O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Soviets nao faziam parte do programa da candidata - o Globo

Como eu já tinha escrito neste espaço, a criação dos sovietes bolivariano-petistas, por decreto unilateral do executivo, responde a dois fenômenos: por um lado, a um instinto genético dos companheiros, que é o seu totalitarismo entranhado; por outro, ao seu desespero, ao antecipar a derrota nas eleições de outubro.
Quanto ao primeiro, não há nada que se possa fazer: os mais velhos vão morrer totalitários. Os mais jovens talvez possam ser reeducados parase libertar desse neobolchevismo idiota.
No segundo aspecto, só existe uma solução: impor uma derrota aplastante ao partido totalitário em outubro.
No intervalo, o Congresso tem uma única obrigação: rejeitar politicamente, anular formalmente e condenar por vergonhoso, vicioso e inconstitucional o decreto totalitário.
Paulo Roberto de Almeida 

Consulta popular contraria promessa de Dilma feita durante campanha

 O Globo, 10/06/2014

O decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff que cria mecanismos de participação social, publicado na segunda-feira e questionado pela oposição, não estava previsto nas diretrizes do governo, divulgadas quando Dilma ainda era candidata ao Planalto. O primeiro dos “13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff”, que sugere o fortalecimento da democracia, não trata da expansão de conselhos consultivos por dentro da máquina estatal. Pelo contrário, só cita o “incentivo à participação popular” para a realização de uma reforma política, que ainda assim se daria em “amplo diálogo entre a sociedade e suas organizações por meio do Congresso Nacional”. E é justamente o Congresso que fica enfraquecido e sobreposto, segundo críticos do decreto, que também afirmam que os conselhos que já existem sofrem aparelhamento político.
Ex-presidente Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior participou de conselhos municipais e estaduais, além do CNS, que presidiu por quatro anos e onde foi membro da mesa diretora por sete anos. Ele nega que o decreto 8243/2014, que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS), engesse o governo, mas cita como empecilhos o aparelhamento político e falhas de execução:
— Não cabe o discurso de engessamento de governo. Mas o fato de haver a política não significa necessariamente que as coisas devem acontecer de acordo como preconiza a política, o texto original. O SUS é política de Estado, tem uma legislação que é talvez a mais avançada do mundo. No entanto, o SUS é uma colcha de retalhos — afirmou Batista, que se diz desiludido e criticou o aparelhamento político do CNS desde a gestão de Alexandre Padilha à frente do Ministério da Saúde.
Mário Scheffer, professor da USP e ex-conselheiro do CNS por cinco anos, lembra que já há conselhos em quase todas as instâncias. Ele defende que o mais adequado seria valorizá-los, em vez de propor a criação de outros. Scheffer critica o aparelhamento político desses colegiados.
— Não faltam conselhos, eles existem em quase todas as instâncias. O Conselho Nacional de Saúde existe desde 1990, mas não é respeitado. Esses conselhos foram cooptados, encurralados pelo governo. Não cumprem o papel de fiscalizar e propor alternativas. São espaços onde o governo exerce muita influência, são subservientes à agenda do governo e formados por corporações e pessoas majoritariamente alinhadas a ele. Acho adequado criar novas formas, mas é preciso olhar para o que já existe, e o que vemos é o aparelhamento. Me parece ser somente uma questão de retórica. Não me parece ter sido isso que os movimentos sociais pediram — disse Scheffer.


Oposição quer votar anulação do decreto


Parlamentares do governo e da oposição se desentendem sobre o decreto de Dilma Rousseff. A deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, elogia a iniciativa. Ela nega que o cidadão que não é sindicalizado ou filiado a ONGs ficará alijado do processo de decisão, e fala que a PNPS destrava amarras burocráticas.
— A atuação do Estado brasileiro é toda permeada pela interação entre Estado e sociedade civil. Considero uma medida muito importante. Os conselhos populares já estão consolidados. Só o Brasil tem esse sistema nacional de participação. Muitos países nos visitam por isso — afirmou Rosário.
O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), disse que vai insistir com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), para que inclua na pauta desta semana, a do esforço concentrado antes da Copa, o Projeto de Decreto Legislativo que revoga o decreto de Dilma, que cria uma superestrutura de consulta popular dentro do governo federal.
Para o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), o decreto da presidente Dilma lembra as ações do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
— É uma atitude demagógica, pré-eleitoral — disse Maia.
O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), defendeu o decreto de Dilma. Para ele, esse tipo de conselho popular fazem parte da democracia.
— Essa iniciativa do DEM de querer derrubar o decreto da presidente Dilma é contra os movimentos populares. O decreto fortalece o direito de todos participarem, o que é natural na democracia — disse Vicentinho, ex-presidente da CUT.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), criticou ontem o decreto e defendeu a revogação.
— É a atitude de um governo que está sem rumo. Esse tipo de medida está fora de sintonia com o que a sociedade deseja — disse Imbassahy.

