Neste 11 de setembro comemoramos...?
Já sei, vocês vão dizer rememoramos, pois que comemorar seria indevido, os terríveis ataques terroristas contra os Estados Unidos, em Nova York e Washington, responsáveis pela morte de milhares de pessoas, no dia 11 de Setembro de 2001.
Antes disso, rememorávamos o golpe do general Augusto Pinochet contra o governo constitucional de Salvador Allende, com o apoio ativo do governo dos mesmos Estados Unidos e da ditadura militar do Brasil, também com a morte de milhares de pessoas, a começar do próprio presidente Allende (que tudo indica se suicidou).
Mas, antes, bem antes, e hoje ainda, para nossa informação, comemoramos o lançamento do primeiro número da revista Veja, em 11 de Setembro de 1968, ao preço de NCr$ 1 (um cruzeiro novo). Para quem não se lembra, o cruzeiro novo foi a moeda que substituiu o cruzeiro lançado em 1942 e aposentado por excesso de inflação (com o devido corte de três zeros para o seu relançamento com o novo nome provisório; depois continuamos trocando de moeda e cortando zero, pois a inflação foi se acelerando).
Essa Veja trazia na Capa, vermelha, a foice e o martelo, e correspondia a uma fase em que o comunismo parecia efetivamente espalhar-se pelo mundo, embora com rebeliões em seu próprio seio, como evidenciava a "primavera de Praga" (logo esmagada pelos tanques soviéticos) e a "dissidência" romena (além da já antiga cisão entre os dois grandes, China e URSS).
Não sou especialmente fã da Veja -- pelo fato de ler muitos jornais e revistas estrangeiros, bem mais completos -- e fui um assinante por muito pouco tempo, esporadicamente, pois ela não me acrescenta muita coisa, depois de ler toda a imprensa diária na semana toda. Mas reconheço seu papel inestimável no jornalismo brasileiro, pois seus furos de reportagens, suas matérias de fundo sobre os grandes temas de nossa época, o jornalismo investigativo que a levou a grandes denúncias (até agora), sempre foram características inegáveis dessa revista popular e de amplo alcance.
Meus cumprimentos pelo aniversário, o 42., de sua longa trajetória de sucesso.
Toda ela, aliás, digitalizada (o que me permitiu, justamente, ler o primeiro número publicado).
Vida longa...
Paulo Roberto de Almeida
(11.09.2010)
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 11 de setembro de 2010
Como perder uma aposta, mesmo contra a logica e o interesse publico (e ate o privado...)
Querem ver como é fácil perder uma aposta?
Eu mesmo, vou fazer, e aposto que vou perder.
Mas, confio na honestidade das pessoas, no interesse público, privado e partidário, até eleitoral, acreditando que seria melhor, para o governo, para sua credibilidade pública, para sua legitimidade política, para sua segurança institucional, para uma vitória tranquila para sua candidata, enfim, por tudo aquilo que a república mafiosa mais preza em seu itinerário político, que é a sua continuidade indisputada e indiscutível.
Qual é a aposta, afinal?
Simples, esta:
Aposto que o governo vai -- se ainda não o fez, no momento em que escrevo estas linhas, quase meio dia de um sábado, em Brasília, dia de descanso de trabalho, mas quem é do ramo não descansa -- retomando: aposto que o governo vai demitir, pela ordem:
1) A "doutora" Erenice Guerra, atual ministra-chefe da Casa Civil;
2) O "doutor" Cartaxo, atual Secretário da Receita Federal (essa já deveria ter sido demitido há muito tempo; aliás, desde quando as primeiras notícias sobre vazamentos, consultas indevidas, lambanças generalizadas na sua butique vieram à tona).
Estão feitas as apostas, portanto duas, e não apenas uma (como sou otimista!).
Minha aposta é que o governo vai demitir esses dois personagens, não tanto pelo que efetivamente fizeram -- o que resta ser esclarecido devidamente, pois como dizem, suspeita não é crime -- mas pelo que já saiu publicado na imprensa e de comentários subsequentes, que deixam os personagens, e por extensão o governo, em muito má situação (se isso ainda fosse possível).
Quer agora apostar, caro leitor, que vou perder a aposta? Aliás, ambas as duas, se me permitem a redundância (no caso deste governo, qualquer licença poética é cabível).
Conhecendo também o que vai por aí, não é muito difícil perder.
Vale um livro, em qualquer sentido...
Paulo Roberto de Almeida
(11.09.2010)
Eu mesmo, vou fazer, e aposto que vou perder.
Mas, confio na honestidade das pessoas, no interesse público, privado e partidário, até eleitoral, acreditando que seria melhor, para o governo, para sua credibilidade pública, para sua legitimidade política, para sua segurança institucional, para uma vitória tranquila para sua candidata, enfim, por tudo aquilo que a república mafiosa mais preza em seu itinerário político, que é a sua continuidade indisputada e indiscutível.
Qual é a aposta, afinal?
Simples, esta:
Aposto que o governo vai -- se ainda não o fez, no momento em que escrevo estas linhas, quase meio dia de um sábado, em Brasília, dia de descanso de trabalho, mas quem é do ramo não descansa -- retomando: aposto que o governo vai demitir, pela ordem:
1) A "doutora" Erenice Guerra, atual ministra-chefe da Casa Civil;
2) O "doutor" Cartaxo, atual Secretário da Receita Federal (essa já deveria ter sido demitido há muito tempo; aliás, desde quando as primeiras notícias sobre vazamentos, consultas indevidas, lambanças generalizadas na sua butique vieram à tona).
Estão feitas as apostas, portanto duas, e não apenas uma (como sou otimista!).
Minha aposta é que o governo vai demitir esses dois personagens, não tanto pelo que efetivamente fizeram -- o que resta ser esclarecido devidamente, pois como dizem, suspeita não é crime -- mas pelo que já saiu publicado na imprensa e de comentários subsequentes, que deixam os personagens, e por extensão o governo, em muito má situação (se isso ainda fosse possível).
Quer agora apostar, caro leitor, que vou perder a aposta? Aliás, ambas as duas, se me permitem a redundância (no caso deste governo, qualquer licença poética é cabível).
Conhecendo também o que vai por aí, não é muito difícil perder.
Vale um livro, em qualquer sentido...
Paulo Roberto de Almeida
(11.09.2010)
Como fazer a mentira prosperar impunemente...
Fácil: basta que a imprensa deixe de fazer o seu papel. Ou que os repórteres e jornalistas sejam coniventes com a mentira.
A questão é muito simples.
Políticos, de qualquer partido -- mas de alguns partidos em particular -- são mentirosos contumazes. Digamos que seja uma segunda natureza deles.
OK, isso é conhecido. Por isso mesmo, a cada afirmação de um político, sobretudo em época eleitoral, a imprensa deveria checar as afirmações e, se a afirmação representar, não a expressão de meros desejos vagos, mas uma clara violação da verdade factual, efetuar imediatamente um desmentido, puramente objetivo.
