domingo, 3 de março de 2013

Salarios de diplomatas no exterior: a falsa campanha moralizadora

Os vencimentos mais altos do Itamaraty

Levantamento feito pelo GLOBO a partir de dados divulgados pelo Itamaraty mostra que a cúpula da diplomacia brasileira recebe salário maior do que a presidente da República (R$ 26.723,13). A Constituição estabelece que o teto dos servidores públicos deve ser o de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo valor recebido por Dilma. O levantamento considerou apenas os ministros de primeira classe do Itamaraty e que, no exterior, atuam como embaixadores ou comandam escritórios em organismos internacionais e chefiam consulados-gerais. Clique nas marcações dos continentes para ver a relação de diplomatas e seus vencimentos.

http://oglobo.globo.com/infograficos/salarios-itamaraty/

Salários do Itamaraty no exterior chegam a R$ 58 mil

  • Cúpula da diplomacia recebe acima do teto, segundo levantamento do GLOBO com base em dados oficiais
Francisco Leali
André de Souza
O Globo, 
BRASÍLIA — Oito meses após o governo divulgar os salários do funcionalismo federal, o Itamaraty liberou sexta-feira à noite a consulta aos vencimentos dos diplomatas que estão no exterior. Levantamento feito pelo GLOBO a partir dos dados divulgados mostra que toda a cúpula da diplomacia brasileira recebe salário maior do que a presidente da República.
A Constituição estabelece que o teto dos servidores públicos deve ser o de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje equivalente a R$ 26.723,13, mesmo valor recebido pela presidente Dilma Rousseff. No total, são pelos menos 132 diplomatas nessa situação. Mas o número pode ser maior porque o levantamento considerou apenas os ministros de primeira classe do Itamaraty e que, no exterior, atuam como embaixadores ou comandam escritórios em organismos internacionais e chefiam consulados-gerais. O mais alto salário é de R$ 58,9 mil pagos em janeiro deste ano ao embaixador Paulo Americo Veiga Wolowski, que está em Brazzaville, capital da República do Congo.
Outros doze diplomatas brasileiros receberam mais do que R$ 50 mil em janeiro. São embaixadores brasileiros em países como Iraque, Japão e Angola. O mais baixo salário da lista de 132 embaixadores lotados no exterior é de R$ 31,8 mil, pago ao representante do Brasil no consulado-geral em Buenos Aires.
Para montar o ranking dos mais altos salários da diplomacia brasileira no exterior foram considerados no cálculo tanto o salário bruto básico como as verbas indenizatórias informadas pelo Itamaraty no portal da transparência da Controladoria Geral da União (CGU). Segundo a própria CGU, no caso dos diplomatas no exterior, a verba indenizatória inclui o pagamento de valores referentes a representação no exterior e também ao “fator de correção cambial”. Esse fator varia de acordo com o posto ocupado pelo diplomata, seguindo o custo de vida na cidade onde está lotado. O GLOBO não incluiu na conta férias recebidas por alguns dos embaixadores, benefício legal que não é limitado pelo teto constitucional.
Se fosse considerado apenas o salário bruto pago em dólar, dos 132 diplomatas que estão no topo da pirâmide salarial do Itamaraty 28 ainda teriam rendimento acima do que ganha a presidente da República. O mais alto deles foi pago ao embaixador Ánuar Nahes, que está no Iraque. No caso do embaixador Paulo Americo Veiga Wolowski, o maior vencimento da diplomacia em janeiro, o salário básico em dólar foi de US$ 15,2 mil (R$ 31 mil). Somados a outros US$ 13,6 mil, a título de verba indenizatória, ele chegou ao salário final de R$ 58,9 mil.
Em novembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu prazo de um mês para que o Itamaraty divulgasse a remuneração dos servidores em atividade em outros países. Também determinou que os salários superiores ao teto constitucional fossem cortados. No mês seguinte, porém, após um recurso proposto pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o TCU revogou sua própria decisão.
Patriota alegou falha técnica do TCU no processo e teve o pedido atendido. Só em janeiro deste ano, após reportagem do GLOBO expondo o caso, o Itamaraty se comprometeu a divulgar, até o fim de fevereiro, a remuneração dos servidores que trabalham fora do país. No processo que tramita no TCU, os auditores cobram explicação sobre o “fator de correção cambial”, mecanismo que eleva os vencimentos da diplomacia que atua no exterior.
Desde a noite de sexta-feira passou a ser possível consultar no Portal da Transparência a remuneração em dólar de 2.161 servidores públicos em atividade no exterior. Eles integram o Ministério das Relações Exteriores, o Departamento da Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério da Agricultura. Os dados se referem ao mês de janeiro.
Os vencimentos dos adidos da Polícia Federal e da Agricultura já tinham sido divulgados pelo GLOBO há uma semana, com base em informações prestadas por esses órgãos, a partir de pedidos formulados seguindo as regras da Lei de Acesso à Informação. Apenas o Itamaraty vinha se negando a divulgar os dados sob alegação de que os liberaria até o final de fevereiro no site da CGU.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/salarios-do-itamaraty-no-exterior-chegam-r-58-mil-7726883#ixzz2MSJImcHO
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A pseudo teoria do aquecimento global - Paul Johnson

