terça-feira, 23 de abril de 2013

O gordo e o magro, nova versao - Augusto Nunes


Augusto Nunes, 23/04/2013

Lula é o Eike Batista da política. 
Eike é o Lula do empresariado. 
Um inventou o Brasil Maravilha. Só existe na papelada que registrou em cartório. 
Outro ergueu o Império do X. No  caso, X é igual a nada.
O pernambucano falastrão que inaugurava uma proeza por dia se elogia de meia em meia hora por ter feito o que não fez. 
O mineiro gabola que ganhava uma tonelada de dólares por minuto se louva o tempo todo pelo que diz que vai fazer e não fará.
O presidente incomparável prometeu para 2010 a transposição das águas do São Francisco. O rio segue dormindo no mesmo leito. 
O empreendedor sem similares adora gerúndios e só conjuga verbos no futuro. Está fazendo um buquê de portos. Vai fazer coisas de que até Deus duvida. Não concluiu nem a reforma do Hotel Glória.
Lula se apresenta como o maior dos governantes desde Tomé de Souza sem ter concluído uma única obra visível. 
Eike entra e sai do ranking dos bilionários da revista Forbes sem que alguém consiga enxergar a cor do dinheiro.
Lula berrou em 2007 que a Petrobras tornara autossuficiente em petróleo o país que, graças às jazidas do pré-sal, logo estaria dando as cartas na OPEP. A estatal agora coleciona prejuízos e o Brasil importa combustível. 
Eike vive enchendo milhões de barris com o que vai extrair do colosso que continua enterrado no fundo do Atlântico.
Político de nascença, Lula agora enriquece como camelô de empresas privadas. 
Filho de um empresário admirável, Eike hoje sobrevive com empréstimos do BNDES, parcerias com estatais e adjutórios do governo federal.
Lula só poderia chegar ao coração do poder num lugar onde tanta gente confia num Eike Batista. 
Eike só poderia posar de gênio dos negócios num país que acredita num Lula.
É natural que viajem no mesmo jatinho. É natural que se entendam muito bem. Os dois são vendedores de nuvens.

Venezuela: reflexos de duas eleicoes, 2013, 2010...

Parece que a recontagem de votos na Venezuela, endossada pela Unasul, é de mentirinha: só falaram que iriam fazer, mas não pretendem fazer de verdade.
Democracia chavista é isso aí....
Paulo Roberto de Almeida


Venezuela

CNE suspende auditoria após exigências da oposição

Início de recontagem de votos da eleição foi atrasada até a próxima semana

Nicolás Maduro toma posse como presedente da Venezuela
Nicolás Maduro toma posse como presedente da Venezuela - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) suspendeu a auditoria dos votos da eleição presidencial da Venezuela devido a controvérsias internas entre chefes do conselho e a falta de informação sobre o alcance de 46% das caixas de votação, informou nesta terça-feira o jornal El Universal. Mais cedo, o coordenador do opositor Comando Simón Bolívar, Ramón José Medina, exigiu ao órgão uma resposta formal aos pedidos técnicos que haviam feito.
“Não vamos permitir uma auditoria fajuta. Deve ser de acordo com todos os protocolos técnicos. Os resultados não são irreversíveis, a auditoria serve justamente para isso”, afirmou. Para a opositora Liliana Hernández, a presidente do CNE, Tibisay Lucena, só aceitou realizar a auditoria porque os presidentes da Unasul estavam reunidos e era preciso aplacar os ânimos. “Agora que acabou o show eles mudam o discurso”, denunciou.
Medina disse que a oposição tem 15 dias úteis para impugnar a eleição diante do Tribunal Supremo de Justiça e que eles tentarão todos os recursos a que têm direito. Contudo, a chefe do Tribunal Superior de Justiça da Venezuela, Luisa Estella Morales, já rebateu os pedidos da oposição na semana passada e afirmou que uma recontagem manual dos votos não é possível no país.
Exigências - A oposição enviou um documento formal ao CNE com os protocolos técnicos exigidos. O texto dá ênfase ao artigo 437 do Regulamento da Lei Orgânica de Processos Eleitorais, que estabelece "a verificação cidadã das caixas de votação para confrontar o conteúdo dos comprovantes aos dados refletidos na ata de escrutínio". A oposição pede uma revisão total dos cadernos de votação, atas de escrutínio, relatórios de duplicidade de votos e atas de irregularidades.
A chefe do CNE, Socorro Hernández, disse que o organismo está trabalhando em um cronograma para as auditorias e que divulgará a data de início no máximo na próxima segunda-feira. Na semana passada, a vice-presidente do CNE, Sandra Oblitas, disse que a vitória de Nicolás Maduro é irreversível e que os resultados da auditoria não influenciarão o oficial.