Tenho, como todos sabem, certa alergia à burrice, mas tenho ainda mais ojeriza à mentira e, sobretudo, horror quando ela é feita de má-fé, propositadamente, como fraude deliberada, o que já constitui desonestidade intelectual (ainda que este último adjetivo não se aplica em se tratando de certas pessoas).
Não contem comigo para que a mentira prevaleça. Por isso mesmo, sem dispor de acesso direto -- inclusive por impossibilidade logística e geográfica -- aos pronunciamentos mais mentirosos da temporada -- é a estação das mentiras, sabemos, embora para alguns seja o ano inteiro -- recorro ao jornalista conhecido para manter minha campanha de combate à mentira.
Paulo Roberto de Almeida
Lula já não preside o país; agora, só faz campanha. No palanque, espanca a verdade, mas eu a resgato
Reinaldo Azevedo, 11.09.2010
Leiam o que vai no Estadão Online. Volto em seguida:
Por Francisco Carlos de Assis, da Agência Estado:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente nesta sexta-feira, 10, a gestão do PSDB na área educacional no Estado de São Paulo, nos últimos anos, num ataque indireto ao presidenciável tucano José Serra e a Geraldo Alckmin, candidato da legenda ao Palácio dos Bandeirantes neste pleito. Sem citar nomes, Lula alfinetou: “A elite que governou São Paulo nunca se importou em colocar os pobres para estudar nas universidades”. E emendou: “Isso é uma vergonha para a elite que governou São Paulo nos últimos anos.”
O presidente, que participou na manhã de hoje da inauguração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), em Suzano, na região leste da Grande São Paulo, também atacou de maneira indireta o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. “Tivemos presidente doutor com pós-graduação no exterior que não construiu uma universidade (no Brasil). Claro, ele já tinha aprendido. Para quê ensinar para os outros?”, ironizou, arrancando aplausos da maioria do público de cerca de 300 pessoas. E salientou que o povo brasileiro quer ter o direito de ser “doutor, engenheiro e não só pedreiro”.
Ainda nas críticas à “elite que governou São Paulo”, o presidente disse que só eles achavam que tinham direito de fazer graduação aqui e depois fazer pós-graduação em Chicago, Paris ou Londres. Enquanto isso, os pobres não tinham sequer direito de terminar o ensino fundamental. Segundo Lula, São Paulo é um dos Estados mais ricos da federação e tem uma das melhores universidades do País, que é a USP, mas infelizmente apenas 96 mil estudantes podem cursá-la.
O presidente lembrou que só o ProUni - programa de sua gestão - já possibilitou o ingresso de 194 mil alunos no ensino superior em São Paulo e no País a abrangência deste programa é de 704 mil alunos. E disse que seu governo atende a todos, independentemente de partido. “Vocês podem viajar por todo o País e perguntar para qualquer prefeito de qualquer partido, até do DEM e PSDB (adversários do PT nessas eleições majoritárias) se já negamos qualquer verba que eles foram pedir.” E voltou a alfinetar: “Enquanto a elite queria construir pontes e viadutos para colocar nomes de mães e tias, nós estamos construindo saneamento básico.”
Em Suzano, Lula falou também aos jovens, dizendo que eles não devem ter preguiça para estudar e cursar uma universidade. “Para constituir família, casar e ter filhos, tem que ter estudo e uma boa renda.” E citou as mulheres, maioria do eleitorado no País, destacando que elas também devem estudar para não depender dos maridos e companheiros. “A gente tem que ficar com a pessoa porque gosta e não em troca de um prato de feijão. A mulher não tem que agüentar desaforo dos homens. Elas podem ganhar mais que os homens sim.”
Comento [Reinaldo Azevedo]:
Deixarei de lado as considerações de Lula sobre as relações entre homens e mulheres porque teria de entrar num capítulo que me desviaria do essencial. Quem sabe um dia um desses historiadores da intimidade se interesse pelos sucessos sentimentais da companheirada. Porque vocês sabem: uma “nova era”, como apontam os “inteliquituais”, costuma ter até o seu próprio padrão sexual, certo? Vamos ao que poderia haver de sério e relevante em sua fala.
O Estado de São Paulo é um dos poucos a ter universidades estaduais e é o único que tem três delas, inclusive a USP, a maior e mais importante do país. E o número de vagas se expandiu durante os governos tucanos, atacados com ferocidade bucéfala.
De todas as áreas do governo Lula superfaturadas pela propaganda, a educação é certamente aquela em que se mente mais. Relembro alguns números que já publiquei aqui — números oficiais. Volto em seguida:
1 - Lula afirma por aí ter criado 13 universidades federais. É mentira! Com boa vontade, pode-se afirmar que criou apenas seis; com rigor, quatro. Por quê? A maioria das instituições que ele chama “novas universidades” nasceu de meros rearranjos de instituições, marcados por desmembramentos e fusões. Algumas universidades “criadas” ainda estão no papel. E isso, que é um fato, está espelhado nos números, que são do Ministério da Educação;
2 - Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;
3 - Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);
4 - Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;
5 - Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco. Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;
6 - O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;
7 - Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos. Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca. Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso. A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009.
8 - Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”. Eram 62 mil os professores das federais em 2008 - 35% a mais do que em 2002. O número de alunos cresceu apenas 21% no período;
9 - No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003. No governo Lula, caiu para 10,4 (2008). É uma relação escandalosa! Nas melhores universidades americanas, a relação é de, no mínimo, 16 alunos por professor. Lula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo.
Voltei
Um dia talvez a imprensa chegue ao requinte de não permitir que uma mentira prospere. O sujeito diz um batatada ou um dado impreciso, isso é informado ao leitor, e os dados corretos são fornecidos em seguida — não precisa haver uma bendita ou maldita opinião no texto. Só a informação. Um dia, talvez até a oposição faça isso.
E uma palavra sobre o ProUni: trata-se do maior programa da história brasileira de repasse de dinheiro público para entidades mantenedoras do ensino privado. Seria eu contra o ensino privado? Eu não! Sou a favor de privatizar até Jardim da Infância, embora não seja uma proposta muito influente. Agora, se é para repassar dinheiro público para quem quer que seja, é preciso exigir um padrão mínimo de qualidade no serviço oferecido. É o caso do ProUni? Não é.
Instituições que têm um desempenho ridículo no antigo “provão”, que foi desmoralizado pelo governo Lula, continuam a receber o leite de pata. O governo, com efeito, tem pagado para que os pobres estudem em verdadeira cabeças de porco disfarçadas de universidades.
Ninguém diz? Eu digo! O presidente continuará a sustentar as suas barbaridades por aí sem ser confrontado porque, afinal, “não se pode bater no Lula ou se perde voto”? Pois é. Ainda bem que não sou candidato a nada. Aquele blogueiro oficial e pançudo ironizaria: “É a turma dos 2%…” É bobagem, mas tudo bem. Fosse assim, já seriam 4 milhões de pessoas, não é mesmo? Um bom recomeço, certamente.
A questão é muito simples.
Políticos, de qualquer partido -- mas de alguns partidos em particular -- são mentirosos contumazes. Digamos que seja uma segunda natureza deles.
