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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A "guerra cambial" do ministro Mantega (2): atirando no mensageiro...

Mais uma do ministro Mantega: se ao menos ele fizesse o seu dever no plano fiscal, já seria uma grande coisa.
Fica brincando de comprar dólares e acha que taxar alguns fluxos vai resolver o problema.
Não vai!
Por que nao se dedica ao que tem de fazer de verdade?
Combater o déficit fiscal, reduzir as despesas públicas e permitir assim a redução da taxa de juros do mercado doméstico.
Bastava fazer isso. Aliás o seu dever...
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Paulo Roberto Almeida

Governo eleva IOF sobre capital estrangeiro em renda fixa a 6%
Francisco Carlos de Assis e Adriana Fernandes
Agência Estado, 19.10.2010

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na noite desta segunda-feira, 18, duas novas medidas com o objetivo de atenuar a pressão cambial sobre o real. Uma delas é o aumento de 4% para 6% da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos externos em renda fixa e a outra medida é a elevação do IOF para o recolhimento de margem na BM&FBovespa dos atuais 0,38% para 6%. “O que queremos é diminuir o apetite dos aplicadores estrangeiros de curto prazo. Aqueles que vêm aplicar de dois a três anos pagarão o IOF, mas não devem parar de investir no Brasil”, afirmou o ministro.

As novas medidas cambiais não vão afetar os investimentos estrangeiros para compra de ações, que continuam sujeitos a uma alíquota de IOF de 2%. “Isso (as medidas) não abrangem, por exemplo, as compras de ações. A compra de ações não foi mexida na mudança passada e continua em 2% como era antigamente”, afirmou Mantega.

Mantega disse que o estoque do volume de margem na BM&Bovespa é de US$ 20 bilhões e que esse montante pode lastrear US$ 200 bilhões. “Veja a taxa de alavancagem!”, destacou o ministro, ao justificar a razão de estar elevando para 6% a alíquota do IOF sobre o recolhimento de margens.

Ele disse acreditar que essas medidas surtirão efeito, contudo não descartou a possibilidade de novas medidas caso seja necessário. Mantega destacou que é importante aguardar os resultados das medidas anunciadas esta noite e explicou que o governo pretende dosar as medidas até porque não há interesse em prejudicar os investimentos estrangeiros diretos. “Queremos atenuar o excesso de variações. O que vai acontecer com o câmbio não sei dizer porque não faço projeções cambiais”, disse.

O ministro disse que há um apetite muito grande da parte dos investidores estrangeiros e que só no mês passado entraram no País US$ 16 bilhões, e adiantou que na última semana houve um forte ingresso de capital estrangeiro, mas sem citar números. O ministro adiantou ainda que nas conversas na semana passada, em Washington, percebeu que há um número significativo de grandes fundos estrangeiros querendo desembarcar no Brasil. “Para fazermos o moderador de apetite estamos avisando que quem vier investir no Brasil vai ganhar menos e que deve olhar também para outros países”, comentou, dando como exemplo a Austrália.

Mantega voltou a enfatizar a necessidade de uma ação coordenada para combater a guerra cambial no mundo. “Eu desnudei esse tema. Tirei o véu da guerra cambial, agora estamos fazendo uma ação coordenada de vários países porque se cada um tomar uma medida individual, os EUA continuarão emitindo e a China desvalorizando a sua moeda e fica todo mundo na mesma situação”, afirmou.

Diário oficial
A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou em Brasília que as novas medidas anunciadas hoje pelo ministro Guido Mantega entrarão em vigor nesta terça-feira se o decreto estiver publicado no Diário Oficial da União. A assessoria admitiu, no entanto, que não há certeza até o momento se haverá tempo hábil para a publicação no Diário Oficial desta terça.

A "guerra cambial" do ministro Mantega (1): primeiro round, sem resultados...

Quem acredita em "coordenacao de políticas econômicas" nacionais, acredita também em duendes e outros seres fantásticos. Isso não existe. Cada país pratica a política de sua melhor conveniência. A China efetivamente manipula a sua moeda, para fins exclusivamente nacionais, que sao os de produzir emprego, renda e riqueza. Ao fazer isso, porem, ela deixa a sua população menos rica (não mais pobre) do que ela poderia ser, dado o tremendo sucesso de sua política de criar empregos, renda e riqueza. É uma escolha, tão legítima quanto qualquer outra.
Quanto ao Brasil, a sua moeda vai continuar se valorizando, e o culpado é o proprio governo, pois é ele quem atrai capitais, ao manter essas taxas de juros excessivamente elevadas. O acumulo inutil e absurdo de reservas representa um custo tao alto quanto a cobertura do deficit da previdencia, o que em si já é um absurdo.
Bastaria o governo controlar os seus gastos, diminuir os seus deficits, para evitar o pagamento desses juros absurdos da divida.
Nao adianta nada ficar comprando dolares, pois eles vao continuar entrando.
Ou seja, a China faz aquilo que ela considera ser melhor para sua populacao.
Nos fazemos o que interessa aos especuladores dos mercados de capitais. Uma irracionalidade completa.
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Paulo Roberto Almeida

Reunião do FMI termina sem acordo para resolver 'guerra cambial'

Nenhum país envolvido sinalizou mudanças de curto prazo em políticas; tema será retomado em encontro em Seul no mês que vem

Depois de três dias de intensas discussões entre ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais, a reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial terminou neste domingo, em Washington, sem perspectivas de solução para os desequilíbrios cambiais entre os países.

Apesar das manifestações sobre a necessidade de uma ação global coordenada para resolver o conflito em vez de medidas individuais, nenhum dos envolvidos demonstrou sinais de que mudará suas políticas no curto prazo, e o encontro chegou ao fim sem um acordo prático sobre a questão cambial.

O tema será retomado no próximo mês, quando líderes do G20 (grupo das principais economias avançadas e em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte) se reúnem em Seul, na Coreia do Sul, mas também nesse encontro a expectativa de um acordo que solucione o problema é baixa.

Os dois principais atores no conflito, Estados Unidos e China, já sinalizaram que não pretendem mudar de postura, e a chamada "guerra cambial" - expressão usada inicialmente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que acabou ganhando atenção mundial - não deve acabar tão cedo.

China e Estados Unidos
Os Estados Unidos mantiveram no encontro de Washington sua pressão para que a China permita a valorização de sua moeda, o yuan. O governo americano, assim como outros países, acusa os chineses de manter sua moeda artificialmente desvalorizada, ganhando assim competitividade considerada "desleal" em suas exportações.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, não citou a China diretamente, mas criticou o desequilíbrio na balança comercial ao falar de países que, "por muito tempo, orientaram suas economias à produção para exportação em detrimento do consumo doméstico, contando com os Estados Unidos para importar bens e serviços" e disse que é crucial que "as principais economias emergentes" adotem uma taxa de câmbio mais flexível.

A China, porém, resiste às pressões e diz que mudanças ocorrerão de forma "gradual", sem mencionar prazos. O representante do país na reunião em Washington, Zhou Xiaochuan, rebateu as críticas e disse que o superávit comercial caiu e a moeda chinesa "teve apreciação moderada" nos últimos meses.

Os Estados Unidos, por sua vez, foram o principal alvo de críticas de países como o Brasil nas discussões sobre os desequilíbrios cambiais.

"Hoje o desequilíbrio mais importante é a expansão monetária norte-americana, usada para combater o baixo crescimento e o desemprego ainda elevado nos Estados Unidos", disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

"Isso é a grande injeção de liquidez na economia internacional, não é o acúmulo de reservas dos emergentes que vai assumir essa responsabilidade", afirmou.

No entanto, apesar das pressões, não há sinais de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pretenda parar de emitir dinheiro no curto prazo.

Brasil
Nesse cenário, espera-se que grandes fluxos de capital estrangeiro continuem a inundar mercados emergentes, como o Brasil, onde a alta taxa de juros é um dos motivos de atração dos investidores externos, já que em muitos países avançados essas taxas estão próximas de zero.

Em uma reunião no domingo, Philip Suttle, o economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), entidade que reúne os grandes bancos globais, deu seu recado aos emergentes: "Acostumem-se com taxas de câmbio mais fortes".

Segundo Suttle, o mundo pós-crise está diferente, com as economias maduras em situação menos favorável que as emergentes.

O fluxo excessivo de capitais, porém, pode causar estragos nas economias emergentes. No Brasil, por exemplo, vem forçando a alta do real frente ao dólar, o que é motivo de preocupação para o governo e os exportadores nacionais.

Na semana passada, o governo anunciou o aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para aplicações de estrangeiros no mercado de renda fixa, em uma tentativa de conter a entrada excessiva de capital estrangeiro e aliviar as pressões sobre o real.

Proteção

Apesar de adotar o discurso corrente na reunião do FMI de que é necessária uma ação global, o Brasil já avisou que vai continuar tomando medidas unilaterais para se proteger da "guerra cambial".

"Trabalhamos em um âmbito global, achamos que a solução passa certamente por uma discussão global, mas independentemente disso, o Brasil toma as suas providências para proteger a sua economia", disse o presidente do Banco Central.

Meirelles afirmou que o Brasil não vai aceitar "importar desequilíbrios de outros países" que coloquem em risco o bom momento da economia brasileira.

Diante desse impasse, o único compromisso resultante da reunião em Washington foi o de que o FMI irá reforçar a supervisão do sistema financeiro internacional e fará relatórios sobre os impactos que medidas cambiais e fiscais de cada país podem ter sobre outras economias.

Sobre a tão mencionada necessidade de ação coordenada, porém, não houve avanços.

Brazilian Foreign Policy - Jaime Daremblum

Brazil's Post-Lula Foreign Policy
By Jaime Daremblum
Real Clear World, October 18, 2010

On October 31, Brazilians will elect a successor to President Lula da Silva, who is set to leave office with sky-high approval ratings and a record of historic domestic achievements. Under his watch, the country's poverty rate has plunged, and millions of Brazilians have entered the middle class, thanks in large part to the expansion of a cash-transfer program known as Bolsa Família. This year, Brazil's economy will grow by over 7 percent.

It is easy to see why Lula has become the most popular president in Brazilian history, and it is easy to see why either of his potential successors - Dilma Rousseff of the Workers' Party (the heavy favorite) and José Serra of the Social Democracy Party - will likely maintain Brazil's current mix of centrist economic policies.

In the realm of foreign affairs, however, Lula's record has been much less impressive. In June 2009, after the Iranian regime blatantly stole an election from the opposition and then unleashed thugs to attack student protestors, Lula claimed there was "no evidence" of electoral fraud. "I don't know anyone, other than the opposition, who has disagreed with the elections in Iran," he said.