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E agora, sobre as eleições legislativas de 2010, quando a oposição teve maior número de votos, mas não conseguiu, em função de um sistema eleitoral deformado, fazer o maior número de representantes:

27/09/2010
 às 15:33

Celso Amorim: como distorcer a realidade e influenciar (algumas, cada vez menos) pessoas…

Por Reinaldo Azevedo
Leiam o que vai na Folha Online. Volto em seguida:
Por Cristina Fibe:
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, no início da tarde desta segunda-feira que o resultado das eleições legislativas na Venezuela é “bom para a democracia na nossa região”. “Foi uma eleição democrática, livre, e o presidente Chávez, que aparentemente usa muito o Twitter, já disse que vai respeitar o resultado. Eu acho que isso é bom para a democracia na nossa região, é um avanço”, disse Amorim à imprensa em Nova York, onde participa da 65ª Assembléia Geral da ONU.
O chanceler disse ainda achar “muito bom que a oposição tenha decidido participar desta vez, porque isso leva a um diálogo. Quando houve essa atitude anterior, do boicote – é claro que não temos que dar palpite no que eles decidem -, mas não é positivo para a democracia”. Para o ministro, a América do Sul está “caminhando na direção certa. Os países todos têm presidentes eleitos e parlamentos funcionando”. De acordo com os últimos dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, os eleitores de Caracas deram mais votos às legendas da oposição, representadas pela coligação Mesa da Unidade Democrática (MUD), do que aos partidários de Hugo Chávez.
Segundo o jornal ‘El Universal’ a diferença é apertada, com apenas 741 votos a mais para os opositores, mas, mesmo assim, envia um sinal a Hugo Chávez de que a ‘solidez’ do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) já enfrenta mais obstáculos do que antes. O último balanço das urnas publicado pelo CNE dá 95 assentos ao PSUV, 61 aos opositores e 2 a outros partidos. Apesar de ter conquistado mais cadeiras no Parlamento do que a oposição, os chavistas perderam a maioria qualificada, o que deve dificultar a aprovação de leis e reformas propostas pela revolução bolivariana.
No Estado de Zulia, onde a oposição venceu 12 dos 15 assentos disponíveis, o governador Pablo Perez atribuiu a vitória à decisão da MUD de apresentar somente um candidato à cada uma das 165 vagas disputadas no Parlamento. ‘Nós mostramos à Venezuela que podemos vencer se estivermos unidos’, disse.
(…)
ComentoA eleição não foi nem “democrática” nem “livre”, uma vez que a oposição teve de enfrentar severas restrições impostas por Hugo Chávez, que detém hoje, na prática, o monopólio da televisão, onde fala imodestas quatro horas por dia. Quando Amorim afirma que Chávez “vai respeitar o resultado”, deixa claro que, se quisesse, poderia não respeitar. Esse gênio da raça deve acreditar que isso depõe a favor do espírito democrático do tiranete… TEnha paciência!
Amorim diz ainda que a América Latina está no caminho certo, uma vez que “os países todos têm presidentes eleitos e parlamentos funcionando”. Uma ova! Não são condições suficientes para atestar apreço pela democracia. A imprensa, por exemplo, enfrenta formas variadas de censura na Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina e Nicarágua — para não falar, obviamente, da tirania Cubana, onde o presidente não é eleito por ninguém.
O resultado da eleição parlamentar na Venezuela é, sim, auspicioso. Representa um ganho importante para os democratas daquele país, opositores de Chávez e, dados os alinhamentos da América Latina, adversários de… Celso Amorim!

A velha teimosa e o velho boquirroto: pode-se levar a AL em serio?


América do Sul

Cristina Kirchner admite: 'Sim, sou teimosa e estou velha'

Depois da gafe de José Mujica no início do mês, presidente argentina se manifestou antes de viajar ao lado do uruguaio para reunião da Unasul

"Essa velha é pior que o vesgo", disse Mujica em referência a Cristina e Néstor Kirchner
"Essa velha é pior que o vesgo", disse Mujica em referência a Cristina e Néstor Kirchner(Juan Mabromata / AFP)
Os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Uruguai, José Mujica, parecem ter resolvido suas diferenças depois da gafe do uruguaio, que no início do mês chamou a colega de 60 anos de “velha” e “teimosa” sem perceber que seu microfone estava ligado.

