De todos os comunistas que conheci -- refiro-me, não a todos eles, mas ao pessoal do velho Partidão que tinha certa cultura, e que pelo menos tinha lido Marx e Dostoievski, ou Lênin e Balzac -- e que entrevistei, em pesquisas sobre a história política brasileira nas décadas em que o Partido Comunista Brasileiro ainda era uma força política aparentemente importante, Armênio Guedes foi o único honesto, ou seja, a falar sinceramente sobre os crimes do stalinismo, e sobre as deformações do socialismo.
Eu devo tê-lo entrevistado em Paris, em algum momento do final dos anos 1970 e início dos 1980, quando ainda viviamos em ditadura militar, portanto, e nossa conversa foi muito fluída, muito aberta, e ali conheci um homem culto, inteligente, aberto, ou seja, quase um humanista (se é possível dizer isto de um comunista). Mas registre-se que ele tinha se tornado comunista quase como um air du temps, o Zeitgeist, pois esta era uma escolha que se colocou a muitos jovens idealistas de certa geração, quando o socialismo ainda parecia prometer melhorias na condição de vida de países "semi-coloniais", como o pessoal do Komintern considerava equivocadamente o Brasil. Ele logo percebeu, no degelo pós-Stalin, que aquela coisa não poderia funcionar. Ainda assim permaneceu no Partido pois aquilo representava uma vida de lutas. Não sem críticas, tanto que foi marginalizado pelos velhos dirigentes prestistas e por outros oportunistas.
O texto abaixo, assinado por algum intelectual gramsciano, presta uma homenagem a um dos poucos intelectuais comunistas que colocava a cultura antes da política, embora seu autor, não identificado, ainda mantenha as mesmas ilusões de velhos e novos comunistas quanto às possibilidades de um, qualquer um, socialismo, algo que Armênio Guedes provavelmente já não tinha mais (mas que ele não confessava, provavelmente para não chocar os camaradas).
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 12 de março de 2015
Armênio Guedes (1918-2015)
Gramsci e o Brasil - Março 2015
Faleceu ontem em São Paulo (11/03/2015), aos 97 anos, Armênio Guedes, dirigente histórico do antigo Partido Comunista Brasileiro e presidente de honra da Fundação Astrojildo Pereira. Baiano de Mucugê, criado em Salvador e tendo passado por sua Faculdade de Direito, que abandonou pouco antes de se formar, Armênio participou de uma geração brilhante de políticos e intelectuais democráticos e de esquerda, entre os quais João Falcão, Aydano Couto Ferraz, Jorge Amado, Edson Carneiro, Carlos Marighella e muitos outros.
Tendo aderido ao PCB nos anos 1930, sob a inspiração do antifascismo, Armênio guardou desta experiência original a marca das posições de frente com os adeptos do pensamento liberal, que carregou mesmo nos momentos de maior sectarismo do comunismo brasileiro e internacional. Assim, logo depois do célebre XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, que denunciou os crimes que haviam acompanhado a construção do socialismo de Estado sob a direção de Stalin, Armênio esteve entre os que mais se empenharam, no PCB, por uma profunda revisão de métodos, que atualizasse a teoria e a prática dos comunistas brasileiros.
Não por acaso, Armênio participa da redação do “Manifesto de Março de 1958”, ao lado de outras personalidades com pensamento mais ou menos próximo do seu, como Luiz Carlos Prestes, Giocondo Dias e Jacob Gorender. Este “Manifesto”, ao destacar de modo inovador a importância da “questão democrática”, ao lado da “questão nacional”, assinalou uma mudança de rumos na cultura dos comunistas, em direção à plena assimilação posterior dos métodos da democracia política e sua valorização acima de qualquer ambiguidade.
Se não foi suficiente para impedir açodamentos e equívocos na grande e terrível crise de 1964, o “Manifesto de 1958” forneceu instrumentos para a política de resistência pacífica e legalista do PCB ao regime ditatorial, uma política que teve Armênio como um de seus defensores mais destacados e coerentes. Armênio, então no estado da Guanabara, era a referência para o trabalho tanto com os jovens intelectuais, quanto com a velha “classe política”, que a seu modo se opunha tenazmente ao regime, e as novas lideranças que surgiam no interior do MDB e do movimento democrático em geral. Aqui, seu nome deve ser permanentemente lembrado ao lado de singulares personalidades do comunismo brasileiro, como Luiz Inácio Maranhão Filho, Giocondo Dias, Marco Antônio Tavares Coelho, Salomão Malina, João Massena e outros dirigentes com clara visão política dos problemas e perspectivas postos pela “frente democrática” contra o regime militar.
