O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 10 de abril de 2011

Vocacional: uma experiencia de vida, um aprendizado inesquecivel

Tive a sorte, o privilégio e a oportunidade, excepcionais em todos os casos, de estudar na primeira turma do Ginásio Estadual Vocacional Oswaldo Aranha, no bairro do Brooklin, em São Paulo, capital. Foram quatro anos de aprendizado para uma vida inteira, amizades inesquecíveis, um ambiente de estudos de altíssima qualidade. Eu era então um jovem de apenas 11 ou 12 anos, e creio que aquela experiência transformou minha vida, para sempre, sobretudo no plano intelectual (ainda que eu já fosse, desde meus sete anos, um rato de biblioteca).
Contei um pouco dessa experiência neste texto:

What a difference a school makes...; O traço todo de minha vida no Vocacional Oswaldo Aranha
Brasília, 10 janeiro 2010, 6 p. Depoimento sobre meu ingresso e permanência no Ginásio Estadual Vocacional Oswaldo Aranha. Relação de trabalhos n 2097.
Postado no blog DiplomataZ (link: http://diplomataz.blogspot.com/2010/01/31-what-difference-school-makes-meu.html).

Agora todos nós -- eu ainda não pude fazê-lo -- temos a oportunidade de assistir um filme sobre essa experiência, tal como relatado abaixo. Gostaria de estar em SP para assistir. Não será possível agora, mas isso certamente se dará no futuro próximo.
Meus cumprimentos aos realizadores desse belíssimo empreendimento, minhas saudações a todos os colegas de turma e a todos os que nos seguiram, minhas homenagens, mais uma vez, a nossos professores maravilhosos.
Uma lágrima de saudade...
Paulo Roberto de Almeida

Filme e Debate:
A contribuição do Ginásio Vocacional para a renovação da educação pública no Brasil

O Vocacional foi uma das mais importantes experiências pedagógicas realizadas na escola pública no Brasil. Criado em 1962 e extinto em 1969 com uma intervenção da ditadura militar, os ginásios vocacionais, implantados nas cidades de São Paulo, Rio Claro, Batatais, Americana e Barretos, foram uma ousada proposta que introduziu novas práticas de ensino e formação, que até hoje são extremamente avançadas. Alguns aspectos dessa proposta foram parcialmente incorporados em escolas particulares de classe média, mas na rede pública de educação, crescentemente sucateada, nunca mais se deu continuidade a essa visão interrompida pelo autoritarismo.

Com o lançamento do filme “Vocacional: uma experiência humana”, do diretor Tony Venturi e a comemoração dos 80 anos da principal formuladora do projeto, a professora e pedagoga Maria Nilde Mascellani, a experiência do Vocacional vem ganhando maior divulgação. A Casa da Cidade integra-se a esse processo, na perspectiva de debater a contribuição da experiência para a renovação da educação pública no Brasil. Para conhecer melhor a proposta, leia, abaixo, artigo do ex-aluno Eduardo Amos sobre o Ginásio Vocacional.

O evento conta com o apoio Olhar Imaginário, que produziu o filme a ser exibido no evento e da GVIVE – Associação dos ex- alunos, professores e pais do Ginásio Vocacional e espera contar, sobretudo, com presença de educadores e todos os que participaram dessa importância experiência.

19:00h – Projeção do filmeVocacional: uma experiência humana
20:30h – Debate: A contribuição do Vocacional para a renovação da educação pública

Tony Ventury: Diretor do Filme e ex-aluno do Vocacional
Luigy – L. C. Márquez: Presidente da Associação de ex-alunos, professores e pais do Ginásio Vocacional
Isnéria Rovai: Ex-professora do Vocacional (a confirmar)
Maria Clara di Pierro Faculdade de Educação da USP
Onde: Casa da Cidade Rua Rodésia, 398 - Vila Madalena
Quando: Dia 14 de abril, 5ª feira, às 19h (filme), 20:30h (debate)

Artigo
Ginásio Vocacional – uma escola para a vida

Eduardo Amos - ex aluno turma de 64, Rio Claro
Revista Arquivo Municipal de Rio Claro 2009

“Quando me perguntam o que aprendi no Vocacional, digo que aprendi a ler jornal, a comer com faca e garfo, a me seduzir pela realidade, a trabalhar em grupo, a me enxugar no meio das pernas depois do banho.”

Essa frase do jornalista Aureliano Biancarelli, escrita 41 anos depois de se formar no Ginásio Vocacional de Americana, poderia, muito bem, ter sido escrita por algum aluno do Vocacional de Rio Claro. Essas poucas palavras dão a exata dimensão de como o projeto pedagógico de uma escola renovadora marcou definitivamente a vida de todos aqueles que por ela passaram.

Instalado precariamente no prédio do antigo Grupo Escolar da Vila Operária, hoje E. M. Monsenhor Martins, o Ginásio Vocacional de Rio Claro começou a funcionar em 1963. Em 1965, transferiu-se para um casarão no Horto Florestal onde funcionou por 3 anos. Finalmente, em fevereiro de 1968 mudou-se para as instalações definitivas construídas na rua 2 número 2877 onde ficou até a extinção do Ensino Vocacional em novembro de 1969.

O Vocacional, que tinha unidades instaladas em São Paulo, Americana, Barretos, Batatais e Rio Claro, era uma escola de período integral que tinha por pilares o trabalho em equipe, o estudo do meio e a participação ativa do aluno em seu processo de aprendizagem. Muito mais do que os conteúdos acadêmicos, ali se aprendia a olhar para a cidade, a entender o funcionamento das instituições e da sociedade, a buscar uma compreensão do mundo e, o mais importante de tudo: aprendia-se a conviver com pessoas de todas as classes sociais.

Uma escola para todos
A seleção dos alunos levava em conta a composição da população da cidade em sua proporcionalidade de classes sociais para que a escola refletisse a maneira como a sociedade local se estruturava. Dessa maneira, a escola tinha a mesma composição social da sociedade rioclarense. Como as classes mais baixas representavam a maioria da população da cidade, esse segmento social tinha maior peso no momento da seleção. Isso provocou muitos protestos de parte das famílias da elite local que viam muitos dos seus filhos impedidos de estudar numa escola de ensino de alto nível. O depoimento da mãe de uma ex-aluna ilustra muito bem esse aspecto:

“Minha filha mais velha entrou na primeira turma, cuja origem social era de classe inferior. Os pobres eram maioria. O sistema era compreensivo e se preocupava em elevar os pobres. Estes não aceitavam nada que não fosse deliberado por eles. Foram ensinados a se organizarem e a defenderem seus interesses. Minha filha era ótima, mas não era aceita por ser filha de professora. Os pobres eram muito revoltados e minha filha sofreu. O Vocacional foi bom para ela no sentido intelectual, graças a ele, ela desenvolveu a capacidade de estudo e, de síntese, o que a levou a destacar-se no colegial do Batista Leme. No Vocacional ela não era ninguém, enquanto os pobres eram gente.”

As instalações
As instalações, concebidas pelo arquiteto Pedro Torrano, pai de ex-aluno, formam o maior conjunto arquitetônico jamais construído no Brasil para abrigar uma escola de Ensino Fundamental I. A escola se espalhava por 10 blocos harmoniosamente distribuídos numa área de 3 quadras. Os prédios expressavam a proposta pedagógica da escola em que todas as disciplinas, atividades e projetos eram interligados. Além disso, a concepção daquele espaço escolar foi concebido de forma a colocar as atividades mais “barulhentas” (educação física e artes industriais) longe daquelas que exigiam maior concentração (português matemática, estudos sociais). Todos os blocos eram interligados por amplas passarelas cobertas e toda a área externa era ocupada por jardins construídos e mantidos pelos próprios alunos, os quais também cultivavam uma horta na disciplina de Práticas Agrícolas.

O espaço da escola era muito grande e não existia um pátio central, típico das escolas tradicionais, que permite que os alunos sejam permanentemente vigiados. Outro aspecto importante é que todas as portas permaneciam destrancadas durante as aulas e todos os alunos tinham acesso livre a todos os espaços.

Trabalho em equipe
Tudo no Vocacional era feito em equipe: desde o primeiro dia de aula quando um grupo de alunos mais velhos conduzia um grupo de recém chegados pelas dependências da escola até o recebimento do diploma na cerimônia de formatura.

Cada equipe, formada a partir da aplicação de um sociograma (técnica de formação de grupos a partir de escolhas feitas pelos próprios alunos), contava com um líder e um redator que mantinham seus cargos por um período determinado. Dessa forma, crianças provenientes das várias camadas sociais conviviam no dia a dia da escola e se ajudavam mutuamente. Era dentro das equipes que se realizava a construção do conhecimento, num processo muitas vezes conflituoso e que levava a um profundo aprendizado de convivência social.

O currículo
No Vocacional, o currículo contemplava não apenas objetivos de conhecimento, mas também objetivos comportamentais voltados para a formação de atitudes e da consciência crítica, o aprendizado da ética e a construção da cidadania no sentido mais amplo do termo. Enfim, a grande meta era o desenvolvimento integral do aluno. Para isso, além das disciplinas tradicionais como português, matemática, educação física e ciências, outras disciplinas, novas para todos nós, compunham o currículo: Estudos Sociais, Educação Musical, Artes Plásticas, Artes Industriais, Práticas Comerciais, e Práticas Agrícolas. Todas as áreas disciplinas trabalhavam de forma integrada em torno de Unidades Pedagógicas. Cada unidade começava com uma assembléia de todos os alunos de uma mesma série, a “aula plataforma”. Coordenados por Estudos-Sociais, as discussões realizadas na aula plataforma culminavam com a definição de um tema gerador a partir do qual todas as disciplinas trabalhavam ao longo de um bimestre. Ao final desse período, realizava-se uma nova assembléia (aula-síntese) em que as equipes compartilhavam tudo o que haviam pesquisado, estudado e aprendido. O conhecimento, portanto, era compartilhado com outros colegas e não apresentado ao professor numa prova escrita.

Um aspecto bastante renovador do currículo do Vocacional é que seu desenvolvimento se dava a partir da comunidade. É por isso que na 5ª série, o enfoque era a cidade (Rio Claro), na 6ª série trabalhavam-se temas relacionados ao estado de São Paulo, na sétima os temas falavam do Brasil e, finalmente, na 8ª série abordavam-se questões mundiais sem, contudo perder de vista seus impactos na comunidade.

Estudo do meio
Outro pilar do Ensino Vocacional, o estudo do meio fazia parte do cotidiano da escola. Sempre tinha alguma classe saindo para algum lugar, para estudar alguma coisa fora da escola.

Em 1965, por exemplo, quando, na 6ª série, estudávamos o ciclo do café no estado de São Paulo, realizamos dois estudos do meio. Um para conhecer o Museu do Café em Ribeirão Preto e a casa de Portinari em Brodósqui. O outro teve a duração de sete dias e nos levou a São Paulo e Santos. Na capital visitamos várias indústrias, uma agência de publicidade, a Estação da Luz e alguns museus. Em Santos conhecemos o porto por onde escoava toda a produção de café do Brasil e a Bolsa do Café. Mas o melhor de tudo é que para muitos de nós, foi a primeira vez que vimos o mar.

