Quem é, e quem não é, liberal no Brasil
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de setembro de 2017 (mas ainda válido...)
[Esclarecendo certos pontos e posturas; separar o joio do trigo]
Nos últimos meses tenho assistindo a um debate caótico, em grande medida motivado pela Grande Divisão provocada pelos companheiros e seus aliados no Brasil, na sequência da Grande Destruição que eles provocaram na economia, e da desmoralização de diversas instituições públicas (não só o Executivo, mas os outros dois poderes também), pela absoluta degenerescência moral incitada pela organização criminosa que tomou o Brasil de assalto a partir de 2003, e causa-me espécie a confusão mental que ainda reina sobre quem é, ou quem não é liberal no Brasil, ou seja, o contrário de TUDO o que está aí, atualmente.
Por isso resolvi escrever um pequeno guia para tentar esclarecer certas coisas:
Quem é, e quem não é, liberal no Brasil:
Quatro coisas que eu aprendi sobre quem NÃO é liberal no Brasil:
1) Não basta ser contra a organização criminosa que assaltou o poder, os cofres, as empresas públicas e privadas, a população como um todo, entre 2003 e 2016 no Brasil, para se proclamar liberal;
2) Não vale ter saudades do regime militar, como se ele fosse impoluto, livre de corrupção, apreciador da lei e da ordem, mas ao mesmo tempo sustentador de um Estado forte, protecionista, intervencionista, dirigista, para se proclamar liberal;
3) Não adianta ser a favor do armamento geral da população – como se essa fosse a resposta para problemas de segurança pública –, ser contra o aborto e a favor da vida – como se isso fosse interromper as centenas de milhares de abortos clandestinos, geralmente de alto risco para adolescentes pobres –, ser contra a "arte degenerada", ou supostamente esquerdista, para achar que isso é ser contra o Estado esquerdista;
4) Achar que fascistas são "esquerdistas", ou vice-versa – como se isso fizesse alguma diferença em termos práticos –, ou que conservadores também são "liberais", ou que islâmicos em geral são todos sustentadores da jihad contra os valores ocidentais, potenciais apoiadores de terroristas islâmicos, ou proclamar as virtudes excelsas da religião cristã, para que tudo isso signifique estar do lado dos liberais no Brasil.
Infelizmente, faltam bases intelectuais ao movimento liberal no Brasil, mas o fato é que verdadeiros liberais são pelo laissez-faire, pelo Estado mínimo, pelo máximo de liberdades econômicas possível, pela tolerância radical em relação a crenças e questões de ordem moral, pelo progresso contínuo das instituições e mecanismos da vida em sociedade, por meio de reformas tendentes à afirmação das liberdades individuais e da iniciativa privada, dos mercados livres, e sobretudo pela defesa intransigente, ativa, dos valores e princípios da democracia e dos direitos humanos.
Acho que muita gente precisa aprender o que é ser verdadeiramente liberal, o que julgo que ainda vai ocorrer no Brasil.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de setembro de 2017
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