segunda-feira, 15 de julho de 2024

Para os palestinos tudo; para os ucranianos nada - Nota de Lula Oficial (X)

 O governo Lula, sua diplomacia, é capaz de produzir uma nota absolutamente irretocável sobre o sofrimento inaceitável do povo palestino submetido à massacrante violência das forças de Israel, mas não consegue emitir uma misera nota sobre osbomrdeio se Putin contra os civis ucranianos. Ou quando emite, não existe responsável, as bombas vieram do nada, e Putin não tem nada a cer vom o massacre.

Paulo Roberto de Almeida


De Lula Oficial (X)

15/07/2024

O governo de Israel segue sabotando o processo de paz e o cessar-fogo no Oriente Médio. O mais recente bombardeio promovido na Faixa de Gaza vitimando centenas de inocentes é inadmissível. Agora com mais de 90 vítimas fatais e quase 300 feridos em tendas que abrigavam crianças, idosos, mulheres. 

É estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas.

Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável.

O cessar-fogo e a paz na região precisam ser prioridades na agenda internacional. Todos os nossos esforços devem estar centrados na garantia da libertação dos reféns israelenses e no fim dos ataques à Faixa de Gaza.

Bertrand Russell, o mais importante pacifista e humanista do século XX: livros Por que os homens vão à guerra, Por que não sou cristão

Por que os homens vão à guerra, por Bertrand Russell

Bertrand Arthur William Russell (1872-1970) foi um dos mais importantes filósofos do Reino Unido

Bertrand Russell, Por que os homens vão à guerra, publicada pela Editora Unesp em 2014.

O livro contitui potente reflexão sobre os elementos que levam o homem a estados de beligerância e os níveis em que isso poderia ou deveria ser evitado, contribuindo decisivamente para a fama de Russell como crítico social e pacifista. “O princípio supremo, tanto na política quanto na vida privada, deveria ser o de promover tudo o que for criativo e, assim, diminuir os impulsos e desejos que giram em torno da posse.”

Russell discute ideias como educação, expansão dos direitos femininos e defesa do divórcio livre. Para ele, se os indivíduos fossem capazes de viver apaixonadamente, talvez pudessem conter os desejos de guerra e matança. A razão ou a repressão excessiva levaria os homens a viver de modo não natural e aumentaria ainda mais o conflito entre eles. 

As investigações do autor geraram inúmeros livros em diversas áreas que lhe renderam vários prêmios, com destaque para o Prêmio Nobel de Literatura, em 1950, "em reconhecimento dos seus variados e significativos escritos, nos quais ele lutou por ideais humanitários e pela liberdade do pensamento". Russell faleceu em 2 de fevereiro de 1970, aos 97 anos.  

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POR QUE NÃO SOU CRISTÃO

Bertrand Russell

 

 PRÊMIO NOBEL 1950

"O mais poderoso e espirituoso infiel desde Voltaire, que aguça a compreensão dos humanos tanto sobre a crença quanto sobre a descrença." (The Spectador)

Por que não sou cristão é um livro que coloca ao leitor questões que nunca mais poderão ser ignoradas. E que é considerado um dos mais blasfemos documentos filosóficos jamais escritos. Se a religião fornece respostas às perguntas que sempre atormentaram a humanidade – por que estamos aqui, qual a razão da vida, como devemos nos comportar –, Russell dissipa esse conforto, deixando-nos com alternativas mais perturbadoras: responsabilidade, autonomia e consciência do que fazemos.

Normalmente citado junto ao Cândido de Voltaire, à Idade da Razão, de Thomas Paine, A ultima tentação de Cristo, de Martin Scorsese, e A vida de Brian, do Monty Python, Por que não sou cristão, apesar do tom bem-humorado, coloca ao leitor questões que nunca mais poderão ser ignoradas.

POR QUE NÃO SOU CRISTÃO

Coleção L&PM E-books


domingo, 14 de julho de 2024

Divergências políticas e econômicas evidenciam a irrelevância do Mercosul - The Economist

 

Divergências políticas e econômicas evidenciam a irrelevância do Mercosul

Membros do bloco comercial estão cada vez mais em desacordo, comprometendo a estratégia de ganhar mais espaço no mundo 

The Economist, July 14, 2024

Foi um desprezo especialmente incisivo. Faltando ao encontro bianual dos presidentes do Mercosul, Javier Milei, presidente da Argentina desde dezembro, preferiu falar para a extrema-direita em uma Conferência de Ação Política Conservadora no Brasil. “Se o Mercosul é tão importante, todos os presidentes deveriam estar aqui”, reclamou Luis Lacalle Pou, líder centrista do Uruguai, na cúpula em Assunção, capital do Paraguai.

