quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Perspectivas Economicas Mundiais - Banco Mundial, janeiro de 2014

Global Economic Prospects, Volume 8, January 2014 : Coping with Policy Normalization in High-Income Countries

High-income economies appear to be finally turning the corner, contributing to a projected acceleration in global growth from 2.4 percent in 2013 to 3.2 percent this year, 3.4 percent in 2015, and 3.5 percent in 2016. Overall, growth in developing countries is projected to pick up modestly from 4.8 percent in 2013 to 5.3 percent this year, 5.5 percent in 2015, and 5.7 percent in 2016. In the baseline, the withdrawal of quantitative easing (and its effect on the long end of U.S. interest rates) is assumed to follow a relatively slow orderly trajectory. If, however, the taper is met with an abrupt market adjustment, capital inflows could weaken sharply—placing renewed stress on vulnerable developing economies. In a scenario where long-term interest rates rise rapidly by 100 basis points, capital inflows could decline by as much as 50 percent for several quarters.
Citation
“World Bank. 2014. Global Economic Prospects, Volume 8, January 2014 : Coping with Policy Normalization in High-Income Countries. Washington, DC. © World Bank. https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/16572 License: CC BY 3.0 IGO.”
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O nascimento do partido-religiao - Milton Simon Pires

O NASCIMENTO DO PARTIDO-RELIGIÃO
Milton Pires
16/01/2014

Às vezes eu fico me perguntando quanto tempo as pessoas ainda vão reclamar dos “rolezinhos” e dos black blocks...Até quando elas vão se escandalizar com a Marcha das Vadias ou lamentar as invasões promovidas pelo MST além de lamentar o que aconteceu com a nossa Universidade e com a Educação como um todo...Quantos “grupos de médicos” ainda vão ser formados no Facebook e quantos blogs vão surgir para denunciar as barbaridades feitas pelos agentes cubanos?..De uma maneira geral, eu fico curioso em saber até que ponto vai a capacidade das pessoas sentirem que cada vez mais coisas “terríveis” estão acontecendo no Brasil sem que aceitem apelar para uma síntese...para uma visão conjunta do todo que, ao mesmo tempo que esclarece, assusta de uma maneira terrível aqueles que não suportam serem vistos como adeptos de uma “Teoria da Conspiração”..
Tudo que se escreve hoje no meio acadêmico a respeito do andamento da História precisa ter uma base material..Na melhor das hipóteses, pode inclusive não ter base alguma e ser explicado, elegantemente, como mero acaso. É a filosofia da história; não a história da filosofia que nos oferece nesse momento o maior debate, não é mesmo?
Quando li pela primeira vez “O Status Ontológico da Teoria da Conspiração”, de Hakim Bey, mais claro do que a ideia de que ela pudesse servir à Direita ou à Esquerda, o que ficou para mim foi o conceito de “alternativa”....de uma via de saída para aqueles que se negam a aceitar que a história seja um mecanismo..uma máquina com leis próprias de funcionamento que, se conhecidas, podem nos fornecer a “chave da felicidade aqui na Terra”..
Algum de vocês já reparou na confusão que existe entre os termos “Teoria da Conspiração” e “Nova Ordem Mundial”?? Alguém é capaz de separar uma coisa da outra ou vamos aceitar de saída que a “Nova Ordem” nada mais é do que uma das tantas teorias conspiratórias??
Meus amigos, seja entre leigos ou acadêmicos, a ideia de que um grupo de pessoas possa se reunir em segredo tomando grandes decisões em relação ao destino da humanidade se tornou algo risível..alguma coisa digna de “pena” e que não pode ser levada a sério, não é?? De onde vem, pergunto eu, toda essa capacidade de escárnio? Da percepção da fraqueza intrínseca de determinado tipo de pensamento ou da sacralização, eu diria da “santificação”, do discurso que se apresenta como opositor??
Afirmo aqui, e esse é o ponto do texto, que o materialismo dialético permanece invicto como método de análise e como força de entendimento em relação a tudo aquilo que ousamos chamar de “história”... De fato, naquilo que diz respeito a gênese do pensamento marxista, é ele – o materialismo dialético – que ainda fornece, dentre toda baboseira do discurso de esquerda, a fonte de eterna renovação para política econômica e social dos partidos que se autoproclamam higienicamente de “centro-esquerda”. Nada poderia, portanto, ser mais devastador do que uma história “sem lei científica”....do que uma história feita pela unificação de interesses escusos que desconhecem as mais rudimentares regras de conflito entre as classes sociais, não é??
O que faz de qualquer Teoria da Conspiração, do ponto de vista ontológico, um desafio ao exercício intelectual é justamente aquilo que se diz ser a função superior de toda consciência – a capacidade de síntese; jamais de análise pois sabe-se que desta o materialismo dialético apropriou-se de tal modo que pouco resta a fazer na difícil tarefa de enfrentamento intelectual com a Nova Esquerda do mundo ocidental.
Se me fosse pedido para resumir em termos mais simples tudo que escrevi acima, eu diria que é na possibilidade de “juntar as pontas”...de “unificar hipóteses” que reside a força de cada Teoria Conspiratória..de cada “tese absurda” que surge ela mesma, tese, como alternativa ao entendimento de um mundo fragmentado onde tudo parece acaso ou resultado de leis tão complicadas que só podem ser compreendidas por um Partido Salvador...por uma casta de intelectuais (orgânicos como diria Gramsci) cuja função é conduzir os simples mortais à felicidade aqui mesmo, nesse mundo, sem morrer antes...e desgraçadamente por causa dessa busca, sem jamais ter vivido...Quem consegue entender isso, consegue entender como nasceu o Partido Religião..