No início da década de 1970, Armênio teve de se exilar no Chile de Allende, depois de ter sido identificado e abordado por agentes da CIA no Brasil. Neste Chile que buscava um caminho democrático para o socialismo, teve continuidade a trajetória de Armênio, ponto de união entre exilados de diferente formação política e cultural. A sangrenta derrubada de Allende, em 1973, marcou nova parte do percurso de Armênio no exílio, já em linha com os mais arrojados políticos e teóricos que se afastavam da ortodoxia soviética, como é o caso do Partido Comunista Italiano e de dirigentes da estatura de Antonio Gramsci, Palmiro Togliatti e Enrico Berlinguer.
Deste último, aliás, Armênio assimilou plenamente, e até o final de sua vida, a ideia de que a democracia política, antes de ser “burguesa”, como afirmava a ortodoxia, era na verdade um “valor universal”, de que as classes subalternas não podiam mais abrir mão, sob o risco de reproduzirem novas experiências autoritárias ou totalitárias, como as do chamado “socialismo real”.
A derrocada da União Soviética e deste tipo de socialismo encontrou Armênio sereno e firme em suas convicções reformistas. Uma palavra — reformismo — que fez questão de reabilitar em diversas intervenções públicas, afirmando explicitamente, por exemplo, que “[...] a Revolução de Outubro, que por tanto tempo nos serviu de modelo, deve ser considerada a última revolução do século XIX. E a ‘revolução democrática’ dos nossos dias, quer dizer, os modos de se desenvolver a luta revolucionária depois do ‘grande ato metafísico de Outubro’, está rigorosamente por ser inventada”.
A vida luminosa de Armênio Guedes, que acompanhou a parábola da experiência soviética e dos comunistas brasileiros, acaba por se confundir com as esperanças de renovação do pensamento e da prática da esquerda, na perspectiva de uma mudança social que reforce simultaneamente os espaços de liberdade de cada indivíduo e a trama plural de uma comunidade baseada nos valores da solidariedade e da fraternidade. Armênio Guedes continuará a ser um dos pilares desse tipo de concepção e de luta por um socialismo reconciliado com a democracia — algo, como sabemos, rigorosamente a ser inventado, para usar suas próprias palavras.
Fonte: Especial para Gramsci e o Brasil.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 12 de março de 2015
Venezuela-Unasul: uma alianca inquebrantavel (OESP)
O Estadão, esse jornal reacionário se indigna com uma aliança em tudo e por tudo absolutamente natural e esperada. Como é que a Unasul não ficaria do lado dos bolivarianos? Ela foi feita para Isso mesmo.
Paulo Roberto de Almeida
A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) está cumprindo fielmente o papel que lhe foi designado por seus criadores: apoiar, de maneira desavergonhada, os regimes autoritários ditos "bolivarianos" no continente. Enquanto o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sufoca a oposição - encarcerando seus líderes, calando a imprensa independente e violentando a separação de Poderes -, os representantes da Unasul, a pretexto de promover o "diálogo" naquele país, avalizam um governo que desafia, à luz do dia, todos os compromissos democráticos que deveria respeitar para continuar integrando essa comunidade de nações.
A encenação da Unasul começou já na chegada da delegação que, oficialmente, fora despachada para a Venezuela para convidar governo e oposição a negociar uma saída para a crise do país. O ex-presidente colombiano Ernesto Samper, porta-voz do grupo - que incluiu o chanceler brasileiro, Mauro Vieira -, tratou logo de mostrar o alinhamento da entidade à tese de Maduro segundo a qual seu governo é vítima de golpistas. "Queremos declarar, de maneira enfática, que todos os Estados da Unasul, sem exceção, rechaçarão qualquer tentativa de desestabilização democrática, de ordem interna ou externa, que se apresente na Venezuela", afirmou Samper.