A year later, his intervention in the Iranian nuclear standoff made it seem as if Brazil was siding with the mullahs against the West. Whatever Lula's intentions, people around the world saw photographs of the Brazilian president triumphantly raising arms with Iranian leader Mahmoud Ahmadinejad; celebrating a nuclear "deal" that proved utterly meaningless.

His role in the 2009 Honduran political crisis was also regrettable. Even after it had become apparent that the removal of President Manuel Zelaya was a constitutionally sanctioned defense of democracy, Lula continued to fan the flames by denouncing it as a military coup. Brazil still has not recognized the Honduran government of Porfirio Lobo, who won a free and fair election last November. "President Lobo has done everything he said he would do," U.S. Secretary of State Hillary Clinton declared in June. "He provided political amnesty. He set up a truth commission. He has been very committed to pursuing a policy of reintegration."

By refusing to restore diplomatic relations with Tegucigalpa, Lula has endorsed the Hugo Chávez line that Lobo is an illegitimate president. His successor should renew ties with Honduras, whose government deserves the support of democrats everywhere.

The next Brazilian president should also reject Lula's approach to Cuba and Venezuela - an approach that has led him to excuse brutal human-rights violations. Earlier this year, after the death of a Cuban political prisoner, Lula effectively criticized anti-Castro hunger strikers and defended Fidel, his old friend. Lula has also cozied up to Hugo Chávez, Venezuela's Castro-wannabe. In an interview with Der Spiegel, he praised Chávez as "the best president of Venezuela in the last 100 years."

Meanwhile, Lula has displayed a troubling attitude toward Israel. This past March, during a trip to the Middle East, Lula declined to place a wreath at Theodor Herzl's Jerusalem grave - but he did travel to Ramallah and lay a wreath at Yasser Arafat's grave. "It is offensive that he laid a wreath at the grave of a terrorist, but not at the tomb of Zionism's visionary," a senior Israeli Foreign Ministry official told the Jerusalem Post.

Lula's anti-Israel and pro-Arafat sentiments reflect the spirit of the Non-Aligned Movement (NAM), which began in the 1950s as a legitimate anti-colonial association but was soon hijacked by Arafat, Castro and other Third World radicals. Brazil never officially joined the NAM, but it shared much of that organization's hostility toward the United States. Indeed, the country has a long history of irking the U.S. on high-profile diplomatic issues, such as the Nicaraguan civil war during the 1980s. As Newsweek correspondent Mac Margolis wrote last May, "Exacerbating Brazil's prickly foreign policy is a struggle within its foreign service, where a strain of anti-Americanism dating from the Cold War still runs deep."

Expunging the vestiges of that anti-Americanism should be a top priority of the next Brazilian government. Rather than cozying up to dictators in Iran and Cuba, Brazil should focus on stimulating positive cooperation among its fellow rising democracies, such as Mexico, India, Indonesia and South Africa. It is difficult to become a constructive, responsible actor in global affairs when your president is cavorting with the likes of Ahmadinejad and Castro.

While Brazil's underperforming education system remains a significant long-term weakness, its fast-growing economic power - fueled by its massive mineral and agricultural wealth - has presented with it an enormous opportunity to exert greater influence on international politics. Lula failed to make the most of that opportunity. Hopefully, his successor will do better.

Jaime Daremblum, who served as Costa Rica's ambassador to the United States from 1998 to 2004, is director of the Center for Latin American Studies at the Hudson Institute

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um diálogo sobre as cotas raciais: Lucas e eu...

A propósito deste meu post:


O Brasil a caminho do atraso: estatuto da desigualdade racial (ou a construcao do Apartheid)

(segunda-feira, 18 de outubro de 2010) 

no qual eu transcrevia um post do site "Contra a Racialização do Brasil", sobre a entrada em vigor do Estatuto da (des)Igualdade Racial, que eu reputo um instrumento racista e um mecanismo de criação de conflitos raciais e sociais,

recebi este comentário do Lucas: 
Lucas disse...
Acompanho diariamente seu blog e concordo com 99% das coisas que o senhor diz, apenas nao concordo com suas posicoes em relacao a acoes afirmativas.  O sr. nao e' negro, nunca sofreu esse tipo de preconceito e so' quem e', assim como eu sou, sabe o quao humilhante e' ver a uma senhora atravessando a rua quando lhe ve caminhando em sua direcao.     Alguma coisa deve ser feita em relaca o a isso, talvez soframos agora no incio mas em 30 anos nossos filhos terao uma vida melhor e mais digna.    Considero que o Brasil levou muito tempo para tomar alguma atitude e justamente por isso que hoje tudo se torna tao complicado.    Algo deve ser feito pra retirar esse racismo ja encutido na cabeca de milhares de jovens brasileiros.  Eu sou uma testemunha do preconceito e racismo dos brasileiros em relacao aos negros (principalmente americanos).    Atualmente sou estudante internacional nos EUA e o que ouco de reclamacoes e xingamentos racistas de brasileiros em relacao aos negros e' de se preocupar.

Respondi (PRA) a ele o que segue abaixo: 

Lucas,
Desejo em primeiro lugar agradecer, sinceramente, seu comentário, e dizer que compreendo integralmente o que você quer dizer, e seu sentimento em relação a esse tipo de situação.
Vou tentar me explicar aqui e elaborar mais a respeito em um post, para que outros leiam nossos dois comentários.
De fato, eu não sou negro. Sou totalmente branco, cor de leite pasteurizado.
Meus avós vieram, respectivamente, de Portugal e da Itália para substituirem os negros nas fazendas de café depois que foi abolida a escravidão, que vitimou seus antecessores, disso temos ambos certeza.
Ou seja, meus avós eram tratados apenas um pouco melhor do que os escravos, e por isso abandonaram rapidamente a situação semi-escravagista das fazendas de café do interior de SP e do sul de MG (meu pai é de Rio Claro e minha mãe de Poços de Caldas), para irem trabalhar na cidade. Os filhos cresceram, se encontraram, casaram e eu vim ao mundo, numa casa muito pobre, sem água corrente, enfim, o que você deve imaginar. Trabalhei desde muito jovem (e coloque jovem nisso, desde criança para ser mais exato).
Mas, de fato, nunca sofri o tipo de discriminação a que você se refere e compreendo, como disse, seu sentimento.
Agora, compreenda o seguinte: o regime de cotas NUNCA vai corrigir esse tipo de situação, pois ele tenderá, apenas a fastar ainda mais as "raças" entre si, justamente por desenvolver o Apartheid.
Compreendo que você defenda o regime de cotas, pois que supostamente ele criaria um estrato de negros de classe média, bem vestidos e com aparência afluente, fazendo com que aquela senhora não tenha mais de atravessar a rua, com suposto medo.
Eu acredito, na verdade, que as cotas beneficiariam negros de classe média, ao mesmo tempo em que podem estar prejudicando brancos de classe média ou pobres.
Não me parece razoável substituir um tipo de discriminação por outro, quando a única solução efetiva e duradoura seria melhorar os níveis de eduçacão e sua qualidade para toda a população pobre do Brasil (onde os negros estão majoritariamente representados, sabemos disso), esperando que assim todos possam ingressar na universidade com base unicamente no mérito, e não em regime de favor.
Essa era a posição de Martin Luther King, e convido você a ler o seu famoso discurso "I have a dream".
O racismo se combate misturando as pessoas, e não separando.
Eu sou totalmente a favor de "eliminar" "raças" brancas, negras, amarelas, numa grande mistura universal, como é próprio da espécie humana, absolutamente una e indivisível. Isso não é racismo anti-negro, como alguns poderiam acusar, mas pode na verdade significar o "fim" da "raça" branca, dados os padrões de dominância genética, ou fenotípica (desculpe, não sou versado em biologia).
O racismo, infelizmente, é uma chaga que vai demorar a ser extirpada dos comportamentos humanos, tanto mais quanto persistirem essas barreiras sociais e que estão sendo erigidas por outras medidas racialistas, inclusive aquelas que estimulam o racismo negro anti-branco (que existe de forma muito forte nos EUA, como você sabe).

Estou aberto ao diálogo, sempre.
O abraco do

Paulo Roberto de Almeida
(19.10.2010)

Interrupcao eleitoral (11): comparando os governos Lula e FHC

Os petistas adoram comparar -- com dados manipulados, é claro -- seu governo com o de FHC, como se a comparação direta -- sem a devida correção, ou seja, com os dados em perspectiva, e relativamente a situações COMPARÁVEIS -- fosse possível.
Eles até inventaram um quadro supostamente retirado da The Economist, que constitui uma fraude completa, confirmando sua propensão a mentir deslavadamente.
Este site, Governo Brasil Wiki, realiza uma comparação de dados, utilizando-se dos dados corretos e das metodologias adequadas.
Ou seja, não se pode comparar diretamente o governo FHC com o governo Lula, pois se referem a épocas e contextos diferentes, mas sim se pode comparar, de um lado, o governo Lula com o de FHC (reportando-se, portanto, ao ritmo das transformações ocorridas no período), e, de outro lado, o governo de FHC com a evolução obtida em relação ao governo anterior. Isto é tão claro e elementar que eu nem precisaria estar lembrando essa simples relação de causalidades e de situações evolutivas ao longo do tempo.
Abaixo, apenas um resumo dos comparativos. O estudo completo pode ser visto neste link.

Governo Brasil Wiki

Para quem quer abandonar o uso do achômetro nestas próximas eleições. Comparações entre governos feitas apenas com dados reais de instituições respeitáveis. Declarações reais, gravadas e disponibilizadas em vídeo. Entrevistas, leis e artigos com suas fontes claramente citadas. Pare de acreditar nas bobagens da propaganda e veja a informação real.

* As estatísticas aqui apresentadas são selecionadas principalmente por aparecerem em propaganda eleitoral ou material de divulgação de partidos de forma errada e sem citação de fontes. Para mais informações, acesse diretamente os sites do IBGE, IPEA e outras fontes citadas abaixo.

Estatísticas de Nível de Vida
Artigo Principal: Estatísticas de Nível de Vida
Dados são informados até o ano mais recente de publicação dos mesmos pelos institutos responsáveis por sua manutenção.
Quando os anos não fecham com o início e fim dos governos há um hiato na divulgação de estatísticas e o ano mais próximo é utilizado.