OK, isso é conhecido. Por isso mesmo, a cada afirmação de um político, sobretudo em época eleitoral, a imprensa deveria checar as afirmações e, se a afirmação representar, não a expressão de meros desejos vagos, mas uma clara violação da verdade factual, efetuar imediatamente um desmentido, puramente objetivo.
Tenho, como todos sabem, certa alergia à burrice, mas tenho ainda mais ojeriza à mentira e, sobretudo, horror quando ela é feita de má-fé, propositadamente, como fraude deliberada, o que já constitui desonestidade intelectual (ainda que este último adjetivo não se aplica em se tratando de certas pessoas).
Não contem comigo para que a mentira prevaleça. Por isso mesmo, sem dispor de acesso direto -- inclusive por impossibilidade logística e geográfica -- aos pronunciamentos mais mentirosos da temporada -- é a estação das mentiras, sabemos, embora para alguns seja o ano inteiro -- recorro ao jornalista conhecido para manter minha campanha de combate à mentira.
Paulo Roberto de Almeida
Lula já não preside o país; agora, só faz campanha. No palanque, espanca a verdade, mas eu a resgato
Reinaldo Azevedo, 11.09.2010
Leiam o que vai no Estadão Online. Volto em seguida:
Por Francisco Carlos de Assis, da Agência Estado:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente nesta sexta-feira, 10, a gestão do PSDB na área educacional no Estado de São Paulo, nos últimos anos, num ataque indireto ao presidenciável tucano José Serra e a Geraldo Alckmin, candidato da legenda ao Palácio dos Bandeirantes neste pleito. Sem citar nomes, Lula alfinetou: “A elite que governou São Paulo nunca se importou em colocar os pobres para estudar nas universidades”. E emendou: “Isso é uma vergonha para a elite que governou São Paulo nos últimos anos.”
O presidente, que participou na manhã de hoje da inauguração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), em Suzano, na região leste da Grande São Paulo, também atacou de maneira indireta o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. “Tivemos presidente doutor com pós-graduação no exterior que não construiu uma universidade (no Brasil). Claro, ele já tinha aprendido. Para quê ensinar para os outros?”, ironizou, arrancando aplausos da maioria do público de cerca de 300 pessoas. E salientou que o povo brasileiro quer ter o direito de ser “doutor, engenheiro e não só pedreiro”.
Ainda nas críticas à “elite que governou São Paulo”, o presidente disse que só eles achavam que tinham direito de fazer graduação aqui e depois fazer pós-graduação em Chicago, Paris ou Londres. Enquanto isso, os pobres não tinham sequer direito de terminar o ensino fundamental. Segundo Lula, São Paulo é um dos Estados mais ricos da federação e tem uma das melhores universidades do País, que é a USP, mas infelizmente apenas 96 mil estudantes podem cursá-la.
O presidente lembrou que só o ProUni - programa de sua gestão - já possibilitou o ingresso de 194 mil alunos no ensino superior em São Paulo e no País a abrangência deste programa é de 704 mil alunos. E disse que seu governo atende a todos, independentemente de partido. “Vocês podem viajar por todo o País e perguntar para qualquer prefeito de qualquer partido, até do DEM e PSDB (adversários do PT nessas eleições majoritárias) se já negamos qualquer verba que eles foram pedir.” E voltou a alfinetar: “Enquanto a elite queria construir pontes e viadutos para colocar nomes de mães e tias, nós estamos construindo saneamento básico.”
Em Suzano, Lula falou também aos jovens, dizendo que eles não devem ter preguiça para estudar e cursar uma universidade. “Para constituir família, casar e ter filhos, tem que ter estudo e uma boa renda.” E citou as mulheres, maioria do eleitorado no País, destacando que elas também devem estudar para não depender dos maridos e companheiros. “A gente tem que ficar com a pessoa porque gosta e não em troca de um prato de feijão. A mulher não tem que agüentar desaforo dos homens. Elas podem ganhar mais que os homens sim.”
Comento [Reinaldo Azevedo]:
Deixarei de lado as considerações de Lula sobre as relações entre homens e mulheres porque teria de entrar num capítulo que me desviaria do essencial. Quem sabe um dia um desses historiadores da intimidade se interesse pelos sucessos sentimentais da companheirada. Porque vocês sabem: uma “nova era”, como apontam os “inteliquituais”, costuma ter até o seu próprio padrão sexual, certo? Vamos ao que poderia haver de sério e relevante em sua fala.
O Estado de São Paulo é um dos poucos a ter universidades estaduais e é o único que tem três delas, inclusive a USP, a maior e mais importante do país. E o número de vagas se expandiu durante os governos tucanos, atacados com ferocidade bucéfala.
De todas as áreas do governo Lula superfaturadas pela propaganda, a educação é certamente aquela em que se mente mais. Relembro alguns números que já publiquei aqui — números oficiais. Volto em seguida:
1 - Lula afirma por aí ter criado 13 universidades federais. É mentira! Com boa vontade, pode-se afirmar que criou apenas seis; com rigor, quatro. Por quê? A maioria das instituições que ele chama “novas universidades” nasceu de meros rearranjos de instituições, marcados por desmembramentos e fusões. Algumas universidades “criadas” ainda estão no papel. E isso, que é um fato, está espelhado nos números, que são do Ministério da Educação;
2 - Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;
3 - Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);
4 - Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;
5 - Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco. Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;
6 - O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;
7 - Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos. Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca. Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso. A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009.
8 - Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”. Eram 62 mil os professores das federais em 2008 - 35% a mais do que em 2002. O número de alunos cresceu apenas 21% no período;
9 - No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003. No governo Lula, caiu para 10,4 (2008). É uma relação escandalosa! Nas melhores universidades americanas, a relação é de, no mínimo, 16 alunos por professor. Lula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo.
Voltei
Um dia talvez a imprensa chegue ao requinte de não permitir que uma mentira prospere. O sujeito diz um batatada ou um dado impreciso, isso é informado ao leitor, e os dados corretos são fornecidos em seguida — não precisa haver uma bendita ou maldita opinião no texto. Só a informação. Um dia, talvez até a oposição faça isso.
E uma palavra sobre o ProUni: trata-se do maior programa da história brasileira de repasse de dinheiro público para entidades mantenedoras do ensino privado. Seria eu contra o ensino privado? Eu não! Sou a favor de privatizar até Jardim da Infância, embora não seja uma proposta muito influente. Agora, se é para repassar dinheiro público para quem quer que seja, é preciso exigir um padrão mínimo de qualidade no serviço oferecido. É o caso do ProUni? Não é.
Instituições que têm um desempenho ridículo no antigo “provão”, que foi desmoralizado pelo governo Lula, continuam a receber o leite de pata. O governo, com efeito, tem pagado para que os pobres estudem em verdadeira cabeças de porco disfarçadas de universidades.
Ninguém diz? Eu digo! O presidente continuará a sustentar as suas barbaridades por aí sem ser confrontado porque, afinal, “não se pode bater no Lula ou se perde voto”? Pois é. Ainda bem que não sou candidato a nada. Aquele blogueiro oficial e pançudo ironizaria: “É a turma dos 2%…” É bobagem, mas tudo bem. Fosse assim, já seriam 4 milhões de pessoas, não é mesmo? Um bom recomeço, certamente.