Já na 8ª série, ao abordarmos a questão da unidade nacional brasileira, realizamos um estudo do meio ao Rio de Janeiro de 5 a 13 de novembro de 1967. Nessa viagem conhecemos o Forte Copacabana, Maracanã, Escola de Samba Vila Isabel, Favela da Catacumba, Vila Kennedy (primeiro conjunto habitacional brasileiro), o reator atômico da UERJ, aeroporto do Galeão, Museu de Arte Moderna, Monumento aos Pracinhas (obra de Niemeyer), o Itamarati, a Academia Brasileira de Letras, Jardim Botânico, Corcovado, Pão de Açucar, Ilha de Paquetá e Museu Imperial em Petrópolis. Numa tarde, uma das equipes foi recebida pelo escritor Ruben Braga em sua própria casa. Fazíamos nossas refeições no restaurante universitário chamado Calabouço, na Cinelândia. No ano seguinte, esse local seria palco do assassinato de um estudante que motivou a famosa Passeata dos 100 Mil. Na viagem de ida, dormimos uma noite no Parque Nacional de Itatiaia e na volta, visitamos a Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda e a Academia Militar de Agulhas Negras em Resende.

Atividades como essa em que 50 alunos do Ensino Fundamental I de uma escola pública saem de sua cidade e passam uma semana ou 10 dias estudando e conhecendo o mundo são simplesmente inimagináveis nos dias de hoje. A bem da verdade, nem mesmo as melhores escolas particulares oferecem aos seus alunos experiências desse tipo hoje em dia. Contudo, incomensuráveis são os impactos na formação de uma criança de 13-14 anos ao vivenciar tudo o que viagens desse tipo podem oferecer.

Instituições didático-pedagógicas
Paralelo à estrutura curricular, mas perfeitamente integradas à comunidade escolar e ao projeto pedagógico, existiam as instituições didático-pedagógicas que visavam preparar para a vida do trabalho e propiciar a participação do aluno no ambiente da escola a partir de uma perspectiva diversa. As instituições didático-pedagógicas eram vinculadas à área de Práticas Comerciais e incluíam: a cantina escolar, a cooperativa escolar, o banco escolar e o escritório contábil.

Uma história de lutas
A história dos Ginásios Vocacionais, desde o seu início, foi profundamente marcada por embates políticos tanto interna quanto externamente. O golpe militar de 64 que instaurou o mais longo período de ditadura no Brasil serviu como apoio para toda sorte de investidas contra o Ensino Vocacional, cuja implantação só foi possível graças à luta empreendida por professores, diretores, planejadores, pais, alunos e simpatizantes. A manutenção desse ensino tão revolucionário, por sua vez, não foi menos penosa já que, além de sofrer pressões vindas de instâncias superiores como a Secretaria de Educação, a escola ainda tinha que lidar com o jogo do poder local que, na maioria das vezes, não era favorável àquele projeto educacional.

O processo de desfiguração do projeto do Vocacional culminou com a invasão policial-militar ocorrida em todas as escolas da rede no dia 12 de dezembro de 1969. As escolas e a sede do Serviço de Ensino Vocacional foram invadidas por agentes da Policial Federal e por militares de Campinas. Em todas as unidades foram detidos professores, funcionários, alunos e qualquer pessoa que se encontrasse no recinto por até oito horas. Todos os setores foram vasculhados e os agentes policiais retiraram livros das bibliotecas, textos de estudo, relatórios e grande quantidade de material didático.

Finalmente, em 5 de junho de 1970 o Decreto no 52.460 oficializou a extinção de todos os Ginásios Vocacionais bem como de toda a estrutura do Serviço de Ensino Vocacional. As escolas do sistema Vocacional passaram a integrar a rede comum de ensino. Os alunos já matriculados passariam a cursar as escolas comuns em regime didático especial até a conclusão do curso e os alunos que ingressassem a partir de 1971 passariam a ter o currículo comum a todas as escolas. O Vocacional já era coisa do passado.

Uma chama que nunca morre
Hoje, depois de 41 anos, os ex-alunos do Vocacional ainda estão unidos. Desta vez, em torno da GVive, uma associação que congrega ex alunos, professores, pais e simpatizantes e que tem por objetivo resgatar e preservar a memória dos Vocacionais.O site da GVive ( www.gvive.org ) oferece uma série de informações sobre os Ginásio Vocacionais e ajuda a promover encontros de ex-alunos e ex-professores

Visite e divulgue: www.casadacidade.org.br

Associação Casa da Cidade
Rua Rodésia, 398 - V. Madalena
CEP 05435-020 - São Paulo - SP
(11) 3814-3372

A nota sobre o relatorio dos EUA sobre DH no Brasil e uma possivel resposta

Primeiro a nota, severa, como deve ser nesses casos:

Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Nota à Imprensa nº 147
8 de abril de 2011

Relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre Direitos Humanos

O Governo brasileiro tomou conhecimento da publicação, hoje, 8 de abril, do relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre Direitos Humanos.

O Governo brasileiro não se pronuncia sobre o conteúdo de relatórios elaborados unilateralmente por países, com base em legislações e critérios domésticos, pelos quais tais países se atribuem posição de avaliadores da situação dos direitos humanos no mundo. Tais avaliações não incluem a situação em seus próprios territórios e outras áreas sujeitas de facto à sua jurisdição.

O Brasil reitera seu forte comprometimento com os sistemas internacionais de direitos humanos, dos quais participa de maneira transparente e construtiva. O Brasil permanecerá engajado, em particular, no mecanismo de Revisão Periódica Universal do Conselho de Direitos Humanos, instância criada para avaliar situações de direitos humanos nos países membros das Nações Unidas.

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Eu sempre me pergunto quem é o "fazedor de notas" do Itamaraty, pois o estilo é enxuto, rigoroso, como convém a um governo sério.
Pois bem, agora fico imaginando se o Departamento de Estado quisesse responder também por uma nota: [traduzo antecipadamente para facilitar...]


Department of State
Office of Public Relations
Press Release n 148
April 9, 2011

Report of the Department of State on Human Rights in Brazil

O Governo americano tomou conhecimento da divulgação, ontem, 8 de abril, da nota do Governo brasileiro a propósito do relatório anual deste Departamento de Estado sobre Direitos Humanos no Brasil, em tom indignado e acusatório.

O Governo americano não se pronuncia sobre o conteúdo de notas de governos estrangeiros, mas tem a acrescentar, para informação do Governo brasileiro, que os relatórios elaborados pelo serviço diplomático americano a respeito das políticas e das práticas de direitos humanos por parte de países com os quais temos relações diplomáticas ativas correspondem a uma obrigação legal do Departamento de Estado, em obediência a uma lei aprovada pelo Congresso dos EUA, que serve para avaliar essas políticas e práticas, de maneira a orientar nossos legisladores quanto à situação dos direitos humanos no mundo, para melhor subsidiar políticas de cooperação, de ajuda, de concessão de privilégios comerciais e outros tratamentos favoráveis que o governo americano possa a vir conceder, com a devida autorização do Congresso, a esses países. Tais avaliações são elaboradas com o máximo de objetividade e de isenção possíveis, e incluem, geralmente, informações coletadas na própria imprensa do país objeto desses relatórios, assim como através de contatos diretos de nossos diplomatas com entidades voltadas para a defesa dos direitos humanos, tanto aquelas oficiais como as não-governamentais. Todos os relatórios possuem as fontes que serviram para a coleta de informações para sua elaboração.

O Governo americano entende que o governo brasileiro partilha de suas preocupações com a defesa dos direitos humanos em toda e qualquer circunstância, e não pretende se colocar como entidade julgadora dos países com os quais mantém relações diplomáticas, mas está pronto a cooperar com o governo brasileiro para a promoção dos direitos humanos em todos os foros, bilaterais, regionais e multilaterais, sempre quando isso for de interesse do governo brasileiro.

Washington, 9 de abril de 2011

[Pela ajuda ao Department of State:
Paulo Roberto de Almeida]

sábado, 9 de abril de 2011

Coloquio sobre os anos decisivos: 1979-1981, em Paris...

Parisienses sortudos...

COLLOQUE
1979-1981. Un tournant dans les relations internationales
Paris, 12-13 mai 2011

Colloque international organisé par Sciences Po, l'Association Diplomatie et Stratégie et l'Institut für Zeitgeschichte München-Berlin en coopération avec RICHIE et les Instituts historiques allemands de Paris, Londres et Varsovie

Les 12 et 13 mai 2011
À l'Institut Historique Allemand, Paris

Merci de vous inscrire avant le 9 mai 2011 auprès de Dunja Houelleu: dhouelleu@dhi-paris.fr

12 mai 2011

14h00 Mot de bienvenue
Stefan Martens (IHA Paris)
Maurice Vaïsse (Sciences Po)

14h15 Conférence inaugurale
1979-1981. A turning point in international relations
Odd Arne Westad (LSE)

16h00 Le Nord face aux défis du Sud
Président/discutant : Thorsten Olesen (Aarhus University)
The Afghanistan crisis in regional and global context
Artémy Kalinovsky (University of Amsterdam)
La guerre Irak-Iran : la première guerre post-soviétique ?
Bernard Hourcade (CNRS)
La troisième guerre d'Indochine
Laurent Césari (Université d'Artois)
La CEE et les nouveaux défis de la coopération au développement
Guia Migani (Université de Louvain-la-Neuve/Université de Padoue)

13 mai 2011
09h00 Les rapports Est-Ouest : fin de la détente ?
Président/discutant : Pierre Melandri (Sciences Po)
La détente divisible : les conséquences des crises en Afghanistan et en Pologne vues de Moscou Evgeniya Obitchkina (MGIMO)
The American conception of detente and the transatlantic relations
Mario Del Pero (University of Bologna/Forlì)
Comment préserver la détente européenne ? Les réponses de Paris, Bonn et Londres
Christian Wenkel (IHA Paris)
Security and deterrence. Strategic developments and the question of nuclear armament in the late 1970s
Eckhard Conze (University of Marburg)

La politique française de non-prolifération nucléaire: le tournant Giscard
Jean-Philippe Baulon (Ecole pratique des hautes études)

13h30 Les changements du système économique et monétaire
Président/discutant: Eric Bussière (Université Paris-Sorbonne Paris IV)
Les relations économiques internationales : une dynamique anglo-saxonne
Martine Azuelos (Université Sorbonne Nouvelle - Paris III)
Crises et alternances : la consolidation du G7
Emmanuel Mourlon-Druol (LSE)
Liberalising trade in time of economic crisis : the EEC and the Tokyo Round negotiations
Lucia Coppolaro (University of Lisbon)

15h45 De nouvelles pratiques politiques et diplomatiques ?
Président/discutant : Piers Ludlow (LSE)
Towards a new relaunching of Europe in a changing world
Antonio Varsori (University of Padua)
The influence of the CSCE-process on Eastern Europe
Wanda Jarzabek (Polish Academy of Sciences/IHA Varsovie)
Nuclear questions : Transatlantic peace politics, non-governmental actors, and the second cold war
Philip Gassert (University of Augsburg)

17h45 Conclusions

Comité scientifique :
Laurent Césari (Université d'Artois)
Pierre Melandri (Sciences Po)
Guia Migani (Université Louvain-la-Neuve/Université de Padoue)
Maurice Vaïsse (Sciences Po)
Christian Wenkel (IHA Paris)

Contact: cwenkel@dhi-paris.fr

Pausa para o cinema, e um livro importante: Ayn Rand's Atlas Shrugged

Existe o livro, aliás uma novela famosa entre os iniciados de Ayn Rand. Agora surge o filme, baseado numa primeira parte da história (que tem mais de 700 páginas).
Recomendo ambos. Estou esperando o filme, em todo caso...
Paulo Roberto de Almeida

Atlas Shrugged. And So Did I.
P.J. O’Rourke
The Wall Street Journal, April 6, 2011

Actress Taylor Schilling as Dagny Taggart, in “Atlas Shrugged.”