Índice de Desenvolvimento Humano
O Índice de Desenvolvimento Humano, um dos principais indicadores do nível de vida da população de um país, cresceu muito mais durante o governo Fernando Henrique que durante o governo Lula. Isto significa que a qualidade de vida do povo Brasileiro melhorou de forma mais acelerada no governo anterior que no governo atual.
Fonte: Dados oficiais da ONU
De 1995 a 2000 (FHC) cresceu 7,62% ou 1,48% ao ano
De 2000 a 2007 (Lula) cresceu 2,91% ou 0,41% ao ano
* Brasil só superou o crescimento médio mundial de 1995 a 2000
* Lula aproveita-se de um pouco do crescimento da época FHC nesta comparação devido à esparsidade dos dados

Acesso à Rede de água
O percentual de domicílios com acesso à rede de água potável encanada, condição praticamente básica à dignidade humana nos dias atuais, cresceu de forma muito mais rápida durante o governo Fernando Henrique que durante o governo Lula.
Fontes: Dados oficiais do IBGE, Dados oficiais do IBGE, Dados oficiais do IBGE
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 42,09% em número absoluto ou 4,49% ao ano
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 9,33% em proporção do total ou 1,12% ao ano
De 2002 a 2007 (Lula) cresceu 19,22% em número absoluto ou 3,58% ao ano
De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 4,02% em proporção do total ou 0,57% ao ano

Acesso à Rede de esgoto
A quantidade de domicílios com acesso à rede de escoamento de esgoto, critério essencial para a qualidade de vida da população, cresceu de forma mais rápida durante o governo Fernando Henrique que durante o governo Lula.
Fontes: Dados oficiais do IBGE, Dados oficiais do IBGE
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 55,16% em número absoluto ou 5,65% ao ano
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 19,23% em proporção do total ou 2,22% ao ano
De 2002 a 2007 (Lula) cresceu 29,52% em número absoluto ou 5,31% ao ano
De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 14,62% em proporção do total ou 1,97% ao ano

Acesso à Energia elétrica
O percentual de domicílios com acesso à rede elétrica, outro critério essencial para a obtenção de um bom nível de qualidade de vida, cresceu muito mais rápido durante o governo anterior que no governo atual.
Fontes: Dados oficiais do IBGE, Dados oficiais do IBGE
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 7,44% ou 0,90% ao ano
De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 2,48% ou 0,35% ao ano

Porcentagem de Domicílios com geladeira
O refrigerador tornou-se item essencial para a família. Mesmo assim, ainda existem domicílios que não possuem este eletrodoméstico. A proporção de domicílios com geladeira cresceu muito mais rápido durante o governo Fernando Henrique que no governo posterior.
Fontes: Dados oficiais do IBGE, Dados oficiais do IBGE
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 20,75% ou 2,39% ao ano
De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 8,30% ou 1,15% ao ano

Porcentagem de Domicílios com televisão
Aparelho televisor, mesmo não sendo essencial à sobrevivência, é de grande importância para o tempo de lazer da população, influenciando assim a qualidade de vida. Acesso à televisão cresceu mais rápido no governo anterior que no governo atual, apesar da às vezes dramática diminuição nos preços.
Fontes: Dados oficiais do IBGE, Dados oficiais do IBGE
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 18,73% ou 2,17% ao ano
De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 6,66% ou 1,30% ao ano
* Preços de TVs despencaram no governo Lula

Porcentagem de Domicílios com telefone
O telefone tornou-se um item essencial à qualidade de vida do cidadão. Antes considerado um bem de difícil acesso, após a privatização do setor sua disponibilidade cresceu vertiginosamente. A tabela abaixo resume os dados de crescimento no acesso a linhas telefônicas nos últimos governos.
Fonte: Dados oficiais do IBGE
De 1994 a 2002 (FHC) cresceu 224,21% ou 15,84% ao ano
De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 37,82% ou 4,69% ao ano

Mortalidade infantil
A alta mortalidade infantil era um dos problemas mais trágicos do Brasil. Felizmente, a estabilidade e o desenvolvimento tem permitido uma queda progressiva no número de crianças que morrem antes de completar um ano de idade. A queda neste número foi, no entanto, muito mais pronunciada durante o governo Fernando Henrique que durante o governo Lula.
Fontes: Dados oficiais do DataSUS, Portal ODM
De 1997 a 2002 (FHC) caiu 21,94% ou 4,83% ao ano
De 2002 a 2010 (Lula) caiu 20,16% ou 2,78% ao ano

Taxa de pobreza
A taxa de extrema pobreza indica, segundo o IPEA, o 'percentual de pessoas na população total com renda domiciliar per capita inferior à linha de extrema pobreza (ou indigência, ou miséria). A linha de extrema pobreza aqui considerada é uma estimativa do valor de uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias necessárias para suprir adequadamente uma pessoa.' Já a taxa de pobreza indica, também segundo o IPEA, o ' Percentual de pessoas na população total com renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza. A linha de pobreza aqui considerada é o dobro da linha de extrema pobreza.'
Fonte: Dados oficiais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
De 1994 a 2002 (FHC), a taxa de extrema pobreza caiu um total de 6,28%, com uma variação de -30,98%.
De 2002 a 2009 (Lula), a taxa de extrema pobreza caiu um total de 6,71%, com uma variação de -47,96%.
De 1994 a 2002 (FHC), a taxa de pobreza caiu um total de 8,58%, com uma variação de -19,96%.
De 2002 a 2009 (Lula), a taxa de pobreza caiu um total de 12,98%, com uma variação de -37,73%.

Estatísticas de Acesso à Educação
Artigo Principal: Estatísticas de Acesso à Educação
Dados são informados até o ano mais recente de publicação dos mesmos pelos institutos responsáveis por sua manutenção.
Quando os anos não fecham com o início e fim dos governos há um hiato na divulgação de estatísticas e o ano mais próximo é utilizado.
Se alguém tiver dados mais recentes, de fontes confiáveis, por favor me envie.

Evasão escolar
Evasão escolar é algo extremamente preocupante em qualquer sociedade, principalmente na idade normalmente associada ao ensino secundário - que pode fazer uma diferença crucial na vida de uma pessoa. Enquanto o número de crianças de idade entre 15 e 17 anos que não frequentavam a escola caiu dramaticamente durante o governo Fernando Henrique, este número permaneceu preocupantemente estável durante o governo Lula.
Fonte: Dados oficiais do IBGE
De 1994 a 2002 (FHC) variou -51,44% ou -8,63% ao ano
De 2002 a 2007 (Lula) variou -4,32% ou -0,88% ao ano

Acesso à universidade
Acesso à universidade é uma medida clara do desenvolvimento da educação em um país. Segundo o censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira fornece dados a respeito.
Fonte: Censo da Educação Superior do INEP
De 1995 a 2002 (FHC) o número de matrículas em instituições federais cresceu 44,65% ou 5,42% ao ano
De 2002 a 2008 (Lula) o número de matrículas em instituições federais cresceu 20,97% ou 3,22% ao ano
De 1994 a 2002 (FHC) o número total de matrículas no ensino superior cresceu 109,50% ou 9,69% ao ano
De 2002 a 2008 (Lula) o número total de matrículas no ensino superior cresceu 45,98% ou 6,51% ao ano

Índice de analfabetismo
O índice de analfabetismo indica o percentual da população total, acima de 15 anos de idade, que não sabe ler nem escrever um bilhete simples.
Fonte: Dados oficiais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
De 1995 a 2002 (FHC) caiu 27,77%% ou 3,99% ao ano
De 2002 a 2007 (Lula) caiu 15,60% ou 3,33%% ao ano
Universidades Federais
Artigo Principal: Universidades Federais
Duas universidades federais foram criadas durante o governo Fernando Henrique, e três foram criadas durante o governo Lula. Mais detalhes no artigo Universidades Federais

Estatísticas de Desenvolvimento Econômico
Artigo Principal: Estatísticas de Desenvolvimento Econômico
Dados são informados até o ano mais recente de publicação dos mesmos pelos institutos responsáveis por sua manutenção.
Quando os anos não fecham com o início e fim dos governos há um hiato na divulgação de estatísticas e o ano mais próximo é utilizado.
Se alguém tiver dados mais recentes, de fontes confiáveis, por favor me envie.

Salário mínimo
Fontes: Medida Provisória 637/1994, Medida Provisória 35/2002, Lei 1.255 de 2010
De 1994 a 2002 (FHC) o salário mínimo cresceu 185,71% ou 14,02% ao ano
De 2002 a 2010 (Lula) o salário mínimo cresceu 155,00% ou 12,41% ao ano
De 1994 a 2002 (FHC) o mínimo cresceu, em valores deflacionados, 33,24% ou 3,65% ao ano
De 2002 a 2010 (Lula) o mínimo cresceu, em valores deflacionados, 72,62% ou 7,06% ao ano

Carga tributária
Fonte: Dados oficiais do IBGE, Dados oficiais do IBGE
Carga média de 1994 a 2002 (FHC) de 30,07%, carga tributária em 2002 de 32,35%
Carga média de 2002 a 2007 (Lula) de 33,47%, carga tributária em 2007 de 34,70%

Taxa de crescimento econômico:
Fontes: Dados oficiais do Banco Central do Brasil, Dados oficiais do Fundo Monetário Internacional
Crescimento mundial durante governo FHC: 24,27% ou 2,75% ao ano
Crescimento mundial durante governo Lula: 74,46% ou 8,27% ao ano
Crescimento do Brasil no governo FHC: 19,74% ou 2,28% ao ano ou 82,77% da média mundial
Crescimento do Brasil no governo Lula: 27,66% ou 3,55% ao ano ou 42,91% da média mundial
* Durante o governo Lula, o Brasil cresceu muito menos que o resto do mundo
* Durante o governo FHC, o Brasil cresceu apenas um pouco abaixo da taxa média do resto do mundo
Crescimento no governo Collor/Itamar: 6,75% ou 1,31% ao ano
Evolução no governo FHC em relação à média anterior: 73,33%
Evolução no governo Lula em relação à média anterior: 55,88%
* Mesmo havendo maior crescimento absoluto no governo Lula, a TAXA anual média de crescimento da economia CRESCEU muito mais no governo FHC que no governo Lula

Taxa de crescimento econômico - Paridade de poder de compra
O conceito de Paridade de Poder de Compra é baseado na comparação do valor de moedas de diferentes países através do preço, no país, de uma cesta de produtos pré-definida. Para fins de comparação de taxas de crescimento econômico entre diferentes países, a utilização de valores ajustados desta forma pode oferecer números mais próximos da realidade do poder aquisitivo de cada população. É importante notar, no entanto, que a limitação na seleção da cesta de consumo, assim como diferenças na qualidade dos produtos sendo medidos, pode gerar inconsistências no fator de ajuste dos valores, levando a inconsistências nas comparações.
Fonte: Dados do Fundo Monetário Internacional
Crescimento, em PPP, do Brasil como proporção do crescimento mundial durante o governo FHC: 78,45%
Crescimento, em PPP, do Brasil como proporção do crescimento mundial durante o governo Lula: 98,68%

Nível de desemprego:
Fontes: Dados oficiais do IBGE até 2002, Dados oficiais do IBGE pós 2002
Final do governo FHC (dez/2002): 6,17%
Final do governo Lula (set/2010): 6,9%
* Há uma descontinuidade nos dados, o que impede uma comparação direta
* A principal mudança é a alteração da idade mínima de 15 para 10 anos
* Definição anterior de desocupado: População Desocupada - aquelas pessoas que não tinham trababalho, num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, etc.)
* Definição atual de desocupado: São classificadas como desocupadas na semana de referência as pessoas sem trabalho na semana de referência, mas que estavam disponíveis para assumir um trabalho nessa semana e que tomaram alguma providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias, sem terem tido qualquer trabalho ou após terem saído do último trabalho que tiveram nesse período.