Como efetuar tenebrosas transacoes (conta a pagar, mais adiante)
Lambança nas contas
Editorial - O Estado de S.Paulo
11 de setembro de 2010
O governo tem pronto mais um truque para manter a gastança, chegar ao fim do ano como se tivesse cumprido a meta fiscal e ainda fazer sua parte na capitalização da Petrobrás. A nova lambança envolverá a participação do Tesouro e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na mobilização de recursos para exploração do pré-sal. O resultado contábil da manobra será uma receita extraordinária para o governo. Com isso será mais fácil anunciar, dentro de alguns meses, o superávit fiscal planejado para 2010, um resultado equivalente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado obtido nos 12 meses terminados em agosto foi bem menor - 2,03% -, apesar do grande aumento da receita desde o fim da recessão.
A União deverá adiantar à Petrobrás, como cessão onerosa, 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, avaliados em R$ 74,8 bilhões. Essa contribuição será, portanto, um empréstimo. Mas uma compra de ações desse mesmo valor deverá ocorrer como parte da capitalização. Essa compra será feita conjuntamente pelo Tesouro e pelo BNDES. Como a Petrobrás terá de pagar pelo direito de exploração dos 5 bilhões de barris, o dinheiro voltará para o governo.
O resultado para o Tesouro, no entanto, não será nulo. Parte da contribuição para o capital será realizada pelo BNDES. Com o pagamento da Petrobrás pelos barris de petróleo, a diferença entre os R$ 74,8 bilhões e o valor das ações compradas pelo banco ficará para o governo como receita não tributária.
A possibilidade de manobras desse tipo havia sido revelada no fim de agosto, quando um decreto, baseado na Medida Provisória (MP) 500, autorizou o Tesouro a transferir ações da Petrobrás para o BNDES e para a Caixa Econômica Federal. A MP havia permitido a transferência, a venda e a permuta de papéis da Petrobrás entre entidades federais, incluído o Fundo Soberano.
O objetivo principal dessas operações deveria ser, segundo as primeiras informações, o aumento da participação do Estado no capital da Petrobrás. Além de manter a maioria das ações com direito a voto, a União aumentaria a sua parcela das preferenciais. Também com essa finalidade, um decreto publicado na quarta-feira autorizou a troca de ações ordinárias da Petrobrás, pertencentes ao Tesouro, por papéis preferenciais da carteira do BNDES. O mesmo decreto facilita a participação do Fundo Soberano na capitalização.
Mas a concepção dessas manobras deve servir também a outro objetivo - a geração de receita extraordinária, para permitir o alcance da meta fiscal sem o recurso aos abatimentos previstos na lei orçamentária. O governo poderia abater da meta os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Seria apenas um disfarce, porque a despesa total seria, de toda forma, superior àquela compatível com o resultado planejado, inicialmente, para o pagamento dos juros da dívida pública. Truques desse tipo não enganam quem acompanha a evolução das contas do governo, mas o governo tem procurado manter, para efeito político, essa válvula de escape. Para alguma coisa a encenação pode servir.
Mas o secretário do Tesouro, Arno Augustin, anunciou há dias, numa entrevista ao Estado, a intenção do governo de chegar à meta sem recorrer ao abatimento dos gastos com o PAC. Para o leitor mais otimista, suas palavras indicariam o compromisso de cortar despesas menos importantes e buscar maior eficiência na gestão do dinheiro público. É difícil imaginar como a administração federal conseguiria resultados desse tipo depois de quase oito anos de gastança e desperdício.
Mas não é necessário gastar tempo com esse exercício de imaginação. O governo, segundo fontes federais, deverá recorrer a outros meios para chegar, contabilmente, ao superávit primário de 3,3%. Não precisará economizar nem buscar maior eficiência no uso do dinheiro pago pelo contribuinte. Poderá simplesmente recorrer a receitas extraordinárias inventadas como subproduto da capitalização da Petrobrás. Mas não se administra o Estado com truques desse tipo. Em prazo não muito longo, manobras como essa podem custar muito caro para o País.
Editorial - O Estado de S.Paulo
11 de setembro de 2010
O governo tem pronto mais um truque para manter a gastança, chegar ao fim do ano como se tivesse cumprido a meta fiscal e ainda fazer sua parte na capitalização da Petrobrás. A nova lambança envolverá a participação do Tesouro e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na mobilização de recursos para exploração do pré-sal. O resultado contábil da manobra será uma receita extraordinária para o governo. Com isso será mais fácil anunciar, dentro de alguns meses, o superávit fiscal planejado para 2010, um resultado equivalente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado obtido nos 12 meses terminados em agosto foi bem menor - 2,03% -, apesar do grande aumento da receita desde o fim da recessão.
A União deverá adiantar à Petrobrás, como cessão onerosa, 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, avaliados em R$ 74,8 bilhões. Essa contribuição será, portanto, um empréstimo. Mas uma compra de ações desse mesmo valor deverá ocorrer como parte da capitalização. Essa compra será feita conjuntamente pelo Tesouro e pelo BNDES. Como a Petrobrás terá de pagar pelo direito de exploração dos 5 bilhões de barris, o dinheiro voltará para o governo.
O resultado para o Tesouro, no entanto, não será nulo. Parte da contribuição para o capital será realizada pelo BNDES. Com o pagamento da Petrobrás pelos barris de petróleo, a diferença entre os R$ 74,8 bilhões e o valor das ações compradas pelo banco ficará para o governo como receita não tributária.
A possibilidade de manobras desse tipo havia sido revelada no fim de agosto, quando um decreto, baseado na Medida Provisória (MP) 500, autorizou o Tesouro a transferir ações da Petrobrás para o BNDES e para a Caixa Econômica Federal. A MP havia permitido a transferência, a venda e a permuta de papéis da Petrobrás entre entidades federais, incluído o Fundo Soberano.
O objetivo principal dessas operações deveria ser, segundo as primeiras informações, o aumento da participação do Estado no capital da Petrobrás. Além de manter a maioria das ações com direito a voto, a União aumentaria a sua parcela das preferenciais. Também com essa finalidade, um decreto publicado na quarta-feira autorizou a troca de ações ordinárias da Petrobrás, pertencentes ao Tesouro, por papéis preferenciais da carteira do BNDES. O mesmo decreto facilita a participação do Fundo Soberano na capitalização.
Mas a concepção dessas manobras deve servir também a outro objetivo - a geração de receita extraordinária, para permitir o alcance da meta fiscal sem o recurso aos abatimentos previstos na lei orçamentária. O governo poderia abater da meta os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Seria apenas um disfarce, porque a despesa total seria, de toda forma, superior àquela compatível com o resultado planejado, inicialmente, para o pagamento dos juros da dívida pública. Truques desse tipo não enganam quem acompanha a evolução das contas do governo, mas o governo tem procurado manter, para efeito político, essa válvula de escape. Para alguma coisa a encenação pode servir.