Os aderentes à "teoria" do aquecimento global não possuem, até o momento, provas realmente irrefutáveis sobre sua realização. Eles mostram evidências circunstancias que corroboram uma crença no fenômeno, mas tudo feito na base do alarmismo e das falsas suposições.
O historiador britânico restabelece um pouco de lógica ao debate (que na verdade não existe: quem acredita, faz disso um artigo de fé...).
Paulo Roberto de Almeida

The Real Way to Save the Planet


It is a pity Karl Popper did not live to see that Global Warming fitted perfectly into his model of a pseudo-theory.
The Copenhagen Summit was bound to fail if only because politicians are beginning to realize that ordinary voters do not believe in man-made Global Warming, as polls plainly show. They did not believe in Marxist Dialectical Materialism either, or Freudianism. These three pseudo-sciences have a lot in common, not least their ability to inspire a religious kind of belief in highly educated people who lack a genuine creed.
When I was an undergraduate the philosopher I studied most carefully was Karl Popper, especially his writings on the evaluation of evidence and criteria to distinguish a genuine scientific theory from a false one. He made two key points. First, a theory must include the falsifiability principle. It must be susceptible to empirical tests and, if it fails to meet them, be scrapped. He gave as an example of a genuine theory Einstein’s General Relativity of 1915. Einstein insisted that it must survive three practical tests, and if it failed any one of them be dropped as untrue. In fact it passed triumphantly all three, beginning in 1919, and many other since.
Popper argued that prima facie evidence of a bogus theory was the practice of altering or enlarging it, by its authors, to accommodate new evidence since its original formulation. This, he argued, had happened in the case of Marxism and, still more, Freudianism. Scientific theories, he argued, must be very precise and scientific to be of any use. Marxism and Freudianism were just portmanteau notions into which virtually any kind of phenomena could be made to fit. Hence Marxism led to political and economic disaster areas like the Soviet Union, and Freudianism to a stupendous waste of time and money.
It is a pity Popper did not live to see that Global Warming fit perfectly into his model of a pseudo-theory. It is vaguely and imprecisely formulated. It fails the falsifiability test, because all new evidence is made to fit by enlarging the theory. When originally formulated in the 1980s, Global Warming produced by man-made emissions would lead, it was argued, to much higher temperatures and desiccation. There would be a huge drop in rainfall and an imperative need to build seawater desalination plants. I recall an unusually dry summer (1987) in the English Lake District, normally rainy, was triumphantly presented as “absolute proof” of the theory. This autumn, the Lake District had an unusually wet spell, culminating in floods that engulfed the delightful town of Cockermouth, where Wordsworth was born. This was pounced upon by Global Warming “experts” as “absolute proof” of their theory, and paraded as such in Copenhagen.
The fact is that the theory has now been expanded to include any unusual form of weather, anywhere. Hot summers, warm winters — global warming. Cold weather at an unusual time of year — global warming. Drought, storms, floods — global warming. No snow on the ski slopes, sudden snow, out of season snow, very heavy snow — global warming. Of course in countries like Japan or the UK, where unusual, unpredictable, and tiresomely variable weather is the norm (it was first commented on in the UK by the Venerable Bede in the eighth century), the public does not swallow global warming, and polls show majorities of 55 to 60 percent reject it.
Of course vested interests accept it. It is regarded as a splendid way of damaging the American economy, by the same kind of left-wing intellectuals who supported the Club of Rome in the 1960s, which argued that world resources were on the brink of exhaustion. It is a form of pantheism and a useful emotional outlet for people who have renounced Judeo-Christianity. If someone is anti-American, left-liberal, and atheist, it is virtually certain he (or even she: women are notoriously more skeptical about it than men are) is a Global Warmer.
THEN AGAIN, GLOBAL WARMING NOW HAS a powerful, worldwide institutional substructure. If a media outlet has an environment correspondent, or a university a Department of Climate Studies, or a government a Ministry of Global Warming, those involved are certain to be not just believers but fanatical propagandists for the cause. Their livelihood depends on it. I calculate that the lobby now includes over 20,000 full-time, well-paid professionals whose entire life is spent in pushing “proofs.” The existence of this enormous phalanx of well-placed, articulate enthusiasts has inevitably led to the capture of powerful institutions — in Britain, for instance, the Meteorological Office, the Royal Society, and the BBC, together with many universities and newspapers. It used to be supposed that scientists, or those calling themselves such, were incorruptible and guided purely by genuine convictions based on objective evidence. But scientists behave just like politicians if the pressure and prizes make it worth their while to conform.
So vast sums of money will continue to be spent on an unproven and unprovable theory, predicting a global catastrophe from the realms of fantasy. The money could be much more profitably spent on space exploration. This is a genuine science and could turn out to be useful, even vital. The planet Earth, though not threatened with destruction by man-made global warming, is by no means indestructible. There are many unpredictable events within our solar system, and still more outside it, that could make Earth uninhabitable by humans. A meteorite of sufficient size could destroy it entirely. A giant sunspot could produce precisely the catastrophic climate change the lobby falsely claims is being created by man’s “emissions.” There are hundreds of fatal possibilities astrophysicists can imagine, and thousands more, no doubt, that could occur.
In the long term, it is desirable that the human race, faced with the prospect of extinction on Earth, should prepare an escape route for itself to another inhabitable planet. In order to do this we must explore the universe far more thoroughly and exhaustively than we have done up till now, and equally important, develop the concept of mass space travel and colonization schemes. Mankind has done this before, notably in the 15th century, when the threat of plague and starvation in Europe led to the successful crossing of the Atlantic and colonization in the Americas. We need to repeat the imaginative effort of the late medieval Spanish, Portuguese, and Genoans in navigation, technology, and courage, but on an infinitely greater scale. This would be a worthy cause for the united resources of the human race to combine in furthering — the colonization of the universe.
It may be a distant goal, but it is a practical one, and in pursuing it we would do more to unite the human race in purposeful activity than anything else so far proposed. By contrast, combating a largely imaginary threat of global warming is just as costly, as well as scientifically unsound, technologically impossible, and, not least, divisive. 