Inflação ao consumidor
Fonte: Banco Cen do Brasil - Calculadora do Cidadão
Inflação acumulada de 1990 a 1994 (Collor/Itamar): 41.941.718,61%
Inflação acumulada de 1995 a 2002 (FHC): 114,43%, ou 0,00028% do acumulado anterior. Queda de 99,99972% em relação ao governo anterior.
Inflação acumulada de 2003 a 2010 (Lula): 47,72%, ou 41,71% do acumulado anterior. Queda de 58,29% em relação ao governo anterior.
* Queda na inflação acumulada foi muito maior no governo FHC que no governo Lula
* Fernando Henrique, como Ministro da Fazenda, implantou o Plano Real, que controlou a hiperinflação
* Governo FHC consolidou a estabilidade do plano real

Dívida pública federal
Fonte: Dados oficiais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Dívida pública federal ao final do governo FHC (12/2002): R$ 560.828.810.000,00
Dívida pública federal ao final do governo Lula (10/2010): R$ 985.808.530.000,00
* A dívida pública federal líquida ao final do governo Lula é quase o dobro da dívida ao final do governo Fernando Henrique

Mapa de desempenho dos governos
O mapa a seguir indica o desempenho relativo dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula em todos os quesitos levantados até o momento pelo Governo Brasil Wiki. Os valores foram normalizados para melhor visualização, através da fórmula:
math
Isto significa que a nota máxima - no caso, 10 - é determinada pelo avanço total na área, sendo somados os valores de todos os governos. A nota é, assim, um reflexo da proporção do avanço total em uma determinada área alcançado pelo governo em questão.
Arquivo:Radar_governo_02.png

Inconsistências nas Posições Políticas
Aborto
* Dilma se diz a favor da descriminalização do aborto: Vídeo de declaração de Dilma no YouTube
* PT suspendeu direitos de filiado por lutar contra legalização: Artigo sobre filiado ao PT suspenso por lutar contra legalização do aborto
* Segundo o Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (2010):
o "Recomendação: Recomenda-se ao Poder Legislativo a adequação do Código Penal para a descriminalização do aborto."
o Fonte: Texto integral do PDNH3

* Segundo o Programa Nacional de Direitos Humanos 2 (2002):
o "Apoiar a alteração dos dispositivos do Código Penal referentes ao estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, atentado ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos para a prática do aborto legal (...)"
o "Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde para os casos previstos em lei."
o Fonte: Texto integral do PDNH2

Bolsa Família
* Bolsa Família é unificação de programas sociais do governo FHC: Texto oficial da lei que cria o Bolsa Família
* Idéia de unir os programas anteriores foi do PSDB: Vídeo da solenidade de lançamento do programa no YouTube
* Lula era contra os programas sociais: Vídeo de Lula discursando contra programas sociais que foram consolidados no Bolsa Família no YouTube

Aliados e Plano Real
* Lula ataca Plano Real e atuais aliados: Vídeo de declarações de Lula no YouTube atacando Plano Real e atuais aliados
* Lula define Plano Real como 'estelionato eleitoral': Vídeo de declarações de Lula sobre o Plano Real no YouTube
* Contradições de Lula - atacando e depois defendendo Collor: Vídeo com declarações gravadas de Lula no YouTube
* Ciro Gomes, novo coordenador da campanha de Dilma, ataca o PT e o PMDB: Vídeo de declarações de Ciro Gomes no YouTube

Privatizações
Fontes: Ministério do Planejamento - Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST), Agência Nacional de Transportes Terrestres, Agência Nacional de Transportes Terrestres

De acordo com dados oficiais do Ministério do Planejamento, um total de seis empresas foram privatizadas durante o governo Lula:

* Banco do Estado do Maranhão S.A.
* BEM-SG
* BEM-VTV
* BEM-DTVM
* Banco do Estado do Ceará S.A.
* BEC-DTVM

Além disso, segundo dados oficiais da Agência Nacional de Transportes Terrestres, durante o governo Lula foram firmados acordos de concessão de 3281,4 Km de estradas, efetivamente privatizando esta extensão da rede rodoviária federal. Foram criadas, assim, 36 praças de pedágio, com tarifas de até R$ 9,70.

O Estado Liberal: o que é, o que deve fazer - Carlos Alberto Montaner

Qué debe hacer un Estado democrático eficiente
Por Carlos Alberto Montaner
Ilustración Liberal (revista española y americana), Nº 43

La leyenda, la mala leyenda, nos imputa a los liberales el objetivo de tratar de debilitar el Estado hasta convertirlo en una entidad superficial e inane. Eso no es cierto. El Estado, tal y como lo concebimos los liberales, desempeña un papel absolutamente fundamental en lo relacionado con el beneficio material y espiritual de la sociedad. De eso tratan las reflexiones que siguen: de entender y explicar para qué sirve el Estado en una sociedad dirigida con criterios liberales.

¿Para qué sirve el Estado?
Toda actividad colectiva racionalmente organizada comienza con una definición de objetivos. ¿Para qué nos juntamos? Puede ser para cazar, cosechar cereales, celebrar una fiesta, jugar al fútbol, amarnos, rezar, atacar a los vecinos o defendernos de ellos. Los propósitos son casi infinitos. Lo importante es que, intuitivamente, sabemos que nos unen ciertos intereses y objetivos comunes, y esa coincidencia debe determinar el perfil de las instituciones que nos son necesarias y la clase de organización que debemos articular para alcanzar el éxito.

(para continuar a leitura deste artigo, bastante longo, ir neste link)

Europa e EUA comparados: produtividades divergentes

Recebi um alerta para mais um estudo, geralmente de excelente qualidade técnica, da McKinsey, sobre as razões de ser a produtividade na União Européia inferior aos níveis observados nos EUA.
Creio que vale a leitura, para todos aqueles interessados nos fatores reais de prosperidade e bem-estar.
Como o estudo reproduzido no site da empresa de consultoria possui ilustrações em flash, contendo os dados comparativos, recomendo consultar o link abaixo (e se inscrever para poder ter acesso ao relatório completo).
Paulo Roberto de Almeida

Why Europe lags behind the United States in productivity
Regulation and market barriers continue to hold back the continent’s service sectors.
McKinsey Quarterly, October 2010

In an accompanying podcast, McKinsey Global Institute director Charles Roxburgh describes Europe’s progress on reform, the economic pressures facing the region, and what it will take to restore long-term growth.

