segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Governo: "O mundo esta contra nos, mas vamos persistir nas nossas escolhas..." - Editorial Estadao

Bem, se o mundo está contra nós, e se as coisas não dão certo, só porque o mundo está contra nós, vamos insistir, não é mesmo? Pode ser que o mundo um dia mude, e aí as coisas estarão perfeitas para nós.
Até lá, aguentem duro, companheiros, que essa turma da direita mundial é terrível. Eles fazem de tudo para nos atrapalhar.
Mas, nós vamos mostrar a eles com quantos paus se faz um leilão para o setor privado, mesmo que este não goste...

Pela interferência na mente dos companheiros:
Paulo Roberto de Almeida

O mundo adversativo de Dilma

Editorial O Estado de S.Paulo, 22/09/2013

Crise internacional, guerra cambial, sobe e desce do dólar, pressões da Fifa e espionagem americana são apenas alguns dos grandes problemas enfrentados pelo governo brasileiro e, portanto, pelo Brasil, segundo a interpretação oficial. A presidente Dilma Rousseff identificou e nomeou mais um sério desafio, até agora ignorado ou mal percebido pela maioria das pessoas. "Não vou dizer que nós somos absolutamente perfeitos, que está tudo andando, mas acho que tem um pessimismo adversativo", disse ela na quinta-feira, em Mato Grosso, depois de inaugurar um trecho de 260 quilômetros da Ferronorte, entre Rondonópolis e Itiquira. A primeira indicação foi dada. A revelação ficará completa quando o público souber o significado de "pessimismo adversativo" e, portanto, a diferença entre esse e outros tipos de pessimismo. Qual será mais nocivo?
O aparente surto de humildade ou de realismo - o reconhecimento de uma perfeição menos que absoluta - durou pouco. Logo recomeçou a busca habitual de culpados, sempre do lado dos outros, pelos fracassos colecionados em quase três anos, sob sua liderança, pela atual equipe governante.
A coleção havia sido ampliada, na semana anterior, com o fiasco na licitação da Rodovia BR-262. Não foi um tropeço qualquer. O governo demorou um ano, depois de anunciar seu plano de investimentos em logística, para iniciar os leilões. Tão longo tempo foi insuficiente, no entanto, para a preparação de um esquema atraente para o setor privado.
Resultado aparentemente melhor foi alcançado, em seguida, na licitação da BR-050. O consórcio vencedor, formado por nove construtoras de médio porte, ofereceu um deságio de 42,38% para o pedágio. Analistas do setor privado reagiram com desconfiança quanto à viabilidade do empreendimento, mas o governo festejou. Se tiver acertado dessa vez, uma grande obra poderá deslanchar. Mas a alegria foi contrabalançada, em seguida, por uma nova frustração: só se inscreveram 11 das 40 operadoras esperadas para o primeiro leilão do pré-sal, marcado para outubro.
Em vez de iniciar uma reavaliação de seus procedimentos, de seu esquema administrativo e de seus critérios, o governo insiste em atribuir a responsabilidade, ou pelo menos a maior parte dela, a outros agentes. Segundo a presidente Dilma Rousseff, os governadores estaduais preferem rodovias sem pedágio, enquanto as empresas procuram apenas concessões valorizadas e atrasam a entrega dos trechos licitados. De acordo com a presidente, o Ministério Público também atrapalha, provocando interrupções nas obras.
Poderia ter alongado a lista de queixas e de acusações, mencionando as interferências do Tribunal de Contas da União (TCU), com sua insistência em cobrar certos critérios na elaboração de projetos, na fixação de preços e na execução das obras.
Há algo intrigante na repetição dessa história. Seria aparentemente mais fácil o Executivo levar em conta os critérios do TCU, na elaboração e na execução de projetos. Poderia, ao mesmo tempo, iniciar uma discussão racional sobre a possível mudança de alguns desses critérios, mas insistir nas queixas e acusações deve ser muito mais simples para um governo pouco afeito à busca de eficiência.
De toda forma, a tarefa de projetar investimentos e contratar prestadores de serviços ficou bem mais fácil, nos últimos anos, com várias mudanças no regime de licitações. Apesar disso, o investimento conduzido pelo governo permaneceu muito abaixo do necessário para o fortalecimento da economia.
E assim continuará, enquanto a administração federal insistir na mistura de preconceitos ideológicos com o intervencionismo e o voluntarismo desastrados. Os dois conjuntos de vícios foram amplamente exibidos no tratamento das concessões no setor de transportes, na formulação do modelo de exploração do pré-sal e na renovação dos contratos do setor elétrico.
A poucos meses de completar seu terceiro ano de mandato, a presidente Rousseff parece ter aprendido pouco ou nada com os fiascos acumulados. Talvez devesse dar mais atenção às críticas e refletir sobre os perigos da teimosia adversativa.