The movie version of Ayn Rand’s novel treats its source material with such formal, reverent ceremoniousness that the uninitiated will feel they’ve wandered without a guide into the midst of the elaborate and interminable rituals of some obscure exotic tribe.

Meanwhile, members of that tribe of “Atlas Shrugged” fans will be wondering why director Paul Johansson doesn’t knock it off with the incantations, sacraments and recitations of liturgy and cut to the human sacrifice.

Upright railroad-heiress heroine Dagny Taggart and upright steel-magnate hero Hank Rearden are played with a great deal of uprightness (and one brief interlude of horizontality) by Taylor Schilling and Grant Bowler. They indicate that everything they say is important by not using contractions. John Galt, the shadowy genius who’s convincing the people who carry the world on their shoulders to go out on strike, is played, as far as I can tell, by a raincoat.

The rest of the movie’s acting is borrowed from “Dallas,” although the absence of Larry Hagman’s skill at subtly underplaying villainous roles is to be regretted. Staging and action owe a debt to “Dynasty”—except, on “Dynasty,” there usually was action.

In “Atlas Shrugged–Part I” a drink is tossed, strong words are bandied, legal papers are served, more strong words are further bandied and, finally, near the end, an oil field is set on fire, although we don’t get to see this up close. There are many beautiful panoramas of the Rocky Mountains for no particular reason. And the movie’s title carries the explicit threat of a sequel.

But I will not pan “Atlas Shrugged.” I don’t have the guts. If you associate with Randians—and I do—saying anything critical about Ayn Rand is almost as scary as saying anything critical to Ayn Rand. What’s more, given how protective Randians are of Rand, I’m not sure she’s dead.

The woman is a force. But, let us not forget, she’s a force for good. Millions of people have read “Atlas Shrugged” and been brought around to common sense, never mind that the author and her characters don’t exhibit much of it. Ayn Rand, perhaps better than anyone in the 20th century, understood that the individual self-seeking we call an evil actually stands in noble contrast to the real evil of self-seeking collectives. (A rather Randian sentence.) It’s easy to make fun of Rand for being a simplistic philosopher, bombastic writer and—I’m just saying—crazy old bat. But the 20th century was no joke. A hundred years, from Bolsheviks to Al Qaeda, were spent proving Ayn Rand right.

Then there is the audacity of bringing “Atlas Shrugged” to the screen at all. Rand devotees, starting with Rand herself, have been attempting it for 40 years. The result may be as puzzling as a nude sit-in anti-Gadhafi protest in Tripoli’s Green Square, but you have to give the participants credit for showing up.

In “Atlas Shrugged” Rand set out to prove that self-interest is vital to mankind. This, of course, is the whole point of free-market classical liberalism and has been since Adam Smith invented free-market classical liberalism by proving the same point. Therefore trying to make a movie of “Atlas Shrugged” is like trying to make a movie of “The Wealth of Nations.” But Adam Smith had the good sense to leave us with no plot, characters or melodramatic clashes of will so that we wouldn’t be tempted to try.

“Atlas Shrugged” presents other problems for a moviemaker. The book was published in 1957 and set in an America of the future. But time seems to have taken a U-turn, so that we’re back in a worse Great Depression with a more megalomaniacal business competition-loathing FDR-type administration. All sorts of things have been uninvented, such as oil pipelines so that oil has to be shipped by rail, railroads being the dominant form of transportation. Airplanes exist, but knowing where to fly them apparently doesn’t, because a secret hidden unknown valley in the Rocky Mountains figures in the plot, which also hinges on a substance that’s lighter and stronger than steel. This turns out to be a revolutionary new steel alloy! Because Rand forgot about plastics.

The “Atlas Shrugged” movie simply accepts these unimaginative imaginings. No attempt is made to create a “future of the past” atmosphere as in the movies about Batman (a very unRandian figure, trapped in his altruism costume drama). Nor is any attempt made to update Rand’s tale of Titans of Industry versus Gargantuas of government.

An update is needed, and not just because train buffs, New Deal economics and the miracle of the Bessemer converter are inexplicable to people under 50, not to mention boring. The anti-individualist enemies that Ayn Rand battled are still the enemy, but they’ve shifted their line of attack. Political collectivists are no longer much interested in taking things away from the wealthy and creative. Even the most left-wing politicians worship wealth creation—as the political-action-committee collection plate is passed. Partners at Goldman Sachs go forth with their billions. Steve Jobs walks on water. Jay-Z and Beyoncé are rich enough to buy God. Progressive Robin Hoods have turned their attention to robbing ordinary individuals. It’s the plain folks, not a Taggart/Rearden elite, whose prospects and opportunities are stolen by corrupt school systems, health-care rationing, public employee union extortions, carbon-emissions payola and deficit-debt burden graft. Today’s collectivists are going after malefactors of moderate means.

Hence the Tea Party, and Ayn Rand is invited. Not for nothing is Kentucky Senator Paul named Rand. The premise of “Atlas Shrugged” applies to every maker in a world of takers. What if, pace Adam Smith, the takers do indeed expect their dinner “from the benevolence of the butcher, the brewer or the baker”? And what if the Safeway meat-cutter, the beer-truck driver, and the guy who owns the Dunkin’ Donuts franchise say to hell with “their regard to their own interest”? What if they go off with John Galt to a secret hidden unknown valley in the Rocky Mountains? A lot of people will be chewing air and drinking puddle water.

“Atlas Shrugged–Part I” has to be praised just for existing, for keeping the premise available. Perhaps Hollywood progressives— inveterate takers—will take it. Many another movie could be made about a labor action by those who perform life’s actual labors. Maybe it’s a slacker comedy where Zach Galifianakis shaves, loses weight and refuses to speak in non sequiturs. Maybe it’s a sci-fi thriller where the Internet has gone on strike and mankind must face a post-apocalyptic world without Twitter. Or maybe it’s a horror film set at my house, “Wife on Strike!”

Mr. O’Rourke’s many books include “Don’t Vote—It Just Encourages the Bastards.”

Watch the trailer for “Atlas Shrugged”: http://blogs.wsj.com/ideas-market/2011/04/06/atlas-shrugged-and-so-did-i/

Diplomacia lulista: retocando (ou restaurando) a imagem - Carta Maior

Esse site, identificado com os antiglobalizadores do FSM, só poderia rasgar elogios ao antigo titular da diplomacia lulista, que teve assim alguns band-aids colocados sobre algumas feridas recentes, em vista dos debates que aconteceram na imprensa em torno das diferenças entre a diplomacia lulista - personalista ao extremo - e a diplomacia dilmista - aparentemente mais profissional e mais afeta ao próprio Itamaraty.
Não cabia a um jornal digital como esse criticar a atual diplomacia, inclusive porque seria contraproducente. Fica o registro da tentativa de reparação...


Celso Amorim: Brasil superou o complexo de vira-lata
Marco Aurélio Weissheimer
Carta Maior, 7/04/2011

Link: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17664&boletim_id=887&componente_id=14429

Em palestra a estudantes de Relações Internacionais, em Porto Alegre, o ex-chanceler disse que não vê "diferenças profundas nem superficiais" entre a política externa do governo Dilma e a do governo Lula. Celso Amorim apontou o conceito de desassombro como uma das razões do sucesso da política externa brasileira nos últimos anos. Segundo ele, o Brasil parou de ter medo da própria sombra e superou o complexo de vira lata cultivado por alguns setores da sociedade. O Brasil pode e deve influenciar os assuntos globais, acrescentou, destacando as mudanças dramáticas que estão ocorrendo no Oriente Médio e na África.

PORTO ALEGRE - O sucesso da política externa brasileira nos últimos anos deve-se à presença forte do presidente Lula, à constelação política que se formou no país e também a uma atitude de desassombro, no sentido etimológico da palavra, ou seja, uma atitude de não ter medo da própria sombra. O Brasil deixou de ter medo da própria sombra. Foi assim que o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, definiu a política externa implementada pelo país nos últimos oito anos. O chanceler que percorreu o mundo ao lado do presidente Lula falou para um auditório lotado de estudantes de Relações Internacionais – em sua maioria -, na tarde desta quinta-feira (7), na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


Celso Amorim esteve em Porto Alegre a convite do governo gaúcho, com apoio da Fundação de Economia e Estatística (FEE), do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (Cegov) e do Núcleo de Estratégias e Relações Internacionais (Nerint), da UFRGS. Na abertura do encontro na Faculdade de Direito, o governador Tarso Genro apresentou Amorim como responsável por uma linha de política externa que colocou o Brasil em outro patamar no mundo. E lembrou o reconhecimento internacional que o chanceler brasileiro obteve.


Em 2009, a revista Foreign Policy, uma das mais respeitadas publicações de política externa do mundo, apontou Celso Amorim como o melhor chanceler do mundo. No ano a seguinte, a mesma revista escolheu-o como um dos cem pensadores globais mais importantes do planeta.
Só quem parece não ter descoberto isso, assinalou o governador, foi a imprensa brasileira que, durante a gestão de Amorim no Itamaraty, apresentou-o como se fosse “um nacionalista fundamentalista que não gostava dos Estados Unidos”, criticando-o a partir de “uma visão pelega e subserviente de política externa”.


Em sua fala, Celso Amorim, falou do desassombro da atual política externa brasileira e do sentimento que o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues definiu como “complexo de vira lata”, ainda muito presente em alguns setores da sociedade brasileira. 

“Recentemente li um artigo comentando a Apologia de Sócrates, de Platão, onde ele diz que ser corajoso não é não ter medo, mas sim não ter medo daquilo que não é preciso ter medo. Muito da opinião veiculada pela mídia fica constantemente excitando nosso medo. O medo existe, é algo que está dentro de cada um de nós. Mas precisamos trabalhar para evitar que ele predomine sobre nossos sentimentos, perspectivas e visões”.


Nem os nossos mais ferozes críticos, acrescentou Amorim, podem negar que o Brasil adquiriu uma nova posição no cenário internacional. “Quem fizer uma pesquisa na imprensa internacional a respeito do que foi veiculado sobre o Brasil na época da última eleição presidencial verá como a nossa política externa foi tema de debate fora do país”. Vários adjetivos foram utilizados para definir a nossa política. O jornal Le Monde classificou-a como “imaginativa”.
A própria Foreign Policy usou um termo que não é muito comum em língua portuguesa, chamando nossa política de “transformativa”, logo após nosso reconhecimento do Estado palestino. 


“Uma amiga minha brincou”, contou Amorim, “que, no final de 2010, quando todo mundo pensava que o governo já tinha acabado, veio o reconhecimento do Estado palestino, e depois, nos últimos dias mesmo, veio a adoção de quotas para negros na primeira fase do exame para o Instituto Rio Branco (Itamaraty). Essas coisas mexem muito com a cabeça das pessoas. Até por isso é alvo de críticas e polêmicas. É uma área da política que mexe muito com conceitos”.