Depois de informar que viajaria a bordo do avião oficial argentino ao lado de Mujica para areunião da União das Nações Sul-americanas (Unasul), realizada na sexta-feira no Peru, Cristina postou em sua conta oficial no Twitter: "Sim, sou mesmo meio teimosa e também estou velha. Mas depois de tudo... é uma sorte poder chegar à velhice, não? Sobretudo se sua vida serviu para fazer as coisas que sua pátria necessitava. Tranquilo. Está tudo bem".

Escândalo –
 Há duas semanas, Mujica caiu na armadilha que já pegou vários governantes imprudentes. Sem perceber que seu microfone estava ligado, fez um comentário que ganhou repercussão contra a vontade do presidente. "Essa velha é pior que o vesgo ... o vesgo era mais político, ela é teimosa", disse ele, fazendo refência a Cristina e seu falecido marido, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner.

Em resposta, o chanceler argentino, Héctor Timerman, entregou uma nota de protesto à embaixada do Uruguai em Buenos Aires, transmitindo o “profundo mal-estar” com as declarações de Mujica. No texto, o governo argentino considera “inaceitável que comentários degradantes que ofendem a memória de uma pessoa morta, que não pode responder nem se defender, tenham sido realizados, particularmente, por alguém a quem Kirchner considerava seu amigo”.

Mujica, de 78 anos, pediu desculpas por sua fala e enviou uma carta direta para Cristina. Segundo ele, sua forma áspera de se expressar é fruto de seu tempo como preso político e de combatente guerrilheiro em clandestinidade nas décadas de 1960 e 1970.

A frase, equivocada, da semana: de um socialista, sobre a democracia...

A frase deveria entrar na categoria das frases idiotas, mas ela revela algo pior: uma inconsciência tremenda sobre o que foi o socialismo, como ele se realizou, e sua incompatibilidade fundamental com a democracia.
A frase é de um ex-guerrilheiro, cujo nome não vem ao caso, embora ele seja um ex-guerrilheiro um pouco melhor que os outros ex- que andam por aí: pelo menos reconhece que a luta armada foi um erro.
Mas continua condicionando a democracia ao socialismo.
Aqui: 


Mudei algumas concepções, mas no essencial eu continuo no mesmo lado onde estava. Hoje, dou um peso maior à democracia, até porque acho que ela não enfraquece o socialismo. Muito pelo contrário. Ela valoriza e enriquece a proposta socialista.


Ou seja, a democracia não é um sistema desejável em si, ela apenas serve para valorizar o socialismo.
Seu autor vai continuar ignorante, infelizmente...
Paulo Roberto de Almeida 

O imperio, o petroleo e as ameacas assustadoras... - o petroleo, para o bem e para o mal

Primeiro o Império, que aparentemente corre o risco de ficar sem petróleo, se se concretizarem as ameaças do companheiro petrolífero-militar-parlamentar-bolivariano.
Depois, o subimpério, que corre o risco de ficar com o seu petróleo estocado a sete mil metros de profundidade, esperando tempos melhores.
Duas matérias altamente instrutivas, pelo menos a segunda...
Paulo Roberto de Almeida