A realidade é que o Mercosul, um bloco comercial que inclui o Paraguai, o Uruguai e agora a Bolívia (formalmente admitida em Assunção), além do Brasil e Argentina, não é mais tão importante. Até mesmo o anfitrião, Santiago Peña, do Paraguai, admitiu que “o Mercosul claramente não está passando por seu melhor momento”.

Milei nunca se encontrou formalmente com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, a quem ele chama de “corrupto” e “comunista” (a Suprema Corte do Brasil anulou a condenação de Lula - e ele é socialista). Mas as incompatibilidades políticas são mais antigas: Jair Bolsonaro, o ex-líder do Brasil, e Alberto Fernández, o antecessor peronista de Milei, também se evitavam mutuamente.

Criado em 1991 como uma área de livre-comércio e união alfandegária, o Mercosul prometia muito. O comércio entre os membros aumentou, em termos reais, de US$ 9 bilhões (R$ 49 bilhões) em 1990 para mais de US$ 31 bilhões (R$ 168 bilhões) em 1996. Duas coisas acabaram com a promessa. O primeiro foi a volatilidade macroeconômica.

O Brasil desvalorizou sua moeda em 1999; a Argentina sofreu um colapso financeiro em 2001-02. Em segundo lugar, a ampliação superou o aprofundamento, já que os líderes políticos, incluindo Lula e os peronistas argentinos, procuraram usar o Mercosul para atrair aliados ideológicos (como os líderes bolivianos) em vez de transformá-lo em uma ferramenta de política econômica. O protecionismo cresceu: desde a crise financeira de 2008, os membros impuseram mais de 400 medidas não tarifárias uns contra os outros.

O comércio intra-Mercosul atingiu o pico de US$ 72 bilhões (R$ 392 bilhões) em 2011. Embora tenham se recuperado recentemente graças à retomada econômica pós-pandemia, a parcela de exportações entre os países do bloco caiu entre as vendas totais dos membros, de um pico de 24% em 1998 para cerca de 11% em 2023.

As exportações agrícolas para a China cresceram muito no Brasil e na Argentina. O comércio administrado em suas indústrias automobilísticas costumava estar no centro do Mercosul, mas em ambos os países a importância relativa da manufatura diminuiu.

Além disso, o Mercosul só conseguiu fechar acordos de livre-comércio com o Egito, Israel e Cingapura, embora esteja conversando com outros países. As negociações para um pacto comercial com a UE foram finalmente concluídas em 2019, 20 anos após seu início. Mas em um mundo cada vez mais protecionista, parece improvável que o acordo seja ratificado pelos países-membros da UE. Os líderes europeus enfrentam a pressão dos lobbies agrícolas, que se opõem ao acordo. Por sua vez, o governo brasileiro tem dúvidas, especialmente sobre a abertura de compras públicas.

“Qual é o propósito do Mercosul se você não pode expandir o acesso ao mercado?”, pergunta Shannon O’Neil, do Council on Foreign Relations, um think-tank (grupo de reflexão) de Nova York. A resposta de Lacalle é buscar acordos bilaterais. O Uruguai está conversando com a China e a Turquia e quer entrar para a CTPP, um grupo do Pacífico com 11 membros.

Milei ameaça deixar o Mercosul, embora o comércio da Argentina tenha recebido o maior impulso do bloco. O Mercosul deveria ser uma ferramenta para o desenvolvimento econômico de seus membros e uma forma de eles terem mais peso no mundo. O declínio do bloco conspira contra a realização desses dois objetivos.


sábado, 13 de julho de 2024

O retorno da geopolítica aos assuntos de investimentos - Financial Times (via Adam Tooze)

 Geopolitics and investment

Adam Tooze (from FT), 12/07/2024

“Over the past 20 or 30 years, [geopolitics] has been deflationary, created lower risk and made it easier to invest,” says Ali Dibadj, chief executive of Janus Henderson, the British-American investment group that manages about $353bn in assets. “Going forward it is the complete opposite: it is probably inflationary; it is probably going to create more risk; and it is going to make it harder to invest.” 