O Apartheid em construcao Brasil: politicas racialistas do governo

Mais um passo para a divisão dos brasileiros entre os autodenominados afrodescendentes, de um lado, e todo o resto, de outro. Ou seja, quem não se classificar como afrodescendente (e tem alguns loiros de olhos azuis que já o fizeram) pertence automaticamente ao resto, ou seja, todos nós.
Essa divisão racial está criando um problema que não existia no Brasil, e pode criar um novo tipo de Apartheid e de cultura artificial, importada, viciosa e viciada.
Esta será mais uma herança maldita dos companheiros, totalmente condizente com sua desprezível visão do mundo, consistente em separar os brasileiros em dois grupos, "nós", isto é, eles, os totalitários e divisionistas, e todos os outros, os que não concordam com essa divisão maiqueista da sociedade.
Idiotas...
Paulo Roberto de Almeida 

Dilma sanciona lei que reserva 20% de vagas no funcionalismo para negros

O Globo, 10/06/2014

A presidente Dilma Rousseff sancionou, nesta segunda-feira, a lei que destina 20% das vagas dos concursos públicos do governo federal para negros. Dilma disse esperar que os demais poderes, governos estaduais e municipais, além da iniciativa privada, adotem legislação semelhante. Segundo a presente, essa é mais uma iniciativa de seu governo para garantir a igualdade racial no país, que também adotou a política de cotas para acesso às universidades.
— Esta é a segunda lei com ações afirmativas para fechar o fosso secular de direitos e oportunidades engendrados pela escravidão e continuados pelo racismo, ainda existente entre negros e brancos no nosso país afirmou a presidente.d
Para Dilma, a lei é o primeiro passo para mudar a composição racial no serviço público federal, tonando-a representativa da sociedade brasileira. A presidente disse que as leis de cotas no serviço público e de acesso às universidades “expressam decisões políticas inequívocas de um governo determinado a defender a igualdade racial como um valor maior da sociedade”.
— A sanção da lei de cotas no serviço público é mais uma oportunidade para mostramos ao mundo o respeito e o orgulho que temos da diversidade da nossa nação. É uma celebração da diversidade racial do nosso país — afirmou.
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Segundo Dilma, essa ação demonstra a disposição de seu governo em defender a igualdade como um valor. Ela aproveitou para dizer que esta semana começa a Copa do Mundo, que terá o combate ao racismo como bandeira.
— Esta semana começa a Copa. Estamos empenhados em fazer da Copa das Copas um momento histórico de celebração da paz e de respeito entre pessoas e nações. Queremos uma Copa que afirme sem dúvidas e sem hesitações um combate ao racismo e a todo tipo de discriminação — disse.
Regras para a nova lei serão publicadas
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, explicou após a sanção da lei de cotas no serviço público que o governo irá preparar um parecer com a interpretação da administração federal sobre os critérios que definem os candidatos que podem ocupar uma vaga reservada para negros.
— Não tenham temor de que se crie nenhum tipo de instância que pejorativamente tem sido chamada de tribunal racial porque nós vamos ter que produzir um documento que fale da interpretação requerida para essa lei para que ela possa ser aplicada por várias empresas, vários órgãos, instituições e ministérios. Portanto temos que ter a certeza de que a intenção do legislador seja preservada — disse Luiza.
Os critérios para que o candidato entre no serviço público por meio das cotas são os mesmos que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utiliza para definir a raça da população. Na lei sancionada hoje há um artigo que visa a coibir as declarações falsas, já que cabe ao próprio candidato se auto definir como negro. O artigo diz que se for constado que a autodeclaração é falsa, o candidato será eliminado do concurso.
A ministra disse que não haverá fiscalização e que o controle será feito da mesma forma que acontece com as cotas para negros nas universidades públicas, por meio de denúncias. Ela assegurou, no entanto, que o montante de declarações mentirosas é insignificante.
Luiza disse acreditar que a lei, que tem duração prevista de dez anos, terá um efeito cíclico de aumentar a inclusão de negros em altos cargos da administração, como secretários executivos e ministros.

Republica Sovietica do Brasil?: o decreto bolivariano do governo petista - Rubens Barbosa

Barbosa: decreto de Dilma é um ataque à democracia
Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington, analisa o decreto bolivariano de Dilma que cria os "conselhos populares" ("sovietes") e alerta: "esse é um dos temas mais relevantes da atualidade, pois tem tudo que ver com a democracia e a representação, segundo a Constituição."


Neste espaço, em artigo intitulado Sumiço do Brasil e Itamaraty marginalizado (25/3), critiquei há quase três meses proposta em estudo na Presidência da República de criação de um Conselho Nacional de Política Externa, para institucionalizar o controle dos movimentos sociais sobre a formulação e a implementação da política externa. Fui desmentido e alvo de ataques na mídia social. Agora, porém, com a edição de decreto presidencial que cria o Sistema Nacional de Participação Social, meu receio em relação ao Itamaraty não só se confirmou, como minha preocupação cresceu ainda mais, pois a medida, recém-anunciada, foi ampliada e se tornou obrigatória para toda a administração pública federal, direta ou indireta.

A Política Nacional de Participação Social (PNPS), recentemente criada, é uma das medidas mais ousadas adotadas pelo PT em todo o seu governo. A nova legislação tem como objetivo fortalecer a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil, definida como "o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações".