Mas o secretário do Tesouro, Arno Augustin, anunciou há dias, numa entrevista ao Estado, a intenção do governo de chegar à meta sem recorrer ao abatimento dos gastos com o PAC. Para o leitor mais otimista, suas palavras indicariam o compromisso de cortar despesas menos importantes e buscar maior eficiência na gestão do dinheiro público. É difícil imaginar como a administração federal conseguiria resultados desse tipo depois de quase oito anos de gastança e desperdício.
Mas não é necessário gastar tempo com esse exercício de imaginação. O governo, segundo fontes federais, deverá recorrer a outros meios para chegar, contabilmente, ao superávit primário de 3,3%. Não precisará economizar nem buscar maior eficiência no uso do dinheiro pago pelo contribuinte. Poderá simplesmente recorrer a receitas extraordinárias inventadas como subproduto da capitalização da Petrobrás. Mas não se administra o Estado com truques desse tipo. Em prazo não muito longo, manobras como essa podem custar muito caro para o País.
Como diminuir a produtividade do Brasil...
Não é difícil: basta não fazer nada, e os outros países passam na frente.
Mas também tem outras formas ativas de contribuir para a deterioração geral da competitividade no Brasil, das quais enumero apenas algumas:
1) Continuar com uma carga tributária extorsiva (aliás crescente)
2) Expandir a intrusão do Estado na vida econômica
3) Aparelhar o Estado com militantes ignorantes, desprovidos de competência
4) Aumentar o poder das corporações sobre a determinação de políticas nacionais
5) Lotear cargos públicos por critérios políticos
6) Manter uma burocracia extensiva, sujeita a delongas ou corrupção
7) Ocupar estudantes com matérias dispensáveis, e várias inutilidades, em lugar de se concentrar no essencial da boa formação escolar
8) Avançar sobre a poupança privada, impedindo maior taxa de investimento na economia
9) Deixar a infra-estrutura se deteriorar, com pouco investimento na renovação ou conservação
10) Praticar políticas setoriais de cunho partidário, inclusive na frente externa, em ligar de cuidar apenas dos interesses nacionais
Etc., etc., etc. Poderia continuar mas bastam essas para evidenciar porque o Brasil é ultrapassado de longe por outros países que partiram de bases muito frágeis (China) ou que empreenderam o caminho das reformas (Chile)
Paulo Roberto de Almeida
Prioridades erradas afetam a competitividade do País
O Estado de S.Paulo, 10 de setembro de 2010
O Brasil caiu duas posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) - ficou acima da Rússia, do México e da Turquia, mas abaixo de Brunei, do Chile e do Azerbaijão, entre outros. A avaliação é anual, feita em parceria com a Fundação Dom Cabral e o Movimento Brasil Competitivo, e, de 2007 a 2009, o Brasil havia ganho 16 posições. A queda de agora é um alerta para o próximo governo.
O País saiu-se pior por causa da deficiência de políticas públicas de saúde e educação primária, do mercado de trabalho, além do enfraquecimento das agências reguladoras. Como a carga tributária não se reduziu no período, o problema não foi de falta de recursos, mas de gestão na sua aplicação. Exemplo: aplicou-se menos em saneamento básico e mais em subsídio ao crédito.
A classificação do WEF leva em conta fatores favoráveis ao Brasil, tais como as dimensões do mercado interno e o conteúdo local da produção, a solidez dos bancos e o desenvolvimento do mercado financeiro, a sofisticação dos negócios, o treinamento profissional e o ensino universitário, além do baixo custo da política agrícola.
E, apesar dos problemas da infraestrutura, os empresários consultados afirmaram que houve melhora nesse item - no qual o País passou do 74.º lugar para o 62.º lugar. "Se não fossem os transportes, especialmente na parte de estradas, o Brasil teria tido uma nota melhor em infraestrutura e, por tabela, no índice geral", notou o presidente do Movimento Brasil Competitivo, Erik Caramano.
Mas, em 139 países pesquisados, o País está em último lugar quanto ao peso da regulação pelo governo e à extensão e peso da tributação; no 136.º, por desperdício nas despesas do governo e spread na taxa de juros; e no 135.º, no tempo gasto para abrir um negócio. E ficou ainda entre os 15 piores países em rigidez do mercado de trabalho, confiança nos políticos, crime organizado, custo da violência para os negócios, qualidade dos portos e problemas aduaneiros.
Em especial, ocupou o 126.º lugar em qualidade em Matemática e Ciências e o 127.º, em qualidade do ensino primário. Da falta de conhecimento básico em Português e Matemática ao analfabetismo funcional é um passo.
Todavia, a queda do Brasil no ranking geral de competitividade neste ano se deveu a que outros países fizeram mais do que o nosso. Mais do que desqualificar os critérios do WEF, está claro onde é que se deve recuperar o terreno perdido.
Mas também tem outras formas ativas de contribuir para a deterioração geral da competitividade no Brasil, das quais enumero apenas algumas:
1) Continuar com uma carga tributária extorsiva (aliás crescente)
2) Expandir a intrusão do Estado na vida econômica
3) Aparelhar o Estado com militantes ignorantes, desprovidos de competência
4) Aumentar o poder das corporações sobre a determinação de políticas nacionais
5) Lotear cargos públicos por critérios políticos
6) Manter uma burocracia extensiva, sujeita a delongas ou corrupção
7) Ocupar estudantes com matérias dispensáveis, e várias inutilidades, em lugar de se concentrar no essencial da boa formação escolar
8) Avançar sobre a poupança privada, impedindo maior taxa de investimento na economia
9) Deixar a infra-estrutura se deteriorar, com pouco investimento na renovação ou conservação
10) Praticar políticas setoriais de cunho partidário, inclusive na frente externa, em ligar de cuidar apenas dos interesses nacionais
Etc., etc., etc. Poderia continuar mas bastam essas para evidenciar porque o Brasil é ultrapassado de longe por outros países que partiram de bases muito frágeis (China) ou que empreenderam o caminho das reformas (Chile)
Paulo Roberto de Almeida
Prioridades erradas afetam a competitividade do País
O Estado de S.Paulo, 10 de setembro de 2010
O Brasil caiu duas posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) - ficou acima da Rússia, do México e da Turquia, mas abaixo de Brunei, do Chile e do Azerbaijão, entre outros. A avaliação é anual, feita em parceria com a Fundação Dom Cabral e o Movimento Brasil Competitivo, e, de 2007 a 2009, o Brasil havia ganho 16 posições. A queda de agora é um alerta para o próximo governo.
O País saiu-se pior por causa da deficiência de políticas públicas de saúde e educação primária, do mercado de trabalho, além do enfraquecimento das agências reguladoras. Como a carga tributária não se reduziu no período, o problema não foi de falta de recursos, mas de gestão na sua aplicação. Exemplo: aplicou-se menos em saneamento básico e mais em subsídio ao crédito.
