aceitaram as imposições dos países industrializados no tocante a leis de propriedade intelectual, como fez, de forma subserviente, o governo tucano de FHC.

DESIGUALDADES - O líder do PT lembrou que, no governo FHC, aumentaram as desigualdades sociais no Brasil e o projeto de nação foi comprometido. "Se ali tivéssemos tomado um outro caminho, teríamos hoje um grau de desenvolvimento maior. Tanto que o Presidente Lula fez uma grande transição do modelo neoliberal para um modelo de construção de um projeto nacional de país e de nação", assinalou Teixeira.

O líder reconheceu a contribuição que FHC deu para a estabilização econômica, mas ressalvou que foi no governo Lula que houve a estabilização com crescimento, inclusão social e distribuição de renda, modelo que vem tendo continuidade com o governo da presidenta Dilma.

Ele lembrou que, hoje, combate-se a inflação com medidas diferenciadas das adotadas por FHC. "Controle de inflação não representa comprometimento do crescimento e aumento da dívida pública; o controle da inflação tem que ser combinado com o crescimento econômico, e foi esse o compromisso da presidenta Dilma Rousseff. É por isso que o Brasil cresce. É por isso que o Brasil gera empregos. Nós crescemos com o controle das contas públicas", disse o líder do PT.

MAROLINHA - Apontou também que, no governo FHC, a dívida pública aumentou de forma exponencial, enquanto que, no de Lula, diminuiu, em relação ao PIB. E mais: mesmo com crise mundial eclodida em 2008, a maior do capitalismo desde 1929, o Brasil não ficou exposto, graças às medidas de proteção da economia nacional adotadas desde 2003. "Foi uma marolinha, como disse Lula, e nós tivemos condição de voltar a crescer e a ser uma economia vibrante, uma economia que cresce, que inclui e é baseada no mercado interno de massas".

Em contraste, disse, na época de FHC o Brasil, por não ter se preparado, entrava em crise ao menor sinal de instabilidade nas economias externas. "Enquanto o Governo FHC acreditava que o mercado externo resolveria tudo, o País sofreu com a crise da Ásia, do México e todas as outras crises", recordou Paulo Teixeira.

O líder disse que o governo Dilma dá continuidade e aprofunda o projeto iniciado em 2003 com Lula. Citou como ações importantes o programa de erradicação da miséria, o incremento da formação técnico-profissional, entre outros.

Reformando um pais do BRICS: nao, nao é o Brasil... (infelizmente)

Mutatis mutandis, o que diz o presidente russo sobre seu país, e o programa de reformas que ele promete empreender, poderia ser aplicado ao Brasil. Infelizmente, aqui sequer se cogita de um debate sobre as reformas necessárias a um crescimento mais sustentado e sustentável. O assunto simplesmente não está na pauta dos congressistas, não está na agenda do Executivo, não está sequer na ordem do dia para a maior parte dos brasileiros.
Os congressistas, como é sabido, pretendem apenas (melhor dito, exigem) maiores nacos do orçamento, para seus projetos provinciais (paroquiais seria o termo mais preciso), e querem continuamente cargos e prebendas estatais, para alimentar suas burras (eu disse burras no sentido antigo, mas podem tomar como quiserem) e suas ambições por mais riqueza e poder.
O Executivo quer ter sucesso no desempenho das funções, como é óbvio, mas o partido principal de sustentação do poder quer mais cargos, mais dinheiro, mais monopólio sobre a vida pública (e até a privada) e quer moldar o país à sua imagem e semelhança (que é de um socialismo esclerosado).
Quanto à opinião pública, bem, esta não existe simplesmente. Ou temos várias...
Os "jornalões" -- como dizem aqueles que pretendem controlar a mídia -- reproduzem o que pensam seus proprietários, que é a imagem de um capitalismo moderado, mas também com muito ativismo estatal, pois ninguém aqui pensa realmente numa sociedade livre, liberal e aberta.
Os empresários procuram as soluções que podem estar ao alcance: cansaram de lutar contra os tributos altos, e aí se dedicam a seus esportes preferidos: sobreviver num ambiente hostil, pedir uma ajuda subsidiada ao BNDES, implorar com a associação de classe por mais proteção, ou então desistir e vender para um sócio estrangeiro ou se expatriar para a China ou outros lugares.
As pessoas comuns, bem, estas querem consumir, obviamente, e se possível obter um emprego público, que é onde se pode ganhar bem com esforço moderado, tendo, sobretudo, estabilidade, tranquilidade e uma pensão supostamente garantida.
Este é o Brasil, se ouso dizer, um país mais socialista que a China, mais dirigista que a Rússia, quase tão bagunçado quanto a Índia, com políticos tão ou mais corruptos que a Itália e o Japão, e que importa todos os maus hábitos americanos, sobretudo esse horrível de entrar no cinema com barris de pipocas e baldes de refrigerantes...
Não creio que estejamos prontos para reformar o que quer que seja no futuro previsível, any time soon, e tampouco acho que o presidente russo vai conseguir implementar seu grande projeto de um capitalismo virtuoso, e não mais mafioso, na Rússia. Mas ele pelo menos expor publicamente quais eram suas intenções. Se elas são puramente eleitorais, os cidadãos russos vão constatar depois, e de toda forma poderão trocar de presidente nas eleicões seguintes.
Por aqui, vamos ficando na mesmice de sempre...
Paulo Roberto de Almeida

Medvedev launches pro-reform manifesto
By Catherine Belton, Charles Clover and Neil Buckley in St Petersburg
Financial Times, June 17 2011

Dmitry Medvedev: ‘We need to get out of old habits.’ Russia’s president, speaks during the opening address of the St Petersburg International Economic Forum (SPIEF)

Dmitry Medvedev set out a strong pro-reform economic manifesto on Friday, calling for an end to an era of state domination over the Russian economy and for an acceleration of privatisations including the sale of controlling stakes in big state companies.