Com esse tipo de discurso, que corrobora as teorias conspiratórias dos chavistas, a começar daquela segundo a qual há um levante em curso e que os conspiradores são financiados e treinados pelos Estados Unidos, os representantes da Unasul rebaixam a oposição à categoria de golpistas. É difícil de imaginar como a Unasul pretende apresentar-se como mediadora do conflito venezuelano, agindo dessa forma.
Seria ingênuo esperar, no entanto, que a Unasul pudesse agir de outra maneira. Criada em 2008 e concebida pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para liderar o projeto megalomaníaco de "mexer com o tabuleiro do poder no mundo", conforme suas próprias palavras, a Unasul rapidamente se transformou em ribalta para as diatribes chavistas.
O papel designado à Unasul é parte de objetivo mais amplo: esvaziar de vez a Organização dos Estados Americanos (OEA), que ainda é a mais importante entidade multilateral das Américas. A intenção é alijar os Estados Unidos dos foros de debate da região e calar as críticas da OEA em relação às violações de direitos humanos nos países bolivarianos. A culminação desse esforço deverá ser a eleição, no dia 18, do ex-chanceler uruguaio Luis Almagro para a secretaria-geral da OEA. Almagro, até aqui candidato único, já disse que o responsável pela mediação na Venezuela é a Unasul. Logo, parece claro que a OEA, sob nova direção, abrirá mão de qualquer protagonismo na Venezuela, deixando a Unasul à vontade para blindar Maduro.
E a Unasul demonstrou que está bem desembaraçada em seu papel. Em nenhum momento a delegação enviada à Venezuela manifestou genuína preocupação com a prisão de opositores e com a evidente destruição das instituições democráticas. Ao contrário, fez publicamente um "chamado à oposição para que exerça, através do legítimo processo democrático, seu direito ao dissenso".
A única explicação racional para tal papelão é que a Unasul talvez não queira melindrar Maduro, preferindo oferecer-lhe apoio e compreensão para que ele, finalmente, aceite o diálogo. Mas tal hipótese é cabulosa. O fato é que a Unasul optou por maltratar um dos lados da negociação, arruinando qualquer legitimidade que pudesse ter para assumir a difícil tarefa de mediar a crise. Não foi à toa que os grupos de oposição imediatamente rejeitaram, por viciada, a tal mediação da Unasul.
A Unasul não pode tratar como iguais uma ditadura e suas vítimas. O mínimo que a decência demanda é que haja gestões firmes para o regime chavista libertar os presos políticos e suspender a repressão, como acaba de fazer o governo dos EUA - que anunciou a intenção de ampliar as sanções a integrantes do regime acusados de intimidar opositores. Enquanto os dissidentes continuarem encarcerados, não há como negociar nada na Venezuela. (Estadão).
Venezuela: Unasul apoia o regime na sua "normalizacao" autoritaria
Perguntas:
1) A lei habilitante não é ruptura democrática, já que torna dispensável o trabalho do Parlamento?
2) Eleições com personalidades de oposição detidas sem processo são democráticas?
Apenas duas perguntas, mas tenho mais...
Paulo Roberto de Almeida
A comissão de Chanceleres da UNASUL sobre a situação na Venezuela, composta pelos Chanceleres do Brasil, Mauro Vieira, da Colômbia, María Ángela Holguín, e do Equador, Ricardo Patiño, realizou visita a Caracas no dia 6 de março, em cumprimento ao mandato de promoção do diálogo entre os diferentes atores políticos venezuelanos. Participaram, ainda, da missão o Secretário-Geral da UNASUL, Ernesto Samper, e representante da Presidência Pro-Tempore da organização, neste momento ocupada pelo Uruguai.
A missão reuniu-se com autoridades do governo e representantes dos partidos de oposição que integram a Mesa de Unidade Democrática/MUD. Em todos esses encontros, a comissão deixou claro que não são admissíveis soluções que signifiquem ruptura da normalidade institucional democrática.
Houve reuniões com o Presidente Nicolás Maduro e a Chanceler Delcy Rodríguez, além de encontros com os titulares do Conselho Nacional Eleitoral, do Tribunal Supremo de Justiça e da Procuradoria Geral.
Da reunião com a oposição, ocorrida na sede da Nunciatura Apostólica, participaram sete representantes de partidos que fazem parte da MUD, entre outros, o ex-candidato presidencial e Governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, o Governador do Estado de Lara, Henri Falcón, e Enrique Naime, do Comitê de Organização Política Eleitoral Independente – COPEI.