Brasil persiste no erro da ajuda ao desenvolvimento do ultimo meio seculo

Ajuda ao desenvolvimento raramente traz desenvolvimento. Só ajuda elites corruptas a manterem estruturas espoliativas dos mais pobres. Leiam William Easterly para comprovar o que digo: paises "ajudados" nunca se desenvolveram, só se tornam dependentes da ajuda externa.
Brasil persiste no erro. 
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil eleva ajuda a países da América Latina e África


Lígia Formenti / BRASÍLIA
O Estado de S.Paulo, 23/09/2013

Relatório do Development Initiatives que será lançado nesta segunda-feira, 23, na Assembleia-Geral das Nações Unidas mostra que o Brasil é o quarto maior financiador de projetos de cooperação fora do Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - atrás de Japão, Noruega e Alemanha. Em 2010, o Brasil destinou US$ 1 bilhão para 124 países. A maior parte (69%) para América Latina e Caribe. A África Subsaariana recebeu 23% dos recursos.
Os números refletem o esforço do País para ampliar sua participação no cenário internacional. Entre 2005 e 2010, os recursos destinados à cooperação mais que dobraram. O crescimento foi direcionado sobretudo para operações de paz e ações de assistência humanitária. E com endereço certo: o Haiti. Em 2010, 80% dos financiamentos para operações de paz foram feitos para aquele país - US$ 301 milhões do total de US$ 377 milhões.
Depois de operações de paz e assistência humanitárias, o Brasil financiou projetos de cooperação técnica, científica e de cunho educacional. Apenas parte dos projetos de cooperação técnica teve como alvo países pobres - o principal foco nesta área foi buscar parceiros dentro da América Latina.
Saldo. Embora tenha ampliado sua participação nos financiamentos, o Brasil continua a figurar como receptor de recursos. O País recebe a mesma quantia que destina aos financiamentos: US$ 1 bilhão.
O relatório indica que os projetos de assistência ao Brasil cresceram, em números absolutos, 70% entre 2000 e 2001. No entanto, quando comparado à renda nacional, os investimentos caíram. O levantamento destaca a redução significativa do número de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia. De 1999 a 2009, caiu de 20 milhões para 12 milhões.

A Franca contra o trabalho, contra o turismo...

Quem perde sao os franceses, todos os franceses, ou quase todos, e todos os turistas. Quem "ganha" são poucos mafiosos dos sindicatos, essas máquinas de produzir desemprego.
PRA

Travail de nuit : la justice ordonne à Sephora de fermer à 21 h

France Info, 23/09/2013

Le parfumeur Sephora va devoir fermer à 21 heures son magasin situé sur les Champs-Elysées, a décidé lundi la cour d'appel de Paris. L'entreprise a 8 jours pour se mettre en conformité avec la décision. Une astreinte de 80.000 euros par infraction sera appliquée en cas de non-respect. L'enseigne a aussitôt annoncé qu'elle allait se pourvoir en cassation.


Avec cette décision de justice, les syndicats estiment avoir gagné. 