In a speech that observers said appeared to set out a platform for his re-election as Russian president, Mr Medvedev warned against opting for stability over policies that he said would limit excessive state interference in the economy and boost private investment. This was the only way of ensuring the competitiveness of the Russian economy, he said.

“We need to get out of old habits. It is not right to rely only on stable gradual growth. Behind this notorious stability could lie the next stagnation,” the Russian president told an auditorium packed with hundreds of foreign and Russian business leaders gathered for the annual St Petersburg economic forum.

The potential of strengthening the state’s role in the economy “has been exhausted”, he said. “Such an economic model leads to . . . knee jerk steps that decide only one question: how to preserve what exists.” He added: “We are not building state capitalism.”

The comments appeared to a direct swipe at the politics of Vladimir Putin, his predecessor who now serves as prime minister but still operates as Russia’s paramount leader after tightening the state’s grip over the economy during his two terms in power. Neither of the two leaders have ruled out running for president in elections in 2012.

Calling for private enterprise to dominate the Russian economy, Mr Medvedev said the government’s current privatisation programme was “too modest”. He called on the government to expand by August 1 current plans for a $32bn sell off of minority stakes in state companies to include the sale of controlling holdings.

The domination of state-controlled companies has led to “low entrepreneurial activity and investment activity” which is threatening “the loss of the Russian economy’s competitiveness”.

“Such an economic model poses a danger for the country’s future. This is not my choice,” he said.

“My choice is different. Private entrepreneurship and private investment should dominate the Russian economy . . . My choice is a policy that would ensure the maximum opportunity for economic activity for millions of citizens . . . defended by law and by the entire might of the state.”

“My choice is the formation of an economy of a high quality of life over the decades to come.”

Arkady Dvorkovich, the president’s most senior economic adviser, later told reporters that the expanded privatisation plans could also include the sale of a controlling stake in Rosneft, the national oil champion that became the country’s top oil producer through its controversial takeover during Mr Putin’s presidency of Yukos, the oil major belonging to jailed oil tycoon Mikhail Khodorkovsky.

The Russian president said he was also calling for steps that would strengthen an attempt to clamp down on corruption by allowing officials suspected of corruption to be fired for this even if the crime could not be proved in court.

“We need to push out those who spit on the law” including “investigators who turn unjustified criminal probes into instruments for raiding” business, he said.

Mr Medvedev also said that he would continue a push to improve the court system and called for a transfer of greater decision-making power from federal authorities in Moscow to regional and municipal governments.

“If everything only begins to work only on a signal from the Kremlin then it means the system is not capable of surviving . . . and should be seriously changed.”

The Russian president said his programme for modernising the country should be realised “independently of who holds what office in the next few years. I am personally responsible for this as the president of the country.”

But observers said the president appeared to be setting out a platform for re-election. “As a former politician, I saw all the signs of a man who is getting ready to run for office again,” Lord Peter Mandelson, the former European commissioner and UK politician, told the Financial Times.

Copyright The Financial Times Limited 2011.

Seria possivel viver sem governo? A Belgica diz que sim...

Seria o sonho dos anarquistas?
Não, apenas a incapacidade de "belgicanos" de se entenderem: suas tribos de flamengos e valões não conseguem montar um governo.
Melhor assim: deve dar menos despesas...

BÉLGICA SEM GOVERNO E ECONOMIA INDO DE VENTO EM POPA!
Coluna de Cesar Maia, 17/06/2011

1. A Bélgica completou um ano de impasse político que levou o país a ficar sem governo – um governo provisório está no controle do país desde junho de 2010. O impasse ocorreu por causa de disputas de poder entre representantes das comunidades de língua francesa e flamenga, que já vinham causando divergências entre os dois lados há décadas. Os dois partidos vencedores da última eleição geral não conseguiram superar suas divergências a respeito de uma reforma constitucional. O primeiro-ministro interino, Yves Leterme, renunciou em abril de 2010, mas ainda está indo ao trabalho.

2. Enquanto isto, no dia-a-dia, o país continua funcionando bem. Sua economia está crescendo, as exportações estão em alta, o investimento estrangeiro continua, a presidência do país da União Europeia em 2010 foi considerada um sucesso e a Bélgica também contribuiu para a operação da Otan na Líbia. Isto ocorre em parte pelo fato de que os governantes provisórios e seus funcionários públicos são gerentes eficientes, mas também pelo fato de que muitos poderes já foram devolvidos para os governos regionais e comunidades linguísticas da Bélgica.

3. Uma página na internet fez a contagem regressiva para o dia em que o país bateu o recorde, deixando até o Iraque em segundo lugar - o país precisou de 289 dias para ter um governo, em 2009. O site agora traz a frase: "Sim, belgas, nós conseguimos!".

4. Tecnicamente, isto pode durar até a próxima eleição federal, em 2014. Uma nova eleição geral pode ser convocada ainda este ano, a partir de setembro ou até em 2012, coincidindo com as eleições locais. Outra possibilidade é que o Parlamento comece a exercer mais iniciativa e o governo provisório assuma novos poderes. Com isso, este governo provisório pode durar outro ano.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...