An industry that over the past two decades has been hoovering up mathematicians to devise new trading strategies is now leaning on political scientists for guidance. Most investors are used to dealing with pockets of instability and conflict, but many say the sheer number of recent shocks — even in traditionally stable democracies — and the long-term nature of conflicts represent a sea change. … Theodore Bunzel, head of geopolitical advisory at Lazard, says the firm set up a dedicated political unit in 2022 as clients were increasingly demanding advice on how to navigate investments in regions such as China. …. “In the past, the impulse was to remove politics from corporate decision making,” Bunzel says, but that is becoming impossible due to “tension between large, interconnected powers”. … Rothschild & Co Goldman Sachs followed suit last year with a geopolitical advisory unit … PR firm Brunswick — best known for advising clients on mergers and acquisitions situations — has hired a string of advisers with geopolitical expertise including a former president of the World Bank, a former director-general of the World Trade Organization, and a former director of the US National Security Agency. … 

Boutique investment bank Centerview recently hired Richard Haass, the former head of the Council on Foreign Relations, as a senior counsellor. Lord Mark Sedwill, the former head of the British civil service, is a member of the risk committee at Rothschild, while Schroders has brought in former British ambassador to China, Sir Sebastian Wood, and Sir Nicholas Carter, former chief of the defence staff in the UK, to advise on geopolitics and navigating international conflict. … The number of funds offering investors a way to invest in emerging markets while excluding China has ballooned from eight at the start of 2022 to 20 today, according to Morningstar, and inflows have exploded as tensions between the US and China have worsened. Almost $1bn a month has been invested into EM ex-China funds this year, up from an average of about $500mn a month in 2023 and $200mn a month in 2022. 

Others are turning to even more explicitly political funds. This year Tikehau Capital, the Paris-listed group that manages $48bn in assets, launched a “European Sovereignty Fund” as a response to “escalating geopolitical tensions and the repercussions of excessive globalisation”.

From FT

 

Edital convocatório do concurso para a carreira diplomática 2024: mais vagas para as mulheres

 Uma pequena revolução nas práticas sempre misóginas da diplomacia brasileira, que eram as da sociedade brasileira como um todo no século XIX e continuadas em grande medida no século XX, mas não mais aceitáveis no século XXI. 

A mudança na legislação precisa ainda ser confirmada na realidade do tratamento corrente em termos de chefias de postos, mas sobretudo nos assuntos correntes que envolvem desempenho profissional e cuidados de maternidade e familiares.


Desafios da atualidade política mundial - presidente Mike Johnson, da USA House of Representatives

 Speaker of the House Mike Johnson at Hudson on the eve of NATO’s seventy-fifth summit:

Key Insights

1. America’s actions will determine the path of the free world.

“While democracy is not perfect, the burden of self-government is certainly far lighter than the yoke of tyranny. But right now, absent American leadership, we’re looking at a future that could be well-defined by communism and tyranny, rather than liberty and opportunity and security. In Europe, Putin has made it clear that his plans don’t stop with Ukraine. He’s likened himself to Tsar Peter the Great, and you can read his essay about restoring the Russian Empire—an empire that would include our military partners in Vilnius, Helsinki, and Warsaw. Xi Jinping made abundantly clear he’s interested in expanding his communist footholds, including in the South China Sea. In the Middle East, the ayatollah wants to resurrect the caliphate and eliminate Israel.”

 

2. An axis of adversaries is working to undermine the United States militarily and economically.

“Today, we don’t face one primary enemy as we did in the Soviet Union, and so far, thankfully, we don’t see a new kind of Tripartite Pact. But we do see a group of nations openly aligned against the United States. It’s an interconnected web of threats. I refer to it as a China-led axis, composed of partner regimes in Russia, Iran, North Korea, Venezuela, and even Cuba. Now they each have their own cultures and their own specific sinister aims, but they all wake up every morning thinking how they can take down America. And they’re increasingly using their collective military, technological, and financial resources to empower one another in their various efforts to cut off our trade routes, and steal our technology, and harm our troops, and upend our economy.”



Embaixador Carlos Henrique Cardim, Pombal e como governar o Brasil?

 

Embaixador Carlos Henrique Cardim, Pombal e como governar o Brasil? 


Há muito foi revelado que até para reconhecer que é desnecessário filosofar, a Filosofia estará presente. Fieis seguidores da salutar importância deste exercício, os organizadores do Filosofia na Praia, convidaram o escritor e Embaixador Carlos Henrique Cardim, vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), para falar sobre Pombal como governar o Brasil?. O evento sob o sol e a brisa do mar da praia do Leme, no Rio de Janeiro, será realizado no sábado, 13 de julho, às 11 horas e terá transmissão pelo YouTube e Facebook.

O palestrante é Diplomata de carreira do Ministério das Relações Exteriores, Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo, foi Professor do Instituto Rio Branco e do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), decano de Extensão da Universidade de Brasília, presidente do Conselho Editorial da Editora da UnB, Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Institucionais da Fundação Alexandre de Gusmão, além de ser autor de livros sobre a História da Política Externa Brasileira, também é biógrafo de Ruy Barbosa.



Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...