A medida legal determina que os ministérios, autarquias, empresas estatais e até agências reguladoras devem considerar as diretrizes da política de participação social na formulação, na execução, no monitoramento e na avaliação de programas e políticas públicas. Os mecanismos de participação social criados para interagir com o governo são conselhos e comissões de políticas públicas, conferências nacionais, ouvidorias, mesas de diálogo, audiências e consultas públicas e ambiente virtual de participação social. Os conselhos de políticas públicas têm competência para "participar no processo decisório e na gestão de políticas públicas", a conferência nacional "pode interferir na formulação e na avaliação" dessas políticas" e a mesa de diálogo "poderia mediar e solucionar conflitos sociais".

A Secretaria-Geral da Presidência da República presidirá um novo órgão da administração, a mesa de monitoramento das demandas sociais, responsável pela coordenação e pelo encaminhamento de pautas dos movimentos sociais e pelo monitoramento de suas respostas. Essa competência parece chocar-se com a disposição constitucional que dá atribuição exclusiva aos ministros de Estado de coordenar os demais órgãos e entidades da administração pública federal em sua área de competência.

A Constituição federal prescreve que a soberania popular se exerce pelo voto, com igual valor para todos. O controle partidário dos movimentos sociais fará com que as plataformas políticas do partido sejam necessariamente examinadas por todos os ministérios e entes públicos, já que a legislação determina sua participação no processo decisório e na formulação dessas políticas. O controle social das ações públicas trará profundas repercussões na vida diária das empresas e dos cidadãos.

O Legislativo, que, segundo a Constituição, tem a atribuição de exercer o acompanhamento e a fiscalização dos atos do Executivo, terá de competir com os movimentos sociais, visto que, na realidade, estará sendo substituído por um poder paralelo com funções mais amplas que as do Congresso Nacional.

Ninguém pode ser contra audiências e consultas públicas, como vem ocorrendo no âmbito do Congresso, com ampla participação da sociedade civil. As preocupações surgidas são legitimas, porque a política de participação social inova na medida em que passa a interferir na formulação e no processo decisório de políticas públicas. Essa é a grande novidade, que vai além de um mero órgão consultivo, como poderia ser entendido pela possibilidade de levar propostas para consideração dos órgãos públicos. Em vista da legislação vigente, para entrar em vigor a nova política deveria ser amplamente discutida e aprovada pelo Congresso, visto que interfere nas competências constitucionais do Executivo e do Legislativo. Da forma como foram criados, os mecanismos de controle social despertam preocupação sobre suas motivações e oportunidade. O uso da expressão "mesa de dialogo", inexistente em português, mas corrente nos países bolivarianos, pode dar uma pista...

A política de participação social, embora de difícil execução na prática, caso seja efetivamente aplicada, vai transformar o País num grande fórum de discussão de políticas governamentais, muitas delas confidenciais por sua própria natureza. Trata-se de assembleísmo elevado à potência máxima, que deverá tornar o País muito mais burocrático do que já é.

Como o Ministério da Fazenda ou o Banco Central vão discutir a taxa de câmbio com os movimentos sociais? A criação desses mecanismos de participação social, dependendo de como forem constituídos, completará, na política externa, o processo de esvaziamento do Itamaraty, já sem força para formular plenamente políticas que envolvem os interesses do Brasil em relação a terceiros países.

O anúncio dessa política adiciona mais um elemento da plataforma do PT nas ações de governo. Nas últimas semanas foi anunciado que, em eventual segundo mandato, o atual governo petista vai buscar aprovar medidas para efetivar o controle social da imprensa e o controle econômico dos meios de comunicação. De quando em quando se fala em recorrer a plebiscitos para aprovar certas medidas difíceis de serem aprovadas segundo a legislação vigente.

Não conheço nenhum país onde os movimentos sociais participem das decisões e da formulação de políticas no Executivo, a não ser países como a China, a Venezuela e outros onde o Executivo é submetido ao domínio do partido único, que diz atuar em nome da sociedade civil.

Esse é um dos temas mais relevantes da atualidade, pois tem tudo que ver com a democracia e a representação, segundo a Constituição. (Estadão).

Contexto Internacional (PUC-Rio): numero especial sobre integracao e soberania

O Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio anuncia que acaba de ser publicado o novo número da revista Contexto Internacional. Elaborado com o apoio financeiro da Fundação Konrad Adenauer, o número 35 (2) traz uma perspectiva comparada sobre os processos de integração e cooperação regional na América do Sul e na Europa.
Conta com a participação de renomados especialistas internacionais e brasileiros sobre o assunto (parece que sou um deles), que analisam diversos aspectos do tema: da relação entre soberania e regionalismo à governança no âmbito nuclear e à a geopolítica crítica.
Abaixo o sumário desse número especial da revista Contexto Internacional, que pode ser descarregado neste link:
http://contextointernacional.iri.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home
Minha colaboração tem este link direto: http://contextointernacional.iri.puc-rio.br/media/Artigo%206.pdf
Paulo Roberto de Almeida


