sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Ser diplomata: uma longa digressão - Paulo Roberto de Almeida

 Hoje, 7/08/2020, um futuro mestrando no Uniceub, onde dou aulas desde 2004 (com algumas interrupções por saídas na carreira), fez referência a um antigo texto meu sobre a condição de diplomata, do qual eu tinha esquecido completamente. Fui reler, e acho que ainda é válido no essencial, embora eu tivesse outras coisas a acrescentar, depois de um longo limbo na carreira, sob o lulopetismo (de 2003 a 2016) e de uma nova travessia no deserto que teve início sob o bolsonarismo e sua antidiplomacia, que não sei quanto tempo vai durar.
Eu não mudei, embora as circunstâncias tenham mudado. Por isso, posto novamente meu texto de 2006, com o acréscimo dos comentários, que também são instrutivos para todos aqueles que já são ou para todos aqueles que pretendem ser diplomatas. 
Apenas registro que diplomatas, ou candidatos à carreira, não devem necessariamente fazer o que eu faço: ser anarquista cultural, antihierárquico e rebelde na carreira não são dados a todos, pois tudo tem um custo, e é preciso assumir suas responsabilidades. Continuo em meu quilombo de resistência intelectual contra ventos e marés, contra a destruição da inteligência, contra os autoritários e oportunistas.
Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 7/08/2020


1023) Ser diplomata: para os candidatos à carreira

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um correspondente interessado na carreira  diplomática escreveu-me hoje, 7/02/2009, para dizer que tinha se sentido inspirado por um texto meu, de quase três anos atrás, do qual eu sequer me lembrava mais. 
Como pode eventualmente interessar a outros, e como ele tinha sido apenas objeto de palestra e divulgação muito discreta em meu site pessoal, acredito que uma nova transcrição facilite o conhecimento e a leitura por um número maior de eventuais interessados na carreira.
Eis a ficha do trabalho, seguida do próprio:
1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006.


O Ser Diplomata
Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional

Paulo Roberto de Almeida
Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais,
na vertente diplomacia, para palestra em 4 de maio de 2006 na embaixada de Portugal
(Ciclo de Debates da Pacta Consultoria, Brasília, dia 4/05, às 19h30).


1) Não se é diplomata, acredito, como se é economista, ou advogado, ou médico. Nós, diplomatas, não pertencemos a nenhuma guilda medieval, a nenhuma corporação de ofício, a nenhuma ordem feita de requisitos estanques, ainda que muitos nos comparem a uma casta, ou a um estamento social, numa acepção bem mais difusa deste conceito weberiano. Ou seja, ser diplomata não é simplesmente uma questão de profissão; é uma vocação, uma questão de status, quase que uma missão, o chamado calling, examinado por Weber em seu famoso estudo sobre a ética protestante e o espírito do capitalismo.
2) Ser diplomata não é apenas uma questão de nomadismo, de gostar de viajar ou de viver fora do país; ser diplomata é ser, antes de mais nada, um ser com raízes na sua terra, um servidor público na acepção mais completa dessa palavra, um funcionário do Estado, antes que de um governo e, como tal, estar identificado com a nação ou com a sociedade da qual se emergiu, na qual nos formamos e para a qual desejamos legar uma situação melhor do que aquela que recebemos de nossos pais e antecessores.
3) Ser diplomata não resulta, simplesmente, de um treinamento ad hoc, adquirido num desses cursinhos preparatórios de seis meses ou um ano, feitos de muita decoreba, alguma simulação para os exames e uma leitura sôfrega da bibliografia recomendada, por mais que ela seja ampla. Ser diplomata resulta de uma preparação de longo curso, adquirida no contato constante com uma cultura superior à da média da sociedade, no cultivo da leitura descompromissada com a aquisição de qualquer saber instrumental, resulta da curiosidade atemporal por todas as culturas e sociedades, passadas ou presentes e, sobretudo, da contemplação ativa da realidade, daquilo que um dramaturgo brasileiro famoso, Nelson Rodrigues, chamava de “a vida como ela é”.
4) Ser diplomata não é estar ou viver obcecado pela diplomacia, fazer dessa atividade o seu último ou supremo objetivo de vida, a sua única ocupação possível ou imaginável, sem outros afazeres ou hobbies. Ser diplomata, ser um bom diplomata significa, também, fazer algo mais no seu itinerário de vida, ter uma outra ocupação, uma distração, um divertissement, ou hobby, outras obsessões e amores na existência, de maneira a poder enfrentar a diversidade da vida, inclusive os altos e baixos da própria diplomacia, quando descobrimos que nem todo diplomata é exatamente um diplomata, naquela acepção que emprestamos ao termo. Ser um bom diplomata é se ver imaginando que, “se eu não fosse diplomata, o que mais, exatamente, eu gostaria de ser?; de onde mais eu poderia tirar motivos de satisfação, aonde mais eu poderia colaborar, com pleno gosto, com a sociedade na qual me formei, no país onde vivo?”. Se soubermos bem responder a esta questão, “o que eu faria se não fosse diplomata?”, já se tem meio caminho andado para ser um bom diplomata...
5) Ser diplomata é saber se colocar acima das paixões e dos modismos do presente, transcender interesses políticos conjunturais, em favor de uma visão de mais longo prazo, afastar posições partidárias ou de grupos e movimentos com inserção parcial ou setorial na sociedade, em favor de uma visão nacional e uma perspectiva de mais longo prazo. Significa, sobretudo, contrapor às preferências ideológicas pessoais, ou de grupos momentaneamente dominantes, ou dirigentes, uma noção clara do que sejam os interesses nacionais permanentes.