Em memória de Maria Mercedes Simon (1917-1995)


Porto Alegre, 16 de janeiro de 2014

Franca, Brasil e a tal de austeridade: mesmos problemas, mesmos erros? - Editorial Estadao

O Brasil e a França, não como países, mas pelos seus supremos mandatários, eram plenamente solidários nos equívocos econômicos: recusa da austeridade, aumento dos gastos públicos, subsídio ao consumo, proteção e apoio às indústrias nacionais, enfim, todas as medidas keynesianas para supostamente sustentar o crescimento.
Deu certo?
Na França ou no Brasil o crescimento é mínimo, e as contas públicas continuam desequilibradas.
Bem, com exceção de aventuras extra-conjugais, até aqui os dois governantes se pareciam.
Não mais: Hollande já se rendeu à austeridade, segundo consta.
E no Brasil, quando será?
Paulo Roberto de Almeida

Hollande se rende à austeridade
Editorial O Estado de S. Paulo, 16/01/2014

Quando tomou posse como presidente da França, em maio de 2012, o socialista François Hollande disse que "a austeridade não tem por que ser uma fatalidade para a Europa". Hollande elegera-se prometendo elevar os gastos do Estado como forma de impulsionar a economia, em meio à grave crise europeia. Menos de dois anos depois, a fatalidade se abateu sobre a França de Hollande, e o presidente se viu obrigado a anunciar um plano de contenção de despesas públicas, entre outras medidas ortodoxas.
Na entrevista coletiva anual em que comentou as mudanças, o constrangimento de Hollande não se limitou ao recuo de suas promessas de campanha - ele se viu obrigado a responder a questões embaraçosas sobre sua vida amorosa. E a vida de Hollande, que ademais enfrenta baixíssima popularidade, em meio ao maior índice de desemprego da história da república francesa, não está nada fácil. Assim, ele manteve a compostura e gastou com essa questão menos de três minutos de uma entrevista que durou três horas, durante as quais explicou os pontos daquilo que os jornais franceses qualificaram de "virada de 180 graus" em sua política econômica.
Hollande anunciou um corte de 30 bilhões em encargos trabalhistas para as empresas e a simplificação da burocracia para realizar empreendimentos. Outros impostos que têm impacto na produção serão reduzidos - o que é irônico para um presidente que passou o início de seu mandato a aumentar impostos. Além disso, haverá corte de ao menos 50 bilhões de gastos públicos até 2017, aliviando essa carga que hoje representa 57% do PIB, uma das mais altas do mundo. Somente neste ano, a redução prevista é de 15 bilhões.
Tudo isso será feito, segundo as palavras de Hollande, para impulsionar o "pacto de responsabilidade" que ele anunciou ter feito com os empresários do país no último dia do ano passado. Com esse pacto, qualificado por ele de "o maior compromisso social em décadas", o presidente espera que sejam criados empregos suficientes para reverter o quadro de estagnação econômica, além de fazer com que as empresas francesas retomem a competitividade.
Várias das medidas de Hollande, como o corte de encargos trabalhistas, constavam do programa de governo do conservador Nicolas Sarkozy, seu adversário na eleição presidencial de 2012. Na ocasião, Hollande ironizou Sarkozy: "Como imaginar que o corte de contribuições do empregador poderia, em uma canetada, melhorar nosso comércio exterior?".
O caso da redução das despesas públicas, porém, é o recuo mais significativo. Alinhado à dura política de austeridade da chanceler alemã, Angela Merkel, Sarkozy, então presidente e candidato à reeleição, prometera fazer da França um exemplo de rigor fiscal. Sua derrota nas eleições para o socialista Hollande, que entendia ser necessário ampliar os gastos estatais para enfrentar a crise da dívida, foi um marco político europeu, pois sinalizou que os eleitores de países ricos do continente estavam inclinados a apoiar medidas de estímulo ao crescimento econômico.
Não foi necessário muito tempo para que a realidade se impusesse, a ponto de fazer o jornal Le Monde agora se perguntar: "Hollande adotou a política econômica de Sarkozy?". Há quem esteja chamando o presidente francês de "François Blair", numa alusão a Tony Blair, o premiê trabalhista britânico responsável por reformas liberalizantes.
A guinada do presidente, contudo, não foi uma novidade para os socialistas franceses. Em 1983, apenas dois anos depois de tomar posse e de ampliar drasticamente a presença do Estado na economia, o presidente François Mitterrand teve de aceitar a pílula amarga da austeridade. "Eu prefiro ser impopular a falhar no meu dever", disse Mitterrand, sobre a necessidade de debelar a inflação e fazer o país voltar a crescer sem a mágica do dinheiro fácil que jorra dos cofres públicos.

Hollande dobrou-se diante de semelhante imposição, mas tentou ao menos manter a pose. "Continuo socialista", disse ele aos jornalistas. "Não fui vencido pelo liberalismo

A 'mentira institucional' do Mercosul: Jose Mujica, presidente do Uruguai - Celso Ming