E foi esse, justamente, um dos principais pontos da fala de Amorim.
Ele enfatizou a importância do conceito de desassombro na política e na vida (das pessoas e dos Estados), defendendo que o Rio Grande do Sul volte a ter essa postura no cenário nacional. “O Rio Grande do Sul sempre foi um Estado muito politizado que influenciou o Brasil diversas vezes com ideias, energia e vontade política”. Mais do que uma disposição voluntarista, acrescentou, essa é uma exigência do mundo de hoje que está mudando de modo dramático.



A política externa dos governos Lula e Dilma
Questionado sobre uma suposta solução de continuidade entre a política externa do governo Lula e a do governo Dilma, tema que vem sendo martelado com insistência na imprensa brasileira, Amorim negou que isso esteja acontecendo. As linhas gerais da política são as mesmas: defesa do interesse nacional, uma visão de solidariedade em relação aos outros povos e países e princípio da não indiferença em relação aos problemas do mundo. 


“Não vejo diferença nem profunda, nem superficial, na condução da nossa política externa. Isso não quer dizer que não possam existir diferenças pontuais na hora de decidir sobre questões particulares”.


Uma dessas diferenças pontuais, que vem sendo objeto de grande interesse midiático, estaria na questão dos direitos humanos. Como costuma acontecer na insólita “diversidade” de opiniões na mídia brasileira, vários colunistas políticos repetem, com algumas variações, o mesmo comentário: enquanto o governo Lula foi pragmático nesta área, fechando os olhos para alguns casos de violação dos direitos humanos, o governo Dilma estaria rumando para uma posição mais principista na área, o que teria sido confirmado pelo recente voto do Brasil na ONU a favor do envio de um relator especial ao Irã para investigar a situação dos direitos humanos naquele país.
Sobre esse tema, Celso Amorim comentou:

“Creio que a palavra chave quando se fala em Direitos Humanos é dignidade. Este foi um dos principais conceitos que orientou o governo Lula, tanto em sua luta contra a fome e a pobreza, quanto em seus votos na Organização Mundial do Comércio. Esse debate sobre direitos humanos no plano internacional é muito complexo. Os Estados Unidos já mudaram de posição mais uma vez nesta área em relação a China, por exemplo, dependendo de suas motivações políticas e comerciais. Quem se atreve, por exemplo, a pedir na ONU o envio de um relator especial aos Estados Unidos para investigar a situação dos presos em Guantánamo? É fundamental que a política tenha um substrato moral, mas não podemos esquecer que ela é “política” e, nesta dimensão, na maioria das vezes, o diálogo tem um efeito mais positivo do que condenações”.



Revolta Árabe: o papel central do Egito

Celso Amorim também falou sobre as revoltas que estão ocorrendo em diversos países do Oriente Médio e da África. Para ele, o mundo está atravessando um período de mudanças dramáticas, de consequências ainda imprevisíveis. No caso das chamadas revoltas árabes, o ex-chanceler brasileiro considera que o caso mais importante a acompanhar não é propriamente o da Líbia, país com cerca de 4 milhões de habitantes, mas sim o do Egito, com 80 milhões de habitantes e um posição chave na definição do problema palestino. 


Amorim elogiou o voto brasileiro no Conselho de Segurança da ONU, abstendo-se na votação que aprovou a criação de uma zona de exclusão aérea. E questionou os resultados alcançados até aqui pelas forças da OTAN. Segundo ele, a zona de exclusão aérea instalada no Iraque anos atrás é brincadeira de criança perto do que está sendo feito agora na Líbia e que não se limita a um controle do espaço aéreo. Além disso, a alegada proteção à população civil também está cercada por dúvidas. Há população civil em torno de Kadafi e entre os rebeldes. Estão sendo protegidos ou bombardeados? – questionou.


O ex-titular do Itamaraty defendeu que o Brasil deve continuar a exercer uma diplomacia ativa no mundo. “O Brasil pode e deve influir nos assuntos globais. Isso é de interesse do mundo e do Brasil”, resumiu, lembrando que o nosso país não tem nenhum conflito com seus vizinhos e é respeitado internacionalmente por sua capacidade de diálogo. “Que outro país recebeu em um único mês os presidentes do Irã, de Israel e da Autoridade Palestina?” – resumiu.


"Obama perdeu grande oportunidade"

Sobre uma suposta decepção com a recente visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pelo fato dele não ter feito um pronunciamento mais incisivo em defesa da presença do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, Amorim foi taxativo: “Não há nenhuma decepção. O presidente Obama é que perdeu uma grande oportunidade de firmar uma parceria estratégica com um país que está se tornando uma potência mundial. Acho que ele e seus assessores não perceberam isso. As declarações dele em favor da presença da Índia no Conselho de Segurança enviaram um péssimo sinal ao mundo. Parece que ter a bomba atômica é uma condição para ingressar no Conselho como membro permanente”.


O elogio do desassombro na política e na vida feito por Celso Amorim foi muito aplaudido pelos estudantes de Relações Internacionais que, ao final do debate, fizeram fila e disputaram centímetros para chegar perto e tirar uma foto com um dos brasileiros mais influentes do planeta nos últimos anos.



A real ameaca chinesa - Editorial O Estado de S.Paulo

Na verdade, tanto os industriais brasileiros quanto o editorialista do Estadão se enganam quanto às fontes reais de ameaças à indústria brasileira. Elas não estão na China, cujas milhares de empresas privadas competem duramente nos mercados globais como é o seu dever "normal", de empresas competitivas e desejosas de fazer lucro, quaisquer que sejam os mercados.
A principal ameaça está mesmo aqui dentro do Brasil, e ela se chama Estado brasileiro, mais especificamente alta tributação, irracionalidade fiscal, péssima e cara infra-estrutura (comunicações, transportes, energia), ambiente deplorável de negócios, com muita burocracia, corrupção e tudo o mais que pudermos pensar como externalidades negativas que afetam o empresário brasileiro.
Geralmente se costuma apontar para inimigos externos -- no caso a China -- ou disfuncionalidades de política econômica -- que também existem -- mas por uma vez caberia olhar para as verdadeiras causas.
Se a presidente tiver a pretensão de voltar da China com promessas de "comércio mais equilibrado", como diz esse editorialista, isso apenas indica que ela não entendeu nada de como funcionam os negócios atualmente: não é o Estado chinês que está invadindo o mercado brasileiro com seus produtos baratos e ele não pode, e não deve, fazer nada contra as empresas privadas chinesas que aqui competem. É o Estado brasileiro que inviabiliza, de fato destrói, a competitividade das empresas brasileiras.
Não precisa ir para a China para descobrir isso. Eu já sei disso antecipadamente.
Mas minha "opinião" -- na verdade uma simples constatação -- não vale nada, obviamente...
Paulo Roberto de Almeida

A real ameaça chinesa
Editorial - O Estado de S.Paulo
09 de abril de 2011

Se, para alguns setores produtivos, falar em desindustrialização ainda soa como exagero, para outros, a suspensão da produção em razão da incapacidade de competir com fornecedores estrangeiros deixou de ser simples ameaça. Em alguns segmentos da indústria, mais de 80% das empresas deixaram de fabricar e se tornaram importadoras, pois tudo o que vendem aqui é comprado lá fora. É mais barato importar, sobretudo produtos fabricados na China, do que continuar produzindo.

É rápido o avanço dos produtos importados no mercado brasileiro. Provêm do exterior de 20% a 25% dos bens acabados, matérias-primas e produtos intermediários consumidos no País. Em 2010, o Brasil foi o país que mais aumentou as importações. Em volume, as importações cresceram mais do que as exportações, mas, mesmo assim, o País registrou um saldo comercial expressivo por causa dos preços recordes dos produtos agrícolas e dos minérios.

Um país exportador tem sido fonte de problemas crescentes para o setor industrial brasileiro - a China. Ela tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil. A corrente de comércio entre os dois países alcançou US$ 55 bilhões em 2010, tendo o Brasil conseguido um saldo de US$ 5 bilhões, graças às exportações de US$ 30 bilhões, asseguradas pela demanda chinesa continuamente crescente de bens primários e do alto preço desses itens.

Mesmo assim, a entrada de produtos industrializados chineses no mercado brasileiro aumenta velozmente, tornando feroz a competição aqui dentro. Para algumas empresas, a disputa já provoca grandes estragos. Reportagem do jornal Valor, publicada terça-feira, deixa claro que, em alguns segmentos, como válvulas industriais, elevadores e ferramentas, as empresas deixaram de produzir e passaram a importar, o que as levou a reduzir o número de empregados.

Em alguns casos, como o de válvulas padronizadas e de baixo valor agregado, o preço do produto chinês colocado no Brasil é 60% menor do que o do similar brasileiro. "Com essa diferença de preços, as empresas brasileiras não conseguem concorrer", diz o industrial Pedro Lucio, presidente da câmara setorial de válvulas industriais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O problema é o mesmo para os fabricantes de ferramentas simples, como martelos, chaves de fenda e alicates. Nesses casos, o produto chinês é de 50% a 70% mais barato do que o brasileiro. Há três anos, os produtos importados correspondiam a 10% do mercado; hoje, já são quase um terço, e a maioria vem da China.

São conhecidas as principais causas da perda de competitividade do produto brasileiro diante do chinês. A taxa de juros no Brasil é uma das mais altas do mundo, e na China ela é negativa. Aqui, a carga tributária é de cerca de 40%, e na China, de 20%. Enquanto o real alcança seu valor mais alto em vários anos em relação ao dólar, a moeda chinesa, o yuan, é mantida artificialmente desvalorizada em relação à americana, o que torna ainda mais competitivos os produtos chineses. O Brasil procura observar com rigor todas as regras internacionais de comércio, mas a China muitas vezes as burla. E a infraestrutura brasileira voltada para as exportações é muito menos eficiente do que a chinesa.

Outra grande diferença na forma como cada um dos dois países conduz o relacionamento bilateral é que a China sempre soube o que quer do Brasil, como sabe o que quer de outros fornecedores e clientes, dos quais depende para assegurar o suprimento dos bens de que necessita para sustentar seu crescimento e o mercado para seus produtos. O governo brasileiro, ao contrário, manteve, até recentemente, uma visão ingênua a respeito desse relacionamento, considerando a China um parceiro estratégico que merecia até o reconhecimento, feito pelo ex-presidente Lula, como economia de mercado, o que lhe facilitaria ainda mais acesso aos mercados de outros países. Com a visita que fará à China a partir de segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff, que não parece endossar essa visão ingênua, terá oportunidade para negociar com o parceiro asiático as bases de um relacionamento comercial mais equilibrado.

