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domingo, 30 de agosto de 2015
A Marcha do (des)Impeachment: Preposto Garantidor da Roubalheira, vulgo PGR, garante que tudo segue bem...
Apenas registrando para a história.
Sem palavras, como se diz nos bons cartoons self-explaining...
Só que não é um cartoon...
Paulo Roberto de Almeida
Ao arquivar ação contra Dilma, Janot aponta ‘inconveniência’ do TSE
Talita Fernandes e Beatriz Bulla - O Estado de S. Paulo
29 Agosto 2015 | 21h 53
Procurador-geral da República recusa investigação que ministro Gilmar Mendes pediu sobre contas da campanha da presidente
Brasília - Em resposta ao pedido
preliminar feito pelo ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para investigar as contas de campanha
da presidente Dilma Rousseff, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, apontou a “inconveniência” de a Justiça e o Ministério Público
Eleitoral se tornarem “protagonistas exagerados do espetáculo da
democracia” e o receio de uma “judicialização extremada”. Para ele, os
atores principais do processo democrático devem ser “candidatos e
eleitores”.
As
declarações constam em despacho do procurador-geral obtido pelo Estado
no qual Rodrigo Janot decide arquivar uma notícia de fato (fase inicial
da investigação) que pede a apuração de eventuais ilicitudes na
contratação da empresa VTBP para a prestação de serviços da campanha
petista.
“Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a
eleição se perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas
de seus cargos e do ônus que lhes sobrevêm, os derrotados devem conhecer
sua situação e se preparar para o próximo pleito”, escreveu Janot,
falando sobre o papel da Justiça eleitoral na “pacificação social”. Em
resposta a Gilmar Mendes, Rodrigo Janot apontou “inconveniência”
de Justiça e MP se tornarem “protagonistas exagerados” e o receio de uma
“judicialização extremada”
No despacho, o procurador-geral da República entendeu que não
era o caso de estender a investigação nem no âmbito eleitoral tampouco
na esfera criminal. A decisão de arquivamento proferida por Janot é de
13 de agosto, dia em que Gilmar Mendes concedeu o primeiro de três
despachos realizados nas últimas três semanas referentes à prestação de
contas de Dilma, caso do qual é relator.
A manifestação de Janot pelo arquivamento, acompanhada da
mensagem a Gilmar Mendes, acontece num momento em que o governo federal
trabalha para evitar que se estabeleça definitivamente no TSE uma nova
via para que a oposição possa impedir a presidente Dilma de concluir seu
mandato.
Após a aprovação com ressalvas das contas de campanha da
presidente, em dezembro do ano passado, o vice-presidente do TSE,
Mendes, fez uma série de encaminhamentos a órgãos competentes por
investigação dos trechos da prestação de contas considerados “com
indícios de irregularidades”.
Entre os órgãos que receberam documentos estavam, além do
Ministério Público, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf), a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU). Em
julgamentos na corte eleitoral e em seus despachos, Gilmar Mendes tem
levantado a suspeita de que a campanha de Dilma teria recebido recursos
desviados da Petrobrás, principal alvo da Operação Lava Jato. Vice-presidente
do TSE, Gilmar Mendes encaminhou trechos da prestação de contas da
campanha de Dilma Rousseff considerados “com indícios de
irregularidades” a órgãos competentesAcordão. Ao ser sabatinado na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira, Janot teve de
responder à oposição sobre um suposto acordo do qual ele faria parte
para preservar a presidente Dilma Rousseff de investigações. Um dos
questionamentos foi feito diretamente pelo presidente nacional do PSDB,
Aécio Neves (MG). Janot negou qualquer tipo de “acordão”.
No documento em que pede o arquivamento, o procurador-geral da
República utiliza dois julgamentos realizados no TSE, ambos de
relatoria de Gilmar Mendes, para dizer que a corte eleitoral tem um
entendimento consolidado de que, após a diplomação do candidato eleito,
não cabe questionamento das contas de campanha.
“Admitir a juntada de documentos em processo de prestação de
conta, após o seu julgamento, seria permitir a ‘eterna’ instrução do
feito, o que não é cabível”, diz um trecho do documento, citando o
julgamento de uma ação, em 2014, que teve o ministro Gilmar Mendes como
relator. Ao entender que não há irregularidade a ser investigada sobre a
prestação de serviços da gráfica à campanha, Janot aponta o receio de
que haja uma “judicialização extremada” da Justiça Eleitoral e usa
trechos de julgamentos relatados por Gilmar Mendes para sustentar a
visão de que a Justiça Eleitoral precisa ser “minimalista”. A
decisão foi assinada por Janot, embora assuntos eleitorais sejam
despachados normalmente pelo vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio
Aragão.
Durante a sabatina de Janot na CCJ do Senado na quarta-feira, o
procurador-geral foi bastante questionado por senadores de oposição
sobre a atuação de Aragão, com insinuações de que o responsável pela
condução dos trâmites eleitorais seria um nome “governista”.
Ao fazer perguntas para Janot, o senador Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB-SP) criticou Aragão, a quem acusou de ter uma atuação
“próxima aos interesses do PT”. Ele disse que o procurador atua com
“dois pesos e duas medidas”
Em resposta, Janot defendeu o colega e afirmou que a atuação
de Aragão tem índice de acerto de mais de 90%, que considera o total de
sugestões do Ministério Público Eleitoral que foram acatadas pelo TSE.
O nome de Janot acabou sendo aprovado na sabatina e, na
sequência, pelo plenário da Casa, o que garantiu sua recondução ao
comando do Ministério Público por mais dois anos. A operação contou com
apoio do PMDB do Senado.
Procurada ontem, a assessoria de Gilmar Mendes declarou que o ministro não iria se pronunciar sobre o assunto.
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