Protecionismo sempre e' um mau negocio (2) - conteudo nacional irracional

As empresas nacionais podem cobrar 25% acima de uma concorrente estrangeira. Isso é o que o governo determina, caro leitor. Ou seja, você vai estar pagando um quarto a mais do preço de qualquer produto, para proteger uma suposta produção nacional.
Já a Petrobras é obrigada a se abastecer no mercado local, mesmo pagando mais caro por isso, e tendo um produto ou serviço de qualidade inferior...
Isso é o que o governo determina.
Claro, o dinheiro não é dele, mas de todos nós...
A burrice de tais políticas é característica de quem ocupa o governo...
Paulo Roberto de Almeida

Petrobras e o ‘item nacional’
Ramona Ordoñez e Bruno Rosa
O Globo, 1/03/2013

Estatal pede à ANP redução das exigências de conteúdo nacional em 43 itens. Agência e ministério negam.
Petrobras quer rever conteúdo local na 11ª Rodada
Estatal pede à ANP redução de exigência nacional em 43 itens, mas agência e ministério descartam mudanças

RIO e LONDRES A Petrobras encaminhou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) carta na qual afirma que a indústria nacional não terá condições de cumprir o percentual de conteúdo local mínimo exigido pelo órgão para as atividades de exploração e desenvolvimento da produção nas áreas que serão oferecidas na 11ª Rodada de licitações que acontecerá em maio próximo. É a primeira vez que a Petrobras questiona publicamente os índices de conteúdo nacional impostos pela política do governo federal para a indústria petrolífera.
Na carta enviada durante a consulta pública do pré-edital da próxima rodada da ANP, a Petrobras solicita a redução de 43 itens para a exploração e a produção de petróleo e gás em terra e em águas rasas e profundas, citando a falta de capacidade do país. "Foram identificados que os percentuais do conteúdo local mínimo de alguns itens e subitens não são possíveis de serem atendidos pelo mercado fornecedor local".
Segundo o pré-edital da ANP, o afretamento de sondas para águas profundas e rasas (de 100 metros a 400 metros) para exploração e produção deve ter conteúdo local mínimo de 10%. Para produção offshore, 85% das árvores de natal (conjunto de válvulas que controlam a produção, na cabeça do poço) precisam ser nacionais. Em terra, esse percentual sobe para 90%. Também no caso da exploração em terra, o afretamento de sondas deve ser 90% nacional.
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard disse ao GLOBO que não haverá mudanças:
- Conteúdo local é uma política de governo. Cabe à Petrobras e à ANP implantá-la.
A executiva acha prematuro discutir mudanças no índice de conteúdo local.
- Assim como não posso analisar a Petrobras por essas dificuldades momentâneas, não posso avaliar a cadeia de fornecedores de bens e serviços por uma situação momentânea.
O Ministério de Minas e Energia (MME) também descartou mudanças.
A Petrobras explicou que, em alguns itens, os certificados de conteúdo nacional já emitidos pelos fabricantes estão com percentuais abaixo dos valores estabelecidos no pré-edital e, por isso, recomendou à ANP uma nova análise. A estatal esclareceu que sua preocupação é em relação a possíveis multas que poderá sofrer caso o mercado nacional não consiga atender os percentuais. Garantiu que não há risco de atrasos e destacou não existir indicativo de incapacidade nacional a médio e longo prazos.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, está na China, negociando com a estatal Sinopec uma parceria para completar as obras das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. (Colaborou Vivian Oswald, correspondente)