Europe has made considerable economic progress in the past 15 years, but its per capita GDP is still $11,250 lower than that of the United States—$4.5 trillion in all. A preference for leisure time is one reason, but a widening productivity gap between Europe and the United States is the major culprit. What accounts for it? The answer is underperforming service sectors. Local services (such as retailing) alone account for two-thirds of the productivity shortfall. But Europe, boasting examples of best practice across service sectors, could reduce the gap. The trick would be for companies to emulate these examples in their own industries and for governments to help them do so by removing regulatory hurdles.1
The opportunity to improve Europe’s lagging service sectors is one of the major themes addressed in Beyond austerity: A path to economic growth and renewal in Europe, a new report from the McKinsey Global Institute (MGI).2 The report analyzes Europe’s strides in reforming labor markets, cutting unemployment, and fueling growth in per capita GDP; the many pressures bearing down on growth; and how to build an effective pro-growth agenda using recent reforms as a platform. Given high debt and deficit levels, little scope remains to spur growth through short-term stimulus spending. Europe must therefore embrace structural reform—and boosting the performance of service industries is a critical part of this effort.
In Europe, service sectors account for a lower share of overall economic activity than they do in the United States. Across the Atlantic, 19 percentage points of gross value-added growth were accounted for, from 1995 to 2005, by local services,3 business services,4 and professional and financial services. In the EU-15, these added only 10 percentage points (Exhibit 1).
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From the 1960s to the mid-1990s, Europe steadily closed its productivity gap with the United States. But then the gap started widening again—and one important reason was that Europe’s service sectors underperformed their US counterparts (Exhibit 2). While productivity is not an end in itself, it is a critical means to an end: per capita GDP, competitiveness, and productivity move in lockstep. If Europe is to close the per capita GDP gap with the United States, it will therefore have to boost productivity, particularly that of services. US productivity grew by 22 percent between 1995 and 2005, and local, business, and professional and financial services together contributed half of that expansion. In Europe, productivity grew by 15 percent, of which only one-quarter came from these service industries.
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Many policy makers in Europe are maintaining the traditional focus on technology-intensive and manufacturing sectors, reflecting their strong role in productivity growth and the exposure of the region’s economies to global competition. But the fact remains that as the number of manufacturing jobs has declined in the EU-15, only the service sectors have increased their levels of employment. It is the service sectors that offer Europe the major potential for job creation.
How to raise European service productivity
A range of regulatory and market barriers stand in the way of higher productivity in European services, which suffer from relatively low scale in many operations and from product, land, and labor market regulations that inhibit competition. MGI sees two important areas to address. It will also be necessary to ensure that enablers for growth, including infrastructure and skills, are in place.
Injecting competition
The liberalization of monopolistic industries in Europe has consistently led to dramatic increases in productivity. Coupled with standardization, regulation to heighten competition has made a success story of telecommunications, for example. GSM—the Global System for Mobile Communications—was initially deployed in seven European countries, in 1992; today the system has more than four billion users worldwide. In the road freight industry, the relaxation of price controls and the removal of barriers to cross-border trade led to a 15 to 25 percent drop in tariffs and 5 percent-plus annual productivity gains throughout the 1990s in France and Germany.
Despite such examples, many other service industries, including postal services, rail transport, and professional services (such as law and accounting), continue to receive regulatory protection from competition. Entry barriers are still common. Many European countries limit the number of pharmacies, for instance, in effect creating regional monopolies on retail sales of medicinal products. Some European countries set price ceilings or floors—for architects and lawyers in Italy and Germany, among others. France and Spain prohibit advertising for notaries. Some countries have abolished such advertising and price restrictions in recent years, apparently without damaging these markets. But regulation remains high overall. In professional services, the 2008 product market regulation index of the Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) is nearly twice as high for Europe as for the United States.
Deregulation
Regulation not only hinders competition in Europe’s service sectors but can also compromise the efficiency of operations. Retailing, for instance, still suffers from restrictive land and product regulations. Zoning laws that limit the size and density of stores put bigger, more efficient formats like hypermarkets at a competitive disadvantage: in France, the introduction of more restrictive rules on the size of retail outlets during the 1990s halted the sector’s productivity growth—opening new stores larger than 6,000 square meters became virtually impossible—and the restrictions eventually had to be eased. In the United Kingdom, the number of new stores opening has slowed because of insufficient reform to planning laws. In the Netherlands, individual municipalities have the power to prevent retailers from selling televisions in furniture stores.
Strict labor laws, which often encourage informality, are another barrier to productivity. Businesses have an incentive to stay smaller to avoid a higher level of regulatory scrutiny, and this stratagem prevents companies from achieving scale in fragmented industries, including construction. (In Portugal, informal labor accounts for more than a quarter of the hours worked in residential construction.) In retailing, Dutch labor legislation typically requires stores to pay their employees 30 percent more for evening work.
Operational barriers remain rife too. In land transport, standardized road freight containers that could boost productivity have not achieved widespread use. In the construction industry, the complex way projects are set up compromises productivity: traditionally, there are separate tenders for design, engineering, and actual construction. That undermines coordination and inefficiency—for instance, contractors are rarely involved in the design phase to discuss cost-efficient construction specs and materials. Since the public sector accounts for 33 percent of all construction in Germany and for 25 percent in the United Kingdom, if governments changed their procurement and tendering processes, they could directly help to institutionalize best practices.
Emulating best practice
European service sectors could vastly increase their productivity and growth. Take food retailing. If the EU-15 as a whole achieved the productivity levels of its top-quartile countries in this sector—admittedly not an easy task in many places—it could achieve a 44 percent boost in productivity. This would translate into a 21 percent increase in the productivity of retailing in general, or a 0.75 percent increase in the value added generated by the entire EU-15 economy. (These figures assume that the hours freed up as a result of improved productivity will be reallocated to the rest of the economy at current sector productivity levels.)
In road freight, emulating best practice would boost the productivity of land transport by 50 percent, adding 0.4 percent of incremental GDP to Europe’s economy. Reaching best practice in construction could boost its productivity by 12 percent, for a 0.5 percent increase in the value added generated by the European economy overall.
Europe’s low-key revolution in reforming its product and labor markets fueled a relatively solid economic performance before the global crisis hit. But in the early aftermath of the global recession, Europe is battling to revive the headwinds of growth—with little scope to prime the pump, given high debt and deficits. If it is to sustain robust growth in the coming years, structural reform is no longer optional, and freeing service industries to compete is a vital component of that change.
Read an executive summary or download the full report at the McKinsey & Company website.

About the Authors
Jan Mischke is an associate principal in McKinsey’s Zurich office; Baudouin Regout; who is based in Brussels, is a senior fellow of the McKinsey Global Institute; Charles Roxburgh is a director in the London office and a director of MGI.
Notes
1 In our study, Europe refers to the EU-15: Austria, Belgium, Denmark, Finland, France, Germany, Greece, Ireland, Italy, Luxembourg, Netherlands, Portugal, Spain, Sweden, and the United Kingdom. In 2009, these economies accounted for 88 percent of the EU-27’s GDP in terms of purchasing power parity and for 98 percent of the eurozone’s GDP.
2 MGI clusters Europe into three groups. In Northern Europe (including Sweden, Finland, Denmark, Ireland, and the United Kingdom), productivity is about average, but labor utilization is much higher than the EU-15 average. Continental Europe (including France and Germany) has above-average productivity but below-average labor utilization. Southern Europe (including the major Mediterranean economies) suffers from lagging productivity and low employment levels, partially compensated for by high levels of annual hours worked.
3 Including automotive, hotels, private domestic and social services, rental activities, restaurants, and wholesaling.
4 Computers and related activities, R&D, and software and IT services.

Interrupcao eleitoral (10): bateu o panico, e ai vem terrorismo eleitoral

Da coluna diária (18.10.201) do ex-prefeito Cesar Maia:

E-MAIL DE ALGUÉM DA COORDENAÇÃO DA CAMPANHA DE DILMA, INTERCEPTADO!

1. Nem troca de e-mails entre "cardeais" fica mais livre de um cochilo ou quebra de discrição de alguém que quer se mostrar poderoso por vaidade, vazando. Abaixo, itens selecionados por este Ex-Blog.

2. "Usar a micro-mídia, levando publicidade das empresas estatais que estão fora da proibição às cidades com 100 mil habitantes e menos. O Ibope dá a Dilma ampla vantagem nas cidades com menos de 100 mil habitantes."

3. "Listar, estado por estado, região por região, município por município, onde estão os votos brancos, nulos e a abstenção acima da série histórica e ir a estes municípios com comandos do PT e movimento social dirigido por nós."

4. "Imediatamente usar os cadastros do bolsa-família, pró-jovem, pró-uni, etc., e produzir pânico, informando que sem Dilma esses programas serão cancelados. Usar essa mesma informação nas redes de internet. Nos programas de TV deve-se usar essa informação, porém sem agressividade. Dilma deve usar essa comunicação, sem excessos, em suas entrevistas e debates."

5. A audiência do debate na Band foi de 4%. Mas na pesquisa Sensus, 30% dos entrevistados disseram que viram o debate. Mas claro, "viram" através da cobertura da imprensa. O debate, depois do primeiro bloco deve ser para a imprensa e não para a audiência. E os órgãos amigos devem ser alimentados. Dar atenção especial aos programas de rádio dos comunicadores, na manhã do dia seguinte, com prioridade aos municípios que centralizam audiência de outros municípios em sua volta.

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Comento: parece que vem terrorismo eleitoral por aí: ameaçar eleitores do Bolsa-Família, de Pró-Uni e outros programas sociais que ficarão sem seus  benefícios se a candidata oficial perder representa simplesmente uma tática terrorista, e calhorda (por certo).
Pensando bem: combina com essa gente...
Tem toda a cara de quem recorre a esse tipo de tática...

Os bispos e o capitalismo: incompatibilidade de genios?

Os bispos do Brasil, não todos, mas possivelmente a maioria, têm um problema com o capitalismo. Sim, já sei, o problema vem de longe, lá de trás, desde quando se condenava, não se sabe bem por que, a usura e o lucro.Mas os bispos brasileiros, além de serem contra o lucro e a usura -- o que faz parte, digamos assim, da ignorância econômica "normal" dos religiosos em geral -- também são contra o capitalismo, que para eles deve ser uma entidade maléfica, perversa, talvez incitadora ao pecado, sei lá.
Estava lendo agora mesmo o tal de manifesto apreendido a mando dos petistas -- o que configura, me parece, censura ao pensamento e violação do direito de livre expressão, não da Igreja, mas de qualquer um -- e deparei com a tal de condenação ao capitalismo.
Vejamos o manifesto em sua íntegra, com trecho que considero francamente risíveis -- mas o assunto é suficientemente sério ao ponto de ter levado a uma verdadeira cisão na CNBB -- e depois eu volto para comentar aquilo que me compete, que não é religião, nem campanha eleitoral, mas simplesmente o que constitui minha atividade docente e de pesquisador: a economia política.
Paulo Roberto de Almeida 

A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para “VOTAR BEM”, acolhem e recomendam a ampla difusão do
“APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”
elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 que pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico www.cnbbsul1.org.br
São Paulo, 26 de Agosto de 2010.

Dom Nelson Westrupp, scj
Presidente do CONSER-SUL 1

Dom Benedito Beni dos Santos
Vice-presidente do CONSER-SUL 1

Dom Airton José dos Santos
Secretário Geral do CONSER SUL 1

APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS

Nós, participantes do 2º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida (CDDVs), organizado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB e realizado em S. André no dia 03 de julho de 2010,

- considerando que, em abril de 2005, no IIº Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos, apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (nº 45) o atual governo comprometeu-se a legalizar o aborto,

- considerando que, em agosto de 2005, o atual governo entregou ao Comitê da ONU para a Eliminação de todas as Formas de Descriminalização contra a Mulher (CEDAW) documento no qual reconhece o aborto como Direito Humano da Mulher,

- considerando que, em setembro de 2005, através da Secretaria Especial de Política das Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1135/91, como resultado do trabalho da Comissão Tripartite, no qual é proposta a descriminalização do aborto até o nono mês de gravidez e por qualquer motivo, pois com a eliminação de todos os artigos do Código Penal, que o criminalizam, o aborto, em todos os casos, deixaria de ser crime,

- considerando que, em setembro de 2006, no plano de governo do 2º mandato do atual Presidente, ele reafirma, embora com linguagem velada, o compromisso de legalizar o aborto,

- considerando que, em setembro de 2007, no seu IIIº Congreso, o PT assumiu a descriminalização do aborto e o atendimento de todos os casos no serviço público como programa de partido, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir este programa,

- considerando que, em setembro de 2009, o PT puniu os dois deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários à legalização do aborto,

- considerando como, com todas estas decisões a favor do aborto, o PT e o atual governo tornaram-se ativos colaboradores do Imperialismo Demográfico que está sendo imposto em nível mundial por Fundações Internacionais, as quais, sob o falacioso pretexto da defesa dos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, e usando o falso rótulo de “aborto - problema de saúde pública”, estão implantando o controle demográfico mundial como moderna estratégia do capitalismo internacional,

- considerando que, em fevereiro de 2010, o IVº Congresso Nacional do PT manifestou apoio incondicional ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), decreto nª 7.037/09 de 21 de dezembro de 2009, assinado pelo atual Presidente e pela ministra da Casa Civil, no qual se reafirmou a descriminalização do aborto, dando assim continuidade e levando às últimas consequências esta política antinatalista de controle populacional, desumana, antisocial e contrária ao verdadeiro progresso do nosso País,

- considerando que este mesmo Congresso aclamou a própria ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores para a Presidência da República,

- considerando enfim que, em junho de 2010, para impedir a investigação das origens do financiamento por parte de organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil, o PT e as lideranças partidárias da base aliada boicotaram a criação da CPI do aborto que investigaria o assunto,

RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana e, conforme o Pacto de S. José da Costa Rica, desde a concepção, independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto.

