Ou seja, em vez de keep walking, keep talking.
Johnny Walker também aprovaria, desde que com um copo na mão, nos salões acarpetados da ONU em NY. Bonne chance...
Paulo Roberto de Almeida
Retirado de um blog militante pelas boas causas: Palavras Diversas:
http://palavras-diversas.blogspot.com/2011/11/o-novo-protagonismo-da-diplomacia.html
QUINTA-FEIRA, 10 DE NOVEMBRO DE 2011
O novo protagonismo da diplomacia brasileira
Acordo histórico: Brasil e Turquia costuraram acordo de paz para o Irã,vencendo o belicismo dos EUA |
É preciso recorrer aos sítios da imprensa estrangeira para veicular informações que são escondidas nos escombros da pauta oportuna às corporações brasileiras, em geral, editoras a serviço da oposição.
O Brasil que cresce comercialmente e também na diplomacia mundial precisa ser informado a sociedade.
O país apresenta, em meio a reais possibilidades de uma nova guerra no Oriente Médio, um conceito de intervenção baseado na proteção de civis e no esgotamento dos canais diplomáticos para gerir crises que possam provocar ações militares.
Desta maneira o Brasil tenta convencer a comunidade internacional do papel relevante que vem desempenhando nas relações multilaterais e se credencia como importante candidato ao Conselho de Segurança da ONU, pleito cada vez mais viável, pois, de acordo com os posicionamentos recentes da diplomacia brasileira, em defesa da paz e da soberania dos povos, esta proposta "deve aumentar ainda mais o status do Brasil entre os países do mundo em desenvolvimento, que estão cada vez mais frustrados com as intervenções unilaterais da Otan (a aliança militar ocidental) e dos Estados Unidos em países como a Líbia", segundo declaração do diretor do programa de estudos da América Latina da Universidade Johns Hopkins, Riordan Roett.
O conceito de "responsabilidade ao proteger", apresentado pelo Brasil às Nações Unidas, pode ser a nova arma do país em sua campanha para conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança.
Ao propor medidas para evitar que intervenções militares acabem provocando mais danos à população civil que deveriam proteger, o Brasil não apenas explica o seu padrão de votações recentes no Conselho de Segurança, como também tenta aumentar sua influência entre os países emergentes e em desenvolvimento.
"Não há dúvida de que é um sinal muito positivo com respeito ao contínuo interesse do Brasil em se tornar membro permanente do Conselho de Segurança", disse à BBC Brasil o diretor do programa de estudos da América Latina da Universidade Johns Hopkins, Riordan Roett.
"(A responsabilidade na proteção de civis) é uma questão muito importante e pouco polêmica, e o fato de o Brasil tomar a dianteira nesse tema faz muito sentido do ponto de vista de Brasília", afirma.
O Brasil ocupa um dos 10 assentos rotativos do Conselho de Segurança, mas seu mandato no órgão termina em 31 de dezembro. A conquista de uma vaga permanente, com poder de veto, é uma ambição antiga do governo brasileiro.
Sul-Sul
Já mencionado pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro, o conceito de "responsabilidade ao proteger" foi proposto nesta quarta-feira em um documento circulado pela delegação brasileira durante debate sobre proteção de civis em conflitos armados.
A embaixadora Maria Luiza Viotti, representante do Brasil junto às Nações Unidas, leu o discurso preparado pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota – que cancelou a viagem a Nova York por motivos pessoais – sobre a "nova perspectiva" na questão da proteção de civis.
A proposta é apresentada como um avanço no conceito de "responsabilidade de proteger", incorporado pela ONU em 2005, que permite que a comunidade internacional recorra a ação coletiva, em situações excepcionais, para garantir a proteção de civis.
Entre as sugestões do Brasil estão a de que o uso da força para a proteção de civis só seja aceito após esgotados todos os recursos diplomáticos e depois de uma análise detalhada das possíveis consequências, que a ação, quando autorizada, seja limitada estritamente aos objetivos estabelecidos pelo Conselho de Segurança, e que a interpretação e a implementação das resoluções autorizando o uso da força sejam monitoradas.
Segundo Roett, a nova iniciativa é parte da política externa implementada pelo Brasil nos últimos anos, com foco na diplomacia Sul-Sul, entre países em desenvolvimento e emergentes, como os Brics (grupo também formado por Rússia, Índia, China e África do Sul), e também reflete o papel ativo desempenhado pelo país em missões de paz da ONU, como no Haiti.
"Deve aumentar ainda mais o status do Brasil entre os países do mundo em desenvolvimento, que estão cada vez mais frustrados com as intervenções unilaterais da Otan (a aliança militar ocidental) e dos Estados Unidos em países como a Líbia", afirma Roett.
2 comentários:
DA PARA ACREDITAR NESTE STATUS DO BRASIL, ENTRE OS PAISES DESENVOLVIDO ????? EU NÂO ACREDITO .CONTINUO ACHANDO QUE O BRASIL AINDA NÂO È UM PÁIS SERIO ....É TRISTE TER QUE PENSAR ASSIM.....
Ah, a ironia involuntária. Escolhem para ilustrar o texto a foto do acordo com o Irã, supostamente um marco desta nova diplomacia, exatamente na semana em que a AIEA confirma que o Brasil foi feito de trouxa pelos iranianos ao acreditar no caráter pacífico do programa nuclear.
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