Encerrando o ano prematuramente:
balanço e
perspectivas
Paulo Roberto de Almeida
[Objetivo: fazer balanço de 2019; finalidade: prestar contas a mim mesmo]
Normalmente, eu aguardo
até o último dia do ano para encerrar minha lista de trabalhos originais (a de
publicados permanece aberta porque alguns trabalhos acabam se atrasando
naturalmente). Este ano, por motivo de viagem e leituras não concluídas, vou
fechar mais cedo, por este mesmo, aproveitando para fazer um balanço
quantitativo, ou seja, volumétrico, e também qualitativo, da produção acumulada
ao longo do ano. Vale dizer, antes de mais nada, que a listagem de trabalhos
“originais” que elaboro sistematicamente, sequencialmente, não significa o
total de textos produzidos no período, apenas aqueles trabalhos com começo,
meio e fim, que recebem uma avaliação de “concluídos”, e que portanto são
numerados e registrados. Muitos outros trabalhos permanecem não concluídos, ou
não são considerados partes da produção própria, ou seja, aquela que merece a
classificação de “original”. Estão nessa categoria vários textos de caráter
ordinário, feitos no âmbito do trabalho, ou das aulas, que podem merecer alguma
reelaboração posterior, segundo os velhos princípios de Lavoisier.
Diferente é a lista dos
Publicados, necessariamente menor, pois compreende apenas aqueles textos que
aparecem em formato impresso ou digital, mas que recebem o apoio de algum
veículo ou suporte possuindo ISBN (livros) ou ISSN (revistas). Não entram,
portanto, nessa categoria todos aqueles trabalhos originais que eu mesmo
divulgo em meu blog, ou que são distribuídos em caráter particular, que podem,
ou não, possuir o título de originais (acabados), mas que algumas vezes não
são, sendo apenas rascunhos preparatórios a futuros trabalhos (que podem acabar
nem se materializando).
Tenho uma lista enorme de
pastas, sob diferentes títulos, que podem ser cobertos pela alcunha geral de
“working files”, que poderão, ou não, se transformar, algum dia, em trabalhos
originais e serem mesmo objeto de publicação formal. Mas, isso fica entregue ao
acaso, e o que vale, concretamente, é ocupar-se dos trabalhos finalizados e dos
publicados. Vou tentar fazer isso agora, para encerrar o ano com tudo
organizado.
Vejamos, comecei o ano,
segundo a lista de trabalhos, pelo número 3.223 e estou terminando este ano por
este mesmo trabalho, de número 3.386, ou seja, 163 trabalhos, o que significa
13,5 trabalhos por mês, ou um trabalho a cada 2,2 dias, mais ou menos no mesmo
ritmo dos anos anteriores. Fiz o que eu tinha de fazer, e muitos outros
trabalhos que nem planejava fazer, mas deixei seis ou sete no pipeline, entre
eles duas obrigações assumidas e ainda não cumpridas sequer pela metade. Foram
algo equivalente a 1.200 páginas escritas (existem trabalhos em Power Point),
ou 105 páginas por mês, ou mais de 3 páginas por dia.
Se passo agora para a
lista de publicados (o que não diz que todos os trabalhos foram produzidos em
2018), registro o primeiro trabalho publicado sob número 1.273 e o mais recente
sob número 1.298, ou seja, 25 trabalhos publicados, ou mais de 2 por mês, entre
livros e artigos.
No plano substantivo, o
que posso destacar é a publicação de um livro com os artigos de Roberto Campos
sobre o processo constitucional, e a colaboração na edição dos escritos de
Celso Lafer, ademais de duas aulas na ESG-Brasília e a elaboração de um artigo
sobre Hipólito da Costa como primeiro estadista do Brasil, publicado no número
inaugural da revista 200, sobre o bicentenário, editada por Carlos Henrique
Cardim. Vou publicar ambas lista de trabalhos em meu blog ou nas plataformas
acadêmicas que mais utilizo, além de meu próprio site obviamente.
Ainda assim, deixei vários
outros trabalhos pendentes, como vou relacionar aqui agora, para reforçar minha
inadimplência:
Artigos para preparar:
1)
“Historiografia
da política externa brasileira: da redemocratização à redefinição política
(1985-2018)”; para seminário de Historiografia da PExtBr (22/11/2018)
2) “Diplomacia e pensamento econômico no
Brasil: a era militar”, texto de exame
global do pensamento econômico da diplomacia brasileira durante o regime
militar, para o Projeto PDB-1964-1985.
3) “A ordem internacional e o progresso da
nação: as relações econômicas internacionais do Brasil na era republicana
(1889-1944)”; volume 2 da trilogia.
4) “Perspectivas para a política externa nos
próximos anos”; percepções sobre a direção da política externa brasileira a
partir de 2019.
5) “Pensamento econômico e social
brasileiro e política externa, 1930-1970”.
6) “Relações
Econômicas internacionais em perspectiva histórica”, livro para a Prismas.
7) “História do
direito internacional no Brasil: entre universalismo, localismo e identidades”.
Organizador: George Galindo.
8) “Os 14 pontos
de Woodrow Wilson, cem anos depois”; ensaio examinando cada uma das propostas
apresentadas em janeiro de 1918 pelo presidente americano Woodrow Wilson, como
suas contribuições ao processo de paz que deveria se iniciar após o término da
Grande Guerra, e que de fato foram examinadas e praticamente descartadas nas
negociações de Paris, após o armistício de novembro daquele ano.
A existência de muitos
trabalhos não concluídos, e outros por concluir desde muito tempo, se deve à
dispersão em atividades de menor importância relativa, como a participação em
redes de comunicação social, o que está sendo contornado pelo abandono do que
não é essencial ou prioritário. Em 2019, pretendo concentrar-me em alguns
trabalhos essenciais, como a terceira edição da obra O Itamaraty na Cultura Brasileira, um possível livro em homenagem a
José Guilherme Merquior, e a retomada de meu segundo volume sobre a história da
diplomacia econômica no Brasil, agora no período 1889-1944, talvez já elaborado
a 2/3 do conteúdo.
Provavelmente, teremos
mudanças importantes no decorrer de 2019, tanto no Itamaraty quanto no Brasil,
de forma geral, sendo que não consigo imaginar, neste momento, seus impactos
sobre meu trabalho e sobre minha produção intelectual. A partir de meados de
janeiro, possivelmente, teremos uma ideia mais clara sobre os desenvolvimentos
futuros. Até lá, só me resta desejar um bom final de ano a todos os meus
leitores, e um excelente novo ano.
Oportunamente, notificarei
sobre a postagem das duas listas de trabalhos, os originais e os publicados. Até
lá...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 26 de dezembro de 2018
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