Muito bem, uma vez dito o que acabo de expor, o que mais eu poderia dizer a vocês, ávidos de uma legítima curiosidade sobre os segredos da carreira diplomática, sobre o que é ser diplomata, enquanto profissão, enquanto vocação?
É claro que tudo começa em poder ser diplomata, em poder ingressar na carreira, em passar pelo crivo dos exames de entrada, dos requisitos de desempenho na soleira da profissão, ou seja, ultrapassar a porteira da entrada do concurso público: aberto, secreto, universal (ou quase).
Para isso, minha primeira e principal recomendação seria: pense numa preparação de longo curso, de longue haleine, diriam os franceses. E, sobretudo, pensem numa formação essencialmente autodidata. Isto por uma razão muito simples: por melhor que seja um curso universitário, e certamente existem dos bons, dos maus e dos feios, as “faculdades Tabajara”, como dizemos, por melhores que sejam esses cursos, eles nunca vão dar a vocês tudo aquilo de que vocês necessitam para entrar e para ser, já não digo um diplomata prêmio Nobel, mas um bom diplomata, de primeira linha. Quem vai prover o essencial da formação de vocês, são vocês mesmos, é o esforço individual, é o empenho pessoal no auto-aperfeiçoamento, no estudo voluntário, na pesquisa constante.
Em segundo lugar, eu diria que o recomendável seria ter a diplomacia como uma aspiração e, ao mesmo tempo, preparar-se para uma profissão “normal” – não que a diplomacia seja “anormal”, mas ela é relativamente excepcional, só uns poucos são chamados a exercê-la e seria uma pena que todos os demais, não chamados a servir o país nessa área, vivam uma existência de adultos frustrados, de profissionais desgostosos com o que foram levados a trabalhar. Por isso, eu colocaria a diplomacia numa espécie de Gólgota algo inatingível, uma montanha escarpada à qual se ascende com certo sacrifício pessoal (em alguns casos familiar, também), uma recompensa depois de muita labuta. Profissionais que já conheceram experiências diversas na vida civil costumam fazer bons diplomatas; o que não quer dizer que aqueles jovens saídos dos bancos universitários diretamente para a carreira não façam, ou não sejam, bons diplomatas; ao contrário: bem vocacionados, eles farão tudo o que estiver ao seu alcance para bem servir ao Estado e à nação. Mas, alguém dotado de competências outras que não as simples artes diplomáticas – que são as da representação, da informação e da negociação, todos sabem – alguém assim saberá servir ao país com vários outros instrumentos e ferramentas adquiridos na vida prática, seja na veterinária, na engenharia, na agronomia, na economia doméstica ou no corte e costura, whatever...
Em terceiro lugar, eu diria que existem muitas formas de trabalho profissional e de expressão individual dentro das relações internacionais, dentro e fora da diplomacia, estrito senso. Existe a diplomacia empresarial, existe uma diplomacia do agronegócio, uma diplomacia das ONGs, dos jogadores de futebol – hoje um dos principais itens de exportação da pauta brasileira –, assim como existe uma diplomacia na própria academia, mas ela costuma ser das mais chatas, com suas vaidades e torres de marfim. Tudo é uma questão de competência e de dedicação. Sendo competentes na atividade que escolheram e estando contentes no desempenho quiçá temporário daquilo que estão fazendo, vocês serão felizes na vida, farão os outros felizes, e lutarão, talvez, pelo ingresso na carreira com a tranqüilidade que um exame desse tipo requer, não com o desespero ou a obsessão de uma batalha de vida ou morte. Sejam competentes e desempenhem as tarefas nas quais se encontram engajados e vocês já serão bons diplomatas, em qualquer hipótese e em qualquer profissão onde estiverem efetivamente colocados.
Minha mensagem central é justamente esta: o diplomata já é um ser realizado na vida, feliz consigo mesmo, confiante em seus estudos e em sua capacidade; conhecedor do mundo, mesmo que nunca tenha viajado de avião; curioso de todas as artes, mesmo que tenha estacionado num escritório durante vários anos; crítico dos seus professores, mesmo que nunca tenha ousado contestá-los em classe; anotador de livros; recortador de notícias de jornal e de páginas de revista; invasor de bibliotecas; delinqüente reincidente na arte de ler livros em livrarias – o que eu já fiz milhares de vezes –, enfim, uma pessoa totalmente à vontade nas artes do impossível e apaixonada por novos desafios.
Se vocês são um pouco assim, mesmo de forma distraída, desajeitada, totalmente sbagliatta, como diriam os italianos, se vocês também acham que sabem mais do que o chefe, então vocês já são diplomatas, só falta agora ingressar na carreira. Mas isso é uma mera formalidade.

