Não se trata apenas de mediocrização, o que já vinha ocorrendo antes que companheiros debilóide assumissem o comando da máquina de imbecilização social que constitui o MEC e outras agências da educação pública (mas que influenciam poderosamente o ensino privado, também).
O processo é muito pior, mais preocupante, perfeitamente dramático, totalmente previsível, infelizmente irrecorrível e aparentemente permanente: sim, estamos caminhando para a imbecilização completa da educação brasileira.
Nunca antes, tantos idiotas ocuparam tantos cargos nas instituições públicas de ensino, aquelas que determinam os padrões de ensino, que escolhem os livros que os estudantes vão ler (suponho) e aprender (aí já é uma hipótese), que nomeiam os outros idiotas que dirigem departamentos, secretarias e outras seções que dão as diretrizes para a implementação de programas idiotas, racistas, classistas e imbecilizantes -- como a obrigatoriedade de cursos dispensáveis em vários níveis, a exemplo de estudos afrobrasileiros e espanhol no primário e sociologia e filosofia no médio -- e que confirmam a continuidade da (de)formação de professores inúteis para uma educação medíocre que promete infernizar a vida dos alunos, de todos os alunos, pelo futuro previsível, e que deve continuar afundando intelectualmente o Brasil até onde a vista alcança e mais além.
O que vai reproduzido abaixo é apenas uma pequena parte desse processo de imbecilização, e talvez não o mais importante ou dramático, pois conforma apenas um exame.
Alunos espertos podem entender o que os idiotas que formularam as perguntas querem que eles respondam e se conformar perfeitamente ao padrão imbecil pelos poucos minutos que vão estar envolvidos no exame idiota, responder o que se espera, e depois esquecer.
Muito mais grave é todo o processo de formação de professores -- com a pedagogia imbecilizante baseada em teorias idiotas, e manias ultrapassadas como Paulo Freire -- e de pedagogas ativas, as novas saúvas do Brasil, que preservam todo o conteúdo inútil que é servido muito mal a todos os alunos.
Grave também é a máfia sindical dos professores que ficam lutando por isonomia e benefícios materiais perfeitamente simétricos e sem qualquer conexão com o desempenho do professor e a perfomance geral do curso em causa.
Também grave é o culto das ideologias esquerdizantes, das concepções racistas sobre nossa formação étnica, do socialismo mais primário e rastaquera que possa existir, o que denota, mais do que militantismo político apenas ignorância e intolerância.
Enfim, tudo está errado na educação brasileira e vai demorar muito tempo para começar a consertar, se concertar...
Depois escrevo mais a respeito.
Paulo Roberto de Almeida
PS1: Por ter lido alguns comentários a este post no avançado da noite no iPhone, sempre limitado em sua tela, acabei clicando errado num deles, o do Cristiano, colocando Recusar, em lugar de Aceitar (o espaço é diminuto). Depois não deu para consertar, pois o sistema do Blogger é implacável. Vou colocá-lo manualmente, desculpando-me pelo fato de aparecer sob meu próprio nome, e não no de seu autor legítimo, a quem agradeço e peço desculpas pelo ocorrido.
PS2: Os aliados dos idiotas que formularam essa questão imbecil nesta prova -- que deve se apresentar como eminentemente técnica em sua maior e essencial parte -- podem escrever, se desejarem, para este post, para protestar contra minhas palavras acima, exageradamente ofensivas, concordo, com muitos adjetivos e poucos argumentos substantivos, para dizer porque considero a educação brasileira em processo completo de imbecilização acelerada. Podem existir alguns visitantes deste blog que concordam, no essencial, com o que se está fazendo atualmente na educação brasileira (inclusão social, redução das desigualdades, correção do "neoliberalismo", etc). Sim, eles também têm direito à expressão neste blog, desde que venham com argumentos a favor legítimos, não com xingamentos contra este blogueiro. Eu me reservo esse direito...
Bem, temos já uma questão na largada. “Neoliberalismo” é uma palavra que indica uma escolha ideológica. É uma leitura feita pelas esquerdas sobre um momento da economia mundial, que trouxe, entre outros “desastres” para a humanidade, a moderna economia da informação… Mas vamos lá. O candidato a residente já sabe que tem de aceitar que há “influência do neoliberalismo sobre (sic) a saúde”. Vamos seguir.