Niall Ferguson: Empire - he rise and demise of the British world order and the lessons for global power

Um livro que já li e que tenho prazer em recomendar:

Empire: the rise and demise of the British world order and the lessons for global power
Niall Ferguson
Basic Books, 2004 - History - 351 pages

The British Empire was the largest in all history: the nearest thing to world domination ever achieved. By the eve of World War II, around a quarter of the world's land surface was under some form of British rule. Yet for today's generation, the British Empire seems a Victorian irrelevance. The time is ripe for a reappraisal, and inEmpire, Niall Ferguson boldly recasts the British Empire as one of the world's greatest modernizing forces.An important new work of synthesis and revision,Empireargues that the world we know today is in large measure the product of Britain's Age of Empire. The spread of capitalism, the communications revolution, the notion of humanitarianism, and the institutions of parliamentary democracy-all these can be traced back to the extraordinary expansion of Britain's economy, population, and culture from the seventeenth century until the mid-twentieth. On a vast and vividly colored canvas,Empireshows how the British Empire acted as midwife to modernity.Displaying the originality and rigor that have made him the brightest light among British historians, Ferguson shows that the story of the Empire is pregnant with lessons for today-in particular for the United States as it stands on the brink of a new era of imperial power, based once again on economic and military supremacy. A dazzling tour de force,Empireis a remarkable reappraisal of the prizes and pitfalls of global empire.

Review: Empire: The Rise and Demise of the British World Order and the Lessons for Global Power
Editorial Review - Reed Business Information (c) 2003

Acclaimed British historian Ferguson (The Pity of War) takes the revisionist (or perhaps re-revisionist) position that the British Empire was, on balance, a good thing, that it "impos[ed] free markets, the rule of law... and relatively incorrupt government" on a quarter of the globe. Ferguson's imperial boosterism differs from more critical recent scholarship on the empire, such as Linda Colley's Captives (Forecasts, Dec. 2, 2002) and Simon Schama's A History of Britain: The Fate of Empire (Forecasts, Dec. 23, 2002). Ferguson's gracefully written narrative traces the history of the empire from its beginnings in the 16th century. As Ferguson tells it, by the 18th century British consumers had developed a strong taste for sugar, tobacco, coffee, tea and other imports. The empire's role was to supply these commodities and to offer cheap land to British settlers. Not until the late 18th century did Britain add a "civilizing mission" to its commercial motives. Liberals in Britain, often fired by religious feelings, abolished the slave trade and then set out to Christianize indigenous peoples. Ferguson gives a wonderful account of the fabled career of missionary and explorer David Livingstone. The author admits that the British sometimes responded to native opposition with brutality and racism. Yet he argues that other empires, especially those of Germany and Japan, were far more brutal (a not entirely satisfying defense). Indeed, Ferguson contends that Britain nobly sacrificed its empire in order to defeat these imperial rivals in WWII. His provocative and elegantly written account will surely trigger debate, if not downright vilification, among history readers and postcolonial scholars. 25 color illus., b&w illus., maps. (Apr.) Forecast: The young and attractive Ferguson is something of a celebrity in Great Britain, where he's been called "the Errol Flynn of British history"; so expect additional media attention. He currently teaches at New York University.

Politica Externa Brasileira: direitos humanos na China

Interessante essa afirmação: pelas palavras do embaixador do Brasil em Pequim, os dois dirigentes vão tratar da questão teoricamente, ou seja, cada país respeita dos direitos humanos, segundo seus princípios constitucionais e segundo suas realidades sociais, políticas e econômicas.
Segundo ele, "Os dois países enfrentam uma série de problemas nessa área, que refletem em parte o estágio de desenvolvimento em que se encontram".
Teoricamente, a polícia não deveria torturar presos nas delegacias brasileiras. Teoricamente, a China não deveria censurar a internet ou prender simples manifestantes políticos, expressando pacificamente sua opinião quanto ao regime em vigor no país, a falta de eleições diretas para os cargos dirigentes, o monopólio do Partido Comunista, etc.
Teoricamente, os dois dirigentes vão se felicitar pelo bom estado das relações bilaterais e vão continuar proclamando sua vontade de respeitar e defender os direitos humanos de seus cidadãos.
Teoricamente está tudo bem, tendo em vista o nível de desenvolvimento em que se encontram os dois países. Praticamente, esse nível de desenvolvimento dificulta a que os direitos humanos sejam plenamente respeitados em cada um deles.
Teoricamente, o mundo é perfeito, na visão panglossiana de certos dirigentes (e comentaristas).
Paulo Roberto de Almeida

Dilma vai tratar de direitos humanos em viagem oficial à China
Cláudia Trevisan - CORRESPONDENTE / PEQUIM
O Estado de S.Paulo, 09 de abril de 2011

Embaixador brasileiro em Pequim diz que assunto estará em pauta, em meio a onda de repressão do Partido Comunista - Governo prendeu pelo menos 27 dissidentes

A questão dos direitos humanos estará na agenda da visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim, na próxima semana. A líder brasileira desembarca na China no momento em que o Partido Comunista empreende a mais violenta onda de repressão a críticos e dissidentes em dez anos, que levou à detenção ou ao desaparecimento de 27 pessoas e a dezenas de ordens de prisão domiciliar. A ênfase que Dilma dará ao tema será mais um teste para a política externa do governo, que elevou ao primeiro plano o respeito aos direitos humanos.

O embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Hugueney, disse que a presidente não deve tratar de casos específicos, como a prisão de Ai Wei Wei, um dos mais célebres artistas e dissidentes chineses. Mas ressaltou que o assunto estará na pauta. Para ele, a questão dos direitos humanos é importante para o Brasil e também para a China. "Os dois países enfrentam uma série de problemas nessa área, que refletem em parte o estágio de desenvolvimento em que se encontram", avaliou.

A atual onda repressiva teve início em meados de fevereiro, em resposta à convocação anônima para realização de protestos na China semelhantes aos que derrubaram regimes autoritários no mundo árabe. Além de prender dissidentes, o governo aumentou a censura na internet e restringiu a atuação de jornalistas estrangeiros no país - um retrocesso em relação a regras mais liberais adotadas na época da Olimpíada de 2008.

Diálogo. O diálogo na área de direitos humanos está previsto no Plano de Ação Conjunta para o período 2010-2014, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega Hu Jintao. A China já tem diálogos desse tipo com outros países - o mais amplo é com os Estados Unidos. Representantes dos dois países se reúnem periodicamente para discutir o tema.

A questão dos direitos humanos também é tema permanente da agenda dos encontros entre presidentes norte-americanos e seus pares chineses. O assunto foi tratado, por exemplo, durante a reunião que Jintao e Barack Obama tiveram em Washington, em janeiro.

O primeiro sinal de mudança da política externa brasileira nessa área veio no mês passado, quando o Brasil votou na Organização das Nações Unidas (ONU) a favor do envio de um relator ao Irã para investigar a situação dos direitos humanos no país. No domingo, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou ao Estado que a política externa mudou em relação aos direitos humanos.

Politica Externa Brasileira: os 100 dias da nova presidente

100 dias: Dilma imprime pragmatismo à política externa
Wladimir D'Andrade
O Estado de S.Paulo, 09 de abril de 2011

Para especialistas, ela tem conseguido reverter 'estragos' feitos na gestão Lula

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O pragmatismo com que o Itamaraty tem trabalhado suas ações no cenário internacional desde que Antonio Patriota assumiu a chefia da chancelaria brasileira é uma das principais marcas deste início de gestão do governo Dilma Rousseff na área da política externa. A avaliação é de especialistas consultados pela Agência Estado para falar sobre os 100 dias de governo da petista. Segundo eles, Dilma mostra maior apreço às instituições, particularidade que advém de uma característica pessoal dela, e deixa de lado orientações de cunho mais ideológico que marcaram a gestão do ministro Celso Amorim no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O antagonismo entre o pragmático e o ideológico ficou claro no último dia 24, quando a representação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) mudou o rumo que vinha tomando até então e votou a favor do envio de um relator independente para investigar a situação das garantias individuais no Irã. "Com o novo posicionamento, o Brasil se reaproxima de sua essência democrática, distanciada no governo Lula, que fez com que o País atingisse seu status atual", afirma o cientista político e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Heni Ozi Cukier. "A relação entre países não pode ser guiada por filtros ideológicos dessa natureza e deve ser mais pragmática", acrescentou.
De acordo com ele, a escolha do governo Lula em se aproximar de "países problema", como Cukier define o Irã, a Venezuela e a Bolívia, e adotar uma posição de conflito com os Estados Unidos está diretamente ligada à questão ideológica e mancha a imagem do Brasil no exterior a troco de "ganhos nulos". "O Lula, sim, ganhou uma grande exposição. Mas o Brasil teve uma exposição negativa. E assim é na aproximação com o Chávez (Hugo Chávez, presidente venezuelano)", diz. Na análise do professor do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) Georges Landau, o Brasil pode ter se distanciado do seu objetivo de conseguir uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Conseguimos antagonizar com os EUA e provavelmente comprometer por muito tempo qualquer aspiração no Conselho de Segurança. O Brasil foi considerado, após esse episódio, um país não confiável", afirma. Essa política, conforme Landau, teria impedido que o presidente Barack Obama declarasse apoio à demanda brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança durante sua visita ao País no mês passado. O norte-americano afirmou apenas que tem "apreço à aspiração do País". "A visita do Obama era a ocasião perfeita para que ele manifestasse apoio, como o fez na India (quando ele viajou ao país asiático em novembro de 2010). Porém, disse que só tinha ''apreço'' pela reivindicação por conta da iniciativa absolutamente cretina do Brasil em relação ao Irã", diz o especialista.
Reversão
No entanto, o governo da presidente Dilma tem conseguido reverter "os estragos" provocados pela política externa do ex-presidente Lula com os EUA. "A visita do Obama não deixou nada de concreto sob a ótica da política externa, mas elevou a relação com os EUA a um novo patamar, de respeito mútuo, diferente dos anos anteriores, quando o clima era de divergências mútuas", diz. Os especialistas destacam ainda a escolha de Antonio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores, um diplomata de carreira, e não político.
"Patriota é um homem vinculado emocionalmente com os EUA (sua esposa é norte-americana) e vai trabalhar por esse relacionamento, o que é muito positivo para o Brasil". Outro desafio que se impõe à política externa do governo Dilma é estreitar relações com a China, hoje principal parceira comercial do País - o comércio entre os dois países movimentou no ano passado US$ 55 bilhões, conforme a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
A presidente Dilma vai desembarcar na próxima segunda-feira em Pequim junto com uma comitiva de empresários e suas reclamações por conta da manipulação chinesa da cotação do yuan e da discriminação de produtos brasileiros de maior valor agregado, entre outras questões.

Segundo o professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Coordenador do Grupo de Estudos Ásia-Pacífico da universidade, Henrique Altemani, o Brasil terá de enfrentar as dificuldades comerciais impostas pelos chineses por conta da elevação do país asiático à condição de potência mundial.
"Falta o Brasil definir como quer se relacionar com a China. Até que ponto estamos preparados para esse relacionamento?", questiona. "Temos que entender essa nova realidade e aprender onde vamos nos posicionar". Altemani afirma que a China hoje é um ator fundamental em todas as questões comerciais, políticas e estratégicas no mundo - o país asiático é, inclusive, uma das cinco nações que detêm um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - e uma aproximação é "muito bem-vinda" para o Brasil.
"A China é demandada para todos os assuntos do planeta. Essa proximidade daria mais oportunidades de participar dessas discussões", afirma. Nesse sentido, ser cada vez mais protagonista das discussões mundiais é fundamental para as ambições do Brasil e uma boa relação com os chineses pode ajudar o País a atingir essas meta.
Economia
No entanto, há outro problema à vista: em 2004, durante a primeira visita oficial do presidente Hu Jin Tao ao País, o ex-presidente Lula prometeu reconhecer a China como economia de mercado. O professor Georges Landau explica que o maior número de ações antidumping impetradas pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) tem a China como alvo. "Se isso ocorresse, acabariam as ações antidumping e os produtos chineses invadiriam como nunca o Brasil a preço de banana", explica.