A classificação do WEF leva em conta fatores favoráveis ao Brasil, tais como as dimensões do mercado interno e o conteúdo local da produção, a solidez dos bancos e o desenvolvimento do mercado financeiro, a sofisticação dos negócios, o treinamento profissional e o ensino universitário, além do baixo custo da política agrícola.
E, apesar dos problemas da infraestrutura, os empresários consultados afirmaram que houve melhora nesse item - no qual o País passou do 74.º lugar para o 62.º lugar. "Se não fossem os transportes, especialmente na parte de estradas, o Brasil teria tido uma nota melhor em infraestrutura e, por tabela, no índice geral", notou o presidente do Movimento Brasil Competitivo, Erik Caramano.
Mas, em 139 países pesquisados, o País está em último lugar quanto ao peso da regulação pelo governo e à extensão e peso da tributação; no 136.º, por desperdício nas despesas do governo e spread na taxa de juros; e no 135.º, no tempo gasto para abrir um negócio. E ficou ainda entre os 15 piores países em rigidez do mercado de trabalho, confiança nos políticos, crime organizado, custo da violência para os negócios, qualidade dos portos e problemas aduaneiros.
Em especial, ocupou o 126.º lugar em qualidade em Matemática e Ciências e o 127.º, em qualidade do ensino primário. Da falta de conhecimento básico em Português e Matemática ao analfabetismo funcional é um passo.
Todavia, a queda do Brasil no ranking geral de competitividade neste ano se deveu a que outros países fizeram mais do que o nosso. Mais do que desqualificar os critérios do WEF, está claro onde é que se deve recuperar o terreno perdido.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Como derreter as contas publicas (e cometer ilegalidades no caminho)
Desde o início do lançamento do mal-chamado Fundo Soberano do Brasil, eu sabia que ele seria utilizado como uma caixa de socorro político e quase como um fundo eleitoral. A começar pelo fato de que o Brasil não reunia nenhuma condição para ter um "fundo soberano" em moldes clássicos: possuir superávit fiscal e superavit de transações correntes. Nada. O que se fez foi jogar dinheiro público, do orçamento, num fundo que passa a ser usado fora do orçamento, ao critério do governo.
Ou seja, os nobres senadores simplesmente falharam completamente em sua missão, dando ao governo um talão de cheques para ele usar à vontade, sem qualquer controle.
Só poderia dar no que deu: dinheiro público sendo utilizado de maneira completamente abusiva.
Quanto ao dólar, o que o governo diz também não vai ser feito: governos em geral adoram populismo cambial...
Paulo Roberto de Almeida
Fundo Soberano, CEF e BNDES podem atuar na oferta da Petrobras
DCI, 9.09.2010
O governo editou decreto que permite engenharia financeira para a participação do Fundo Soberano do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na capitalização da Petrobras. O decreto também permite que o governo receba receitas adicionais na operação, de modo a reforçar o seu caixa.
Pelo decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, com data da última quarta-feira, o valor das ações a serem permutadas deverá ser apurado com base na cotação de fechamento do dia útil anterior àquele em que se efetivar a operação. A diferença residual entre o valor das ações a serem permutadas deverá ser paga à União em moeda corrente.
Por outro lado, o BNDES e a Caixa foram autorizados a vender ou permutar até 217.395.982 de ações ordinárias da estatal petrolífera com o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE). Administrado pelo Banco do Brasil, o FFIE é o fundo de investimento privado onde estão depositados os recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB). O Ministério da Fazenda não explicou o conteúdo do decreto, que foi publicado.
Efeitos no dólar
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, realizou palestra na tarde de ontem, na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), e comentou a crescente valorização do real frente ao dólar. Ele disse que o governo irá tomar medidas para conter a excessiva alta da moeda. "Não deixaremos o real derreter. Vamos tomar medidas necessárias para impedir uma valorização excessiva ou indevida do real", disse, sem adiantar quais seriam essas medidas.
Segundo Mantega, o processo de capitalização da Petrobras, que atrai grande volume de investimento externo, pode ser o maior responsável pela valorização do real. Ele disse que o momento é de observação e com o fim da operação da Petrobras o quadro pode se alterar.
O momento desfavorável para as exportações em consequência da baixa do dólar também foi abordado pelo ministro. Ele ressaltou a importância de manter o equilíbrio das contas externas e citou o combate à guerra fiscal importadora como uma das preocupações para manter esse equilíbrio.
Mantega disse ainda que o brasileiro está com mais renda, viajando mais ao exterior, o que leva a um déficit da conta corrente em torno de 2,5% do PIB.
O Ministro anunciou ainda que o governo vai anunciar nos próximos dias algumas medidas para incentivar as emissões de títulos de dívida privados, como debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), como a isenção de Imposto de Renda para este tipo de operação. O objetivo é fortalecer o mercado secundário.
Ou seja, os nobres senadores simplesmente falharam completamente em sua missão, dando ao governo um talão de cheques para ele usar à vontade, sem qualquer controle.
Só poderia dar no que deu: dinheiro público sendo utilizado de maneira completamente abusiva.
Quanto ao dólar, o que o governo diz também não vai ser feito: governos em geral adoram populismo cambial...
Paulo Roberto de Almeida
Fundo Soberano, CEF e BNDES podem atuar na oferta da Petrobras
DCI, 9.09.2010
O governo editou decreto que permite engenharia financeira para a participação do Fundo Soberano do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na capitalização da Petrobras. O decreto também permite que o governo receba receitas adicionais na operação, de modo a reforçar o seu caixa.
Pelo decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, com data da última quarta-feira, o valor das ações a serem permutadas deverá ser apurado com base na cotação de fechamento do dia útil anterior àquele em que se efetivar a operação. A diferença residual entre o valor das ações a serem permutadas deverá ser paga à União em moeda corrente.
Por outro lado, o BNDES e a Caixa foram autorizados a vender ou permutar até 217.395.982 de ações ordinárias da estatal petrolífera com o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE). Administrado pelo Banco do Brasil, o FFIE é o fundo de investimento privado onde estão depositados os recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB). O Ministério da Fazenda não explicou o conteúdo do decreto, que foi publicado.
Efeitos no dólar
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, realizou palestra na tarde de ontem, na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), e comentou a crescente valorização do real frente ao dólar. Ele disse que o governo irá tomar medidas para conter a excessiva alta da moeda. "Não deixaremos o real derreter. Vamos tomar medidas necessárias para impedir uma valorização excessiva ou indevida do real", disse, sem adiantar quais seriam essas medidas.
Segundo Mantega, o processo de capitalização da Petrobras, que atrai grande volume de investimento externo, pode ser o maior responsável pela valorização do real. Ele disse que o momento é de observação e com o fim da operação da Petrobras o quadro pode se alterar.
O momento desfavorável para as exportações em consequência da baixa do dólar também foi abordado pelo ministro. Ele ressaltou a importância de manter o equilíbrio das contas externas e citou o combate à guerra fiscal importadora como uma das preocupações para manter esse equilíbrio.
Mantega disse ainda que o brasileiro está com mais renda, viajando mais ao exterior, o que leva a um déficit da conta corrente em torno de 2,5% do PIB.