A dolarizacao desesperada da populacao venezuelana - El Pais

La caza del dólar en Venezuela
Mientras el desabastecimiento y el malestar entre los venezolanos por la recurrente falta de alimentos básicos se acrecienta, el Gobierno de Nicolás Maduro intenta aliviar las causas que originaron esta situación, derivadas del sistema de controles a la economía impuesto por su antecesor Hugo Chávez hace una década. Pero el Gobierno se enfrenta a un problema. No tiene dólares oficiales para satisfacer la demanda de productores y comerciantes.
Esta semana el alza del dólar en el mercado negro, con la que se reponen muchos de los bienes no esenciales que se consumen en el país, multiplica por siete el valor referencial de la tasa oficial, de 6,30 bolívares por dólar. Cada día que pasa el salario se deteriora, se acentúa la escasez —que entre enero y agosto exhibe un promedio de 19.9% según las cifras del Banco Central de Venezuela— y aumenta la inflación, la más alta de América Latina, que entre enero y agosto de 2013 trepó al 45% interanual, triplicando el registro del mismo período de 2012.
Se espera que en los próximos días se anuncie un nuevo mecanismo para aliviar la presión sobre la cotización de la moneda estadounidense en el mercado negro, que en el último mes subió un 20%. El Gobierno, sin embargo, esta vez tiene un menor margen para maniobrar. Venezuela, que prácticamente sólo exporta petróleo (representa el 96,23% de sus ingresos al término del segundo semestre del año), depende mucho del oxígeno de una mermada Petróleos de Venezuela (PdVsa) para abastecer ese mercado cambiario.
Cálculos de la firma Ecoanalítica indican que PdVsa solo dispone de 1,7 millones de barriles diarios de petróleo para generar caja. Si eso se compara con la cantidad disponible para vender en 2012 (2,15 millones) se constata una reducción de 400.000 barriles diarios de crudo que no podrá colocar. El Gobierno de Nicolás Maduro dejará de cobrar unos 14.600 millones de dólares. Además de lo que consume el mercado interno, PdVsa entrega 250.000 barriles diarios a China para honrar el pago de préstamos y otros 200.000 a los países que forman parte de PetroCaribe a cambio de alimentos, ropa, cemento y profesores de inglés. Otra empresa local, Econométrica, es aún más pesimista en sus proyecciones. Su director, Ángel García Banchs, estima que la estatal petrolera sólo tiene para vender 1,4 millones de barriles, de los cuales habría que deducir unos 200.000 que corresponden al intercambio de crudo venezolano por médicos y entrenadores deportivos cubanos firmados en 2000 por Hugo Chávez y Fidel Castro.
En uno u otro caso está claro que la razón del desabastecimiento son los compromisos asumidos por la política internacional del chavismo y la incapacidad de incrementar la producción petrolera al mismo ritmo que la demanda. Venezuela produce unos 2,9 millones de barriles diarios, pero cada día hay menos petrodólares que vender. Para compensar la falta de flujo de caja el Gobierno ha diseñado un plan. Maduro iniciará el sábado una gira de doce días a China en aras “de reforzar la multipolaridad o la política internacional de respeto y cooperación con los países que se oponen al intervencionismo de Estados Unidos”, según el presidente de la Comisión de Política Exterior de la Asamblea Nacional, Yul Yabour, que el martes aprobó el permiso para que se ausentara. El propósito no es tan nebuloso como parece: Caracas espera que en ese viaje se amplíe la ayuda financiera que ya recibe de Pekín. En su cuenta de Twitter el ministro de Energía y Petróleo, Rafael Ramírez, ya anunció un nuevo préstamo de 5.000 millones de dólares a través del Fondo Chino-Venezolano.
Aunque ese dinero no podrá ser ofertado directamente al mercado cambiario en ciernes, sí alivia la presión del Gobierno. En años pasados el Sitme, el mecanismo alternativo diseñado para otorgar los dólares que no entregaba la Comisión de Administración de Divisas (Cadivi), liquidaba unos 40 millones de dólares diarios, pero el Gobierno decidió eliminarlo en febrero debido a que descubrió importaciones ficticias. El ministro de Planificación, Jorge Giordani, reveló entonces que se habían defraudado al Estado unos 5.000 millones de dólares. “El sector privado sólo exporta 3.000 millones de dólares, pero demanda 30.000. ¿Qué clase de burguesía es esa? Son parásitos”.
En realidad todo el mundo en Venezuela entiende que la única manera de proteger el patrimonio y generar rápida riqueza es hacerse de dólares subsidiados para luego revenderlos en el mercado negro. Un oscuro objeto de deseo no siempre disponible. Ese es un dolor de cabeza que el Gobierno no ha logrado aliviar con ninguna estrategia. Ningún negocio puede dar una rentabilidad mayor y el Estado tampoco logra el objetivo de lograr que se mantengan en el país las reservas internacionales. Valga un dato para ilustrarlo. El economista García Banchs dice que Venezuela sólo tiene 800 millones de dólares en sus reservas líquidas que equivalen según sus cálculos a cuatro días de importaciones. Cuando Carlos Andrés Pérez asumió la presidencia de Venezuela el 2 de febrero de 1989 tenía 300 millones de dólares en las arcas. Tres semanas después de aplicar un duro ajuste macroenonómico se produjo el estallido social conocido como el Caracazo.
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Um trabalho sobre meu livro Os Primeiros Anos do Seculo XXI