A China volta a ser o centro do mundo economico - Assis Moreira (Valor)

Como não podia deixar de ser: até o século 18, a China era a maior economia do planeta, embora com qualificações. Ela tinha um terço do PIB global, nominalmente pelo menos.
Se tratava do tamanho do seu PIB, necessariamente enorme, pelas dimensões do país e de sua população, em relação ao PIB global. Isso não quer dizer que ela ocupasse uma enorme importância estratégica na economia mundial, pois o Império do Meio era essencialmente autocentrado, recusando contatos com o estrangeiro, o que isolou a China e esteve na origem de sua defasagem tecnológica, enfraquecimento estatal e militar, e portanto, foi responsável pela sua humilhação por forças estrangeiras, europeias, que se tinham tornado mais poderosas, desde o início da era moderna.
Foram praticamente dois séculos de humilhações, junto com uma queda brutal da economia e da prosperidade do país, dividido internamente, esquartejado por forças hostis e invadido pelo Japão.
Depois veio o desastre maoista, o mais impressionante delírio econômico jamais conhecido no mundo, que reduziu a China a uma miséria inacreditável, tendo ainda sido responsável pela morte induzida de dezenas de milhões de chineses, muitos dos quais reduzidos ao canibalismo.
O PIB deve ter decaído a menos de 5% do PIB global, e vem crescendo rapidamente desde as reformas capitalistas empreendidas por Deng Xiao-ping e continuadas por seus sucessores.
A China hoje é, possivelmente, mais capitalista do que o Brasil, e não estou brincando. Seus empresários dispõem de mais liberdade econômica, de menos impostos e de uma logística de primeira qualidade. O Brasil é um país do século 19 comparado com a China.
Quando é que vamos aprender a ser modernos?
Paulo Roberto de Almeida 

A nova paisagem do comércio
Por Assis Moreira
Valor Econômico, 1/03/2013

Quem se aproxima da Organização Mundial do Comércio (OMC) é atraído a partir de agora primeiro por um tradicional jardim chinês, antes mesmo de ver o emblema do xerife do comércio internacional, na movimentada rue de Lausanne.
Um jardim no estilo dos clássicos da antiga cidade de Suzhou, que são classificados como patrimônio da humanidade pela Unesco, foi doado à OMC por Pequim pelo aniversário de dez anos da entrada chinesa no sistema multilateral de comércio.
Na verdade, o presente na entrada da entidade simboliza o crescente poder da China, que em dez anos multiplicou exportações e importações, em 2010 superou os Estados Unidos como principal nação manufatureira do planeta, confirmando-se como a "fábrica do mundo", e em 2011 tornou-se a segunda maior economia mundial.
Além disso, a inauguração do jardim na entrada da OMC, no meio do mês passado, coincidiu com o anúncio de que a China se tornou em 2012 a maior nação comerciante do mundo, somando exportações e importações, superando os EUA.
O Centre William Rappard, com seu prédio e jardim à margem do lago de Genebra, antes de ser sede da OMC pertenceu à Organização Internacional do Trabalho (OIT). E foi nessa época que recebeu vários presentes dados por países. O Brasil decorou uma sala de reunião, Portugal concedeu azulejos para um corredor, a Irlanda ofereceu um mural, a Austrália presenteou com um balcão de madeira que está na portaria da entidade.
No ano passado, Pascal Lamy, diretor-geral da OMC, sugeriu ao ministro chinês de Comércio, Chen Deming, que a China, por sua vez, criasse um jardim chinês no Centre William Rappard, que passava por renovação e extensão.
Deming entusiasmou-se com a ideia. Mas a China, afinal, tem 5 mil anos de história, como os chineses não cessam de repetir, e o ministro insistiu que o presente tinha que ser proporcional à importância do país.
Três projetos foram propostos pelas autoridades chinesas. E somente depois de várias consultas entre a delegação chinesa e paisagistas da cidade de Suzhou, de um lado, e responsáveis pela reforma da sede da OMC, de outro, é que foi aprovado o projeto do chamado Jardim Gusu.
Pequim despachou para Genebra uma equipe de 20 trabalhadores e sete contêineres com todo o material para a construção - de cimento a tijolo, madeira, telhas, pedras, mas tudo com significado. Por exemplo, alguns monólitos foram esculpidos pela erosão, tirados do lago Tai, no delta do Yangzi Jiang, considerados mais antigos que a vida na Terra.
Os chineses trabalharam em silêncio, com pausas para tomar o chá verde. Cada um tinha pelo menos duas especialidades, como talhar pedra e fazer o madeiramento. O mestre paisagista, o artista, procurou criar um ambiente de "harmonia e serenidade" precisamente no local onde as disputas entre nações sobre as trocas comerciais aumentam cada vez mais, tendo a China como um dos protagonistas.
Segundo um experiente diplomata, os chineses assumem um papel cada vez maior no sistema comercial e procuram mostrar isso. Neste ano, a China completa 11 anos como membro da OMC - algo que necessitou 15 anos de arrastadas negociações com os parceiros.
Já se foi o tempo, na OMC, em que o poder estava concentrado nos EUA e na União Europeia. Hoje, quando há uma reunião importante, os jornalistas querem logo saber a posição dos chineses.
Pequim está agora também no centro da escolha do novo diretor-geral da entidade. Se o vencedor não for um asiático, as chances de Pequim querer um dos quatro cargos de diretor-adjunto serão grandes. Pequim, sobretudo, tem pressa em mais abertura do comércio mundial, para exportar mais e mais.