O Ministro anunciou ainda que o governo vai anunciar nos próximos dias algumas medidas para incentivar as emissões de títulos de dívida privados, como debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), como a isenção de Imposto de Renda para este tipo de operação. O objetivo é fortalecer o mercado secundário.
Obanomics: uma avaliacao critica do Wall Street Journal
Vale a pena ler por inteiro...
Paulo Roberto de Almeida
* REVIEW & OUTLOOK
The Obama Economy
How trillions in fiscal and monetary stimulus produced a 1.6% recovery.
Opinion, The Wall Street Journal, September 7, 2010
So two months before an election, and 19 months after the mother of all spending programs, President Obama said yesterday he's rolling out one more plan to stimulate the economy. We'll discuss the details when they're released, but the effort itself is a tacit admission that his earlier proposals have flopped. As the autumn economic debate gets underway, it's important to understand how and why we got here.
The recession preceded Mr. Obama's Inaugural by 13 months, according to the National Bureau of Economic Research, and so did the President's fiscal policy ideas. George W. Bush got there first. In February 2008, he and House Speaker Nancy Pelosi agreed on a $168 billion combination of federal spending and temporary tax rebates that were supposed to maintain growth through the housing market decline that election year.
Larry Summers, who would later become Mr. Obama's chief economic adviser, made the case for such a stimulus to boost domestic "demand" in late 2007. Any stimulus, he told the Brookings Institution, should be "timely, targeted and temporary." Peter Orszag, then at the Congressional Budget Office (CBO) before joining the Obama White House, made the same case.
The official GDP statistics did show a growth blip in the second quarter of 2008 to 0.6%, but third quarter GDP fell by 4%, and we all know what happened after the financial meltdown. Stimulus I failed.
Enter Stimulus II, the $814 billion plan that was also supposed to make up for lost private demand. It too was a combination of one-time tax rebates and spending, mostly on social programs like Medicaid rather than on "shovel-ready projects." Mr. Summers promised this would have a 1.5 "multiplier" effect on GDP growth, and White House economists Christina Romer and Jared Bernstein famously predicted the spending would keep the jobless rate below 8%.
All during this time, the Federal Reserve was also feeding the economy with unprecedented monetary stimulus, cutting its benchmark interest rate to near zero and expanding its balance sheet by more than $2 trillion by purchasing mortgage-backed securities and other assets.
During this time, too, Congress passed other industry-specific stimulus bills—cash-for-clunkers, the $8,000 home-buyer's tax credit, mortgage payment relief, and jobless pay up to 99 weeks. Yet all of this has merely stolen auto and home purchases from the future, with sales falling once the tax benefits expired. The housing market in particular may be softening again, despite historically low interest rates.
The recovery seems to have begun in summer 2009, with GDP growth hitting 5% in the fourth quarter on the backs of an inventory rebound and expansion overseas. But U.S. growth has since decelerated, to a mere 1.6% in the second quarter, and the jobless rate is 9.6% after three consecutive months of job losses. The economy is growing, but far too slowly to restore broad-based prosperity.
In sum, never before has government spent so much and intervened so directly in credit allocation to spur growth, yet the results have been mediocre at best. In return for adding nearly $3 trillion in federal debt in two years, we still have 14.9 million unemployed. What happened?
The explanations from the White House and liberal economists boil down to three: The stimulus was too small, Republicans blocked better policies, and this recession is different because it began in a financial meltdown. Only the third point has some merit, and for a different reason than the White House claims.
On a too-small stimulus, this isn't what Democrats or most Keynesian economists told us at the time. Even Paul Krugman, who now denies intellectual paternity for this economy, wrote on November 14, 2008 that "My own back-of-the-envelope calculations say that the package should be huge, on the order of $600 billion." The White House raised him by 33% two months later, but now we're told that wasn't enough.
Given that the stimulus program was so poorly structured and so overtly politicized, how do we know that, say, $500 billion more would have made a difference even on Keynesian terms? The money for government spending has to come from somewhere, which means from the private economy. Our guess is that by ensuring even higher debt and implying higher taxes, a bigger spending stimulus would have done even more harm.
Stimulus godfather Mark Zandi and CBO have produced studies claiming that the stimulus saved millions of jobs and thus prevented an even deeper recession. But these are essentially plug-and-play economic models that multiply the amount of dollars spent by the assumed impact on jobs based on previous studies, and, voila, the jobless rate would have been higher without such spending. In the real world, the economy lost 2.51 million jobs.
The claim that recessions rooted in financial panic pose special problems has more truth to it. Credit excesses built up over many years have to be wound down, and that takes time, while banks have to work down their bad assets. However, one good aspect of this recovery is that business balance sheets have shaped up nicely, thanks to productivity gains, and banks have been making healthy profits. The problem is that banks still aren't lending and businesses aren't hiring or investing enough.
Which brings us to another major cause of the Obama malaise. When it took office in 2009, many of us advised the Administration to focus on nurturing the recovery first and postponing social-policy priorities that would only add more economic uncertainty. All the more so given this recession's unusual financial roots.
Instead, Democrats embarked on the most sweeping expansion of government since the 1960s, imposing national health care, rewriting financial laws from top to bottom, attempting to re-regulate the telecom industry, and imposing vast new costs on energy, among many other proposals. Not to stop there, in January it plans to impose a huge new tax increase on "the wealthy," which in practice means on the most profitable small businesses.
Central to Mr. Obama's political strategy for passing these priorities has been trashing business and bankers as greedy profiteers. His Administration has denounced or held up as political or legal targets the Chrysler bond holders, Wall Street bonuses, Goldman Sachs, health-insurer profits, carbon energy investors, and anyone else who has dared to oppose any of its plans to "transform" U.S. society.
Only yesterday at a Labor Day event in Milwaukee, Mr. Obama was at it again, declaring that "anyone who thinks we can move this economy forward with a few doing well at the top, hoping it'll trickle down to working folks running faster and faster just to keep up—they just haven't studied our history. We didn't become the most prosperous country in the world by rewarding greed and recklessness."
Whatever else one can say about such rhetoric, it is not the way to restore business confidence or turn a fragile recovery into a durable expansion. It has only spread fear and even greater uncertainty.
As for blaming the Republicans, with only 40 and then 41 Senators they couldn't stop so much as a swinging door. The GOP couldn't even block the recent $10 billion teachers union bailout. The only major Obama priorities that haven't passed—cap and tax and union card check—were blocked by a handful of Democrats who finally said "no mas." No Administration since LBJ's in 1965 has passed so much of its agenda in one Congress — which is precisely the problem.
To put it another way, the real roots of Mr. Obama's economic problems are intellectual and political. The Administration rejected marginal-rate tax cuts that worked in the 1960s and 1980s because they would have helped the rich, in favor of a Keynesian spending binge that has stimulated little except government. More broadly, Democrats purposely used the recession as a political opening to redistribute income, reverse the free-market reforms of the Reagan era, and put government at the commanding heights of economic decision-making.
