Tem muitos artigos dele circulando pela rede. Os pontos alinhados abaixo foram repassados por um amigo, a partir de um texto maior, que só recebi em arquivo pdf, e não tenho, por enquanto, um link para indicar onde buscar esse material na íntegra.
No seguimento, um artigo dele publicado na FSP.
Paulo Roberto de Almeida
Governo Dilma - Apoteose da mediocridade: Cinco fatos e uma pergunta
(Reinaldo Gonçalves)
30 de agosto de 2013
A divulgação da taxa de crescimento do PIB real no segundo trimestre do ano (1,5% em relação ao trimestre anterior, 3,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado e 2,6% em relação ao primeiro trimestre de 2012) implica cinco fatos e uma pergunta, que são relevantes para a trajetória futura do pais.
Fato No 1: ha convergência e segurança cada vez maiores nas previsões a respeito de taxas anuais de crescimento da economia brasileira de 2,1%-2,2% em 2013-14.
Fato No 2: durante o governo Dilma (2011-14) o crescimento médio anual do PIB brasileiro deve ser aproximadamente 2,0%.
Fato No 3: a taxa media de 2,0% de crescimento do PIB brasileiro e medíocre pelos padrões internacionais atuais.
Fato No 4: a taxa media de 2,0% de crescimento do PIB no governo Dilma também é medíocre pelos padrões históricos brasileiros.
Fato No 5: durante o governo Dilma o desempenho da economia brasileira pode ser visto como a apoteose da mediocridade pelos padrões históricos brasileiros.
Pergunta: tendo em vista os fatos acima, por que Dilma Rousseff ainda é apresentada como candidata a reeleição?
Reinaldo Gonçalves
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31/08/2013 - 03h00
Opinião: Gestão Dilma pode ter 3º pior PIB republicano
REINALDO GONÇALVES
ESPECIAL PARA A FOLHA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Fatos, nada além de fatos. A taxa média anual de crescimento do PIB é 4,5% na era republicana. Nesse período somente dois presidentes são responsáveis por taxas de crescimento do PIB menores do que 2,0%, como média anual do mandato.
Os governos que atingiram a apoteose da mediocridade são: Fernando Collor (-1,3%) e Floriano Peixoto (-7,5%). Neste último o desempenho econômico pode ser explicado, em grande medida, pela ruptura institucional e pela crise política. Já a crise política no governo Collor é explicada, principalmente, pelo desempenho econômico medíocre.
No período 2011-14, as taxas de crescimento do PIB são: 2011 = 2,7% e 2012 = 0,9%. Previsões apontam para crescimento da ordem de 2,0% em 2013 e 2014.
Portanto, a taxa média anual deve oscilar em torno de 2,0%.
O fato é: o governo Dilma pode ter o terceiro pior desempenho da história republicana, com 30 presidentes.
Outro fato evidente: o desempenho da economia brasileira é medíocre pelos padrões internacionais atuais. Vejamos o de crescimento do PIB da economia mundial: 2011 = 3,9%; 2012 = 3,1%; 2013 = 3,1%; e 2014 = 3,8%.
Os dados de 2013-14 são projeções do FMI e significam crescimento médio anual de 3,5% no período 2011-14.
Se considerarmos o grupo dos países em desenvolvimento, o FMI aponta para crescimento médio anual de 5,4% no período 2011-14. Temos, então, dois fatos neste período:
1) em todos os anos a taxa de crescimento do PIB brasileiro é bem menor do que a do PIB mundial e as dos países em desenvolvimento; e 2) dado o crescimento médio anual do PIB brasileiro de 2,0%, é evidente que o Brasil comporta-se como vagão de 3ª classe que fica para trás.
O Brasil fica para trás e isto não se explica pelo que ocorre no mundo. O fracasso brasileiro vem de escolhas erradas feitas pelos grupos dirigentes e setores dominantes. O Brasil embrenha-se em trajetória de desenvolvimento às avessas.
Esta trajetória é marcada, na dimensão econômica, por: fraco desempenho, crescente vulnerabilidade externa estrutural, transformações estruturais que fragilizam e implicam volta ao passado e ausência de mudanças ou de reformas que sejam eixos estruturantes do desenvolvimento de longo prazo.
Fatos, nada além de fatos.
REINALDO GONÇALVES é professor titular de economia da UFRJ e autor do livro "Desenvolvimento às Avessas" (LTC, 2013)