Por fim, e termino aqui esta preleção, caberia abordar a carreira pelo lado prático: uma vez dentro da diplomacia, o que fazer exatamente? Ao lado, das missões clássicas, e tradicionais, do diplomata – que são as de informar, representar e negociar, sobre as quais não me estenderei por sua obviedade elementar –, existem aqueles que acreditam que o diplomata deve igualmente participar de uma espécie de projeto nacional, e aí sua missão seria, não apenas participar e contribuir para o processo de desenvolvimento do país, mas também engajar-se ativamente na transformação do mundo, de maneira a que este sirva, de maneira mais adequada, aos objetivos nacionais de desenvolvimento.
Sou cético quanto a essa extensão indevida das funções do diplomata, ainda que eu reconheça que nossas capacidades analíticas e por vezes executivas possam ser tão boas quanto as de qualquer especialista em políticas públicas. Defendo que o diplomata seja excelente nas suas funções tradicionais e, se possível, agregue valor ao seu trabalho pela dedicação paralela a atividades de pesquisa, similares, em grande medida, às que são conduzidas no âmbito da academia. Existe, obviamente, grande interface e uma notável similitude de métodos entre o trabalho acadêmico e o diplomático, naquilo que se refere à elaboração de estudos, position papers, diagnósticos de situação, reflexões prospectivas e tudo o mais que possa identificar-se com o processamento de informações. O diplomata, contudo, à diferença do seu colega de academia, não se limita a processar informações, ele as utiliza para elaborar posições negociadoras, para propor posturas práticas que o seu país deva assumir nos foros mundiais, nas relações bilaterais, nos desafios do sistema internacional.
Em determinadas instâncias negociadoras, o diplomata pode até ficar, no terreno de batalha, sem instruções precisas da capital quanto a que atitude adotar. Ele deverá portanto contar com todo o seu tirocínio e conhecimento do problema em causa, de molde a poder defender o interesse nacional da melhor forma possível. Na capital, ele deverá, na elaboração de posições, mobilizar todos os recursos técnicos e humanos de diferentes agências governamentais e alguns até privados, de maneira a extrair, na postura negociadora, o máximo de benefícios para o país num determinado contexto negociador.
Em última instância, a matéria-prima essencial do diplomata é a inteligência, e isso não depende de nenhuma fonte externa, mas de sua própria capacidade em acolher todo tipo de conhecimento e colocar essa informação a serviço de seu país.
Abraçando a carreira diplomática, vocês abordam uma carreira aberta sobretudo à inteligência. Cada um deve confiar em sua própria capacidade de trabalho e abrir-se o tempo todo a novos conhecimentos.
Muito obrigado...