Convidamos, outrossim, a todos para lerem o documento “Votar Bem” aprovado pela 73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, reunidos em Aparecida no dia 29 de junho de 2010 e verificarem as provas do que acima foi exposto no texto “A Contextualização da Defesa da Vida no Brasil” (http://www.cnbbsul1.org.br/arquivos/defesavidabrasil.pdf), elaborado pelas Comissões em Defesa da Vida das Dioceses de Guarulhos e Taubaté, ligadas à Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, ambos disponíveis no site desse mesmo Regional.

COMISSÃO EM DEFESA DA VIDA DO REGIONAL SUL 1 DA CNBB

==========

Voltei (como diria um jornalista conhecido).
Pois bem, o trecho que me interessa é este aqui:

"...o PT e o atual governo tornaram-se ativos colaboradores do Imperialismo Demográfico que está sendo imposto em nível mundial por Fundações Internacionais, as quais, sob o falacioso pretexto da defesa dos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, e usando o falso rótulo de “aborto - problema de saúde pública”, estão implantando o controle demográfico mundial como moderna estratégia do capitalismo internacional."

Eu não gostaria de parecer muito desrespeitoso, mas esses bispos estão malucos, partidários que são daquilo que pode ser chamado de "teoria conspiratória da História", como revelado nessa ideia estapafúrdia do "Imperialismo Demográfico".

Trata-se de mais um fantasma, como tantos outros que percorrem e frequentam todas as teorias conspiratórias de todos os tipos. Como sabe qualquer cidadão sensato e bem informado, essas fundações (que são nacionais, e não internacionais) não trabalham para nenhum Imperialismo Demográfico, e menos ainda para o tal de capitalismo internacional -- onde quer que ele se encontre, ou seja, atualmente um pouco, ou bastante, em todas as partes, inclusive na China formalmente comunista (menos na Coréia do Norte e em Cuba, mas isso se resolve logo...) -- sim se organizam em torno da ideia singela de que muitos filhos alimenta a pobreza e provoca o atraso da componente feminina nas populações de países pobres.
Eu também acho que elas podem estar enganadas, muito embora eu não consigo imaginar qual seria estratégia moderna do capitalismo internacional. Será que o capitalismo internacional, cujos lucros provêm da venda ampliada e crescente de mercadorias (bens e serviços), estão interessados em diminuir a população, ou seja, em reduzir suas chances de ter mais lucro?
Esse bispos estão sendo um tantinho contraditórios, pois não imagino um capitalismo dizendo: "Parem, parem, menos gente por favor, queremos menos vendas, menos lucro, queremos ficar pobres..."

Esses padrecos atuais são completamente malucos...

Paulo Roberto de Almeida

O Brasil a caminho do atraso (2): feriados em dias de jogo da Seleçao

Ou esse deputado é muito vagabundo, ou ele pretende estimular a vagabundagem. Deve ser também por demagogia barata, à custa das empresas, claro, pois quem perde são as empresas, e em primeira instância o Brasil, pois isso só pode diminuir a produtividade do trabalho.
Eu também acho que o deputado só pode ser debiloide...
Paulo Roberto de Almeida 

Projeto transforma dia de jogo do Brasil em feriado
Deputado Felipe Bornier sugere que o país pare literalmente toda vez que a seleção canarinho jogar na Copa

Ementa (resumo introdutório) do PL 7722/10: “Altera a Lei nº 662, de 6 de abril de 1949, para determinar que, durante as edições da Copa do Mundo de Futebol organizada pela Fédération Internationale Football Association – FIFA, serão feriados nacionais os dias em que houver jogo da Seleção Brasileira Masculina de Futebol”.
Confira a íntegra do Projeto de Lei 7722/10
O parágrafo único transcrito acima, pretende seu mentor intelectual, seria acrescentado ao artigo primeiro da Lei 662, sancionada em 6 de abril de 1949, que diz: “São feriados nacionais os dias 1º de janeiro [Dia da Paz Mundial], 21 de abril [Tiradentes], 1º de maio [Dia do Trabalho], 7 de setembro [Dia da Independência], 2 de novembro [Finados], 15 de novembro [Proclamação da República] e 25 de dezembro [Natal]”.
Confira a íntegra da legislação citada, no avulso apensado ao projeto
A lei de 1949, “128º ano da Independência e 61º da República”, não definia o Dia de Finados, o que foi feito na Lei 10.607 (19 de dezembro de 2002). Ou seja, passaríamos formalmente a ter oito feriados nacionais, todos os anos, depois de eventual sanção do projeto de lei. É quase o número total de férias formais de trabalhadores de alguns países asiáticos – na China, por exemplo, a média é de dez dias de descanso, anualmente. É bom lembrar que, nas paragens tupiniquins, o trabalhador brasileiro geralmente desfruta de mais dias de folga, festiva ou religiosamente: carnaval, feriados de fim de ano, Semana Santa etc.
“Pena que o Brasil não foi campeão [na Copa da África 2010]. Se não, [o projeto] já estaria valendo”, disse ao Congresso em Foco o deputado Felipe Bornier. “Mas é um debate que tem de ser feito. O projeto é uma coisa que foi apresentada recentemente, ainda não teve debate.”
Para o parlamentar, os estados brasileiros têm costumes diferentes em dia de jogo. “O que acontece é que, em algumas cidades, as escolas não abrem, os bancos não abrem. O que o projeto faz é estabelecer algo que, na prática, já é norma”, destacou Bornier.
A verdade é que a norma, ao contrário do que deseja Bornier, é bem diferente. Grande parte das empresas libera seus funcionários na hora do jogo, mas eles trabalham antes ou depois, dependendo do horário da partida. Os bancos abrem, as lojas também.

O Brasil a caminho do atraso: estatuto da desigualdade racial (ou a construcao do Apartheid)

Transcrevo post do site "Contra a Racialização do Brasil" sobre a entrada em vigor do Estatuto da (des)Igualdade Racial, que eu reputo um instrumento racista e um mecanismo de criação de conflitos raciais e sociais.

Estatuto da Igualdade Racial entra em vigor esta semana
Contra a Racialização do Brasil, 17 Oct 2010 03:39 PM PDT

Após 10 anos de tramitação no Congresso, conjunto de propostas que visa a combater o preconceito e promover políticas de inclusão social para afrodescendentes sai do papel, embora especialistas afirmem que o documento ainda não é o ideal

Fonte: Correio Braziliense
Carolina Khodr
Renata Mariz

Publicação: 17/10/2010 10:14 As medidas não são exatamente aquelas sonhadas pelos militantes do movimento negro que ajudaram o senador Paulo Paim (PT-RS) a redigir o projeto de lei 10 anos atrás. Mas o que sobrou da proposta, depois das tesouradas sofridas em uma década de tramitação no Congresso Nacional, entrará em vigor na próxima quarta-feira. Sonhado pelos grupos que combatem o racismo e atacado por quem considera mais preconceituoso ainda instituir políticas públicas de acordo com a cor da pele, o Estatuto da Igualdade Racial já começa a valer no Brasil suscitando discussões.

Os principais pontos criticados pelos próprios militantes em favor da igualdade racial no país concentram-se na ausência de temas considerados prioritários. “As cotas não poderiam ter ficado de fora, porque a sociedade não avança se não houver política afirmativa na área educacional. Retiraram também o dispositivo que previa a reserva de vagas nos meios de comunicação”, lamenta Nelson Inocêncio, professor da Universidade de Brasília (UnB). “Em toda negociação é preciso ter uma margem para ceder, mas o que houve foi uma mutilação do Estatuto.”

Para o ministro Eloi Ferreira de Araújo, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o único prejuízo do estatuto está no atraso de 122 anos. “Se na época da abolição da escravatura os negros já tivessem uma proteção legal que garantisse a igualdade de direitos, o desenvolvimento social do país teria sido mais harmonioso”, afirma Araújo. Ele atribui à nova legislação o início de uma caminhada rumo a um Brasil mais justo. “As ações afirmativas previstas no documento trazem ao mundo jurídico programas e ações para reduzir as desigualdades derivadas de 380 anos de escravidão.”

Sobre as políticas historicamente consideradas mais prioritárias quando o assunto é redução da desigualdade racial, Araújo prevê soluções em acertos futuros. “A cota é apenas uma das formas de colocar em prática as ações afirmativas. A fiscalização da presença de negros e de pardos nas universidades será feita com o Ministério da Educação e a Ouvidoria da secretaria. Já as cotas previstas nos partidos políticos, que também ficaram de fora do estatuto, serão matéria da reforma política. A representação da população negra tem que ser proporcional no Congresso e em outras esferas da política”, defende o ministro.

Na avaliação de frei David Raimundo Santos, diretor executivo da Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), embora seja inegável que o estatuto perdeu muito de seu conteúdo para ser aprovado no Congresso, o documento poderá ter efeito na militância pelo país afora. Ele acredita que o conjunto de leis, apesar de genéricas, só pelo simples fato de existir, despertará o senso crítico dos negros carentes de oportunidades. Menos otimista que frei David, Nelson Inocêncio teme que a legislação seja apenas mais um documento sem desdobramentos práticos. “É a minha opinião e a de muitos que acompanham o tema.”

Ação civil pública
O primeiro efeito prático do Estatuto da Igualdade Racial deverá ser uma ação civil pública contra o estado do Espírito Santo. No documento preparado por entidades ligadas ao tema do racismo, que pretendem ajuizá-lo já na quinta-feira, há diversos dados sobre a morte de negros, especialmente pela polícia. Um deles demonstra, por exemplo, que 2.081 pessoas foram assassinadas em 2009 em território capixaba, das quais 82% eram negras. Treze por cento foram identificadas como brancas.

Outra informação apresentada é de que quatro municípios capixabas (Cariacica, Linhares, Serra e Vila Velha) estão entre os 12 no país com o maior Índice de Homicídios na Adolescência — indicador que estima o risco de mortalidade por homicídio de adolescentes. Baseando-se no 4º capítulo do estatuto, que trata do acesso à Justiça e à segurança, as entidades que prepararam o documento pretendem pressionar o governo estadual e as prefeituras. “Vamos pedir, entre outras coisas, multa diária para prefeituras que não tomarem providências. Os recursos irão para um fundo de inclusão da comunidade negra nacional que está sendo criado”, diz frei David.