'Mentira institucional'
Coluna Celso Ming
O Estado de S. Paulo, 16/01/2014

O presidente do Uruguai, José Mujica, passou a criticar abertamente o Mercosul. Sábado, no Canal 4 da TV de Montevidéu, afirmou em tom de queixa que "o Mercosul vive uma mentira institucional".
Em fevereiro de 2012, já advertira que o Mercosul se deformava tanto que se transformara em um "chicletão", que pegava o jeito de cada mastigada. Em junho daquele ano, os dirigentes do Mercosul decidiram suspender o Paraguai pelo afastamento do então presidente Fernando Lugo, processo que não transgredira nenhum dispositivo democrático, para admitir a Venezuela sem o cumprimento dos trâmites previstos nos tratados. Mujica foi então conivente com essas arbitrariedades produzidas pelas presidentes Cristina Kirchner, da Argentina, e Dilma Rousseff, do Brasil. Chegou mesmo a aprovar o que chamou então de "primazia do político sobre o jurídico" que passou a prevalecer nas decisões de cúpula.
Agora, diante de novos desrespeitos aos tratados comerciais dentro do bloco perpetrados pelo governo da Argentina que prejudicam o Uruguai, Mujica voltou a reclamar das transgressões jurídicas. Independentemente dos seus vaivéns, o que ele está dizendo agora é que o Mercosul não passa segurança para ninguém. Não é suficientemente confiável nem para terceiros países eventualmente interessados em fechar acordos comerciais nem para os próprios sócios membros do grupo.
Seus dirigentes podem sempre inventar mais lambanças que contrariem acordos internacionais. A rigor, não é preciso nem reuniões de cúpula. A qualquer momento um governo qualquer, como agora está fazendo o da Argentina, pode perfurar a Tarifa Externa Comum (TEC), a tabela de tarifas aduaneiras (teoricamente) adotada pelos membros do bloco, sem que nada disso seja depois cobrado pelos responsáveis.
Mujica prega "um ajuste da parte jurídica no possível que somos hoje e não ao que sonhamos que deveríamos ser".
Isso parece implicar o rebaixamento do Mercosul do grau de união aduaneira, que nunca foi, ao grau de união de livre-comércio, que também nunca foi. Essa revisão ao menos liberaria seus membros para acordos comerciais fora do bloco, que uma união aduaneira não permite.
A questão de fundo consiste em saber o quanto o restabelecimento da verdade institucional sugerido por Mujica interessaria aos principais membros do Mercosul, especialmente à Argentina, que mais está tirando proveito dos seguidos desrespeitos aos contratos.

Do ponto de vista do Brasil, esta não é apenas uma questão de governo. Embora reclamem episodicamente das travas comerciais arbitrárias impostas pela Argentina, os empresários brasileiros representados na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e na Confederação Nacional da Indústria (CNI) nunca defenderam uma plataforma firme de revisão do Mercosul. Ao contrário, parecem conformados à atual atitude do governo brasileiro de aceitar bovinamente os desrespeitos dos hermanos e esperar pela sempre improvável recuperação de sua economia. Isso parece indicar que os problemas precisam piorar muito para que se crie disposição para mudanças mais profundas.