Contexto Internacional, vol. 35, Nº 2. 2014
Nuclear Governance in Latin AmericaLayla Dawood and Mônica Herz

Brics: reuniao de cupula em Fortaleza e Brasilia, com lideres sul-americanos

Vamos ver quantos aparecem da região, já que os quatro outros há estarão supostamente aqui...
Paulo Roberto de Almeida

Diplomacia »Cúpula do Brics será encerrada em Brasília no dia 16 de julho

Correio Braziliense09/06/2014


A 6ª Cúpula do Brics - grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul - reunirá os chefes de Estado dos cinco países-membros do bloco em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará, no dia 15 de julho, e terá seu encerramento em Brasília, no Palácio Itamaraty, no dia 16, com a presença de presidentes das nações da América do Sul. Na capital federal, os líderes sul-americanos serão convidados a apresentar sua perspectiva sobre o tema da cúpula: Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis. O convite aos líderes regionais, novidade para essa cúpula, faz parte da estratégia do Brics de aproximação com países não membros, priorizando nações em desenvolvimento.

Segundo o professor de economia política internacional da Universidade de Brasília, Roberto Goulart Menezes, a novidade representa uma vitória da diplomacia brasileira e uma grande contribuição dos demais países do Brics, reforçando o papel do Brasil como liderança regional em um momento de paralisia das negociações do processo de integração sul-americana. “É o Brasil dizendo: estou indo ao grupo [Brics], mas não estou esquecendo a região”.

O Brasil é o único país do bloco até agora a sediar o encontro dos chefes de Estado do Brics pela segunda vez e deve ser palco de duas importantes decisões. A expectativa dos governos do grupo é que até 15 de julho esteja tudo acertado para as assinaturas do Tratado Constitutivo do Arranjo Contingente de Reservas, que instituirá um fundo no valor de US$ 100 bilhões para auxiliar os membros que, no futuro, estejam em situação delicada no balanço de pagamentos e do acordo para a criação do banco de desenvolvimento Brics.

O fundo de reservas internacionais contará com US$ 41 bilhões da China, US$ 18 bilhões do Brasil, da Rússia e da Índia, e US$ 5 bilhões da África do Sul. Já o banco, com orçamento de US$ 100 bilhões, terá aportes fiscais igualitários entre os países-membros. A previsão é que a instituição leve cerca de dois anos para entrar em funcionamento porque precisará ser aprovada pelos parlamentos dos cinco países, definir suas regras internas e receber o aporte inicial, que deverá ser US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em dinheiro e US$ 40 bilhões em garantias.

Em discussão há dois anos dentro do Brics, o banco pretende atender a demandas não contempladas totalmente pelas grandes instituições financeiras globais, como o financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. Os últimos detalhes dos dois acordos devem ser acertados no fim deste mês, em Melbourne, na Austrália, em reunião paralela ao encontro de representantes de finanças e dos Bancos Centrais do G20, e, se necessário, no dia 14 de julho, em Fortaleza, na reunião pré-cúpula entre ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais dos países do Brics.

Menezes explica que o principal objetivo da criação do Brics foi discutir e pressionar a reforma das instituições financeiros multilaterais. Com a criação de banco e fundo próprios, segundo ele, o grupo se apresenta como mais uma fonte para investimentos, que futuramente devem alcançar países periféricos, e mostra força para pressionar a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), determinando um grau de autonomia e um “colchão” financeiro aos países-membros enquanto a reforma não ocorre.

Em sua sexta cúpula, os líderes terão reunião fechada, e, em seguida, durante seus discursos públicos na capital cearense, deverão destacar o papel do bloco na inclusão de pessoas no mercado de consumo, seja pelo crescimento econômico ou por meio de políticas públicas, e reforçar o compromisso com o desenvolvimento sustentável. O tema Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis está relacionado à contribuição dos países do Brics na redução da pobreza e no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), não apenas em seus territórios. A expectativa dos organizadores é que cerca de 3 mil pessoas estejam envolvidas na reunião de líderes em Fortaleza, sendo a metade jornalistas, cerca de 800 empresários e o restante membros das delegações dos cinco países.

Além das reuniões da Cúpula do Brics, alguns presidentes devem ter encontros bilaterais com a presidenta Dilma Rousseff. Vladimir Putin, da Rússia, já confirmou presença na final da Copa do Mundo, dia 13 de julho. Jacob Zuma, da África do Sul, sede da última Copa, também deve estar presente.

Republica Federativa das Milhagens Ilimitadas (voce paga, leitor...)

A pretexto de inaugurar uma latrina aqui, uma cisterna acolá, o poder movimenta toda a logística da presidência, com escalão avançado, avião presidencial, militares, aspones, carros, etc, para, no fundo fazer campanha eleitoral.
O Tribunal de Coisa Nenhuma não vai dizer coisa nenhuma?
Desculpe, só queria saber, inclusive porque é o meu dinheiro que está sendo gasto dessa maneira altamente pornográfica...
Paulo Roberto de Almeida

Só este ano, Dilma já fez viagens equivalentes a duas voltas ao planeta, sempre buscando votos

Sem tempo sequer para olhar o interlocutor.