ARTIGO

Mobilização da militância

O Estatuto da Igualdade Racial, aprovado pelo Senado após um longo debate, sancionado pelo Presidente da República e que entra em vigor na próxima quarta-feira, teve uma trajetória similar, feitas as devidas ressalvas, ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Em relação ao ECA, durante todo o processo de tramitação, tivemos vários embates, várias posições prós e contras, e aqueles que lutavam pela preservação do projeto original do ECA tiveram que ceder em muitos pontos para que o estatuto fosse aprovado. Basta lembrar o seguinte: o ECA já sofreu mais de 150 emendas, ou seja, todos aqueles que se sentiram derrotados em determinados aspectos usaram do poder de políticos, de partidos, de deputados e de senadores para introduzir aperfeiçoamentos ao ECA. Portanto, é preciso que a comunidade negra entenda que esse é o processo democrático: nenhum estatuto sairá perfeito na primeira versão.

Tenho certeza de que esse é o mesmo caminho que nós, negros, vamos seguir. Aqueles que querem ver outros aspectos contemplados no Estatuto da Igualdade Racial irão trabalhar com seriedade e afinco. Produzirão e vão apresentar emendas, por meios de deputados e de senadores. Isso vai revigorar a militância do povo negro no Brasil, pois cada grupo das diferentes regiões irá se movimentar e se organizar para propor emendas ao estatuto. E irá se empenhar para que sua emenda seja vitoriosa. O documento que está aí, não tão perfeito como queríamos, vai ser muito bom para a militância: vai provocá-la a se organizar mais, pois, nos quatro cantos do Brasil, a militância negra não tem o vigor que pode desenvolver.

Entretanto, não é uma lei escrita que vai resolver os nossos problemas, mas a militância consciente e organizada. Nós, negros, temos de ser bastante rigorosos na avaliação que fazemos do estatuto. Esse é um momento especial na conjuntura nacional para a comunidade negra, pois estamos tendo uma boa relação com o Poder Executivo, ao passo que temos uma péssima relação com o Poder Legislativo. Nossa representação nessas Casas não chega a 5% de nossa capacidade de voto no país. Por que não avançamos nessa direção, agora que temos o estatuto, que é uma ferramenta essencialmente do âmbito do Poder Executivo? A realidade é que não temos muito trânsito no Poder Legislativo. Devemos, então, avançar com o Poder Executivo, em nível municipal, estadual e federal. E naquilo que podemos avançar, o estatuto nos dá o alicerce.

Frei David Raimundo Santos, diretor executivo da Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro)

PRINCIPAIS PONTOS

Conheça alguns dos itens mais relevantes do Estatuto da Igualdade Racial

* Todas as escolas da educação básica terão de ensinar história geral da África e da população negra no Brasil. O tema já foi previsto numa lei de 2003, mas sem reflexo na prática.
* A capoeira é reconhecida como esporte e o governo deverá investir na prática.
* Libera a assistência religiosa em hospitais aos seguidores de cultos religiosos de origem africana.
* Comunidades quilombolas terão linhas de financiamento diferenciadas.
* Implantação, pelo poder público, de ouvidorias permanentes em defesa da igualdade racial.
* Adoção de medidas, pelo poder público, para coibir a violência policial de caráter racial.

Questões não contempladas

* Reserva de cotas para negros em universidades, em programas de televisão e em partidos políticos.
* Incentivo fiscal para empresas que contratarem negros.
* Definição de quem são os remanescentes de quilombos para fins de regularização das terras ocupadas.
* Registro no Sistema Único de Saúde (SUS) fazendo o corte racial

Interrupcao eleitoral (9): a mistificacao da privatização: tentando enganar os incautos...

O tema da privatização vem sendo utilizado como um fantasma, tentando convencer a população de que elas são o mal absoluto. Este editorial do Estadão coloca os pingos nos iis.
Paulo Roberto de Almeida

A repetição de um velho ardil

Editorial O Estado de S.Paulo, 18 de outubro de 2010


Só dogmatismo e/ou a má-fé justificam o argumento de que a privatização de empresa estatal ou de economia mista é um mal em si mesma e, portanto, condenável de qualquer ponto de vista. Dogmáticos são os radicais de esquerda incapazes de esquecer ou de aprender. De má-fé agem os oportunistas diretamente interessados no projeto de perpetuação do poder lulo-petista. Uns e outros se associam na campanha eleitoral de Dilma Rousseff para demonizar José Serra como o responsável, pretérito e futuro, por esse monstruoso atentado contra os interesses do povo brasileiro: a privatização. É natural que o lulo-petismo lance mão desse argumento cínico e maniqueísta na tentativa de evitar que a candidatura Dilma repita neste segundo turno o desempenho para eles decepcionante que teve no primeiro. Deu certo quatro anos atrás, quando o então candidato oposicionista, Geraldo Alckmin, enroscou-se todo no mesmo ardil e conseguiu a proeza de ter no segundo turno cerca de 2,5 milhões de votos a menos do que no primeiro.
É de esperar que os tucanos tenham aprendido a lição. Afinal, argumentos não lhes faltam. O governo Fernando Henrique foi um dos responsáveis pela definição dos fundamentos da política econômico-social que, aprimorada e aprofundada por seu sucessor, resultou no Brasil inegavelmente melhor em que hoje vivemos. E o processo de desestatização, intensificado nas administrações Itamar Franco e Fernando Henrique, abrangendo os setores siderúrgico, de mineração, da indústria aeronáutica e, de modo muito especial, os serviços bancários e as telecomunicações, foi peça essencial para consolidar a base dos avanços nos últimos 15 anos.
A dicotomia estatização/desestatização frequentou a agenda política quando a polarização comunismo/capitalismo dominava o mundo, durante a maior parte do século 20. Com a falência do modelo comunista e a consequente desmoralização do mito da infalibilidade do Estado, a questão, do ponto de vista do interesse público, passou a ser, objetivamente, quais empresas devem permanecer sob o controle, direto ou indireto, do poder público e quais ficam melhor sob a administração privada. Assim, é óbvio que em muitos casos a desestatização ou privatização de empresas e serviços pode perfeitamente atender ao interesse público. Foi o que ocorreu no Brasil com a privatização das empresas de telecomunicações, que, para citar apenas seus efeitos mais visíveis, permitiu o acesso de toda a população economicamente ativa ao telefone celular e à banda larga. E há, por outro lado, casos como o de empresas estrategicamente essenciais à segurança ou ao desenvolvimento nacional, em que o interesse público poderá estar melhor preservado com a administração estatal.
Certamente esta não é uma questão de fácil entendimento pelo cidadão comum. Mas tentar reduzir a opção estatização/privatização à dicotomia maniqueísta do bem contra o mal é, para dizer o mínimo, desonesto. Uma campanha eleitoral deve esclarecer as pessoas sobre os problemas e soluções em relação aos quais elas devem se manifestar com seu voto, e não confundi-las e valer-se da falta de informação em proveito próprio.
Foi o que Dilma Rousseff tentou fazer no debate da Rede Bandeirantes, obedecendo à nova estratégia de sua campanha: partir para o ataque, a qualquer custo. E valeu-se para tanto daquele que o governo petista apresenta como um de seus maiores trunfos em termos da prosperidade futura do País: a exploração do pré-sal, "uma riqueza do povo brasileiro para garantir que a gente combata a pobreza e crie educação de qualidade". Segundo a candidata, "assessores" de Serra defendem a privatização do pré-sal. Ela se referiu explicitamente ao tucano David Zylbersztajn, que foi presidente da Agência Nacional do Petróleo no governo FHC, mas nunca assessorou José Serra. Ele classificou a acusação como "delírio" e explicou que o que defendeu foi o regime de concessão, estabelecido inicialmente pelo governo, contra o regime de partilha que o governo quer agora que prevaleça.
E justificou sua atitude: "(...) acho que, qualquer que seja o governo, ter uma estatal comprando e vendendo petróleo é uma janela para a corrupção." Bem lembrado.

Venezuela: como exterminar os inimigos politicos...

Poderia ser no Brasil, onde um candidato a líder supremo -- Yo, El Supremo -- também declarou sua intenção de exterminar um partido de oposição, mas não é.
Se trata, obviamente, de nosso aliado bolivariano, onde El Supremo ... (acrescentem o adjetivo que desejarem) se empenha ativamente em realmente exterminar com essa praga que se chama oposição política, e dispõe de meios muito mais poderosos para fazê-lo.
Não conseguiu, porém, embora o processo democrático enfrente perigos muito mais profundos, e reais, do que aqui.
Em todo caso, fiquem com essa leitura edificante, se ouso dizer, ainda que a operação conduzida por El Supremo ... (escolham) se chamava, justamente, La Demolición...
Paulo Roberto de Almeida

Demoler, destruir, liquidar
MILAGROS SOCORRO
El Nacional, 16 Octubre 2010

Chávez anunció que su plan era acabar con la oposición

Hasta el 25 de septiembre, víspera de las elecciones legislativas, Chávez estuvo haciendo campaña y usando los recursos del Estado para difundir sus insultos y amenazas. En Barquisimeto, horas antes del evento electoral, que era observado con especial atención por el hemisferio, vociferó: "Los escuálidos pudieran rendirse, están rodeados. Le vamos a dar una paliza a los escuálidos. Todos a votar por la alianza socialista". En su Twitter escribió: "Ahora entramos en la tercera fase: acelerar el arrollamiento y la demolición". En el Táchira conminó a alguna jauría a "demoler a la burguesía apátrida". En Valencia: "Estoy calentando los motores porque en diciembre de 2012 los vamos a volver picadillo". En la plaza O’Leary, Caracas: "Hay que volver polvo a los escuálidos el domingo". Un mes antes había denominado la campaña oficialista Operación Demolición. "Así se llamará", ladró en Barinas. "Me los demuelen. Esa es la orden".

Ya el mundo sabe lo que ocurrió. Ese mensaje, pese a circular con las inmensas ventajas que ofrece el peculado que el autócrata ejerció entonces y ejerce siempre en todas sus formas e inmensas cuantías-, no recibió el favor de las mayorías. El país va comprendiendo que lo único que Chávez ofrece y está en capacidad de movilizar es la destrucción: de la infraestructura, la producción, las fuentes de trabajo, la seguridad ciudadana, el valor de la moneda, los servicios públicos, el patrimonio cultural...