Só agora tomei conhecimento, por esses acasos do Santo Google, do trabalho abaixo transcrito, que não sei exatamente quando foi publicado.
Quem souber me diga, pf.
Paulo Roberto de Almeida

revista CADE-FMJ
Diplomacia Econômica Brasileira  no Século XX:
Grandes Linhas Evolutivas
Beatriz Silva Gonçalves
O governo brasileiro tem-se destacado pela atuação da política externa, que busca alcançar novos parceiros comerciais e fortalecer a posição do país em disputas internacionais. Um dos principais analistas da ação externa da política oficial brasileira é o diplomata Paulo Roberto de Almeida, prolífico autor de grande quantidade de livros e artigos. O presente trabalho visa a apresentar parte da análise de Almeida  quanto à evolução da diplomacia econômica brasileira, apresentada em livro recentemente publicado, de grande utilidade para que se perceba melhor a lógica dos movimentos do atual governo no cenário externo.
Almeida inicia sua abordagem sobre a diplomacia brasileira apontando seus pontos positivos; como se consolidou no decorrer do século XX e principalmente as características básicas da “conhecida diplomacia brasileira”. A adjetivação se deve principalmente ao fato de que o país dispõe, neste campo, da atuação reconhecidamente profissional e qualificada do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores.
A ela são creditados ganhos políticos importantes, tanto num passado distante, em termos de conformação do território pátrio, por exemplo, como no presente, sob a forma da boa convivência regional, do continuado respeito que o país ostenta aos princípios do direito internacional (...). (p. 233)
No entanto, a idéia central do autor, quando discorre acerca da diplomacia  brasileira, não é somente reconhecer  seus pontos positivos, mas problematizar o tema e conhecer a contribuição da diplomacia nacional ao desenvolvimento, principalmente econômico, da nação.
Até o século XIX o cenário diplomático era basicamente constituído de acordos bilaterais de amizade, comércio e navegação. Somente no período entre guerras (1914-1945) o panorama mundial experimentou seu primeiro grande exemplo de tratado multilateral – o Tratado de Versalhes. Porém, esse tratado de grande relevância mundial permaneceu arraigado dos princípios, instrumentos e mecanismos dos tratados bilaterais, não apresentando relevante evolução para o processo diplomático. Aliás, sua visão tradicionalista incorporou aspecto altamente problemático, que foram as punições à Alemanha, corretamente apontadas por Keynes, à época, como desencadeadoras do processo que levaria a uma nova guerra mundial vinte anos depois da assinatura do Tratado.
Somente a partir da segunda metade do século XX, podem-se observar    exemplos concretos de tratados multilaterais que começam a sobrepor os mecanismos historicamente construídos  ao longo do século XIX e meados do século XX.
Na verdade, os instrumentos multilaterais emergem com o intuito de garantir a reordenação econômica e política após períodos de guerra e crise econômica. Os Estados Unidos da América preconizaram esse movimento, com a criação das instituições de Bretton Woods, o Banco Mundial e o FMI, entre outras. Foi, de fato, uma tentativa de reorganizar o mundo à feição americana. O Brasil participou de todo o processo. À época, não tendo sido possível criar a Organização Internacional do Comércio, por oposição do Congresso americano, que não via interesse em partilhar o amplo poder de que o país saiu investido, ao final da II Guerra Mundial, a delegação brasileira participou ativamente da constituição do Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio, conhecido pela sigla inglesa GATT, que, através de sucessivas rodadas de negociações, procurou liberalizar o comércio internacional, privando os países em desenvolvimento de usarem recursos de que os desenvolvidos lançaram mão, décadas atrás.
Como se pode perceber, aliás, todo o processo  de criação do aparato e mecanismo das relações internacionais foi para amparar e solucionar “conflitos” ou negociações no âmbito econômico. Tem-se, como exemplo, a criação da nova Organização Mundial do Comércio (OMC).
A OMC, por exemplo, passou a ser  encarregada de administrar, desde 1995, os resultados da mais complexa rodada de negociações  comerciais multilaterais, envolvendo agricultura, serviços, investimentos e propriedade intelectual, por exemplo, já conhecida na história econômica contemporânea. (p.234)
Esse movimento de ampliação das relações econômicas evidenciadas desde o século XIX comprova que o processo de desenvolvimento não pode mais ser visto apenas no âmbito nacional.
Segundo o autor, futuramente, a “ordem econômica” estará cada vez mais ligada às organizações internacionais, mas sempre guardará a importância dos Estados nacionais. A grande questão está localizada na forma de correlação entre essas duas dinâmicas político-econômicas.
Almeida continua seu texto apresentando contrastes acerca da realidade política e econômica entre os séculos XIX e XX, que influenciou e ainda influencia na construção da “nossa diplomacia”:
(...) caberia ter presentes as enormes diferenças bem como os respectivos cenários políticos e econômicos internacionais sob os quais teve de atuar a cautelo-  sa diplomacia imperial e sob os quais deve atuar, atualmente,a diplomacia republicana agora centenária(p.235)
O autor aponta algumas diferenças entre o que seria “diplomacia” no século XIX para a atual “idéia” dela. Dentre elas, está a transformação da quantidade e qualidade dos atores “participando do chamado jogo internacional”.
Para Almeida, essa transformação, hoje vista com mais clareza, não é apenas de cunho exclusivo do processo político-econômico. Trata-se também da “democratização” do sistema internacional, já que ocorreu no século XX uma ampliação dos paises membros nos acordos, tratados e conferências internacionais.
Muito embora os bloqueios  e a diplomacia da canhoneira possam estar ainda eventualmente em uso, deve se reconhecer  que a força do direito tende a ampliar sua margem de atuação em relação ao direito da força. (p.236)
Em contrapartida, o sentido de “liberal” oferecido pela ordem econômica internacional do século XIX deu lugar ao intervencionismo e protecionismo enfatizado no século XX.
O autor observa que, com o decorrer do tempo e com as transformações citadas acima, um fenômeno se destaca: é cada vez mais evidente a interdependência  do mundo econômico  contemporâneo.
No apanhado geral sobre o sistema internacional atual, Almeida afirma que, no limite, há avanços significativos na construção do “multilateralismo econômico”, quando comparado aos tratados desiguais do século XIX. Já o multilateralismo político, embora desejado pela maior parte dos países, é contestado justamente pelo país que possui o maior peso no cenário internacional, os EUA, o que, em grande medida, serve para que a diplomacia econômica brasileira se comporte como o está fazendo, procurando novas parcerias, novos mercados.
Na segunda parte do texto, Almeida discute o papel da diplomacia  brasileira. E, para essa avaliação, apresenta algumas características  da relação econômica externa do Brasil.
(...) considerando tratar-se se um país periférico, dispondo de poucos excedentes de poder político e econômico, e de reduzida capacidade de projeção externa. (p.237)
Isso sem mencionar os dados históricos em relação à diplomacia no Brasil.
Para o autor, as relações econômicas internacionais no Brasil se transformaram entre os séculos XIX e XX.
No século XIX, a diplomacia brasileira era também denominada diplomacia primária, já que era baseada na promoção de alguns produtos para exportação. Hoje, a diplomacia nacional está voltada para aindustrialização substitutiva e da capacitação tecnológica (...), recebendo o nome de diplomacia secundária.
O Brasil caminha para a implementação do que Almeida chama de  diplomacia terciária, que consiste no tratamento de uma diversidade de temas, principalmente no setor de serviços, que caracteriza  o mundo atual  e o sistema econômico.
Para a ampliação da discussão sobre o processo da diplomacia brasileira, tem-se conhecimento do texto proferido no III Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, realizado em outubro de 1996, no Rio de Janeiro.
Com base nesse texto, conclui-se que o Brasil ostenta um futuro promissor quando o assunto é a inserção internacional, se conseguir garantir continuidade às políticas de estabilização, abertura econômica, desestatização, retomada do crescimento e principalmente a reforma social.
Nessa conferência, um tema foi muito enfatizado, pois os interlocutores no exterior entendem que o investimento eficiente nas políticas sociais e a recuperação dos nossos indicadores poderão prover um efeito social sustentável, expresso na melhoria do padrão alimentar e de consumo da população de mais baixa renda.
Para projetar a inserção do Brasil no processo econômico  internacional no século XXI, o país precisa ampliar a idéia, consolidar a democracia e promover o sentimento de  inclusão da população  e conexão com o sentimento de Nação.
Esse processo evolutivo da diplomacia brasileira foi intensificado no governo de Fernando Henrique Cardoso, pois preparou um “terreno fértil” para o desenvolvimento econômico e social que atenda as necessidades do país  e os parâmetros da política externa.
Esse patrimônio será enriquecido pelo fortalecimento do multilateralismo econômico, comercial e regulatório nos próximos anos: regras universais e transparentes para as múltiplas esferas do relacionamentoeconômico, financeiro, comercial e tecnológico devem facilitar o desenvolvimento das relações do Brasil com cada um dos seus parceiros individuais, à medida que a economia brasileira continue a crescer em complexidade, dinamismo e grau de inter-relação com o mundo.
Hoje podemos antever o Brasil e sua relação com a economia externa, pois, dando continuidade ao  processo inaugurado no século XX,poderá consolidar-se como uma potencia média estável politicamente.