Salarios de diplomatas: nossos colegas de Portugal...

Confesso que não acompanho salários de diplomatas brasileiros: nunca me interessei pela matéria, pois de nada adiantaria. Simplesmente recebo o que me pagam, e ajusto minhas despesas em função disso. Já ganhei, já ganhamos, muito mal. Não digo que está uma maravilha agora, certamente não, mas tampouco é a miséria de tempos antigos, quando ganhávamos menos do que um ascensorista do Senado (talvez ainda se ganhe...).
Mas recebi uma mensagem de um colega português a este respeito.
Sem tempo para refletir, comparar, comentar a respeito, simplesmente posto sua mensagem, e deixo para voltar ao assunto mais adiante.
Talvez alguns dos meus leitores, de uma ou outra nacionalidade, queira comentar...
Paulo Roberto de Almeida

Nome: Xxxxxx Xxxxx
Cidade: Lisboa
Estado: Solteiro
Email: xxxxxxxx.xxxxx@gmail.com
Assunto: Opiniao
Mensagem: Boa Noite,
É com muito prazer que tenho acompanhado o seu Blog e louvo uma opinião tão sincera e louvável. Na nossa sociedade e tendo em conta a diferença de postura na cena internacional, deparámo-nos muitas vezes com os meus problemas... Sou do País Irmão Portugal...como tem conhecimento enfrentamos tempos internos dificeis. Com elevada austeridade, a carreira diplomática tem sofrido cortes tal como, os restantes corpos especiais da Administração Pública.
O actual estatuto Português resume-se assim:

SALÁRIOS DOS DIPLOMATAS EM 2010 (os únicos com desconto para a Segurança Social que garantem a reforma):

EMBAIXADOR
Escalão 1 - 3.729,57 euros
Escalão 2 - 3.910,04 euros
Escalão 3 - 4.090,05 euros

MINISTRO PLENIPOTENCIÁRIO
Escalão 1 - 3.007,72 euros
Escalão 2 - 3.248,34 euros
Escalão 3 - 3.368,64 euros
Escalão 4 - 3.488,95 euros
Escalão 5 - 3.609,25 euros

CONSELHEIRO DE EMBAIXADA
Escalão 1 - 2.165,55 euros
Escalão 2 - 2.285,87 euros
Escalão 3 - 2406,17 euros
Escalão 4 - 2.646,78 euros

SECRETÁRIO
Escalão 1 - 1.624 euros
Escalão 2 - 1.684,31 euros
Escalão 3 - 1.804,62 euros
Escalão 4 - 1.924,94 euros
Escalão 5 - 2.045,25 euros

ADIDO
Escalão 1 - 1.503,85 euros

ABONOS EM EMBAIXADAS E CONSULADOS
Os abonos de representação e de residência para diplomatas são isentos de imposto e variam de país para país, em função do risco e da importância estratégica do local. Espanha tem as compensações financeiras mais elevadas. Em contrapartida, Washington, uma das capitais mais caras do Mundo, e Tunes, que tem um nível de perigo mais elevado, têm abonos inferiores.

ONU (Nova Iorque)
Conselheiro - 15.159 euros
Secretário - 14.775 euros

WASHINGTON
Ministro - 12.934 euros
Secretário - 8.517 euros

SALVADOR DA BAHIA
Ministro - 11.971 euros
Conselheiro - 11.179 euros

REPER (Bruxelas)
Conselheiro - 10.647 euros
Secretário - 8.925 euros

NATO (Bruxelas)
Conselheiro - 10.647 euros
Secretário - 8.925 euros

LONDRES
Secretário - 10.329 euros

BARCELONA
Ministro - 14.803 euros
Conselheiro - 13.736 euros

RABAT
Conselheiro - 9.294 euros
Secretário - 8.384 euros

TUNES
Conselheiro - 8.198 euros
Secretário - 7.830 euros

ROMA
Secretário - 9.058 euros

ZAGREB
Conselheiro - 10.547 euros
Secretário - 8.773 euros

DUSSELDORF
Ministro - 12.291 euros
Conselheiro - 11.471 euros

Em Portugal, o estado custeia a educação até o limite máximo de 2244 euros e no estrangeiro 300 euros por filho... Automóvel fica isento de imposto até 3500cc se possuir mais que uma os dois não podem exceder o valor referido ( isto existe no Brasil???)

Parecem elevados no entanto, as falhas no custeio da educação dos filhos, a dupla exclusividade laboral para o conjuge e o facto, de o estado não segurar a saude têm prejudicado bastante a representação retendo nalguns casos, metade dos abonos.

Seria possível retratar do mesmo modo a situação dos diplomatas do País Irmão, não interessa aqui comparar mas, apenas ter noção de realidades distintas mas, que enfrentam os mesmos desafios e obstáculos.
Melhores Cumprimentos,
e Felicidades

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Mundo em Transição: Para Onde Vamos? - FECAP-SP

Recebi um convite para inaugurar um curso voltado para executivos, organizado pelo Embaixador Rubens Antonio Barbosa, atualmente presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIESP, depois de ter representado o Brasil junto à Aladi, o Reino Unido e os Estados Unidos. Servi com ele em Montevidéu e em Washington.
Com muito prazer vou inaugurar o curso, cujos dados básicos figuram abaixo.
Paulo Roberto de Almeida
O MUNDO EM TRANSIÇÃO: PARA ONDE VAMOS?
Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) e FECAP
São Paulo, de 25 de abril a 13 de junho de 2011
site: http://www.fecap.br/hotsites/ifhc/
A FECAP e o IFHC somaram esforços para organizar um curso de especialização para executivos de companhias brasileiras que se internacionalizaram ou que tem projetos de intercionalização. O curso terá a duração de dois meses e compreenderá palestras, ministradas por professores e especialistas, que focalizarão países, regiões e temas globais com relevante interesse para o setor privado brasileiro. O objetivo é examinar o que ocorre no mundo em profunda transformação e discutir temas importantes para a experiência de trabalho dos ouvintes.

25 de abril - 9h
Regiões em transformação: Estados Unidos e Europa
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Livre de Bruxelas, Mestre em Planejamento Econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia, diplomata de carreira desde 1977. Autor de numerosos trabalhos e livros publicados sobre relações internacionais e política externa do Brasil.

02 de maio - 9h
Regiões em transformação: a América do Sul (Integração regional, Mercosul, Argentina e Venezuela)
Pedro da Motta Veiga
Diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (CINDES) e Sócio-diretor de EcoStrat Consultores. Especialista em questões de comércio, políticas e negociações comerciais, é consultor permanente da Confederação Nacional da Indústria. É ainda consultor regional da Agência Suíça de Cooperação para o Desenvolvimento na América do Sul, coordena o Trade Knowledge Network do International Institute for Sustainable Development na América do Sul e é membro do Steering Committee da Latin American Trade Network - LATN, por cujas atividades é responsável no Brasil. Foi Diretor da FINAME/BNDES, Chefe de Gabinete da Presidência do BNDES e Diretor Geral da Funcex - Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior.

09 de maio - 9h
O mundo asiático e as oportunidades para as empresas brasileiras
Ministro Francisco Mauro Holanda (MRE)

16 de maio - 9h
A transição energética global e as implicações para a economia e as empresas brasileiras
Roberto Furian Ardenghy
Diretor de Assuntos Corporativos da BG Brasil e Diretor da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), no Rio de Janeiro. Membro do Comitê Organizador da Rio Oil & Gas 2010.
Ex-diplomata de carreira (atualmente licenciado) com vasta experiência em diversos órgãos governamentais, tendo ocupado posições de destaque em vários Ministérios em Brasília. Foi professor de Direito Internacional Público do curso de graduação em Direito da Universidade Cândido Mendes-Ipanema onde também orientou monografias nas área de regulação em petróleo e gás natural, e professor dos cursos de pós-graduação em Direito e Economia do Petróleo do Instituto Brasileiro do Petróleo-IBP/UERJ e da MBP/COPPE-Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

23 de maio - 9h
Efeitos da crise financeira sobre a economia global
Cristiana Pereira
Cristiana Pereira é Diretora de Desenvolvimento de Empresas da BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros desde setembro de 2010. Nessa função, ela lidera as atividades de fomento ao empreendedorimo, prospecção de empresas para listagem em bolsa e relacionamento e desenvolvimento de serviços voltados a companhias abertas. Após a fusão das duas empresas em maio de 2008, liderou a equipe que conduziu os trabalhos para integração administrativa e operacional da BM&F e Bovespa. De 2004 a 2008, foi Diretora de Projetos e Relações Internacionais da Bovespa, responsável pela elaboração e implementação da estratégia internacional de divulgação do mercado e desenvolvimento de novos negócios, produtos e serviços. Cristiana Pereira possui MBA pela Harvard Business School e Mestrado em Economia pela Fundação Getúlio Vargas. Ela é economista formada pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.

30 de maio - 9h
Os desafios da mudança climática para a economia e para as empresas brasileiras
Mário Malzoni

06 de junho - 9h
Um mundo em transformação: novo balanço de forças políticas, econômicas e financeiras
Ernesto Lozardo
Administrador de empresas e economista. Formou-se em Administração na New York University, onde se graduou com honra, e obteve o mestrado - MBA. Pelo seu desempenho acadêmico tornou-se membro da Honor Society of Phi Alpha Kappa. Formou-se em economia na Columbia University da Cidade de Nova Iorque. Foi bolsista da New York University e da OEA. Lozardo é professor de economia na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
É autor de vários livros e seu último tem como título "Globalização: a certeza imprevisível das nações".
Foi secretário de Planejamento, Economia e Gestão do Estado de São Paulo. Na época desenvolveu o primeiro plano de desenvolvimento estratégico do Estado de São Paulo. Foi presidente da PRODESP e criou o InfoSão Paulo, o qual mudou de nome, hoje se chama Poupa Tempo. Como economista, trabalhou no Banco Mundial; como administrador, dirigiu empresas públicas e privadas, foi membro do Conselho de Administração de empresas privadas; e atualmente é consultor de empresas.

13 de junho - 9h
Regiões em transformação: o grande Oriente Médio e o Brasil
Embaixador Affonso Ouro Preto
Formado pelo Instituto de Ciências Políticas de Paris em 1959. Instituto Rio Branco em 62-63. Diplomata em Washington,Genebra Viena Angola. Embaixador em Guiné Bissau em 83. Embaixador em Estocolmo em 90 a 93. Chefe de Gabine do Ministro do Exterior em 93-95. Embaixador em Viena 95-99, Embaixador na China 99-2004. Embaixador Especial para o Oriente Médio de 2004-2009.

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A frase (idiota) da semana: Bresser Pereira

"O capitalismo é essencialmente um sistema corrupto e os capitalistas estão permanentemente corrompendo o setor público."

Luiz Carlos Bresser Pereira
Caderno Valor Fim de Semana, 8-9-10/04/2011

Pois é, parece que só tem corruptos no capitalismo. São eles que corrompem políticos e os coitados dos funcionários públicos, pois capitalistas só sabem viver num mundo de corrupção.
Seria tão bom viver num regime socialista, sem nenhum tipo de corrupção, desvio de recursos públicos, com toda aquela riqueza sendo distribuída igualitariamente...