Quando chegar ao Rio Grande do Norte nestas segunda-feira para inaugurar o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal, a presidente Dilma Rousseff vai ter completado um roteiro, em 2014, similar a duas voltas ao planeta.

. Antes, porém, Dilma visitou Porto Alegre, sexta e sábado, e  Belo Horizonte, neste domingo. Nas últimas semanas, a presidente não tem poupado nem sequer os fins de semana para descanso e aproveita para viajar.

. Leia mais, na reportagem de Renato Medeiros, UOL de hoje:

Em 2014, último ano de seu primeiro mandato, a presidente aumentou o ritmo de viagens nacionais e já foi às cinco regiões do país em 38 viagens oficiais, num total aéreo percorrido de aproximadamente 77 mil km. Uma volta completa ao planeta tem 40 mil km. Em seus três primeiros anos, a presidente Dilma fez 156 viagens --algumas passando por mais de um Estado--, média de 4,3 por mês ou uma por semana. Em 2014, a média de viagens cresceu mais de 50% e chega a superar sete por mês, conforme dados divulgados até maio. Em junho, esse ritmo não deve diminuir.

Inaugurações aos domingos

. Como demonstra a visita de hoje, Dilma não tem poupado nem sequer seus fins de semana. O mesmo aconteceu no último domingo (1º), quando a presidente foi ao Rio de Janeiro inaugurar residências do "Minha Casa, Minha Vida". 


. As viagens já têm um toque de pré-campanha. Com plateias selecionadas e aplausos previstos, Dilma sempre ouve palmas e chegou a ser recebida, algumas vezes, aos gritos de "1, 2, 3, Dilma outra vez" --que deve ser o cântico petista na campanha à reeleição. 

Eleicoes 2014: O momento infernal de Dilma - Revista IstoE

O momento infernal de Dilma

Pesquisa feita por instituto americano e confirmada por levantamento encomendado pelo PT provoca mau humor nos principais auxiliares da presidenta e obriga o partido a mudar os rumos da campanha

Revista IstoÉ, N° Edição:  2324 |  06.Jun.14 - 20:50 |  Atualizado em 10.Jun.14 - 02:40
Coube ao marqueteiro João Santana, que há poucas semanas insistia em profetizar uma acachapante vitória da presidenta Dilma Rousseff sobre “os anões da oposição” ainda no primeiro turno da disputa presidencial, jogar um balde de água fria no comando da pré-campanha petista. Na segunda-feira 2, durante jantar no Palácio da Alvorada, Santana foi rápido e objetivo. Tendo em mãos os dados de uma pesquisa contratada pelo PT, ele afirmou: “Está diminuindo de forma considerável e rápida a confiança do eleitor na capacidade do governo para realizar mudanças.” A constatação azedou o humor do ex-presidente Lula, do presidente do PT, Rui Falcão, do ex-ministro Franklin Martins e dos ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), que dividiam a mesa com Dilma. O que todos ali já sabiam é que a pesquisa reportada por Santana confirmava outra enquete realizada entre os dias 10 e 30 de abril pelo Pew Research Center, um instituto americano que rastreia os ânimos dos cidadãos em 82 países. O resultado desse estudo é arrasador para a campanha de Dilma. Ele mostra, entre outras coisas, que apenas 26% dos brasileiros estão satisfeitos com o País, 86% desaprovam a maneira como a presidenta lida com a corrupção, 85% criticam a maneira de Dilma enfrentar questões como segurança e saúde. E, o que é mais surpreendente, o número de insatisfeitos saltou de 49% para 72% de 2010 para cá. “Essa frustração só tem paralelo com a de países que enfrentam convulsões sociais, rupturas institucionais e crises como a do Egito”, disse Juliana Horowitz, responsável pela pesquisa americana.
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NOVA POSTURA
Lula pediu a Dilma para mudar de atitude em relação aos aliados
Diante de dados tão negativos, Lula e Santana trataram de sugerir mudanças imediatas no comportamento da presidenta e nos rumos da pré-campanha. O primeiro objetivo é o de evitar que o desgaste da administração acabe favorecendo uma debandada entre os partidos aliados – que poderão fornecer preciosos minutos ao tempo de propaganda para a presidenta durante a campanha – em busca de alternativas de poder na oposição. Para tanto, Lula aconselhou Dilma a comparecer às convenções de cada um desses partidos. Também ficou definido que a presidenta precisa tentar reconstruir a imagem de gerente competente, fortemente abalada durante os três anos de um governo que não entregou sequer uma grande obra, não conseguiu evitar o aparelhamento do Estado que vem dilapidando empresas públicas e que não consegue romper a equação que junta crescimento pífio, juros elevados e inflação em alta. Para isso, mesmo durante os jogos da Copa, Dilma deverá percorrer o Brasil inaugurando tudo o que for possível. Também foi recomendado que a presidenta passasse a dar entrevistas diárias para as redes de tevê, promovendo a defesa do governo.
Na quinta-feira 5, uma pesquisa do DataFolha confirmou a tendência de queda da presidenta. Segundo o instituto, Dilma conta com 34% das intenções de voto, uma queda de dez pontos em relação à pesquisa realizada em fevereiro. Os principais candidatos da oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), também, segundo a pesquisa, perderam votos. O primeiro caiu um ponto, dentro da margem de erro, e Campos perdeu quatro pontos. O que aumentou foi o número de eleitores indecisos. Um cenário muito pior para quem está no governo do que para a oposição.
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SANTANA
O marqueteiro que preconizava uma eleição fácil já fala em segundo turno
Durante o jantar no Palácio da Alvorada, sobrou conselhos para o presidente do PT, deputado Rui Falcão. A ele, Lula e Santana sugeriram que seja abandonado definitivamente o discurso de vitória no primeiro turno, como forma de melhor acolher os aliados. Também foi pedido que o PT seja rápido e incisivo no tratamento de seus quadros que estiverem envolvidos em casos de corrupção ou falta de decoro. Foi por isso que o deputado estadual paulista Luiz Moura acabou abandonado pelo partido, dias depois de ser acusado de se reunir com membros do crime organizado. A ideia é embasar um discurso de que o mensalão foi um divisor de águas dentro da legenda. 
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O Chile de volta 'a America latina: reflexao do dia (repetida)