Eleicoes 2014: a politica externa de Aecio Neves - Rubens Barbosa


A política externa e as eleições

As convenções partidárias que confirmarão os candidatos a presidente da República serão realizadas em junho, pouco antes da Copa do Mundo. A partir de agosto, todas as atenções estarão voltadas para as eleições. Haverá pouco tempo para um efetivo debate sobre os temas maiores que afetarão a economia, políticas sociais, meio ambiente e políticas externa e de comércio exterior no próximo governo, a partir de 2015.
Por isso, parece oportuno que alguns temas comecem a ser discutidos para influir nos programas dos futuros candidatos. Um dos temas que mais suscitaram controvérsia nos últimos 12 anos foi o da formulação e execução da política externa e a condução do Itamaraty, que era considerada uma das instituições de excelência na vida pública brasileira.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato provável da oposição em outubro, foi o primeiro a apresentar suas ideias sobre áreas que considera prioritárias para discussão durante a campanha eleitoral. Dentre os temas ressaltados em sua cartilha e que se espera sejam desdobrados em propostas concretas para consideração da sociedade brasileira, está o papel do Itamaraty, os desdobramentos da política externa e suas implicações para a política de comércio exterior. Como reintegrar o Brasil no mundo e aumentar sua credibilidade e projeção externa são os desafios.
Segundo Aécio Neves, “o viés ideológico imposto à nossa política externa nos últimos anos está isolando o Brasil do mundo. Demos as costas para importantes nações democráticas e abraçamos regimes de clara inclinação totalitária, em flagrante contraste com as melhores tradições da nossa diplomacia. Com visão de futuro, o compromisso é conquistar um lugar privilegiado para o Brasil no mundo. É necessário abandonar a política externa de alinhamento ideológico adotada nos últimos anos e resgatar a tradição de competência e a atuação independente da diplomacia brasileira. O Itamaraty deve servir ao Brasil e defender o interesse nacional, acima de todo e qualquer interesse partidário. Nossa diplomacia deve, também, recuperar no exterior os compromissos que defendemos internamente, como o repúdio às tiranias, o direito à paz, a solidariedade internacional em defesa da democracia, o respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente”.
Um dos temas que mais suscitaram controvérsia nos últimos 12 anos foi o da formulação e execução da política externa e a condução do Itamaraty
A cartilha ressalta ainda que “a partidarização da política externa tem consequências severas na política de comércio exterior: acentua o isolamento, ao invés de ampliar a integração; produz atritos, em lugar de cooperação produtiva; empobrece nossa pauta de comércio, ao invés de dinamizar trocas e oportunidades. As decisões equivocadas de política externa fizeram com que, nos últimos anos, o Brasil não negociasse acordos com as principais economias e os principais blocos, de forma a dinamizar nossas relações de comércio. A integração regional está se desfazendo e o Brasil continua a reboque dos acontecimentos. Deixamos de abrir mercados para os produtos brasileiros e de ampliar a modernização da estrutura produtiva interna, pela falta de acesso à inovação e à tecnologia de ponta”.