Competição de quem com quem? Entre os planos de saúde, por exemplo? Quer dizer que a competição capitalista, positiva no mundo inteiro, seria ruim só no Brasil, é isso? Os trabalhadores que têm plano privado de saúde estariam mais mal assistidos hoje do que estavam há 20 anos, quando só os endinheirados tinham essa possibilidade? Mais: o “neoliberalismo”, segundo os esquerdopatas, teria triunfado nas década de 80 e 90, certo? Foi justamente nos anos 1990 que o Brasil estruturou as bases do SUS. O serviço é deficiente, sim, mas muito melhor do que dos anos 80 para trás (piorou nos governos petistas). O estudante informado, racional, que sabe onde tem o nariz, concluiu que a afirmação está errada. PORQUE ESTÁ ERRADA! Prossegue o examinador. Vamos à segunda proposição.
Uau! Notem que essa alternativa tem rigorosamente o mesmo conteúdo da anterior, só que com outras palavras. Quem fez a prova achou que não tinha sido contundente o bastante na censura ao “neoliberalismo”. E o que dizem na 3?
Como se vê, já se extrapolou da saúde para as outras áreas. O Brasil tem, à diferença do que sustenta o pilantra que redigiu a questão, um alto desembolso com saúde e educação. O problema é de outra natureza: ineficiência. Reparem na linguagem: “sofrimento da nação”… Chamar educação e saúde de “práticas sociais” é coisa de analfabeto sociológico fazendo sociologice. A esta altura, o estudante informado está escandalizado. Mas também já ligou o desconfiômetro: “Espere aí: as três afirmações têm o mesmo conteúdo; são só variações em torno do mesmo tema.” Então ele saltou para a quarta suposta conseqüência.
Heeeinnn? Deu pra entender que, no fim das contas, quem enche o rabo de dinheiro é o “porco capitalista”. Em suma, não fosse o capitalismo, a saúde seria supimpa, como na China, por exemplo, onde não existe um sistema universal de atendimento. Reitero: o SUS foi estruturado na vigência do que esses ignorantes chamam “neoliberalismo”. Mas vamos à 5ª.
Quais reformas? Do que falam esses brutos? Bem, o candidato já percebeu que, segundo o examinador, esse neoliberalismo é muito mau, odeia o trabalhador e os pobres e não produziu nada de bom
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa 5 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.
4 comentários:
São impressionantes os níveis de "idiotização" do pensamento humano. Como não tive nenhum amigo que fez a prova deste ano, acabei não acompanhando as questões de perto, mas... Foi de uma absurdidade assustadora as supostas "assertivas".
Parabéns pelo trabalho, Sr. Paulo. É cada vez mais raro encontrar autores como você que, ao modo maquiaveliano, optam por "desbravar os mares revoltos".
Saudações de um leitor assíduo.
Por inadvertência na leitura e postagem de comentários via iPhone, acabei clicando errado neste comentário do Cristiano, apertando Recusar, em lugar de Aceitar.
Posto em meu nome, já que não foi possível fazê-lo novamente via Blogger, e desculpo-me com o Cristiano pelo ato falho:
Cristiano deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A imbecilizacao da educacao brasileira: um process...":
Olá professor,
Eu estou escandalizado com essa prova!! Que absurdo!
Com exceção do Chile, a América Latina tem amor, em homenagem ao Ministro Carlos Lupi, pela ideologia marxista-leninista que tanto atrasa o desenvolvimento socio-econômico da região.
Podemos pegar qualquer indicador de saúde e veremos que o Chile (aquele país que adora o neoliberalismo diria os esquerdistas) possui os melhores indicadores em saúde da região!!!
Abraço.
Caro, Almeida
Ajuntando desse post, com a matéria do R. Azevedo, você acha que há algum tipo de busca por imposição de um alinhamento ideológico dos candidatos a prova do CACD?
Saudações,
Rodrigo
Rodrigo,
Não com esse grau de idiotice e debilidade mental, meu caro.
Sempre existe, em qualquer governo, a tentativa de vender suas verdades como universais e melhores do que quaisquer outras.
O governo Lula foi campeão na publicidade enganosa, e mesmo na propaganda mentirosa.
O Itamaraty não ficou imune a essa mania de reescrever a história e de fazer com que todos pensassem da mesma forma, mas isso foi mais pronunciado na gestão Samuel Pinheiro Guimarães à frente da Secretaria Geral, quando ele tentou fazer um "campo de reeducação", com leituras dirigidas e muito condicionamento mental.
Ainda hoje, os concursos tentam fazer passar a ideia de que a verdade do momento é a boa.
Mas isso é feito de forma mais inteligente, sem esses ataques debiloides de militantes ignorantes.
Paulo Roberto de Almeida
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