Poucas vezes em minha vida eu encontrei um capitalista tão idiota como esse. Claro, existem muitos outros tão ou mais idiotas, mas nenhum que seja também professor de academia e respeitado como suposto intelectual.
Até onde chegamos...
Paulo Roberto de Almeida

Quem paga para mediar o conflito na Libia?

Já que estamos falando dele, que fala dele na terceira pessoa, como a majestade em pessoa, aqui vai mais uma matéria sobre a grandiloquência do personagem.
A questão estaria em saber quanto custaria essa intermediação, e quem pagaria.
No caso da Microsoft, é fácil saber: ela pagou para ouvir algumas banalidades (na verdade, sabemos que é para continuar tendo acesso ao, e dispondo das compras do, governo brasileiro).
A Líbia é um caso mais sério, e talvez custe um pouco mais caro do que apenas 100 mil dólares...
Paulo Roberto de Almeida

Lula se oferece para negociar fim do conflito na Líbia
Agência Estado, 7/04/2011

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou disposição ontem para intermediar uma solução para o conflito na Líbia. Depois de palestra remunerada no Fórum de Líderes do Setor Público, promovido em Washington pela Microsoft, Lula garantiu não ter sido designado para a função pela presidente Dilma Rousseff, mas disse ter interesse em ajudar.
"Ninguém me chamou. Não sei se ninguém quer. Se a minha presidente ou alguém achar necessário e disser que o Lula pode contribuir, eu contribuiria tranquilamente", afirmou.

O Brasil tem mantido uma posição discreta em relação ao conflito na Líbia. No Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), votou a favor da condenação do regime líbio por violações dos direitos humanos e se absteve na resolução que aprovou a intervenção militar. Nenhuma atitude voluntária de intermediação foi apresentada pelo Planalto ou pelo Itamaraty.

Em dezembro de 2003, em visita oficial à Líbia, Lula referiu-se ao ditador Muamar Kadafi como "companheiro e amigo" durante jantar em sua homenagem do qual participaram Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e Mohamed Ben Bella, líder da independência da Argélia.

Questionado sobre o tratamento dado ao ditador, Lula se defendeu. "Não fale uma sandice dessa. Conheço as pessoas e sei como me referir a elas", disse. "Jamais falaria isso por uma razão muito simples: porque eu tenho discordância política e ideológica (com Kadafi)."

Quem paga para ouvir banalidades?

Muita gente, presumivelmente inteligente...

Veja, leitor, se você pagaria algo, que fosse 10 reais, para ouvir algo deste tipo:

Poucos têm a criatividade natural do povo brasileiro, possivelmente porque temos muitas praias. Quem mora na beira da praia é mais alegre, feliz e criativo.

Pois é, fico pensando nos nossos gênios do litoral, em belas praias baianas, pernambucanas, maranhenses, e fico com pena de todos esses goianos, mato-grossenses, mineiros, que não conseguem ser felizes, alegres ou criativos.

Pois quem disse aquilo que vai transcrito acima é um ex-presidente, que ganhou aproximadamente 100 mil dólares para dizer esse tipo de banalidade a convite da Microsoft.
Tudo bem, a Microsoft tem dinheiro e pode pagar a quem quiser para ouvir esse tipo de coisa.
Pelo menos não é dinheiro público, não é leitor?!
Paulo Roberto de Almeida

COM DUAS PALESTRAS
Em três meses Lula já ganhou o equivalente a três anos como presidente

Palestra de Lula nesta quarta-feira em Washington será a segunda desde que ele deixou a presidência
Opinião e Notícia, 5/04/2011

O ex-presidente Lula discursará nesta quarta-feira, 6, no fórum da Microsoft em Washington, nos EUA. Com o cachê que receberá, Lula somará ganhos de cerca de R$ 400 mil com palestras desde que deixou a presidência da República.

Levando em conta o salário que recebia no governo, que era de R$ 11,4 mil, Lula levaria 35 meses, ou quase três anos de trabalho, para juntar uma quantia equivalente, sem contar o 13º salário.

A palestra de Lula no fórum da Microsoft será a segunda desde que ele deixou a presidência. A primeira foi em um evento da LG no Brasil. Lula cobra entre R$ 150 mil e R$ 200 mil para cada evento deste tipo do qual participa. Especula-se, entretanto, que para dar estas duas primeiras palestras o ex-presidente cobrou o maior valor.

O salário de presidente da República foi reajustado em mais de 100% depois que Lula deixou o poder. Hoje, Dilma ganha R$ 26.723,13 para exercer o cargo.

O dia em que o governo fechou... (seria bom...)

Não, infelizmente não é o nosso governo, mas não custa sonhar: se o governo fechasse por um dia (de preferência por uma semana), nós, cidadãos, seríamos tosquiados em proporção relativamente menor, mas apenas um pouco, pois ainda restariam cinco meses de espoliação e extração fiscal.
Estou, na verdade, me referindo ao governo dos EUA, que pode fechar nesta sexta-feira, caso não exista um acordo entre a Administração Obama e a maioria republicana da Câmara sobre o próximo orçamento (na verdade dois, o deste ano e o do próximo).
Para vocês terem uma ideia da ENORME diferença de intenções, de cada uma das partes, vejam aqui a reprodução gráfica entre a distância entre os dois orçamentos, que fui buscar na página do economista John Taylor, mais especificamente neste link.


Como seria bom se o Brasil também pudesse debater um orçamento enxuto...

PT: reescrevendo a história e apagando o passado (pelo menos tentando...)

À medida em que caem ditaduras, personagens políticas tentam refazer a história, e procedem como aqueles funcionários do PCUS (Partido Comunista da União Soviética, stalinist obviamente) que retocavam as fotos antigas para retirar de cena personagens que se tornaram "incômodos" (nos tempos de Stalin eles eram "apagados", literalmente).
O PT fez muitos acordos de cooperação com "partidos irmãos", entre eles os partidos comunistas da China, de Cuba e muitos outros.
As revoltas árabes estão provocando uma "pequena" revisão nesses acordos.
Este, por exemplo, foi apagado do site do PT:

ACORDO DE COOPERAÇÃO ENTRE O PARTIDO BAATH ÁRABE SOCIALISTA E O PARTIDO DOS TRABALHADORES

Partindo da vontade comum do Partido Baath Árabe Socialista e do Partido dos Trabalhadores de constituir relações de cooperação metódica entre ambas as instituições, com o objetivo de estreitar os laços de amizade entre os povos amigos da República Árabe da Síria e da República Federativa do Brasil, e de melhor servir aos interesses comuns dos dois países e povos, assinaram o seguinte acordo de cooperação:

1. Incentivar a troca de visitas de delegações oficiais entre os Partidos em datas acordadas antecipadamente, objetivando a troca de idéias e pontos de vista a respeito das causas comuns.

2. Promover a troca de visitas entre delegações especializadas, em datas acordada antecipadamente, objetivando a troca de experiência a respeito da logística de trabalho de cada Partido, e a troca de experiências.

3. Promover a troca de publicações e de documentos partidários importantes.

4. Promover a troca de convites para que cada Partido possa participar nos Congressos e Conferências do outro, de acordo com as tradições de cada Partido.

5. Concordam ambos os Partidos em buscar coordenar os pontos de vista durante a sua participação em Congressos e Fóruns regionais e internacionais.

6. Trabalhar no sentido de fortalecer as relações de amizade e cooperação entre as organizações populares e as sociedades representante da sociedade civil, objetivando o intercâmbio de experiências.

7. Encarregar o escritório de Relações Internacionais no partido Baath Árabe Socialista e a Secretaria de Relações Internacionais no Partido dos Trabalhadores de acompanhar a execução dos Itens deste acordo.

8. Este acordo terá duas versões em árabe e em português, tendo o mesmo efeito.

O acordo estava disponível no site do partido, mas sumiu. Foi reproduzido em outros sites da internet.

E-Marketing: baixo calao, grosserias, arrogancia - fuja dessa empresa

Todo mundo recebe spams; isso é inevitável no mundo cibernético de hoje.
Recebi um anúncio propagandístico de um "Ceo" (sic), Alexandre Souza, de uma empresa de marketing digital, que consegue combinar diversos pronomes de tratamento numa mesma mensagem, como abaixo indicado:

"SEO, é a otimização do teu site para que apareça com destaque nas buscas. Modificando seu site para que seja mais fácil o google "enxergar" seu site..."
Ou ainda:
"Todas essas ações vão trazer novas visitas a teu site, o que resulta em mais clientes.
É como se você contrata-se um funcionário para trabalhar o marketing de sua empresa e...
"

Eu deveria ter ficado quieto e simplesmente deletado o junk-mail e dado o assunto por encerrado.
Resolvi recomendar ao "Ceo" da empresa em questão que revisasse o Português das suas mensagens antes de se lançar na publicidade. Escrevi exatamente isto:

"Acho que voce precisa aprender Português, antes de oferecer serviços de marketing." [PRA]

Para quê?!

Vejam o que ele me respondeu: [tudo em negrito]

"Ah sim prof pasquale...nesse caso...gostaria de saber se te mando à merda com crase
ou a merda sem a crase...ou seria vá para a merda???
"
Alexandre
http://emarketingbrasil.com/seo.html

Portanto, fica o aviso: se forem contratar os serviços (ou seriam "servissos"?) da SEO, revisem o Português, e eliminem dois ou três palavrões, antes de divulgar o material...

Pelo serviço de proteção ao consumidor:
Paulo Roberto de Almeida

Mais generosidade diplomatica, mais tarifas pela frente, mais despesas para você...

Caro cidadão-leitor-contribuinte (obrigatória, esta última categoria),
Você quer saber como somos generosos e solidários com os vizinhos?
Pois aqui você tem um exemplo: a conta das transferências feitas pelo Brasil ao vizinho Paraguai vai triplicar...
Tenha absoluta certeza de que isso vai se refletir na sua conta de eletricidade...
Continue tendo um bom dia, ainda assim...
Paulo Roberto de Almeida

Câmara aprova acordo que fortalece relação Brasil Paraguai
Informes PT, 8/03/2011

O plenário aprovou na quarta-feira (6) o parecer favorável do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) ao Projeto de Decreto Legislativo (PDC 2600/10), que altera o valor do repasse do Brasil ao Paraguai pela utilização da energia excedente produzida em Itaipu. A mudança é feita no acordo assinado em 1973, entre os dois países, que criou a empresa Itaipu Binacional para construir e gerenciar a geradora, situada no rio Paraná, na fronteira. A matéria segue para apreciação do Senado.

Dr. Rosinha explicou que o objetivo do projeto é permitir o desenvolvimento econômico e social do Paraguai e destacou que “cabe ao Brasil, como maior economia do Mercosul, o papel fundamental de contribuir com o desenvolvimento da região”. Para o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), o aumento da remuneração ao Paraguai pela energia cedida deve estimular a construção de empreendimentos no país vizinho “A medida vai contribuir para fortalecer a economia daquele país, que está entre os principais parceiros econômicos do Brasil”.

Na opinião do líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), a aprovação da proposta tem “altíssima” importância política para o Estado brasileiro. “Vamos nos integrar positivamente com os países latino-americanos. Queremos uma integração capaz de fazer com que o Paraguai possa ter um processo de distribuição de renda, como existe no Brasil”, disse.