“Especificamente em relação ao Mercosul, o bloco precisa voltar a ser o que era quando da sua concepção: uma área voltada à liberalização do comércio e à abertura de mercados. O Brasil deve assumir a efetiva liderança regional e propor as mudanças que se fazem necessárias para o crescimento do nosso comércio internacional e o desenvolvimento de nossa economia. A negociação de um acordo abrangente e equilibrado entre Mercosul e União Europeia deve ser concluída, mesmo que, para tanto, o Brasil avance mais rapidamente que outros membros do bloco, para deles não ficar refém. O Brasil precisa voltar a integrar-se num mundo em que, cada vez mais, as relações são interdependentes. Nossas empresas produzem com qualidade, mas com cada vez menos competitividade, dados os altos custos internos. É preciso criar condições para ajudá-las a se integrar nas cadeias produtivas globais, por meio de profunda melhoria, racionalização e simplificação do ambiente econômico interno”.
A cartilha, em três parágrafos, lança o debate envolvendo questões que interessam aos empresários, aos trabalhadores e à sociedade em geral. O principal objetivo é a recuperação do prestígio do Itamaraty e de sua centralidade no processo decisório interno. O trabalho da Chancelaria deveria ter como meta apenas o interesse nacional, acima de plataformas de partidos políticos. Entre outros temas, caberia discutir como aperfeiçoar sua gestão para evitar situações equivocadas e para responder aos desafios atuais; como voltar a projetar o Brasil no mundo por meio de políticas sem preconceitos ideológicos; como ampliar o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos e a integração regional, hoje os maiores problemas da política externa; como voltar a dar prioridade às relações com os países desenvolvidos de onde poderá vir a cooperação para a inovação e tecnologia; como reexaminar a estratégia de negociação comercial externa, paralisada pelo isolamento do Brasil, que em 12 anos negociou apenas três acordos de livre-comércio; como aprofundar os acordos de comércio com Peru, Colômbia e México; como iniciar conversações tendentes a associar o Brasil aos acordos regionais e bilaterais com países desenvolvidos para integrar as empresas nacionais nas cadeias produtivas globais; como completar a negociação com a União Europeia, que se arrasta há mais de 12 anos; como aperfeiçoar o processo decisório interno para fortalecer a Câmara de Comércio Exterior (Camex) e dar mais relevância e apoio ao setor externo, que só conseguiu apresentar superávit em 2013 em razão de manobras petroleiras contábeis.
Esses são alguns dos temas que o futuro governo deverá enfrentar e que em boa hora começamos a debater.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 14/01/2013




SOBRE RUBENS BARBOSA


Rubens Barbosa

Rubens Antônio Barbosa foi embaixador do Brasil em Washington (1999-2004). É presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp. Barbosa é articulista dos jornais “O Estado de São Paulo” e “O Globo”, e editor chefe da revista “Interesse Nacional”. É autor dos livros “Panorama Visto de Londres”, sobre política externa e econômica; “Integração Econômica da América Latina” e “The Mercosur Codes”. É mestre pela Escola Superior de Ciências Econômicas e Políticas de Londres. Foi secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e representante permanente do Brasil junto à Associação Latino-Americana de Integração (ALADI).