Protecionismo e' sempre um mau negocio...

... para todos, mesmo para os protegidos.
Eles ficam com a falsa impressão de que poderão continuar como se o mundo à volta não existisse, até o dia em que descobrem que ficaram defasados e são eliminados do mapa...
Paulo Roberto de Almeida

"Protecionismo isolará indústria nacional" / Entrevista / Rubens Barbosa
Diplomata afirma que país está perdendo o bonde dos acordos de comércio globais

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO
Folha de S. Paulo, 1/03/2013

As medidas protecionistas do governo deixam a indústria brasileira cada vez mais isolada. Esse é o alerta de Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp. "Daqui a 10 ou 15 anos, a indústria vai estar produzindo só para o mercado interno."
Segundo Barbosa, que foi embaixador brasileiro em Washington (1999-2004), o Brasil não se inseriu nas cadeias produtivas globais, que integram indústrias de vários países, e perdeu o bonde dos acordos de comércio.
Os EUA acabam de anunciar o início das negociações de um acordo comercial com a União Europeia, e já estão negociando com vários países latino-americanos a adesão à Parceria TransPacífico.
 
Folha - O sr. afirma que o Brasil está excluído das cadeias produtivas globais. Por quê?

Rubens Barbosa - Nos últimos 20 anos, o comércio internacional têm incorporado cadeias produtivas globais. A Embraer é a única empresa brasileira que participa dessas cadeias -no avião produzido aqui, a asa pode vir do Chile, os componentes eletrônicos dos EUA, o trem de pouso de outro país. O país precisa estar integrado em acordos regionais ou bilaterais, que têm regras não previstas pela OMC.
Há regras de investimentos, serviços e compras governamentais, que garantem o investimento, a propriedade intelectual, serviços, que esses países vão absorver.
Quando o Brasil, a China e a Rússia acordarem, as regras estarão todas formuladas e incorporadas nos acordos comerciais. E não haverá negociação, o Brasil vai se ver obrigado a aceitar.
 
Como isso afeta países como China, Brasil, Índia e Rússia?

Pode ser que o mercado interno garanta uma sobrevida para a indústria, mas nós podemos perder exportações destinadas à Europa e aos Estados Unidos se eles formarem esse acordo.
 
Mas os EUA e União Europeia já têm tarifas muito baixas. Então o que muda com esse acordo?

Vão dizer que nossos produtos não se encaixam nos "standards" deles; os padrões podem ser usados como barreiras não tarifárias.

A lógica seria o Brasil pelo menos se inserir na cadeia produtiva no Mercosul e na América Latina, não?
Se inserir não, montar uma cadeia produtiva. A gente não tem cadeia produtiva nem com a Argentina.
O alto protecionismo atrapalha porque o investimento não é feito para produção e exportação.

Você é da Fiesp; criticar as medidas de proteção à indústria não é contraditório?
Não estou criticando, são corretas, mas de curto prazo, não são suficientes.
Daqui a 10 ou 15 anos, a indústria brasileira vai estar produzindo só para o mercado interno.