Jaua amenaza a EEUU con medidas en suministro energético


El canciller Elías Jaua, dijo este lunes que su país está dispuesto a tomar medidas "en el orden comercial, energético, económico y político" contra Estados Unidos si es sancionado por ese país, al "rechazar" las recomendaciones de Washington sobre el recuento de votos de los recientes comicios presidenciales. Queremos "rechazar de manera categórica las inaceptables declaraciones de la señora Roberta Jacobson (secretaria de Estado adjunta para América Latina de Estados Unidos)", dijo Jaua a la televisora multiestatal Telesur, destacando que "lo más grave" de los dichos de la funcionaria es que "amenaza a Venezuela con sanciones".
"Si Estados Unidos apela al expediente de sanciones económicas o de cualquier otra índole, nosotros tomaremos las medidas en el orden comercial, energético, económico y político que consideremos necesarias para responder de manera contundente", añadió Jaua en declaraciones desde Ecuador, donde participa en una reunión de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA).
En 2012, Venezuela -principal productor de crudo sudamericano- exportó unos 900.000 barriles diarios a Estados Unidos, país con el que mantiene una tensa relación pero que sigue siendo el principal comprador del petróleo venezolano.
Jacobson instó el domingo, en unas declaraciones ofrecidas a la cadena CNN en español, a recontar los votos de los comicios presidenciales en Venezuela para que haya "confianza" y para "resolver la división" en el país.
La responsable afirmó además que "la mitad de los venezolanos no tiene confianza en el resultado" de los comicios del 14 de abril, en los que se impuso el delfín del fallecido Hugo Chávez, Nicolás Maduro, con un estrecho margen de 1,8% ante el opositor Henrique Capriles.
Consultada sobre la aplicación de eventuales sanciones a Venezuela en caso de que no hubiera un recuento de los votos, Jacobson señaló: "No podemos decir si vamos a implementar sanciones o no vamos a implementar sanciones".
Capriles supedita su reconocimiento de los resultados del domingo al proceso de auditoría ampliada que el Consejo Nacional Electoral tiene previsto iniciar esta semana, tras una impugnación del líder opositor.
Maduro, por su parte, ya asumió el viernes la presidencia al margen de las protestas opositoras que, según el gobierno, dejaron ocho muertos y decenas de heridos el día después de los comicios.
Jaua, que también tildó de "injerencistas" y "groseras" las declaraciones de Jacobson, acusó a su vez a Estados Unidos de estar "tras los hechos violentos del 15 de abril" y de no querer reconocer la "voluntad" del pueblo venezolano.
Además, el canciller destacó que la auditoría que se realizará al proceso electoral "no va a tener ninguna incidencia" en el resultado de los comicios.
"En Venezuela hay un resultado firme, una victoria clara y limpia", destacó.
Estados Unidos y Venezuela carecen de embajadores en sus respectivas capitales desde 2010.
El canciller venezolano, Elías Jaua, dijo este lunes que su país está dispuesto a tomar medidas "en el orden comercial, energético, económico y político" contra Estados Unidos si es sancionado por ese país, al "rechazar" las recomendaciones de Washington sobre el recuento de votos de los recientes comicios presidenciales.AFP

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“SHALE GAS” E PRÉ-SAL: O MUNDO TALVEZ SEJA PEQUENO PARA OS DOIS !
 BRASIL DEVE COLOCAR “AS BARBAS DE MOLHO” -  BOOM INDUSTRIAL NOS EUA

(JPNOR-03) 1.  Duas tecnologias novas desenvolvidas recentemente nos Estados Unidos estão revertendo todos os prognósticos de rápida alteração no equilíbrio de forças econômico do planeta e podem afetar seriamente o sonho brasileiro de achar um corte de caminho para o clube dos grandes do mundo.   A primeira envolve injetar uma mistura de água, areia e produtos químicos em estruturas rochosas que contêm microporos cheios de gás de modo a liberar os hidrocarbonetos aprisionados nelas. A segunda torna muito mais fácil chegar às mais finas camadas dessas rochas enterradas a baixas profundidades, além de permitir a perfuração de diversos poços a partir de um único ponto de partida.

2.    Essas duas novas técnicas de extração do que por lá se chama de “shale gas” estão provocando uma verdadeira explosão nos números de produção de gás e petróleo dos Estados Unidos e barateando de tal forma os custos de diversas industrias intensivas em energia que todos os prognósticos sobre a “crise  sistêmica” da economia americana, que estaria irremediavelmente condenada a ser engolida por economias emergentes, estão sendo refeitos.  Os entornos de Pittsburgh que, nos últimos anos, pareciam um cemitério de velhas siderúrgicas desativadas, assistem hoje a uma corrida frenética de capitais americanos, russos, franceses e até chineses para voltar a fabricar aço com a energia mais barata do mundo.

3.   O Maciço Marcellus, uma formação geológica de rochas arenosas impregnadas de gás e óleo se estende por quase 1.000 quilômetros ao longo das montanhas Apalaches do estado de Nova York até o de West Virgínia. Somente no ano passado o governo da Pennsylvania emitiu 2.484 permissões para a perfuração desse novo tipo de poço de petróleo. Somente os poços da porção do Maciço Marcellus nesse estado produziram 895 bilhões de pés cúbicos de gás em 2012, partindo de 435 bilhões no ano anterior. Em 2008 essa produção era igual a zero.  Isso representou uma injeção de US$ 14 bilhões na economia da Pennsylvania no ano passado (dados da Economist).