Lider politico que promete estabilidade cambial so pode ser maluco...Adivinhem onde?

Pois é, só podia ser lá...
Paulo Roberto de Almeida 

Maduro congela dólar em 2014 e 'por muito mais tempo'

Presidente declarou que moeda americana segue cotada nos irreais 6,30 bolívares, sem previsão de desvalorização, apesar da inflação e do déficit fiscal

Nicolás Maduro na Assembleia Nacional venezuelana, durante discurso sobre seu primeiro ano de gestão
Nicolás Maduro na Assembleia Nacional venezuelana, durante discurso sobre seu primeiro ano de gestão ( Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira que o dólar permanecerá cotado a 6,30 bolívares "durante todo o ano" de 2014, apesar do péssimo cenário econômico na Venezuela, marcado pela alta inflação, falta de produtos de primeira necessidade e pesado déficit fiscal. Analistas internacionais esperavam uma desvalorização do bolívar por Maduro nos próximos meses, já que a medida ajudaria o Estado a ganhar mais em moeda local quando converter os dólares da venda de petróleo. 
Leia também:
Venezuela: falta papel higiênico, mas salário mínimo sobe 10%


"Vamos manter o dólar a 6,30 durante todo este ano e por muito mais tempo", disse Maduro na Assembleia Nacional, durante o discurso de balanço anual de sua gestão. "A Venezuela tem os recursos em divisas suficientes para manter (o bolívar) a 6,30, mas vamos aplicar sistemas complementares, que foram criados com o objetivo de derrotar o chamado dólar paralelo, que faz parte dos mecanismos perversos para perturbar nossa economia".

Desde 2003, a Venezuela aplica um duro controle cambial, com o dólar cotado a 6,30 bolívares – no câmbio paralelo, a moeda é negociada a um valor até oito vezes superior. O órgão de controle cambial, a Comissão de Administração de Divisas (Cadivi), foi nesta quarta-feira extinto por Maduro, que transferiu suas funções para o recém criado Centro Nacional de Comércio Exterior. 
Segundo Maduro, o Centro Nacional de Comércio Exterior "reestruturará todos os mecanismos de acesso a divisas" e fortalecerá o Sistema Complementar de Administração de Divisas (Sicad), criado ano passado, com o qual o governo realiza leilões semanais de 100 milhões de dólares a uma taxa de 11,30 bolívares. Apenas importadores e turistas, porém, podem participar destes leilões. 
O livre acesso à compra e venda de divisas está proibido desde 2003 na Venezuela, quando entrou em vigor o atual sistema de controle do câmbio. Pessoas físicas e jurídicas precisam realizar seus pedidos por meio de mecanismos burocáticos e somente no câmbio oficial, de 6,30 bolívares por dólar. 
Mudança – O duplo sistema criado ano passado deve sofrer uma leve mudança em breve. O presidente anunciou também que na próxima semana vai modificar "de forma substancial" a Lei de Ilícitos Cambiais, que regulamenta os crimes associados ao manejo ilegal de divisas no país, para que o setor privado possa oferecer dólares através do Estado.
"Vou fazer uma modificação substancial da lei contra os ilícitos cambiais para permitir que os setores privados possam ofertar divisas nos mecanismos dos sistemas complementares de oferta de divisas, coisa que já estamos implementando no (dólar) turismo", disse. Não está claro, no entanto, se empresas e pessoas físicas poderão participar dos leilões cambiais.  
Lucro limitado – Maduro afirmou ainda que sancionará a lei que estabelece o máximo de 30% de lucro para o comércio e punições mais severas contra comerciantes que pratiquem preços excessivos. Desde o final do ano passado, seu governo iniciou uma "guerra econômica" contra setores acusados de "especulação financeira". Grandes redes de varejo sofream  inspeções e algumas chegaram a ser forçadas a realizar saldões.