Um leitor deste blog (talvez recente) me escreve para pedir uma reflexão que eu já fiz:


Raph Nogueira comentou a postagem de seu blog
E o Chile, professor, que está se movimentando em direção ao aumento da carga tributária?

Com efeito, no dia 20 de maio, eu postava esta reflexão, com o mesmo título:

O Chile de volta à América Latina: reflexão do dia

O Chile, até há pouco, era um país normal, ou seja, estava em outra galáxia, ou pelo menos em outro hemisfério, aquele da racionalidade econômica, das políticas econômicas sensatas, do bom senso, enfim...
Mas, isso não podia durar muito.
A lei da gravidade latino-americana é poderosa.

O Chile está voltando ao continente, para se igualar a seus vizinhos esquizofrênicos.
O governo socialista de Michelle Bachelet acaba de decretar que pretende o fim do lucro na educação, que toda a oferta no setor será estatal, e que ninguém mais pagará por nada em matéria de ensino.

Corrijo: ninguém não. Alguém pagará.
Os empresários em primeiro lugar, que vão ter o imposto sobre o faturamento e os lucros aumentados de 25 a 35% dos volumes globais. Depois, toda a população pagará.
Quando todos pagam, não existe mais avaliação de custo-benefício, aferição de preços reais, retornos compatíveis com os investimentos realizados, nada disso.

Enfim, assim é o socialismo, o que é que vocês queriam?

O Chile voltou ao continente latino-americano.
Que pena! Estava tão bem fora dele...

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 20 de maio de 2014

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O que eu poderia acrescentar agora?
Pouca coisa, a não ser que cabe observar se é apenas um surto repentino de distributivismo mal concebido, ou se é realmente uma enfermidade que vai se espalhar pelo corpo do país, até torná-lo bem parecido com o resto da América Latina, como eu argumento acima.
Cabe dar um crédito de confiança (os famosos cem dias de todo novo governo) e ver se essa latino-americanice vai continuar, ou se será apenas para contentar os estudantes que se movimentaram tanto contra o governo anterior, pedindo justamente a escola risonha e franca, boa e barata, se possível de graça, do jardim da infância ao pós-doc.
Esse é o caminho mais rápido para a decadência educacional, como aliás a experiência brasileira deveria demonstrar.
Volto a dizer: o Chile estava tão bem fora do continente.
Pena que voltou...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 10/06/2014

Nem a Pau Juvenal: Este vai ser o slogan, junto com Ja Deu PT...

Recolho no no blog do meu amigo Orlando Tambosi esta caricatura, altamente simbólica dos tempos que correm.

Não sei exatamente quando foi feita essa caricatura, de um caricaturista conhecido, mas talvez eu tenha a precedência na utilização da famosa publicidade de uma marca de presunto.
Esta é a postagem que eu fiz, na data indicada:

domingo, 1 de junho de 2014


Eleições 2014: Dilma se aproxima da inelegibilidade 

no centro-sul do Brasil - Blog Estadao

Parece aquela propaganda: Nem a pau Juvenau (sic)!
Depois do slogan "Já deu PT", daqui a pouco o pessoal vai estar dizendo: "
Não se reelege nem a pau Juvenal..."
Paulo Roberto de Almeida 
Bem, não reivindico a paternidade, nem pretendo pioneirismo.
O mais interessante e gratificante será ver o slogan se espalhar como fogo na pradaria Brasil afora.
Até, possivelmente, o dia 26 de outubro, se der sorte mesmo antes...
Ninguém merece um presunto de segunda, no caso de terceira classe.
Nem a pau Juvenal...
Paulo Roberto de Almeida

Banco do Brics: por que mais um, se já existem tantos?