Bibliografia
ALMEIDA, Paulo Roberto de. Os primeiros anos do século XXI. O Brasil e as relações internacionais contemporâneas. São Paulo: ed. Paz e Terra, 2002.
Nota: Texto proferido no III Encontro Nacional de Estudos Estratégicos. Rio de Janeiro, 1996.


































































1 
               

Los hermanos cocaleros de los companeros: muy amigos.. de la coca... - Senador Roger Pinto Molina

COLUNA ESPLANADA

Molina diz ter mapeamento da coca Bolívia-Brasil

Senador boliviano que fugiu para o Brasil disse que tem mapeamento e relatórios que comprovariam que 60% da cocaína consumida no país vem da Bolívia

por Leandro Mazzini

Menores infratores: a iniciativa privada cuidaria melhor, e por bem menos, do que o Estado

Tenho absoluta certeza: se se instituísse um regime de detenção administrado pela iniciativa privada, e se prisioneiros adultos e "dimenores" fosse "leiloados" ao setor privado, o governo gastaria menos, muito menos por cabeça. Acredito que 3 salários mínimos bastariam para interessar o setor privado a "cuidar" de um condenado ou detento. O governo gasta dez vezes mais. Mas, como sabemos, o governo é perdulário, ineficiente, corrupto e mau gestor.
Paulo Roberto de Almeida