País com as maiores reservas petroleiras do planeta, a Venezuela atravessa uma severa crise econômica, com uma inflação que em 2013 atingiu 56,2%, um déficit fiscal de entre 15% e 18% do PIB e escassez de produtos básicos, entre outros problemas. Maduro acusa setores ligados à oposição venezuelana e conservadores dos Estados Unidos e Colômbia de promover uma "guerra econômica" contra seu governo.

Venezuela: a herança maldita de Chávez 

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor, Nicolás Maduro. Confira:

Salario minimo provoca desemprego e reduz a produtividade - Mises and Cato Institutes

Muita gente, não só aqui, mas em geral no Brasil, acha qualquer proposta de eliminar o salário mínimo uma crueldade inominável contra os trabalhadores, apenas porque essas pessoas não pensaram naquilo que Bastiat chamava do elemento escondido na economia, o que não se vê.
As pessoas acham bonito, necessário e positivo um aumento do salário mínimo e podem apontar como um trabalhador ganhando salário mínimo fica mais satisfeito quando este é aumentado, preferencialmente acima da inflação.
O que essas pessoas não veem é a corrosão inflacionária desse salário quando ele não corresponde a aumentos proporcionais ou maiores de produtividade do trabalho, e todas as outras pessoas que PODERIAM estar empregadas, não fosse por um salário mínimo muito acima do que podem pagar, por exemplo, pequenas ou micro empresas e famílias individuais.
Esses aspectos são abordados nesta matéria do Mises Institute, que também fala de um outro efeito negativo, seu impacto prejudicial ao aumento da produtividade.
Paulo Roberto de Almeida


Mises Instituto, January 16, 2014

Of the various flavors of government interventionism in our lives, the minimum wage is perhaps the most welcomed. It appeals not only to our innate sense of “fairness” but also to our self-interest. Its allure may erroneously lead us to the conclusion that because “it is popular,” ergo “it is right.”
The more astute proponents of the minimum wage, however, immediately point to the obvious; namely, that an extreme minimum wage ($1,000 per hour) would be unequivocally detrimental. However, the proponents quickly turn to dismissing this fear by asserting that, empirically, no such job loss occurs when the minimum wage is slowly raised. This is akin to arguing that although fire can boil water, a small fire won’t heat it up. The support for this assertion is the oft-cited 1994 study by Card and Krueger[1] showing a positive correlation between an increased minimum wage and employment in New Jersey. Many others have thoroughly debunked this study and it is significant that the original authors eventually retracted their claims.[2]

Youth and Entry-Level Unemployment
The problem with such “studies” that purport to demonstrate only positive and no negative effects from a rising minimum wage is that it is quite easy to count individuals whose pay went up. What is more challenging, if not impossible, is to count the people that would have been hired but were not. Likewise, offsetting reductions in non-monetary compensation will not show up in a monetarily-focused analysis.

However, empirical economic data is not entirely useless. Such data is more suited to qualitative rather than quantitative predictions (who is affected rather than how much they are affected). For example, basic economics predicts that a minimum wage will necessarily increase unemployment among those with the least experience. Indeed, if we look at the empirical evidence we see exactly that. Looking at the data from the Bureau of Labor Statistics we find that the unemployment rate (June 2013) among 16-19 year olds is 24 percent and among 20-24 year olds it is 14 percent.[3] These values far exceed the unemployment rate (6 percent) of those workers with sufficient experience and skills to make them largely immune to minimum wage pay scales, namely 25-54 year olds. People whose productive value is less than the minimum wage are de facto unemployable. They are denied the opportunity to gain experience and skills, and their exclusion from the job market is a net loss to society.
The minimum wage is just another weapon in the arsenal of the misguided progressive trying to “help” the poor. Their mistake in wielding this weapon is in presuming all workers are similarly situated; i.e., that the vast majority of hourly employees earn minimum wage and that they are uniformly composed of heads of households. In fact the opposite is true. Only 2.1 percent of hourly employees earn minimum wage and of that number over half (55 percent) are 16-24 years old.[4]