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Proteção improdutiva
Editorial Folha de S. Paulo, 1/03/2013

Após elevar tarifas para ajudar a indústria nacional, Fazenda ameaça baixá-las para tentar coibir previsíveis aumentos de preços

"Cuidado com o que você deseja." O dito célebre não deve ter ocorrido ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando decidiu elevar tarifas de importação para uma centena de produtos, em 2011, e engendrar uma desvalorização do real de cerca de 30%, em 2012.
O desiderato ministerial era proteger produtos nacionais, ao diminuir a concorrência de importados no mercado interno e baratear bens brasileiros no exterior. Mas o resultado tem sido mais inflação -como não poderia deixar de ser.
Quase nada mudou no país em matéria de custos e competitividade. Em várias frentes, como a despesa salarial e a logística, houve até uma piora. Nessas condições, a manipulação de tarifas e câmbio -algo que se pode justificar em situações especiais e transitórias- serviu mais para dar aos setores selecionados um privilégio: a oportunidade de cobrar mais.
Portanto, não é de surpreender que tarifas maiores para importados resultem em alta de preços. Não se trata de efeito colateral, mas de uma consequência direta do protecionismo, prevista em qualquer manual de economia.
Para o consumidor, obrigado a pagar mais pelo produto antes importado, o prejuízo é evidente. A proteção à indústria só pode trazer ganho para o país se for capaz de induzir, no médio prazo, ganhos de escala e produtividade.
Eis que o ministro se mostra, agora, agastado com a consequência previsível de suas próprias ações. Em entrevista ao jornal "Valor Econômico", ameaçou baixar tarifas de setores que estiverem "abusando" nos preços.
A ameaça parece orientar-se pela presunção de que o comportamento empresarial seria visceralmente incompatível com o bem do país. Não é algo novo no Brasil, que já teve congelamento de preços e os inesquecíveis "fiscais do Sarney". Prevalece o instinto intervencionista do governo federal, que deveria ocupar-se mais com a estabilidade das regras e menos com ações discricionárias.
O nível de proteção no país sempre foi alto, maior que a média de países comparáveis, e os preços internos são o dobro do que se pratica no mercado internacional. Mas a produção não deslancha.
Entre 2006 e 2012, a produtividade da indústria cresceu apenas 10%. Em contraste, os custos salariais quase dobraram (em dólares).
A única forma de reduzir preços domésticos e, ao mesmo tempo, melhorar o desempenho da indústria é incrementar a competitividade. Não com tarifas arbitrárias e câmbio aos solavancos, mas com mais produtividade e menores custos internos. Os gargalos são conhecidos: energia, infraestrutura, educação e inovação.

O fabu-nebuloso negocio (ou negociata?) da Petrossauro - Editorial Estadao

Alguém imagina que essa investigação ande, que ela resulte em algo?
Seria um milagre...
Paulo Roberto de Almeida 

Um negócio nebuloso

28 de fevereiro de 2013 | 2h 10
Editorial O Estado de S.Paulo
 
A representação contra a Petrobrás apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pelo procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico, pedindo que seja investigada a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pode ser o primeiro passo de um processo formal a respeito desse negócio tecnicamente injustificável e que, pelas informações disponíveis, e não contestadas pela empresa, pode resultar em prejuízo bilionário para o País.
Além de provocar a ação do Ministério Público, o caso - sobre o qual o Estado vem há tempos publicando reportagens - já vem sendo acompanhado por congressistas, entre os quais o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que pediu investigação da Procuradoria-Geral da República. Pode, por todas as evidências já conhecidas, tornar-se um caso de polícia.
Depois de coletar, nos últimos meses, informações a respeito da compra, pela Petrobrás, de metade do controle acionário da refinaria texana em 2006 e, depois, da totalidade das ações por meio de acordo extrajudicial com a antiga sócia, o procurador Marinus Marsico decidiu encaminhar ao ministro José Jorge, relator da questão no TCU, pedido para que apure as responsabilidades da empresa nesse negócio, de grandes proporções e nenhuma transparência.
Na opinião do procurador, houve gestão temerária e prejuízo aos cofres públicos nessa compra. Caso o ministro aceite o pedido, técnicos do TCU examinarão a questão e poderão identificar responsáveis. O relatório técnico será depois julgado em plenário.
Ao anunciar a aquisição da refinaria de Pasadena, a Petrobrás - cujo Conselho de Administração era presidido pela então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - afirmou que, desse modo, iniciaria sua participação no mercado de refino de petróleo e comercialização de derivados no mercado americano. A meta então anunciada era de, por meio de novos investimentos, duplicar a capacidade da refinaria, que, na época, podia processar 100 mil barris de petróleo por dia. Era parte de seu plano estratégico, que previa também investimentos em pesquisa e produção de petróleo em áreas do Golfo do México.
Quando se conheceram os números do negócio, porém, o valor "estratégico" da refinaria para a empresa brasileira começou a ser contestado. A refinaria de Pasadena fora adquirida no início de 2005 pela empresa belga Astra Oil Company por apenas US$ 42,5 milhões. Os entendimentos da Astra com a Petrobrás começaram alguns meses depois e foram concluídos em setembro de 2006, quando a estatal brasileira confirmou a compra de 50% da refinaria por US$ 360 milhões.
Ou seja, a Astra - da qual um ex-funcionário da Petrobrás era um dos principais executivos - recebia esse valor pela metade da refinaria, que lhe custara US$ 21,25 milhões. Seu ganho, portanto, fora de praticamente 1.600%. O negócio já seria totalmente injustificado se tivesse ficado só nisso. Mas não ficou.
Desentendimentos entre os sócios levaram a parte belga a recorrer à Justiça americana para obrigar a Petrobrás a comprar sua parte. Depois de perder na Justiça, a Petrobrás decidiu fazer um acordo extrajudicial com os belgas. Fechado em junho do ano passado, esse acordo previu que, para encerrar todos os litígios, deveria pagar mais US$ 820 milhões. Em resumo, a Astra vendeu para a Petrobrás, por US$ 1,18 bilhão, uma refinaria que lhe custara US$ 42,5 milhões.
O plano estratégico de 2012-2016 da Petrobrás prevê a venda de US$ 14 bilhões de ativos, sobretudo no exterior, operação indispensável para equilibrar suas finanças e executar o ambicioso plano de investimentos no pré-sal. A Refinaria de Pasadena estava entre os ativos que a estatal pretendia vender para fazer caixa, mas seu valor de mercado certamente é muito menor do que o desembolsado para adquiri-la.
Vendê-la pelo valor oferecido pelos poucos interessados implicaria à Petrobrás o reconhecimento de pesadas perdas financeiras, razão pela qual a empresa agora diz que fará investimentos para torná-la mais atraente. As perdas poderão aumentar. E quem é o responsável por essas perdas?
   