A situação dos opositores detidos, inclusive Leopoldo López e Antonio Ledezma, foi tratada tanto com a oposição como com o governo. As autoridades judiciais venezuelanas prestaram esclarecimentos sobre os procedimentos jurídicos em curso em relação aos detidos.
A missão recebeu garantias do Presidente Maduro e do Conselho Nacional Eleitoral de que as eleições legislativas previstas para o corrente ano serão convocadas em breve. O CNE indicou que deverá fixar o calendário eleitoral no correr das próximas semanas.
O CNE informou ainda que organizará proximamente, a pedido dos interessados, as chamadas eleições prévias, para a definição de candidatos dentro dos diferentes partidos, tanto para a MUD (17 de maio), como para o Partido Socialista Unido da Venezuela (28 de junho).
Ficou acertado que a UNASUL enviará missão de acompanhamento do processo eleitoral, já a partir de seus estágios iniciais.
Houve consenso quanto à opção eleitoral como caminho para o equacionamento das atuais diferenças políticas.
A UNASUL é hoje o único organismo internacional que conta com a aprovação tanto do governo como da oposição para levar adiante a promoção do diálogo entre os venezuelanos.
Ficou acertado, ainda, que a comissão de Chanceleres dará seguimento a seus esforços de promoção do diálogo por meio de novas visitas ao país para encontros com representantes do governo, dos partidos de oposição reunidos na MUD e de setores representativos da sociedade civil venezuelana.
A missão reuniu-se com autoridades do governo e representantes dos partidos de oposição que integram a Mesa de Unidade Democrática/MUD. Em todos esses encontros, a comissão deixou claro que não são admissíveis soluções que signifiquem ruptura da normalidade institucional democrática.
Houve reuniões com o Presidente Nicolás Maduro e a Chanceler Delcy Rodríguez, além de encontros com os titulares do Conselho Nacional Eleitoral, do Tribunal Supremo de Justiça e da Procuradoria Geral.
Da reunião com a oposição, ocorrida na sede da Nunciatura Apostólica, participaram sete representantes de partidos que fazem parte da MUD, entre outros, o ex-candidato presidencial e Governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, o Governador do Estado de Lara, Henri Falcón, e Enrique Naime, do Comitê de Organização Política Eleitoral Independente – COPEI.
A situação dos opositores detidos, inclusive Leopoldo López e Antonio Ledezma, foi tratada tanto com a oposição como com o governo. As autoridades judiciais venezuelanas prestaram esclarecimentos sobre os procedimentos jurídicos em curso em relação aos detidos.
A missão recebeu garantias do Presidente Maduro e do Conselho Nacional Eleitoral de que as eleições legislativas previstas para o corrente ano serão convocadas em breve. O CNE indicou que deverá fixar o calendário eleitoral no correr das próximas semanas.
O CNE informou ainda que organizará proximamente, a pedido dos interessados, as chamadas eleições prévias, para a definição de candidatos dentro dos diferentes partidos, tanto para a MUD (17 de maio), como para o Partido Socialista Unido da Venezuela (28 de junho).
Ficou acertado que a UNASUL enviará missão de acompanhamento do processo eleitoral, já a partir de seus estágios iniciais.
Houve consenso quanto à opção eleitoral como caminho para o equacionamento das atuais diferenças políticas.
A UNASUL é hoje o único organismo internacional que conta com a aprovação tanto do governo como da oposição para levar adiante a promoção do diálogo entre os venezuelanos.
Ficou acertado, ainda, que a comissão de Chanceleres dará seguimento a seus esforços de promoção do diálogo por meio de novas visitas ao país para encontros com representantes do governo, dos partidos de oposição reunidos na MUD e de setores representativos da sociedade civil venezuelana.