Los sectores productivos han sufrido, claro está. Pero no serán liquidados por estos pigmeos armados de mazos paleolíticos. Los empresarios, industriales y productores podrán recomenzar en otras partes (a la vista está). Llevan consigo lo más importante: saben trabajar y están habituados a construir. La demolición de la que Chávez es emisario y vector se ha cebado contra los más pobres, contra la clase media y contra los empleados de esos "oligarcas" que lo obsesionan.

Pero hay un sector todavía más castigado. Hay una casta de degenerados cuyas bases morales ha sido pulverizada en sus cimientos por la diligencia envilecedora y corruptora de Chávez, que es el único rasgo en el que descuella, la única faceta en la que su ilimitada mediocridad parpadea. Es un titán, sí, pero de la degradación propia y ajena.

Ahí está para probarlo Walid Makled, un presidiario en espera de ser extraditado a Estados Unidos, señalado de enviar 10 toneladas mensuales de cocaína a ese país. Un hombre con semejante prontuario se planta ante el país y da unas declaraciones que constituyen un evidente intento de negociación, cuando no de chantaje, con quienes detentan el poder en Venezuela, muchos de los cuales, según se jacta, están en sus nóminas. ¿Y alguien lo duda? ¿Alguien ha musitado una defensa a los pringados por Makled? Nadie.

Qué más picadillo puede hacerse de una sociedad donde un reo de narcotráfico da manotazos en la cara de jueces, diputados, ministros, generales, gobernadores, gerentes de Pdvsa y hasta del presidente mismo, al que acusa de encabezar un gobierno capo de la droga. Tras las rejas, Makled se carea con todos estos funcionarios de tú a tú. Peor aún, los trata como a subalternos a quienes se ha cansado de arrojar billetes al piso. Así los habrá visto, de hinojos frente a él, lamiendo las botas sobre las cuales llueven los dólares.

Qué más derribo puede infligir Chávez. No contento con explicar cómo logró la concesión de Puerto Cabello sobornando a Acosta Carlez y matando el hambre a rufianes a quienes la república ha vestido con un uniforme, todavía retó: "¿Por qué no dicen que Walid Makled tenía concesión de fertilizantes, que se la otorgó el hermano del vicepresidente del PSUV, Saúl Ameliach?". La respuesta a esa oprobiosa interrogante fue designar al aludido hermano, Francisco Ameliach, ministro del Despacho de la Presidencia. ¿Cabe concebir mayor arrasamiento? Hay uno menor. Ínfimo. Un arrastramiento, mejor dicho. El que perpetró un pobre diablo, en mala hora elegido diputado, quien se permitió decir en público que si "hacer lo que diga el comandante, cuando él lo diga, es ser una foca", entonces él es una foca. He ahí una muestra deleznable pero elocuente de esa desintegración que Chávez prodiga: cuando un hombre pierde hasta tal punto el pudor y muchos lo han hecho- ya nada detiene sus desvaríos. Quien se humilla llamándose foca, traicionará al amo con razones igual de fútiles. Total, ya el alma la había echado a las voraces fauces de la máquina trituradora.

domingo, 17 de outubro de 2010

Interrupcao eleitoral (8): partidarização academica, Parte B: associacoes instrumentadas...

Sindicatos, associações, clubes, condomínios costumam ser, naturalmente, ambiente diversificados, com todos os tipos de membros, associados, condôminos, frequentadors habituais, enfim, com pessoas das origens as mais diversas, professando religiões diferentes, torcendo para clubes de futebol diferentes, vindos de origens sociais, étnicas e culturais as mais distantes possíveis, e no entanto convivendo sob o mesmo teto ou no mesmo ambiente por razões de conveniência, de escolha, de circunstância.
Num ambiente assim, a aceitação dessa diversidade é de rigor, e a tolerância com posições e posturas diferentes é mesmo obrigatória, com normas respeitadoras dessa diversidade geralmente consolidadas no próprio estatudo de fundação e de funcionamento do clube, entidade, associação.
Assim é que sindicatos ou associações profissionais não costumam ter posições políticas ou sequer afiliações partidárias, deixando a critério de seus membros qualquer decisão a respeito de escolhas que dependem única e exclusivamente de decisões pessoais de cada um.
Apenas na cabeça de um dirigente muito arrogante e autoritário vem a ideia de pretender ditar a atitude dos membros de sua associação.
Pois é isso que está acontecendo na Anpuh, a associação que supostamente representa os professores de história.
Seu presidente tem esse DNA fascista, de pretender que todos os associados pensem como ele.
Transcrevo aqui um trecho do seu manifesto eleitoral, divulgado recentemente, para que se constate o estilo do "coronel" universitário, que de acadêmico só tem o nome, mas não as qualidades:

" Dirijo este texto àqueles que fazem parte como eu desta parcela letrada da sociedade, notadamente, daqueles alojados no interior da Universidade, e que, para minha surpresa e decepção, vêm manifestando a intenção de votar em José Serra no segundo turno das eleições. Como estou escrevendo para pessoas que julgo estar sob o império da racionalidade, nem me vou ocupar de rebater os motivos e argumentos apresentados para não se votar em Dilma Rousseff, em uma das campanhas mais sórdidas, mais caluniosas, injuriosas e preconceituosas já levadas a efeito no país, com a participação decisiva do candidato Serra e da mídia golpista que o apóia, a mídia que medrou e engordou durante a ditadura militar, ..."

Trata-se, manifestamente, de uma ofensa direta a todos os professores que não pensam como ele, pois eles estariam, como direi?, sendo "irracionais", para não dizer reacionários, golpistas, energúnemos e coisas parecidas.
Todo o manifesto partidário do cidadão que infelizmente preside a Anpuh vem escrito nessa linguagem chula, digna de um militante fundamentalista, um terrorista da pena, um intolerante da regras da cidadania, um autocrata de formação.

Acredito que ele consegue, com esse gesto, desconstruir a Anpuh, e desonrar seus estatutos, além de criar um ambiente de trabalho praticamente viciado para o próximo congresso da associação.
Se os membros aplicassem o estatuto com rigor, ele já teria sido automaticamente destituído do cargo. Se continuar apegando-se a ele, não possui, de qualquer forma, autoridade moral para sentar-se na cadeira da presidência.

Meus pêsames aos professores de história que precisam suportar uma personalidade totalitária, vulgar e de má conduta como o seu presidente atual.
Uma desonra para toda a categoria.

Paulo Roberto de Almeida

Interrupcao eleitoral (7): partidarização academica, Parte A: reitores servis...

Já vimos pior, por certo. Parafraseando Roberto Campos, que disse uma vez que "o Brasil é um país que não perde uma oportunidade de perder oportunidades", eu poderia dizer que a universidade pública brasileira não perde nenhuma oportunidade de afundar cada vez mais na mediocridade, na irrelevância, na partidarização vulgar e na instrumentalização sectária, por parte do baixo clero, obviamente, que neste governo virou alto clero.
Uma outra personalidade política disse algo em torno dos acadêmicos: os competentes se voltariam para o mercado de trabalho, e os incompetentes iam dar aulas. Talvez não seja o caso das ciências duras, mas nas ciências ditas humanas é certamente cada vez mais o caso. Elas são dominadas por aqueles militantes do baixo clero, que arrotam um pouco de gramscismo de ouvido por aqui (já que poucos leram Gramsci, de verdade), mais outro tanto de marxismo vulgar por ali (e bota vulgar nisso: antes era o próprio Marx, depois substituído por Althusser e finalmente por esse estupor da Marta Harnecker), e que não fazem nada a ser arrotar slogans em sala de aula.
Todo esse pessoal está seriamente engajado na campanha presidencial, a começar pelos reitores adesistas que fizeram um manifesto em favor da candidata oficial.
Já tive oportunidade de criticar esses reitores, assim que saiu o malfadado manifesto, reproduzido nas paginas da SBPC, hoje uma associação também tomada pelo partidarismo e pelo servilismo em relação ao poder.
Mandei uma carta para o Jornal da Ciência, mas ela não foi publicada.
Permito-me, portanto, primeiro remeter -- sem pretender fazer propaganda -- ao horroroso manifesto partidários dos reitores, transcrevendo o link onde ele pode ser encontrado, e depois o meu comentário em torno dele.

Manifesto de Reitores das Univ. Federais
EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO

(Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira)

(ler neste link)


Agora, a minha “Carta ao Jornal da Ciência sobre o Manifesto dos Reitores":

 
Sobre o item: “Reitores de Ifes divulgam manifesto em favor das ações em educação”, acredito que tanto o título quanto o conteúdo desse manifesto estejam essencialmente equivocados, talvez deliberadamente equivocados.
Não se trata de um manifesto em favor de ações, quaisquer que sejam elas, relativas à educação brasileira, mas de uma tomada de posição claramente partidária em favor de uma das candidaturas à cadeira presidencial.
Dispenso-me de comentar o conteúdo, os termos e os posicionamentos desse “manifesto”, diretamente vinculados a uma dessas candidaturas, que revelam, todos eles, a adoção de uma postura maniqueísta, divisionista e, no limite, sectária, de autoridades universitárias que deveriam manter-se independentes, embora não alheias, às escolhas político-eleitorais a que toda a comunidade acadêmica e o povo brasileiros são chamados a fazer neste mês de outubro.
Os reitores sabem muito bem que os universitários, em geral, e os professores em particular, possuem discernimento suficiente para fazer suas próprias opções eleitorais, com base num julgamento autônomo das posturas e propostas eleitorais de cada candidato, e não precisam ser induzidos, em nome de suas instituições, a tomar esta ou aquela atitude. Que esses reitores -- e não todos -- o tenham feito é revelador do ambiente de divisionismo político, e de arregimentação partidária, que tende a fraturar instituições que deveriam estar abertas a todas as propostas políticas de modo tolerante e democrático.
Mais ainda: como autoridades de instituições públicas, estatais em sua maior parte, os reitores deveriam dar o exemplo e se manterem neutros, ou apartidários, nesta conjuntura eleitoral. O fato de que tenham feito uma opção deliberada -- o que é o seu pleno direito no plano cidadão e individual, mas não como reitores -- por uma dessas candidaturas, de modo tão servil quanto ridiculamente publicitário, em favor da candidata oficial do governo Lula, é não apenas lamentável no plano da ética pública, como deplorável no plano da simples relação republicana -- para usar um termo da moda -- que deveria comandar pelo menos isenção quanto às escolhas que a comunidade acadêmica deverá novamente fazer em 31 de outubro.
Trata-se de mais um péssimo exemplo de mobilização de instituições públicas em favor de uma postura político-partidária. Meus cumprimentos aos reitores que não aderiram a esse panfleto eleitoral e meus pêsames, acadêmicos, aos que servilmente o fizeram.
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Paulo Roberto Almeida