Contas Nacionais 2012 - Números do IBGE

Contas Nacionais Trimestrais - Indicadores de Volume e Valores Correntes - Fonte IBGE

Base: Ano de 2012

Em 2012, PIB cresce 0,9% e totaliza R$ 4,403 trilhões


Em relação ao 3º trimestre de 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) do 4º trimestre teve variação positiva de 0,6%, na série com ajuste sazonal. Entre as atividades econômicas, destacam-se os serviços, com crescimento de 1,1%. A indústria teve variação positiva de 0,4%, enquanto a agropecuária registrou queda (-5,2%).

Na comparação com o 4º trimestre de 2011, o PIB cresceu 1,4%, sendo que o valor adicionado a preços básicos cresceu 1,1% e os impostos sobre produtos líquidos de subsídios 2,7%. Entre as atividades econômicas, destacam-se os serviços, com crescimento de 2,2%. A indústria permaneceu estável (0,1%) e a agropecuária teve queda (-7,5%).
No ano de 2012, em relação a 2011, a expansão foi de 0,9%, resultado do aumento de 0,8% do valor adicionado a preços básicos e do crescimento de 1,6% nos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. O destaque positivo ficou com serviços (1,7%), enquanto que a agropecuária (-2,3%) e a indústria (-0,8%) registraram queda. Assim, o PIB em valores correntes alcançou R$ 4,403 trilhões em 2012. O PIB per capita alcançou R$ 22.402, mantendo-se praticamente estável (0,1%) em relação a 2011.



Em relação ao 3º tri de 2012, PIB varia 0,6%


Na comparação com o 3º trimestre do ano, os Serviços foram o destaque positivo do trimestre, com crescimento de 1,1%. A Indústria, por sua vez, apresentou variação positiva de 0,4%, enquanto que na Agropecuária houve queda de 5,2%.

Nos Serviços, todas as atividades cresceram. Destaque para Transporte, armazenagem e correio (2,1%), Outros serviços (1,8%) e Serviços de informação (1,7%). Intermediação financeira e seguros apresentou expansão de 1,0%, seguida por Atividades imobiliárias e aluguel (0,4%), Administração, saúde e educação pública (0,4%) e Comércio (0,3%).

O crescimento da Indústria foi puxado pela atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (1,8%) e pela Extrativa mineral (1,4%). Por outro lado, as demais atividades industriais apresentaram queda: Indústria de transformação (-0,5%) e Construção civil (-0,5%).

Pela ótica do gasto, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 1,2%, enquanto que a Despesa de Consumo da Administração Pública se expandiu em 0,8%. Já o outro componente da demanda interna, a Formação Bruta de Capital Fixo, apresentou crescimento de 0,5% após ter registrado quatro trimestres seguidos de queda. No que se refere ao setor externo, tanto as Exportações quanto as Importações de Bens e Serviços se expandiram: 4,5% e 8,1%, respectivamente.

Em relação ao 4º trimestre de 2011, Serviços crescem 2,2%

Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB apresentou crescimento de 1,4% no quarto trimestre de 2012. Dentre as atividades que contribuem para a geração do Valor Adicionado, a Agropecuária apresentou queda de 7,5% neste trimestre em relação a igual período de 2011. Os produtos agrícolas cujas safras são significativas no 4º trimestre e que registraram variação negativa na estimativa de produção anual de 2012 foram: trigo (-23,3%), fumo (-15,6%), cana (-5,6%), laranja (-4,3%) e mandioca (-4,0%), segundo o LSPA/IBGE, divulgado em janeiro de 2013.