De fato, o que não faltam são instituiçōes multilaterais de fomento e de financiamento, e o Brasil pertence à maior parte delas: Banco Mundial, BID, CAF, Fonplata, BAD, Basd, sem mencionar BIE, Banco do Sul, BNDES, e outras agências nacionais ou plurilaterais de financiamento.
Para que mais uma?
Esta é uma pergunta de 28 bilhōes de dólares...
Paulo Roberto de Almeida 

Internacional

Brasil entrará com US$ 28 bilhões para criar Banco dos Brics

Veja.com, 9/06/2014

Bloco Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul planeja uma instituição financeira para ocupar o espaço de Banco Mundial e FMI

Funcionário conta dinheiro no Banco da China
Funcionário conta dinheiro no Banco da China (ChinaFotoPress/Getty Images)
O Brasil comprometeu com 28 bilhões de dólares na formação do Banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e na criação do Arranjo Contingente de Reservas (ACR). As instituições, planejadas pelo bloco, têm como objetivo ocupar parcialmente o espaço hoje do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
As duas instituições, negociadas desde 2012, começarão a sair do papel no próximo mês, na 6ª reunião de Cúpula do bloco, em Fortaleza. O banco terá capital inicial de 10 bilhões de dólares, com cotas iguais para cada um dos cinco países, e a garantia de 8 bilhões de dólares a serem aportados apenas em caso de necessidade.
Os outros 18 bilhões de dólares serão a reserva brasileira para o ACR, que terá o mesmo aporte de Rússia e Índia, além de 5 bilhões de dólares da África do Sul e 41 bilhões de dólares da China, o sócio mais rico, em um valor total que chega a 100 bilhões de dólares.
A reunião de Fortaleza é a primeira de um novo ciclo dos Brics, cuja primeira reunião formal aconteceu em 2009, em Ecaterimburgo, na Rússia. O banco e o ACR são os primeiros resultados concretos de um bloco que surgiu para tentar ser uma alternativa à dominação dos países desenvolvidos das chamadas instituições de Bretton Woods, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional.
"A criação dessas instituições é uma forte mensagem da disposição dos países membros em aprofundar e consolidar parcerias econômicas e financeiras", afirmou o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral do Itamaraty. "São instituições espelho, na medida em que obedecem as mesmas regras, as mesmas inspirações, mas não têm intenção de competir".
Não há dúvida, no entanto, que o banco de desenvolvimento dos Brics - que ainda não tem um nome formal - pretende servir de alternativa ao Banco Mundial. O banco poderá financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países que têm dificuldades de obter recursos nas instituições tradicionais. Não está definido, no entanto, se o banco poderá financiar obras em países que não participam do banco ou apenas em cotistas. "A ideia do banco é suprir uma necessidade, cada vez mais evidente, que é financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável não só nos Brics, mas em países fora, como por exemplo os africanos, que têm essa necessidade e podem encontrar dificuldades obtenção de recursos", afirmou Graça Lima.
Já o ACR, ideia brasileira, será reservado, em princípio, para os cinco membros do bloco - que não deve crescer a curto prazo. A intenção é ter uma forma de garantir a segurança financeira dos cinco países, que poderão pegar empréstimos de curto prazo em caso de problemas nas suas balanças de pagamento. Uma espécie de FMI com poucos sócios e mais amigável.
(Com Estadão Conteúdo)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Revista História e Economia: chamada para artigos

A Revista interdisciplinar História e Economia é uma publicação semestral impressa do Instituto de  História e Economia. A proposta do Conselho, formado por professores da USP, UFF, Unicamp e outras importantes universidades, quando criou o Instituto, foi resgatar e incentivar uma parte da nossa pesquisa pouco privilegiada nos centros acadêmicos, como a História Comparativa, a História Econômica e a História Política.  Receberemos artigos até o dia 30 de setembro de 2014.  Os artigos serão publicados no  v. 13, 2 º semestre de 2014. Os artigos devem ter no mínimo 20 páginas e ser enviados para o e-mail revistahistoriaeconomia@gmail.com
A Revista dedica-se à publicação de trabalhos nas áreas de Economia, História Econômica, História Financeira, e História das Idéias Econômicas. Publicamos somente textos originais, aceitando em casos especiais, a publicação simultânea em revista estrangeira. Recebemos artigos em português, inglês, espanhol ou francês.

Os artigos poderão ser referentes a quaisquer países ou regiões. Todos os artigos serão publicados no idioma em que foram escritos
 Atenciosamente

Conselho Editorial da Revista História e Economia

Adalton Franciozo Diniz (Faculdade Cásper Líbero/PUC- SP)
André Villela (EPGE/FGV)
Antônio Penalves Rocha (USP)
Carlos Eduardo Carvalho (PUC/SP)
Carlos Gabriel Guimarães (UFF)
Felipe Pereira Loureiro (USP)
Flavio Saes (USP)
Gail Triner (Rutgers University)
Jaime Reis (ICS - Universidade de Lisboa)
John Schulz (BBS)
John K. Thornton (Boston University)
Jonathan B. Wight (University of Richmond)
José Luis Cardoso (ICS – Universidade de Lisboa)
Marcos Cintra (Unicamp)
Pedro Carvalho de Mello (ESALQ)
Renato Leite Marcondes (USP/Ribeirão Preto)
Ricardo Feijó (USP/Ribeirão Preto)
Steven Topik (University of California Irvine)