Vôo São Paulo-Brasília (Gol 1778), 2 maio 2006, 4 p.
Revisão em 4.05.06. (1591).


8 comentários:

  1. Brilhante abordagem, reveladora de maturidade profissional, discernimento, equilíbrio e absoluta consciência do que é exercer a diplomacia. Acrescento mais, ser diplomata é um caso de amor ao nosso país; de exercício de um patriotismo tão necessário para a formação do conceito de cidadania que se tem hodiernamente. Acredito que seja uma verdadeira história de amor e vontade instigante de vê-lo entre as grandes nações. Uma vontade que nos move, mesmo que talvez não possamos ver ele chegar exatamente onde queremos. Mas nossos filhos, netos com certeza poderão ver e, aí eles saberão que nós contribuímos de alguma forma para o alcance deste feito. Este texto simples revela o respeito que o senhor tem a nós, aspirantes, sonhadores e guerreiros nesta empreitada que é o acesso. Bem se vê sua grandiosidade e em que se baseia seus valores no incentivo de jovens a esta carreira... Parabéns !!!!
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  2. Concordo plenamente com o que disse a colega Xxxx Xxxxxx.
    Tenho esses mesmos sentimentos à respeito dessa maravilhosa [e tão sonhada] profissão.
    Seus escritos são fantásticos, Sr PRA!!! Estão sendo de enorme utilidade para mim que sou estudante [graduações de Ciências Sociais e Relações Internacionais].

    Abraço!
    Responder
  3. Por favor, continue falando sobre o tema, que sempre terei muito interesse em ler. E obrigada pelas informações.
    Responder
  4. Não diretamente conectado a este post recuperado, mas referindo-se a meu site de modo geral e à seção sobre a carreira diplomática de modo especial, acabo recebendo, através do formulário de contato de meu site, comentários elogiosos sobre os materiais postados e, aparentemente, muito lidos pelos candidatos à carreira diplomática.
    Abaixo, uma das muitas mensagens que recebi nesta fase de preparativos para o próximo concurso do Rio Branco, e que estimula o vigor competitivo em muitos jovens.
    Suprimi o nome completo do missivista, por uma simples questao prática, e talvez de segurança. Abaixo do comentário transcrito, vai minha resposta bilateral.
    PRA

    Nome: CLAUDIA XXXXXX XXXX
    Cidade: XXXXX
    Estado: XX
    Email: xxxxxx@xxx.xxx
    Assunto: Sem assunto
    Mensagem: Elogio. É isso que quero fazer a você ! E porquê não há esta palavra na lista de opções de \"assunto\" ? Você não se acha merecedor de um elogio ? Ou esta opção pareceria um pouco pretenciosa de sua parte ?... Pois lhe digo.. você merece sim um elogio...Dr. Paulo Roberto.. seu site é inspirador, autêntico e rico. Sua entrevista com você mesmo é de uma clareza e autênticidade que nos faz pensar em nossas próprias vidas.. Vou prestar o concurso do IRB este ano e estava buscando mais informações sobre o dia-a-dia de um diplomata e seu site foi fundamental pois, também sou professora, e pensava que ao ser diplomata teria que abrir mão da área acadêmica. Engano enorme.

