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sábado, 16 de novembro de 2013

O Brasil se "imbecilizou", ou os estupidos estao tomando conta do pais? - L. F. Ponde, Orlando Tambosi

Apenas dois exemplos do estado de indigência mental em que mergulhou o país, depois de anos, décadas de doutrinação idiota, que ensina que ser capitalista é uma coisa perversa e negativa para o país.
Conheço os meios universitários, e posso assegurar que, na minha tribo, mais da metade corresponde exatamente ao perfil desenhado nestas matérias.
A nota contra a formação de empresas juniores na UFSC é um primor da estupidez consumada, o suprasumo da idiotice coletiva que pode atingir um grupo dominado por uma minoria militante; ela é absolutamente representativa de uma pequena minoria, mas que consegue prejudicar um coletivo de milhares de passivos.
Nem tudo está perdido, porém. Um punhado de abnegados dentre o pessoal discente, os "Estudantes Pela Liberdade", resiste bravamente à essa onda de imbecilização e de estupidez concentrada que se manifesta através dos "batalhadores contra o capital".
Vai ser preciso muito mais, e vai durar mais tempo, mas em algum momento as pessoas vão ficar razoáveis e proclamar que os bizarros da luta de classes pertencem mais ao museu das antiguidades do que aos cenáculos acadêmicos normais...
Paulo Roberto de Almeida

Eu acuso
Luis Felipe Pondé
Folha de S.Paulo, 04/11/2013
Muitos alunos de universidade e ensino médio estão sendo acuados em sala de aula por recusarem a pregação marxista. São reprovados em trabalhos ou taxados de egoístas e insensíveis. No Enem, questões ideológicas obrigam esses jovens a "fingirem" que são marxistas para não terem resultados ruins.
Estamos entrando numa época de trevas no país. O bullying ideológico com os mais jovens é apenas o efeito, a causa é maior. Vejamos.
No cenário geral, desde a maldita ditadura, colou no país a imagem de que a esquerda é amante da liberdade. Mentira. Só analfabeto em história pensa isso. Também colou a imagem de que ela foi vítima da ditadura. Claro, muitas pessoas o foram, sofreram terríveis torturas e isso deve ser apurado. Mas, refiro-me ao projeto político da esquerda. Este se saiu muito bem porque conseguiu vender a imagem de que a esquerda é amante da liberdade, quando na realidade é extremamente autoritária.
Nas universidades, tomaram as ciências humanas, principalmente as sociais, a ponto de fazerem da universidade púlpito de pregação. No ensino médio, assumem que a única coisa que os alunos devem conhecer como "estudo do meio" é a realidade do MST, como se o mundo fosse feito apenas por seus parceiros políticos. Demonizam a atividade empresarial como se esta fosse feita por criminosos usurários. Se pudessem, sacrificariam um Shylock por dia.
Estamos entrando num período de trevas. Nos partidos políticos, a seita tomou o espectro ideológico na sua quase totalidade. Só há partidos de esquerda, centro-esquerda, esquerda corrupta (o que é normalíssimo) e do "pântano". Não há outra opção.
A camada média dos agentes da mídia também é bastante tomada por crentes. A própria magistratura não escapa da influência do credo em questão. Artistas brincam de amantes dos "black blocs" e se esquecem que tudo que têm vem do mercado de bens culturais. Mas o fato é que brincar de simpatizante de mascarado vende disco.
Em vez do debate de ideias, passam à violência difamatória, intimidação e recusam o jogo democrático em nome de uma suposta santidade política e moral que a história do século 20 na sua totalidade desmente. Usam táticas do fascismo mais antigo: eliminar o descrente antes de tudo pela redução dele ao silêncio, apostando no medo.
Mesmos os institutos culturais financiados por bancos despejam rios de dinheiro na formação de jovens intelectuais contra a sociedade de mercado, contra a liberdade de expressão e a favor do flerte com a violência "revolucionária".
Além da opção dos bancos por investirem em intelectuais da seita marxista (e suas similares), como a maioria esmagadora dos departamentos de ciências humanas estão fechados aos não crentes, dezenas de jovens não crentes na seita marxista soçobram no vazio profissional.
Logo quase não haverá resistência ao ataque à democracia entre nós. A ameaça da ditadura volta, não carregada por um golpe, mas erguida por um lento processo de aniquilamento de qualquer pensamento possível contra a seita.
E aí voltamos aos alunos. Além de sofrerem nas mãos de professores (claro que não se trata da totalidade da categoria) que acuam os não crentes, acusando-os de antiéticos porque não comungam com a crença "cubana", muitos desses jovens veem seu dia a dia confiscado pelo autoritarismo de colegas que se arvoram em representantes dos alunos ou das instituições de ensino, criando impasses cotidianos como invasão de reitorias e greves votadas por uma minoria que sequestra a liberdade da maioria de viver sua vida em paz.
Muitos desses movimentos são autoritários, inclusive porque trabalham também com a intimidação e difamação dos colegas não crentes. Pura truculência ideológica.
Como estes não crentes não formam um grupo, não são articulados nem têm tempo para sê-lo, a truculência dos autoritários faz um estrago diante da inexistência de uma resistência organizada.
Recebo muitos e-mails desses jovens. Um deles, especificamente, já desistiu de dois cursos de humanas por não aceitar a pregação. Uma vergonha para nós.


Luiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo, ciência. Autor de vários títulos, entre eles, "Contra um mundo melhor" (Ed. LeYa). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".
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Orlando Tambosi, 15/11/2013

No Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC (CFH), onde impera o discurso ideológico, não há lugar para empreendedores. O Centro, ao qual pertence a atual reitora, proíbe que os estudantes se relacionem com o mercado, isto é, criem empresas juniores. Para uma universidade que mantém um entreposto bolivariano, o tal de Iela, a proibição não chega a surpreender. Capitalismo, liberalismo e livre-mercado são expressões condenadas no vocabulário do campus. Viva o marxismo!

Cito a nota divulgada no site do CFH:

Com 553 pessoas credenciadas, entre estudantes técnicos/as e professores/as, e o saguão e galerias do prédio de salas de aula totalmente lotados, a assembleia geral que reuniu nesta quarta, 13 de novembro, a comunidade do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, deliberou, por 329 votos a 160, por não autorizar a criação de empresas juniores no Centro. O voto majoritário foi: “O entendimento desta assembleia geral do CFH é de que as empresas juniores não são coerentes pedagogicamente com o papel da universidade pública. Portanto, a posição desta assembleia é de que não se credencie/autorize a criação de empresas juniores neste centro.”

A assembleia foi o desfecho de um processo de várias semanas de debates chamados pelo Conselho de Unidade e por diversos setores do Centro. Após uma rodada de 

trinta inscrições, em que posições contrárias e favoráveis à criação de EJs no Centro foram defendidas, procedeu-se à votação por meio dos cartões cor-de-rosa recebidos no credenciamento.
Havia um grande número de estudantes de outros centros presentes, o que evidencia a importância da discussão feita no Centro, inédita na UFSC, e da decisão tomada.
O resultado da assembleia, convocada em caráter consultivo pelo Conselho do CFH, será apreciada por este ainda no mês de novembro.

Um comentário:

Leandro Levlavi disse...

Estamos perdidos e o navio está afundando lentamente... O cúmulo do absurdo está ai! O que diria Freud desses psicólogos com fortíssimas tendências esquizofrênicas? Não sei. Temo pelo país, não ao ponto de me desesperar, já que minha dupla cidadania está mais que vigente.