A 'elite' da Fundação Casa

22 de setembro de 2013
Editorial O Estado de S.Paulo
Em recente depoimento à Assembleia Legislativa de São Paulo, a presidente da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa), Berenice Giannella, disse que cada menor infrator internado na instituição custa, mensalmente, R$ 7.100. Por qualquer ângulo que se observe, trata-se de um gasto difícil de explicar.
Num país em que a renda média mensal do trabalhador não chega a R$ 1.900, logo se percebe o exagero. A vasta maioria das famílias do País, cujos integrantes são condenados a suar em empregos precários para ganhar salários modestos, certamente ficaria feliz em poder dispor de tanto dinheiro para criar seus adolescentes, assim como a Fundação Casa cria os dela.
Mesmo famílias que dispõem de muitos recursos raramente despendem essa quantia na educação dos filhos. Os melhores colégios de São Paulo têm mensalidades que não chegam a R$ 3 mil.
Com os R$ 7.100 que a Fundação Casa utiliza para "reeducar" seus internos, seria de esperar, portanto, que eles deixassem a instituição não apenas prontos para o convívio social, mas também bem preparados para a vida acadêmica e profissional.
Não é o caso, como sabemos. Ao contrário: a Fundação Casa, que desde 2006 substitui a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), há tempos enfrenta os mesmos obstáculos que culminaram na falência de sua antecessora, cujos frequentes casos de violência chegaram a ser denunciados na Organização dos Estados Americanos.
A superlotação é o principal problema. Já são mais de 9.200 internos, para um sistema com capacidade para menos de 9 mil. Desde 2002, o número de adolescentes infratores cresceu quase 70%.
Além disso, multiplicam-se denúncias de violência física e psicológica contra os internos. Provavelmente como resultado desse quadro, as rebeliões, que haviam caído de 80 em 2003 para apenas 1 em 2009, voltaram a se tornar frequentes - foram 8 neste ano.
Foi justamente a propósito de lamentáveis episódios de violência contra internos na Fundação Casa, reportados recentemente pelo programa Fantástico, da TV Globo, que sua presidente esteve na Assembleia Legislativa.
Em seu depoimento, Berenice Giannella disse que as cenas em que dois funcionários da Unidade João do Pulo, na Vila Maria, torturam seis jovens foram casos "absolutamente pontuais".
Segundo Berenice, o problema não é a falta de capacitação dos funcionários, mas de caráter. "Como vou tirar a cultura da violência por meio da capacitação? Não tiro porque isso é caráter", disse ela, que qualificou os funcionários flagrados no vídeo de pessoas "más, de má índole".
Berenice disse que o modelo da Fundação Casa representa um considerável avanço em relação à antiga Febem, por estar orientado para o futuro do jovem. Além de terem aulas e atendimento socioeducativo, como nas escolas tradicionais, os internos são instados a assumir responsabilidades - em alguns casos, chegam a trabalhar fora da unidade - e a aprender a trabalhar em equipe.
Os adolescentes têm ainda seis horas de atividades de arte e cultura por semana. Segundo a Fundação Casa, é uma forma de fazer os jovens refletirem sobre si mesmos e sobre a sociedade.
Para a direção da entidade, os recursos gastos nesse esforço não podem ser encarados como despesa e, sim, como investimento. Em defesa da instituição que preside, Berenice Giannella afirmou que o modelo atual é responsável por uma redução considerável nas taxas de reincidência. Na época da Febem, disse ela, quase 30% dos jovens voltavam a praticar crimes; hoje, são apenas 13%. No entanto, trata-se de uma estatística problemática, porque não se sabe quantos desses adolescentes "reeducados" tornam a cometer crimes depois que se tornaram adultos.
Seja como for, a sociedade paga um preço exorbitante para a "reeducação" desses jovens, mas obtém resultados pífios
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Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...