    Muito obrigada pelos seus ensinamentos... e pode ter a certeza... se na sua lápide estiver escrita \"multiplicador de conhecimentos\"...vou assinar embaixo... \"Sim ! Ele me ensinou !
    Abraços !
    Sucesso nas relações humanas ! Pq no resto você já é.
    Cláudia X. Xxxx

    Meus comentários em resposta:

    Claudia,
    Muito obrigado pelas belas palavras, que muito me estimulam a continuar labutando, madrugada adentro, em temas que nao sao propriamente "alimentares" -- posto que correspondendo a uma atividade "secundaria", ou puramente voluntaria -- mas que aparentemente contribuem para o enriquecimento intelectual dos mais jovens e o estimulo a que eles tambem se dediquem ao estudo e à pesquisa.
    As tentativas de ingresso na carreira representam justamente isso: a necessidade de muito estudo, o que sempre será util a todos e a cada um, mesmo quando nao expressamente vinculados aos exames de ingresso, ou quando este nao foram coroados de exito, o que obviamente nao deveria frustrar ninguem, pois a preparacao e o aprofundamento intelectual estao garantidos.
    Tenho tentado transmitir essas ideias aos jovens.
    Quanto à sugestao de uma secao "Elogio", sinceramente nao creio apropriado. Nao costumo ser narcisista, ainda que todos possamos ter como fraqueza individual uma certa vaidade propria. Fico apenas contente de poder ser util a outros, e sobretudo de poder devolver à sociedade aquilo que dela recebi, outrora, como presente mais precioso: uma escola publica de qualidade, que me formou, parcialmente, e me preparou para ser aquilo que sou hoje, um cidadao bem formado e bem informado. Muito foi meu proprio esforco individual, mas tambem credito minha preparacao inicial à escola publica de qualidade, o que, infelizmente, ja nao mais existe. Faco voto, e esforços, para que essa realidade volte, no futuro, para que tantos jovens de recursos modestos como eu tenham chances reais na vida.
    O abraco do
    -------------
    Paulo Roberto de Almeida
    pralmeida@mac.com www.pralmeida.org 
    http://diplomatizzando.blogspot.com/
    Responder
  5. Agradeço pela publicação do texto. Sou professor de inglês e francês e tento há alguns anos passar no concurso. Sinto-me, pela primeira vez, tranquilo e sereno para realizar a prova. Pretendo continuar dando aulas em BSB e suas palavras confirmam tudo que sempre pensei sobre a carreira.
    Grato
    Responder
  6. Olá!
    Seu blog é no minimo um das melhores leituras para quem se interessa por relações internacionais!
    Parabéns! E obrigada por disponibilizar para nós, aspirantes, informações tão essenciais!
    Tenho uma duvida sobre a carreira que só voce pode me responder:
    Sou descendente de Italianos e a minha mae está pedindo nossa cidadania.
    Pra mim, ter a dupla cidadania seria ótimo pois poderia excluir os vistos nas futuras viagens... só. Até que ponto ter a dupla cidadania interferiria na aprovação no concurso Rio Branco, ou até mesmo na profissão?
    Obrigada
    Xxxxx
    Responder
  7. Xxxxx,
    Desconheço (e acredito que nao exista, objetivamente) qualquer impedimento a que um brasileiro que dispoe de dupla nacionalidade venha a servir como diplomata. A nacionalidade é um direito de todo e qualquer cidadão, ou súdito, de um determinado Estado ou nação, e um atributo de um Estado particular, e um indivíduo pode, no maximo, renunciar a uma nacionalidade, tornando-se apatrida, ou a uma dupla nacionalidade, ficando com outra.
    Mas, nao deve existir objeção a que ele sirva um Estado que o reconhece plenamente como cidadao.
    Responder

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