4.    Arkansas, Louisiana, Oklahoma e Texas viveram explosões semelhantes. A produção de gás e petróleo extraído dessas rochas quadruplicou nos Estados Unidos entre 2007 e 2010 e acrescentou 20% à produção nacional de petróleo em geral nos últimos cinco anos. Técnicos da British Petroleum afirmam que a produção deve continuar crescendo à base de 5,3% ao ano até 2030 e que, já no fim deste ano os Estados Unidos ultrapassarão a Rússia e a Arábia Saudita e se tornarão o maior produtor de petróleo e gás do mundo.  O preço do gás nessa região caiu de US$ 13 o BTU em 2008 para US$ 1 a 2 no ano passado, o segundo preço mais baixo do mundo depois do Canadá. As fabricas americanas consumidoras de gás estão pagando 1/3 do que pagam as alemãs e ¼ do que pagam as coreanas.

5.   Gás barato também se traduz em eletricidade barata. Em 2011 as fábricas americanas nessas regiões já estavam pagando metade do custo da energia no Chile ou no México e ¼ do que se paga na Itália.  Não é só a indústria de metalurgia que se beneficia com isso. Além de todas as demais, as de uso intensivo de energia, como as de plásticos, fertilizantes e outras também se tornam imbatíveis. E, além disso, os Estados Unidos têm a maior rede do mundo de oleodutos e gasodutos, o que espalha facilmente essa riqueza a preço baixo para todo o país. A Costa do Golfo, onde existe outro maciço dessas rochas, também vive um forte renascimento industrial.

6.   Fabricas instaladas no Chile estão sendo desmontadas e transportadas inteiras para a Louisiana. A Bridgestone, a Continental e a Michelin, revertendo um longo processo de declínio, estão reativando e aumentando suas fábricas de pneus na Carolina do Sul. Tudo gira em torno do início da exploração de novas jazidas de rochas porosas como as da Bacia Permian, na Louisiana, a de Eagle Ford Shale, no Texas, a da Formação Baken em Dakota do Norte e a Mississipi Lime, que atravessa o subsolo de Oklahoma até o Kansas. O efeito da redução das importações de petróleo no déficit comercial americano foi de US$ 72 bilhões no ano passado, ou 10% do déficit total. Esse “petróleo não convencional” gerou US$ 238 bilhões em atividades econômicas diretas, 1,7 milhão empregos e US$ 62 bilhões em impostos só no ano passado, sem contar os efeitos indiretos decorrentes da redução nos preços da eletricidade, do gás e dos produtos químicos.

7.   Analistas do Citigroup e do UBS calculam que só essa indústria vai gerar um crescimento de 0,5% do PIB norte-americano por ano nos próximos anos além de ensejar um renascimento das industrias de manufaturas nos Estados Unidos. As decisões recém anunciadas da GE de trazer de volta da China e do México para o Kentucky a produção de sua linha branca, e da Lenovo, o gigante chinês de hardware que comprou a linha de computadores pessoais da IBM, de produzi-los na Carolina do Norte são apontados como os primeiros passos desse  processo de reversão.
O efeito dessa inovação nos preços internacionais do petróleo ainda são pequenos. Mas os Estados Unidos, que foram os maiores importadores do mundo e rapidamente se tornarão autosuficientes, não são o único lugar do mundo onde existe esse tipo de formação rochosa que, lá, praticamente aflora do chão.

8.  De modo que o Brasil, que já está gastando por conta de reservas de petróleo enterradas a seis ou sete quilômetros debaixo do fundo do oceano, cuja extração começa a se tornar economicamente palatável com o barril acima de US$ 100 no mercado internacional, deveria por as barbas de molho e pensar melhor antes de jogar dinheiro fora.  Pois, por tudo que já se sabe por enquanto, o mundo ainda é pequeno demais para o “shale gas” e o pré-sal ao mesmo tempo.