Mr. Obama and the Democratic Congress have succeeded in doing all of this despite the growing opposition of the American people, who are now enduring the results. The only path back to robust growth and prosperity is to stop this agenda dead in its tracks, and then by stages to reverse it. These are the economic stakes in November.
Paulo Roberto de Almeida
* REVIEW & OUTLOOK
The Obama Economy
How trillions in fiscal and monetary stimulus produced a 1.6% recovery.
Opinion, The Wall Street Journal, September 7, 2010
So two months before an election, and 19 months after the mother of all spending programs, President Obama said yesterday he's rolling out one more plan to stimulate the economy. We'll discuss the details when they're released, but the effort itself is a tacit admission that his earlier proposals have flopped. As the autumn economic debate gets underway, it's important to understand how and why we got here.
The recession preceded Mr. Obama's Inaugural by 13 months, according to the National Bureau of Economic Research, and so did the President's fiscal policy ideas. George W. Bush got there first. In February 2008, he and House Speaker Nancy Pelosi agreed on a $168 billion combination of federal spending and temporary tax rebates that were supposed to maintain growth through the housing market decline that election year.
Larry Summers, who would later become Mr. Obama's chief economic adviser, made the case for such a stimulus to boost domestic "demand" in late 2007. Any stimulus, he told the Brookings Institution, should be "timely, targeted and temporary." Peter Orszag, then at the Congressional Budget Office (CBO) before joining the Obama White House, made the same case.
The official GDP statistics did show a growth blip in the second quarter of 2008 to 0.6%, but third quarter GDP fell by 4%, and we all know what happened after the financial meltdown. Stimulus I failed.
Enter Stimulus II, the $814 billion plan that was also supposed to make up for lost private demand. It too was a combination of one-time tax rebates and spending, mostly on social programs like Medicaid rather than on "shovel-ready projects." Mr. Summers promised this would have a 1.5 "multiplier" effect on GDP growth, and White House economists Christina Romer and Jared Bernstein famously predicted the spending would keep the jobless rate below 8%.
All during this time, the Federal Reserve was also feeding the economy with unprecedented monetary stimulus, cutting its benchmark interest rate to near zero and expanding its balance sheet by more than $2 trillion by purchasing mortgage-backed securities and other assets.
During this time, too, Congress passed other industry-specific stimulus bills—cash-for-clunkers, the $8,000 home-buyer's tax credit, mortgage payment relief, and jobless pay up to 99 weeks. Yet all of this has merely stolen auto and home purchases from the future, with sales falling once the tax benefits expired. The housing market in particular may be softening again, despite historically low interest rates.
The recovery seems to have begun in summer 2009, with GDP growth hitting 5% in the fourth quarter on the backs of an inventory rebound and expansion overseas. But U.S. growth has since decelerated, to a mere 1.6% in the second quarter, and the jobless rate is 9.6% after three consecutive months of job losses. The economy is growing, but far too slowly to restore broad-based prosperity.
In sum, never before has government spent so much and intervened so directly in credit allocation to spur growth, yet the results have been mediocre at best. In return for adding nearly $3 trillion in federal debt in two years, we still have 14.9 million unemployed. What happened?
The explanations from the White House and liberal economists boil down to three: The stimulus was too small, Republicans blocked better policies, and this recession is different because it began in a financial meltdown. Only the third point has some merit, and for a different reason than the White House claims.
On a too-small stimulus, this isn't what Democrats or most Keynesian economists told us at the time. Even Paul Krugman, who now denies intellectual paternity for this economy, wrote on November 14, 2008 that "My own back-of-the-envelope calculations say that the package should be huge, on the order of $600 billion." The White House raised him by 33% two months later, but now we're told that wasn't enough.
Given that the stimulus program was so poorly structured and so overtly politicized, how do we know that, say, $500 billion more would have made a difference even on Keynesian terms? The money for government spending has to come from somewhere, which means from the private economy. Our guess is that by ensuring even higher debt and implying higher taxes, a bigger spending stimulus would have done even more harm.
Stimulus godfather Mark Zandi and CBO have produced studies claiming that the stimulus saved millions of jobs and thus prevented an even deeper recession. But these are essentially plug-and-play economic models that multiply the amount of dollars spent by the assumed impact on jobs based on previous studies, and, voila, the jobless rate would have been higher without such spending. In the real world, the economy lost 2.51 million jobs.
The claim that recessions rooted in financial panic pose special problems has more truth to it. Credit excesses built up over many years have to be wound down, and that takes time, while banks have to work down their bad assets. However, one good aspect of this recovery is that business balance sheets have shaped up nicely, thanks to productivity gains, and banks have been making healthy profits. The problem is that banks still aren't lending and businesses aren't hiring or investing enough.
Which brings us to another major cause of the Obama malaise. When it took office in 2009, many of us advised the Administration to focus on nurturing the recovery first and postponing social-policy priorities that would only add more economic uncertainty. All the more so given this recession's unusual financial roots.
Instead, Democrats embarked on the most sweeping expansion of government since the 1960s, imposing national health care, rewriting financial laws from top to bottom, attempting to re-regulate the telecom industry, and imposing vast new costs on energy, among many other proposals. Not to stop there, in January it plans to impose a huge new tax increase on "the wealthy," which in practice means on the most profitable small businesses.
Central to Mr. Obama's political strategy for passing these priorities has been trashing business and bankers as greedy profiteers. His Administration has denounced or held up as political or legal targets the Chrysler bond holders, Wall Street bonuses, Goldman Sachs, health-insurer profits, carbon energy investors, and anyone else who has dared to oppose any of its plans to "transform" U.S. society.
Only yesterday at a Labor Day event in Milwaukee, Mr. Obama was at it again, declaring that "anyone who thinks we can move this economy forward with a few doing well at the top, hoping it'll trickle down to working folks running faster and faster just to keep up—they just haven't studied our history. We didn't become the most prosperous country in the world by rewarding greed and recklessness."
Whatever else one can say about such rhetoric, it is not the way to restore business confidence or turn a fragile recovery into a durable expansion. It has only spread fear and even greater uncertainty.
As for blaming the Republicans, with only 40 and then 41 Senators they couldn't stop so much as a swinging door. The GOP couldn't even block the recent $10 billion teachers union bailout. The only major Obama priorities that haven't passed—cap and tax and union card check—were blocked by a handful of Democrats who finally said "no mas." No Administration since LBJ's in 1965 has passed so much of its agenda in one Congress — which is precisely the problem.
To put it another way, the real roots of Mr. Obama's economic problems are intellectual and political. The Administration rejected marginal-rate tax cuts that worked in the 1960s and 1980s because they would have helped the rich, in favor of a Keynesian spending binge that has stimulated little except government. More broadly, Democrats purposely used the recession as a political opening to redistribute income, reverse the free-market reforms of the Reagan era, and put government at the commanding heights of economic decision-making.
Mr. Obama and the Democratic Congress have succeeded in doing all of this despite the growing opposition of the American people, who are now enduring the results. The only path back to robust growth and prosperity is to stop this agenda dead in its tracks, and then by stages to reverse it. These are the economic stakes in November.
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