Vitoria Saddi (INSPER)

Malditos paulistas, 2 - Ricardo Noblat


São Paulo rejeita Dilma

por 

De preferência, não convidem  paulistas e Dilma Rousseff para a mesma mesa.
A pesquisa Datafolha aplicada na semana passada mostra que em São Paulo a rejeição a Dilma supera, de longe, a rejeição a ela em qualquer outro lugar do país.
O  Datafolha não explica por que é assim. Mas talvez dois motivos ajudem a explicar: pela primeira vez desde a volta em 1989 da eleição pelo voto popular para presidente da República, não há um candidato paulista.
E os paulistas são os que enxergam o futuro com mais pessimismo. Entre eles, 69% acham que a inflação vai subir, 52% contam com o aumento do desemprego e 48% com a redução do poder de compra.
É por isso que 61% dos eleitores de São Paulo dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Lá, 83% da população querem um presidente no todo ou em parte diferente de Dilma. E só 23% afirmam apoiar o atual governo.
Em um eventual segundo turno, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) venceriam Dilma.
São Paulo é o Estado com o maior número de eleitores do país.

Malditos paulistas reacionarios - Folha, Reinaldo Azevedo

Leiam o que informa a Folha. Volto em seguida.
Tem um lugar no Brasil onde 61% dos eleitores afirmam que não votariam na presidente Dilma Rousseff “de jeito nenhum”. Lá, 83% da população querem mudança, um percentual bem mais alto do que no resto do Brasil. E só 23% aprovam o atual governo. Provavelmente por isso, tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Eduardo Campos (PSB) venceriam Dilma num segundo turno, com folga, caso a eleição fosse realizada apenas entre os eleitores desse lugar – o tucano ganharia por 46% a 34%; o ex-governador de Pernambuco, por 43% a 34%.

É um lugar onde a opinião política do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, é mais influente que a do ex-presidente Lula (29% votariam “com certeza” em alguém apoiado pelo magistrado, enquanto 24% fariam o mesmo com o petista). E onde mais da metade dos moradores (54%) dizem sentir vergonha pela realização da Copa do Mundo no Brasil. Esse lugar é o maior colégio eleitoral do Brasil, o Estado de São Paulo. Os dados são da pesquisa Datafolha realizada entre os dias 3 e 5 de junho em todo o Brasil, com um número de entrevistas grande o suficiente em São Paulo para uma análise mais precisa sobre o comportamento eleitoral dos paulistas.
São Paulo destoa do resto do Brasil em quase todos os temas investigados. Se fossem contabilizados só os votos dos eleitores do Estado, a disputa presidencial hoje estaria tecnicamente empatada entre Dilma, com 23%, e Aécio, com 20%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Em São Paulo, Eduardo Campos tem 6%, seguido de perto por dois candidatos evangélicos: o Pastor Everaldo Pereira (PSC), com 4%, e o senador Magno Malta (PR-ES), com 3%. Já o candidato do PSTU, José Maria, alcança 2%.
Conforme os resultados apurados em todo o país, 30% do eleitorado nacional ainda não tem candidato a presidente da República. É um recorde desde 1989 para esse período pré-eleitoral. Em São Paulo, a soma dos indecisos com os que afirmam pretender votar em branco ou nulo é ainda maior: 37%. Os paulistas são mais pessimistas que os demais brasileiros em todas as questões relacionadas à economia. Entre eles, 69% acham que a inflação vai subir, 52% esperam aumento do desemprego, 48% entendem que o poder de compra irá diminuir.
Por encomenda da Folha, o Datafolha ouviu 4.337 pessoas no Brasil, 2.029 delas no Estado de São Paulo. A margem de erro é sempre de dois pontos. A taxa de confiança é de 95%. Significa que em 100 levantamentos parecidos, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95.
(…)

Voltei
Vou citar um cantante “progressista”, um tal Caetano Veloso, que não vai muito, ou nada!, com a minha cara… Já se recusou até a dançar comigo, muito entre aspas, é claro! Peninha! O fato é que, em São Paulo, não se costuma dar muita bola para quem sobe ou desce a rampa.

Os petistas têm mais dificuldade de se criar no Estado do que em outras regiões do país. Desde a volta das eleições diretas, o partido venceu a disputa em São Paulo uma única vez: em 2002. Naquele ano, Lula obteve 55,39% dos votos, contra 44,61% de Serra. Nas outras todas, comeu poeira. A saber:
1989 – Lula, 42,10% X Collor, 57,90% (2º turno):
1994 – Lula, 27,01% X FHC, 55,74% (1º turno);
1998 – Lula, 28,84% X FHC, 59,89% (2º turno);
2006 – Lula, 47,74% X Alckmin, 52,26% (2º turno);
2010 – Dilma, 45,95% X Serra, 54,05% (2º turno).

É por isso que Marilena Chaui, por exemplo, a Tati Quebra Barraco da esquerda do Complexo Pucusp, acha São Paulo um estado “reacionário”. Os petistas não se conformam que exista um Estado que responde por um terço da economia do país e que resista ao petismo. Vai ver é por isso que São Paulo responde por um terço da economia do país!