How Welfare Brings Down the Asking Wage
So, we know that a sizable number of minimum-wage earners are not in need of a wage that can support a household. But what of the minimum-wage earners who are? We are told repeatedly that minimum wage is not a living wage, so why are not more minimum wage earners simply starving to death? In reality workers earn two wages: one from their employer and one from the state. For example, someone making the current full-time minimum wage earns $15,000 per year, but they are also eligible for additional government benefits that bring their total remuneration to approximately $35,000 per year if they are childless, or up to $52,000 year if they have children.[5] In fact, earning more does not necessarily help one wean himself off this state sponsored support. As wages rise assistance can often decline so precipitously that even earning $1 more can mean a loss of thousands of dollars in aid. This creates a disincentive for the worker to improve and earn more; the perverse incentive here is that we are rewarding the very thing we are trying to eliminate (low wages). These wage subsidies serve only to pervert the normal incentives present in an exchange between employer and employee. Both the employer and the employee are aware of the subsidies, so each is willing to offer less and accept less rather than demand more and offer more.
At first blush one might conclude the employer is making out like a bandit. But there is no free lunch — the subsidies have to come from somewhere. Taxes fund these subsidies. So the employer is not necessarily paying less if its taxes fund the very subsidies its employees are receiving. In fact many employers pay more on net. All employers pay taxes, but only some receive the benefit of subsidized wages. This is a net redistribution from one class of company to another. In essence we are forcing high wage companies to pay low wage companies to keep their wages low.

The Minimum Wage Reduces Worker Productivity
So considering that it is established that minimum wage laws and other forms of wage subsidization are detrimental to the stated goal of improving conditions for those regarded as poor, we must address the question perennially proffered by those who believe one’s salvation can only come via the state: “If not the minimum wage, what then can increase wages?” To answer this question we must understand there are only two possible routes to improving our wages/standard of living. The first method is the unethical route of using force (government) to extract what we want.
The second method, however, is what every rational person would be left with were there no state influence corrupting the incentives that drive their decision-making: improve or augment one’s skills so that they align with those skills currently in greater demand.
Self-improvement through education and/or work experience is the answer to the question: how do I earn more? Government sponsored interference in the market that results in fewer people gaining experience can only serve to frustrate one’s ability to engage in self-improvement. Elimination of the minimum wage is a necessary, although insufficient, first step to improving the economic value of the inexperienced or unskilled.

Note: The views expressed in Daily Articles on Mises.org are not necessarily those of the Mises Institute.


Cato Scholars on the Minimum Wage Debate

The U.S. is once again embroiled in a tumultuous debate about the minimum wage. News of strikes and protests by fast food workers have brought the issue to the forefront of national discussion. Seventy-five economists, including seven Nobel winners, have signed a letter advocating an increase in the minimum wage. Thirteen states are increasing their minimum wages this year. Many Democrats believe raising the national minimum wage is a winning campaign issue for November.

But, is raising the minimum wage actually good for the country, its economy, and its people, especially the most disadvantaged among us?

"There’s no doubt that raising the minimum wage would reduce employment and slow economic growth. Worse, government wage-setting is immoral," says Cato senior fellow Doug Bandow. "The cost of higher wages will be borne in varying degrees by customers, workers, and investors... Most vulnerable are workers with the least education, experience, and skills, who tend to be young and minorities."

Want to weigh into the debate? Join the conversation on Twitter using #CatoMinWage.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...