Eugênio Gudin - Inventário de Flores e Espinhos - Márcio Scalercio, Rodrigo de Almeida (GoodReads)
Eugênio Gudin - Inventário de Flores e Espinhos
4.0 of 5 stars 4.00
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O
livro “Eugênio Gudin - Inventário de flores e espinhos”, do historiador Márcio
Scalercio e do jornalista Rodrigo de Almeida, retrata a vida de um homem de
dois séculos e apara uma aresta incompreensível: a ausência de uma biografia
ampla do pai dos economistas brasileiros e de um dos mais influentes pensadores
liberais da história da nação. As 316 páginas, elaboradas a partir da consulta de
mais de mil documentos e enriquecidas com depoimentos de personalidades,
revelam as facetas do sacerdote cujo evangelho tentava exorcizar demônios
atrelados às entranhas dos males nacionais, como a inflação, o desperdício do
dinheiro público e o gigantismo estatal. Não se trata de um livro para
iniciados em Economia, até mesmo porque há uma extensa lista de publicações
dedicadas ao pensamento de Gudin. A obra faz jus a uma das maiores preocupações
de Gudin (1896-1986): tornar a economia um tema acessível a todos. (less)
ebook,
312 pages
Published
2012 by Insight
ISBN: 9788598831
Minhas cinco diretivas para o 15 de marco - Paulo Roberto de Almeida
Minhas cinco diretivas para o 15 de março de 2015
Paulo Roberto de Almeida
A sociedade brasileira participa
neste domingo, dia 15 de março de 2015, de uma manifestação que pode ser histórica,
não no sentido em que ela pode derrubar um governo, ou alterar o equilíbrio de
forças no plano político, mas simplesmente porque ela pode começar a
transformar um país, o que é hoje o Brasil, e desde 1822, numa verdadeira nação, o que ainda é uma promessa.
Sei que as pessoas estão
confusas, e existem vários movimentos, ou grupos de ação, que estão chamando
para essa grande manifestação popular apartidária: alguns são pelo impeachment,
outros pela renúncia, vários se manifestam diretamente contra os corruptos e
os totalitários no poder, todos estão insatisfeitos com os problemas econômicos e
as cenas de imoralidade explícitas que emergem do mundo político. Não haverá
consensos, e a confusão pode continuar e até aumentar. Não pretendo dar lições
a ninguém, inclusive porque eu também não sei quais são os caminhos a serem
tomados para superar o atual cenário de dificuldades práticas e de dúvidas políticas.
Não parece haver, ainda, uma plataforma comum aos diferentes grupos que se
empenharam no chamado à manifestação. Tudo bem, a diversidade sempre foi uma
marca dos regimes democráticos, assim como a tolerância com caminhos
alternativos para o bem comum.
De minha parte, creio ser útil
alguma unidade em torno de objetivos simples, claros, compreensíveis para a
maioria da população e, se também puder ser, consensuais para o maior número.
Com base no meu entendimento de quais sejam os problemas brasileiros atuais, e
as grandes dificuldades do país, proponho apenas cinco temas em torno dos quais
a maioria poderia se unir nessa manifestação:
1) Contra a corrupção: restaurar a moralidade nos negócios públicos;
2) Contra o Estado extorsivo: menos impostos, mais liberdades econômicas;
3) Contra todos os privilégios: políticos são cidadãos como quaisquer
outros;
4) Contra a censura: todas as comunicações são livres, sem controle do
Estado;
5) Contra todas as ditaduras: o Brasil defende a democracia e os
direitos humanos.
Prefiro assim: poucas
palavras de ordem para tentar fazer deste país uma nação.
Hartford, 2789: 12 de março de 2015.
Venezuela: Parlamento do Mercosul tambem sai em socorro dos chavistas...
Assim são os nossos representantes no Mercosul: eles acham que a Venezuela está sendo atacada pelo imperialismo e precisa da defesa dos valentes anti-imperialistas.
Enfim, eles dividem o mundo. A gente observa...
Paulo Roberto de Almeida
La
Presidencia del Parlamento del MERCOSUR, ante la declaratoria de
"emergencia Nacional" y el anuncio de aplicación de acciones y medidas
injerencistas decretadas el pasado 09 de marzo de 2015, por el
Presidente de los Estados Unidos, contra la República Bolivariana de
Venezuela y sus funcionarios, por considerar que su situación política
se constituye en una amenaza inusual y extraordinaria a la seguridad
nacional y la política exterior de los Estados Unidos; expresa su más
enérgico y categórico rechazo a dichas medidas, por representar una
amenaza real de agresión a la soberanía, la paz y la estabilidad
democrática de este país suramericano y por ende del MERCOSUR, y se
constituyen en sí mismas en peligro de una intervención armada contra
Venezuela, lo cual debe activar una alerta nacional e internacional.