A Indústria, que havia registrado queda nos dois trimestres anteriores, manteve-se praticamente estável no último trimestre de 2012 (0,1%). Isso se explica pelos recuos do valor adicionado da Extrativa mineral (-1,9%) e da Indústria de transformação (-0,5%). No que se refere a esta última, o resultado foi influenciado pela redução da produção de máquinas e equipamentos; máquinas para escritório e equipamentos de informática; materiais eletrônicos e equipamentos de comunicações; veículos automotores; metalurgia básica; e artigos do vestuário e acessórios. Já na atividade Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana houve crescimento de 4,1%, enquanto que a Construção civil apresentou variação negativa de 0,2%.

O valor adicionado de Serviços cresceu 2,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Todas as atividades que o compõem aumentaram, com destaque para Outros serviços (3,8%), Serviços de informação (2,8%) e Administração, saúde e educação pública (2,5%). Transporte, armazenagem e correio teve expansão de 2,0%, seguida pelas atividades Serviços imobiliários e aluguel (1,3%), Comércio (1,1%) e Intermediação financeira e seguros (1,0%).

Dentre os componentes da demanda interna, a despesa de consumo das famílias apresentou crescimento de 3,9%, sendo esta a 37ª variação positiva consecutiva nessa base de comparação.

A formação bruta de capital fixo registrou redução de 4,5% em relação a igual período do ano anterior, puxada pela queda da produção interna de máquinas e equipamentos. A despesa de consumo da administração pública, por sua vez, cresceu 3,1% na comparação com o mesmo período de 2011. Pelo lado da demanda externa, tanto as exportações (2,1%) quanto as importações de bens e serviços (0,4%) apresentaram aumento.

No ano, PIB cresce 0,9% e PIB per capita se mantém estável (0,1%)

O PIB no ano de 2012 acumulou crescimento de 0,9% em relação ao ano anterior. Já o PIB per capita alcançou R$ 22.402 (em valores correntes) em 2012, após ter se mantido praticamente estável (em termos reais) em relação ao ano anterior: variação positiva em volume de 0,1%.


A expansão do PIB resultou do aumento de 0,8% do Valor Adicionado a preços básicos e do crescimento de 1,6% nos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (-2,3%), Indústria (-0,8%) e Serviços (1,7%).

A redução em volume do Valor Adicionado da Agropecuária no ano de 2012 (-2,3%) decorreu do fraco desempenho da pecuária e, principalmente, do fato de que várias culturas importantes da lavoura brasileira apresentaram queda de produção anual e perda de produtividade (com exceção do milho e do café, que registraram crescimento anual de produção de 27,0% e 15,2%, respectivamente).

Na Indústria, o destaque foi o crescimento da atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,6%) e da Construção civil (1,4%). O desempenho de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana foi puxado pelo consumo residencial e comercial de energia elétrica.

Já nos Serviços, os destaques positivos foram Serviços de informação (2,9%), Administração, saúde e educação pública (2,8%) e Outros serviços (1,8%). A atividade de Serviços imobiliários e aluguel apresentou crescimento de 1,3%, seguida por Comércio (1,0%), Transporte, armazenagem e correio (0,5%) e Intermediação financeira e seguros (0,5%). Ao longo de todo o ano de 2012, o crescimento da massa real de salários, ao lado da expansão do crédito ao consumo, sustentou o crescimento das vendas no comércio varejista de bens em ritmo superior ao da produção industrial.

Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias cresceu 3,1%, sendo este o nono ano consecutivo de crescimento deste componente. Tal comportamento foi favorecido pela elevação de 6,7% da massa salarial dos trabalhadores, em termos reais, e pelo acréscimo, em termos nominais, de 14,0% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas. A despesa do consumo da administração pública aumentou 3,2%.

A formação bruta de capital fixo, por sua vez, apresentou queda de 4,0% em 2012 – puxada pelo recuo da produção interna de máquinas e equipamentos.

No âmbito do setor externo, tanto as exportações quanto as importações de bens e serviços tiveram variações positivas: de 0,5% e 0,2%, respectivamente. A desvalorização cambial ajuda a explicar o maior crescimento relativo das exportações: entre 2011 e 2012, a taxa de câmbio (medida pela média trimestral das taxas de câmbio R$/US$ de compra e venda) variou de 1,67 para 1,95.

Taxas de investimento e de poupança em 2012 foram inferiores ao observado em 2011

A taxa de investimento no ano de 2012 foi de 18,1% do PIB, inferior à taxa referente ao ano anterior (19,3%). A taxa de poupança foi de 14,8% em 2012 (ante 17,2% no ano anterior).


Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

Ricardo Bergamini
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