Mais uma estatal, mais dívida publica, mais juros e impostos pela frente...

Caro leitor,
Se você está lendo este post é porque você integra a privilegiada categoria dos membros da classe média, pagadora de impostos, contribuinte compulsória do governo e sua altamente eficiente máquina de extração de recursos do seu bolso, diretamente para o caixa do Tesouro, que pode assim continuar alimentando a sanha insaciável de certos políticos por mais grandes projetos nacionais financiados a partir dos impostos de cidadãos como você.
Não fique triste: tem quem pague mais do que você, e estes são os pobres, que deixam praticamente metade de sua renda sob a forma de impostos indiretos, já que não pagam imposto de renda. Você, que paga -- na média entre 15 e 27,5 por cento -- só compromete um terço da sua renda com o caixa único do Tesouro e os diversos caixas estaduais e municipais. Talvez até mais do que isso, pois provavelmente tem de comprar no mercado determinados serviços que estariam cobertos por impostos já recolhidos.
Pois bem, saiba como você vai pagar ainda mais, lendo a pequena nota abaixo.
Tenha um bom dia, ainda assim.
Paulo Roberto de Almeida

Câmara garante recursos para o trem-bala entre Rio e São Paulo
Informes PT, 8/03/2011

O plenário da Câmara aprovou nesta semana o parecer favorável do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) à medida provisória (MP 511/10), que autoriza a garantia do financiamento do Trem de Alta Velocidade (TAV), no trecho entre os municípios do Rio de Janeiro (RJ) e Campinas (SP). Para o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a aprovação da medida é um passo do Brasil para o futuro. “O trem de alta velocidade representa mais um passo para investimentos e infraestrutura para o País. Derrotamos aqueles que pensam num Brasil pequeno, num Brasil que não será potência. Com o trem-bala, o país terá desenvolvimento econômico e criação de empregos com distribuição de renda”, ressaltou.

Para o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), “esse é um projeto virtuoso para a sociedade brasileira e que vai colocar o Brasil em outro patamar”. O líder lembrou que o Brasil tem atualmente um problema de estrangulamento na artéria principal da economia brasileira, na região entre São Paulo e Rio de Janeiro, Vale do Paraíba e Campinas, locais de grande concentração da produção econômica brasileira. “Criar o trem de alta velocidade significa construir uma alternativa de transporte, de logística, que desobstrui essa artéria e que beneficiará todo o Brasil”, disse Paulo Teixeira.

Zarattini incluiu em seu relatório a criação da Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. (Etav). “Essa empresa vai realizar as desapropriações necessárias para a construção da linha. Além disso vai transferir a tecnologia do concessionário que tem a tecnologia fora do Brasil para as empresas brasileiras, porque queremos que as empresas brasileiras tenham condições de construir esse trem para as futuras linhas”, explicou o petista.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tudo o que voce sempre quis saber e nunca teve a quem perguntar...

Agora já tem: Answers.com
Neste link: http://wiki.answers.com/

Selecionei apenas as perguntas de economia, mas existem milhares de outras mais...
Economics
Subcategories
2008 Economic Crisis
2008 Federal Bailout
2009 Economic Stimulus Plan
European Union
Gas Prices
Inflation
Poverty
Unemployment

Read more: http://wiki.answers.com/Q/FAQ/2394#ixzz1IsGN9tKr

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What are five factors that influence demand?
Concisely: (Y being Income) 1. Number of consumers (naturally, more consumers means more D) 2. Income & normal goods (as Y...

How was the French economy after World War 2?
After WW2 - The agricultural production in France had fallen of more than a third from 1938 to 1945, causing penury, resuppling...

What is laissez-faire?
Laissez-faire economics is the belief that economic imbalances are self-correcting, not requiring intervention by government so...

What is the world's wealthiest country?
There are several measures of the wealth of a country. I will list three of the most common measures. What these measures mean...

What determines the amount of money a country can print?
A countries central banking system generally decides what amount of money a country can print. Contrary to popular belief,...

What countries have a mixed economy?
The definition of mixed economy remains somewhat subjective. Both the US and Cuba have been refered to as mixed economies as all...

What is macroeconomics?
AnswerMacroeconomic deals with the functioning of the economy as the whole. It is concerned with economy wide issues such as...

What were the key elements of the program that came to be called Reaganomics?
Reaganomics (identified with the 40th President, from 1981 to 1989) was referred to as "supply side" economics (or the critical...

Why was the European Union formed?
Some of the reasons for the establishment of the European Union (EU) Already in the 1920s some politicians (such as Briand and...

How did money originate?
Ug gave his friend Org a pretty rock in exchange for a bite of Org's apple. Org later exchanged the rock for a bite of Iggy's...

What is difference between cross price elasticity demand and income elasticity demand?
Cross price elasticity of demand measures how much demand of one good, say x changes when the price of another good, say y...

What is political instability?
To my opinion, political instability is a situation where by a country is currently going through political turmoil. It may also...

What are the disadvantages of mixed economy system?
The disadvantages of a mixed economy really depend on how "mixed" it is. For instance, if it is mixed more towards a free-market,...

Should Newspapers and book publishers convert to electronic publishing over paper publishing as their primary product?
AnswerNO! Only a fraction of the worlds people have access to computers or the energy needed to operate them. How would a...

How do you explain GNI per capita?
A measure of the wealth earned by nations through economic activites all around the world. Gross National Income comprises the...

How much of a salary hike do you need each year just to keep pace with inflation?
AnswerGenerally, you need the same rate of increase or decrease in your salary as the inflation rate. If you make 10,000 and...

Why is Germany an economic rival of Great Britain?
All industrial nations are rivals with one another. They compete for resources and markets constantly. Britain, owing to...

What was the theory of mercantilism?
Mercantilism Mercantilism was the economic philosophy underlying early European colonial policy. The object of mercantilism was...

Why are gas prices so high?
Gasoline comes from oil. Retail prices are determined by the sellers, based on their costs, and the prices paid to produce,...

Is China a threat to Indian Software Industry?
China's rapidly growing software industry will soon rival India's, not necessarily eclipsing it. Before the 1990s, China was...

How different is a market economy from centrally planned economy?
Central Planning: A centrally planned economy relies on a party in power to decide what resources should be allocated to various...

What is the advantage of free market economy?
Wikimedia Free Encyclopedia explains: A market economy (also called a free market economy or a free enterprise economy) is an...

What are advantages and disadvantages of market economy?
There are many advantages to a free market economy. They range from the moral issues to the practical issues. We will deal mainly...

What are the uses and advantages of price mechanism?
Basically the price mechanism acts as "an invisible hand" or signaling mechanism. They play a key role in allocating resources...

What are the advantages of leaving the allocation of a country's resources to the price mechanism?
If relatively weak conditions are satisfied, then whatever allocation of resources results from the use of the price mechanism...

What is Austrian Economics?
http://www.google.com/search?hl=en&q=define%3A+Austrian+Economics

What currency was used in the 1700s?
This depends on the country. Most currencies, however, were based on gold and silver. In America, in the 13 colonies, tobacco...

Why do some people believe that a mixed economic system solves basic economic problems?
It is because both the private sector and public sector have a say in answering the basic economic questions, thus there will be...

What is the law of variable proportion in economics?
Sometimes referred to as variable factor proportions, law of diminishing returns states that as equal quantities of one variable...

Does Europe the USA or China have the largest economy?
1- Europe (remember Italy, French, UK and Germany are 4 world's power) 2- USA 3- China. 2006 GDP Figures from the CIA World...

What are possible advantages to a multinational corporation of entering a high potential and high growth economy?
Possible advantages of a multinarional corporation are: 1.Multinational Companies are able to sell far more than other type of...

What is the marginal cost of capital?
Marginal or incremental cost of capital is cost of the additional capital raised in a given period

What is so gross about the national product?
Economics Answer: The Gross National Product in one definition is the sum of all final goods and services produces in an...

Show with examples that if the marginal product is always decreasing the average product is always above the marginal product?
Paper silver has been heavily shorted in the last few weeks. Low volume indicated by the 30& 60 day averages has not brought...

How do tax cuts affect the economy?
Tax cuts improve the economy by giving the people more spending power and higher consumer confidence which leads to them spending...

What is the role of marketing in the implementation of adaptive strategies for expansion?
The expansion of a company depends solely on the marketing of it's product or anything pertain to it.Actually marketing it's...

How best to define economics?
According to Princeton University, Economics is the study of the production, distribution and consumption of goods and...

What is the significance of foreign exchange rate risk and how can this risk be mitigated?
Foreign exchange risk is the level of uncertainty that a company must manage for changes in foreign exchange rates, that will...

How do economy's produce?
These questions are the basic economic questions to which all economies strive to answer. This is because there are a limited...

Who has the world's largest economy?
USA, although if treated as a single entity the EU is signifigantly larger.

When did the World Trade Organization start?

What are the examples of perfect competition in economics?
AnswerI have found one example on wikipedia where it says that ebay auctions can be seen as perfectly competitive. There are very...

What are the types of market economies?
Free-Market Economy (or Liberal Market Economy): An economic system comprised mainly of privately-owned enterprise (businesses),...

How does outsourcing affect the economy?
In principle, outsourcing makes things a little cheaper and should therefore increase profitabilty. However, some things need to...

Is zero inflation a good thing?
Yes and no, and here's why: Inflation is not a good thing because it slows down economic growth. For example, when inflation is...

What perceives the global economic system as responsible for the less developed global south countries dependence on and exploitation by the wealthy global north countries?

What were the economic causes of fascism in Spain?
If what you mean is "what were the economic causes of the social conflict and unrest which led to the civil war, of which the...

How many African-Americans currently live in poverty?
According to www.info.please there are about 39.2 million blacks in America of whom 24.7% have incomes below the federal poverty...

Who decides what goods services will be produced and sold in the US?
Mostly the American consumer. The US government also plays a large role in the nation's economy, constituting roughly 36% of GDP...

Who is Adam Smith?
Which one? You probably mean the Scottish philosopher/Economist. He is most famous for defining modern economic theory in a book...

What is globalisation and what are its effects on the Indian economy?
Largely positive. Globalization has brought many jobs and large sums of investment to India.

How has money evolved into the currency we use today?
Money as we know it, paper money (which will henceforth be called by its technical term, fiat - French for "fake" - money),...

How did the United States benefit from the World War I when it first started?
economic benefits were from the sale of exports to countries at war with Germany

How do reductions in government spending affect the economy?
Generally the government is very good at wasting money and resources so less spending, generally speaking, by the government...

What are the advantages of saving money?
Answer1.) You won't have to pay tens of thousands in interest when you borrow money. 2.) There's always some emergency that pops...

Is Egypt a rich nation?
No it isn't. Though this depends on how you define "rich." Egypt is quite affluent by African standards but remains a developing...

Why is the study of economics important?

Which countries are in the European Union?
There are 27 countries in the European Union. There were six founding members of what was then called the European Economic...

How do you calculate the equilibrium level of income?
you calculate it by adding consumption, investments, government spending, net exports and subtracting imports. EX:...

How do you create demand for your products or services?
Creating DemandThis has been a controversial question in economics. Some economists have argued that this is the role of...

How does the economics of welfare relate to the scarcity of resources?
Economics need to be studied to see where the economy is going, what can be removed from the economy and what can be added in...

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