Enfim, eles dividem o mundo. A gente observa...
Paulo Roberto de Almeida
Comunicado de Prensa de la Presidencia del PARLASUR
En este contexto, hace un llamado
respetuoso a los presidentes y jefes de Estado del MERCOSUR, a rechazar y
condenar esta situación que es contraria y violatoria de los principios
del derecho internacional y del derecho comunitario del bloque, en
especial al Protocolo de Ushuaia I y II sobre el Compromiso Democrático
en el MERCOSUR, así como a los principios, propósitos y competencias del
Parlamento del MERCOSUR, establecidos en su Protocolo Constitutivo,
como el de velar por la observancia de las normas del MERCOSUR y la
preservación del régimen democrático en los Estados Parte.
Así mismo, la Presidencia del Parlamento
del MERCOSUR, se une a los pronunciamientos de los distintos países y
organismos internacionales, que han condenado esta nueva agresión y
acciones intervencionistas contra el gobierno y pueblo bolivariano,
entre ellos, China, Cuba, Ecuador y Bolivia, así como la Unión de
Naciones Suramericanas (UNASUR) y la Alianza Bolivariana para los
Pueblos de Nuestra América (ALBA). Igualmente, expresa que este hecho
desmedido e injerencista se contrapone al reconocimiento que de manera
pública y reiterada, la comunidad internacional ha otorgado a Venezuela,
como un país amante de la paz, respetuoso de los acuerdos
internacionales, de los Derechos Humanos y de la soberanía e
independencia de los Estados.
Finalmente, se hace un llamado a la
comunidad internacional en general, a los pueblos del mundo y a los
parlamentos nacionales e internacionales de nuestra región, a condenar y
rechazar estas prácticas imperialistas del gobierno norteamericano, que
atentan contra la estabilidad democrática en la República Bolivariana
de Venezuela, su integridad territorial y su soberanía como Estado libre
e independiente, principios consagrados en la Carta de las Naciones
Unidas, en las declaraciones políticas de la Comunidad de Estados
Latinoamericanos y Caribeños(CELAC) y en la Unión de Naciones
Suramericanas (UNASUR y en el Mercado Común del Sur (MERCOSUR), entre
otros.
Montevideo, 11 de marzo de 2015.
Parlamentario Saúl Ortega Campos
Presidente Parlamento del MERCOSUR
De onde surgiu o conceito de "totalitarismo"? Nao, nao foram os americanos que inventaram...
Continuando em meu esforço didático de educação online, venho agora ao conceito de totalitarismo, que retiro também deste livro que estou terminando de ler:
Edmund Fawcett:
Liberalism: The Life of An Idea
(Princeton: Princeton University Press), p. 275
Em 1926, o ano em que os fascistas italianos encarceram Antonio Gramsci, esbirros do Mussolini massacraram na rua o jornalista Giovanni Amendola, um liberal antifascista. Era a terceira vez que ele apanhava dos fascistas.
Sua falta tinha sido atacar o ditador Mussolini nas páginas de Il Mondo, um jornal liberal que Amendola tinha fundado. Para descrever a política de Mussolini de controle total dos cidadãos pelo Estado ele cunhou a expressão "totalitário", ou seja, o uso do poder do Estado para suprimir partidos rivais, fechar jornais incômodos (como o dele), amedrontar jornalistas ou representantes da oposição e promover a doutrinação de toda a sociedade no novo credo de culto ao Estado e ao ditador.
Ah, sim, Giovanni Amendola morreu no terceiro massacre promovido pelos fascistas.
Isso lembra alguma coisa, alguém, algum país aqui por perto?
Pois é, quando os petralhas afirmarem que o bolivarianismo chavista é de esquerda, vocês podem dizer: não, não é. Ele é perfeitamente fascista.
Chávez, e seus macabros seguidores, inclusive os seus amos cubanos, são fascistas, perfeitamente totalitários.
Todas as medidas que Mussolini tomou, nos anos 1920, e que Hitler adotou prontamente chegou ao poder em 1933, foram seguidas, ipsis litteris, ipsis verbis, exatamente da mesma forma, pelos fascistas bolivarianos.
Os nossos petralhas gostariam de fazer igual.