Incompetencia petrolifera e gestao irresponsavel: a Petrossauro dos companheiros (Editorial Estadao)


Autossuficiência mais distante

22 de abril de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
Sete anos depois de o ex-presidente Lula ter anunciado com estardalhaço a autossuficiência do Brasil em petróleo, o País precisa importar combustível para suprir a demanda interna. Por causa da gestão que o governo do PT impôs à Petrobrás, a autossuficiência durou pouco e sua reconquista demorará. Como admite a empresa, ela só será novamente alcançada em 2020, em termos plenos (incluindo derivados).
Como outros grandes atos do governo petista, a autossuficiência anunciada por Lula - com as mãos sujas de óleo, imitando o gesto com que, décadas antes, Getúlio Vargas comemorara a descoberta do primeiro poço da Petrobrás - no dia 21 de abril de 2006, na inauguração da Plataforma P-50, a 120 quilômetros do litoral fluminense, foi tema de intensa campanha publicitária. "Quando a Petrobrás foi criada, muitos não acreditavam que fosse viável", disse, em comunicado, o então presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli. "O fato é que, 53 anos depois, ela conquistou a autossuficiência para o Brasil."
Mas a administração que afirmou ter "conquistado" essa condição foi responsável também por "desconquistá-la", pois não conseguiu fazer a produção crescer em ritmo igual ou superior ao do aumento da demanda interna por combustíveis derivados de petróleo. Em 2012, a produção média da Petrobrás foi de 1,98 milhão de barris/dia, mas o consumo total alcançou 2,06 milhões de barris/dia de derivados, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo. O consumo continua a subir, mas a Petrobrás continua a produzir menos. Em janeiro, a produção atingiu 1,96 milhão de barris/dia, menos do que a média de 2012, e, em fevereiro, caiu para 1,92 milhão de barris/dia.
A falta de manutenção adequada dos poços fez a produção cair mais depressa. A necessidade de reparos de maior porte, porque a manutenção não foi feita adequadamente, tem implicado a paralisação das operações por períodos mais longos, o que também contribui para fazer cair a produção global da empresa.
Do lado do refino, o que se constata é que, por terem sido definidos de acordo com critérios políticos e não técnicos, alguns projetos não saíram do papel e outros andam muito devagar, e a um custo muito maior do que o orçado inicialmente.
A construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, é uma espécie de síntese da política da Petrobrás na área de refino durante a gestão Lula. Para agradar ao então presidente bolivariano da Venezuela, Hugo Chávez, seu aliado político, o ex-presidente brasileiro colocou a estatal venezuelana PDVSA como sócia (com 40% de participação) da Refinaria Abreu e Lima. A sócia não investiu nenhum tostão na obra, que está muito atrasada e cujo custo, inicialmente orçado em US$ 2,3 bilhões, não ficará em menos de US$ 18 bilhões.
A estagnação da capacidade de refino, por causa do atraso na construção de refinarias, força a Petrobrás a importar derivados em quantidades crescentes, para atender à demanda interna. Com a produção do petróleo em queda e sem aumentar a capacidade de refino, a empresa quadruplicou seu déficit comercial no primeiro trimestre do ano, em relação aos três primeiros meses de 2012. De janeiro a março, a Petrobrás aumentou suas importações em 40,2%, mas suas exportações diminuíram 50,3%. O resultado foi um déficit comercial acumulado de US$ 7,4 bilhões.
A produção, reconhece a presidente da empresa, Graça Foster, só voltará a aumentar a partir de 2014. É possível que, no próximo ano, a produção de petróleo seja igual ou ligeiramente superior, em volume, ao consumo interno de derivados. No entanto, como a capacidade de refino não será aumentada, o País continuará importando derivados.
A autossuficiência de fato, incluindo petróleo bruto e derivados, só será alcançada em 2020, quando, de acordo com seu planejamento estratégico, a Petrobrás estará produzindo 4,2 milhões de barris de petróleo por dia, terá capacidade de refino de 3,6 milhões de barris/dia e o consumo interno será de 3,4 milhões de barris/dia.

A seca traicoeira, traidora, bandida, e o retirante agressivo...

Já não se fazem secas como antigamente. Nos velhos tempos, ela ficava parada, secando, mirradinha, esperando as coisas definharem em volta de si. Agora ela ataca, essa meliante, e incita o retirante a não se retirar, mas atacar por sua vez, não a seca, mas o supermercado, que é onde está a comida, claro...


“A seca é um sofrimento que a gente sabe que na hora ela não vê ninguém. Ela ataca todo mundo, obviamente, quanto mais pobre pior. Mas, além disso, uma coisa nós tivemos o cuidado: o Brasil não pode mais ver aquela história de retirante faminto atacando supermercado, não tendo aonde cair…”.

Mas com o Bolsa qualquer coisa, isso não é mais preciso...

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...