Eles não fazem não porque não querem, mas porque não podem (pelo menos por enquanto).
Tem até um Stalin Sem Gulag treinado pelos cubanos para fazer exatamente o que fez: montar essa imensa máquina de corrupção no Brasil, já que eles não podem adotar aqui os métodos das mílicias fascistas usadas no entre-guerras.
Mas, pode ser que esteja ainda em curso.
Atenção, cidadãos: é precis derrotar os fascistas no berço.
Todos na manifestação do dia 15, contra o totalitarismo dos companheiros...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 12 de março de 2015
Edmund Fawcett:
Liberalism: The Life of An Idea
(Princeton: Princeton University Press), p. 275
Em 1926, o ano em que os fascistas italianos encarceram Antonio Gramsci, esbirros do Mussolini massacraram na rua o jornalista Giovanni Amendola, um liberal antifascista. Era a terceira vez que ele apanhava dos fascistas.
Sua falta tinha sido atacar o ditador Mussolini nas páginas de Il Mondo, um jornal liberal que Amendola tinha fundado. Para descrever a política de Mussolini de controle total dos cidadãos pelo Estado ele cunhou a expressão "totalitário", ou seja, o uso do poder do Estado para suprimir partidos rivais, fechar jornais incômodos (como o dele), amedrontar jornalistas ou representantes da oposição e promover a doutrinação de toda a sociedade no novo credo de culto ao Estado e ao ditador.
Ah, sim, Giovanni Amendola morreu no terceiro massacre promovido pelos fascistas.
Isso lembra alguma coisa, alguém, algum país aqui por perto?
Pois é, quando os petralhas afirmarem que o bolivarianismo chavista é de esquerda, vocês podem dizer: não, não é. Ele é perfeitamente fascista.
Chávez, e seus macabros seguidores, inclusive os seus amos cubanos, são fascistas, perfeitamente totalitários.
Todas as medidas que Mussolini tomou, nos anos 1920, e que Hitler adotou prontamente chegou ao poder em 1933, foram seguidas, ipsis litteris, ipsis verbis, exatamente da mesma forma, pelos fascistas bolivarianos.
Os nossos petralhas gostariam de fazer igual.
Eles não fazem não porque não querem, mas porque não podem (pelo menos por enquanto).
Tem até um Stalin Sem Gulag treinado pelos cubanos para fazer exatamente o que fez: montar essa imensa máquina de corrupção no Brasil, já que eles não podem adotar aqui os métodos das mílicias fascistas usadas no entre-guerras.
Mas, pode ser que esteja ainda em curso.
Atenção, cidadãos: é precis derrotar os fascistas no berço.
Todos na manifestação do dia 15, contra o totalitarismo dos companheiros...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 12 de março de 2015
Retirei
as informações sobre Walter Lippmann e seu colóquio do livro que estou
lendo agora:
Edmund Fawcett (ex-editor da Economist): Liberalism: The Life of An Idea
(Princeton, NJ: Princeton University Press, 2014), p. 276 para ser mais
exato. - See more at:
http://diplomatizzando.blogspot.com/#sthash.5e5D2BpT.dpuf
Retirei
as informações sobre Walter Lippmann e seu colóquio do livro que estou
lendo agora:
Edmund Fawcett (ex-editor da Economist): Liberalism: The Life of An Idea
(Princeton, NJ: Princeton University Press, 2014), p. 276 para ser mais
exato. - See more at:
http://diplomatizzando.blogspot.com/#sthash.5e5D2BpT.dpuf
Retirei
as informações sobre Walter Lippmann e seu colóquio do livro que estou
lendo agora:
Edmund Fawcett (ex-editor da Economist): Liberalism: The Life of An Idea
(Princeton, NJ: Princeton University Press, 2014), p. 276 para ser mais
exato. - See more at:
http://diplomatizzando.blogspot.com/#sthash.5e5D2BpT.dpuf
Retirei
as informações sobre Walter Lippmann e seu colóquio do livro que estou
lendo agora:
Edmund Fawcett (ex-editor da Economist): Liberalism: The Life of An Idea
(Princeton, NJ: Princeton University Press, 2014), p. 276 para ser mais
exato. - See more at:
http://diplomatizzando.blogspot.com/#sthash.5e5D2BpT.dpuf
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