sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Tangos e tragedias 2: argentinos so podem comprar duas vezes ao ano online no exterior

De vez em quando eu leio uma manchete sobre  a Argentina, penso que é uma brincadeira, vou ler e vejo que não é. É de verdade.
Seria a Argentina o país da piada pronta?
Talvez...
Paulo Roberto de Almeida 
LÍGIA MESQUITA
FOLHA DE SÃO PAULO, 23/01/2014
O governo argentino anunciou uma nova medida para conter as importações via lojas on-line. Agora, os argentinos poderão realizar apenas duas compras virtuais por ano em sites de fora do país.

A resolução foi publicada no "Diário Oficial" um dia depois de a Afip, a Receita do país, informar outras regras que restringem a aquisição de produtos em sites do exterior.

O argentino que gastar mais de US$ 25 em compras on-line terá de preencher uma declaração juramentada para o fisco e pagar 50% do valor do produto em impostos.



No Twitter, a restrição foi chamada de "corralito" da web, em alusão ao congelamento dos depósitos bancários que entrou em vigor no fim de 2001.

O chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, defendeu a resolução.

"Se queremos que haja indústria na Argentina, temos que ser capazes de defender o nosso", disse.

A medida é mais uma tentativa do governo de evitar a fuga de divisas do país.

Em dezembro, a Casa Rosada já havia aumentado de 20% para 35% a alíquota do imposto para transações financeiras de pessoas físicas no exterior, passagens e pacotes de viagens.

O produtor musical J.F., 31, que pediu que não fosse identificado, compra discos e livros em sites como Amazon e eBay. Agora vai pensar antes de adquirir algo.

"Querem apagar um incêndio com um copo d'água. Mais uma vez vão prejudicar as pessoas com menos dinheiro", afirmou.

PESO DESVALORIZA

E ontem o peso argentino teve sua maior desvalorização em 11 anos. Com o dólar paralelo, que é comercializado em casas de câmbio não oficiais, atingindo a cotação de 12,15 pesos, o dólar oficial passou a 7,14 pesos.

Em maio de 2013, a presidente Cristina Kirchner havia dito que as pessoas que queriam ganhar dinheiro à custa de uma desvalorização da moeda teriam que esperar "por outro governo", já que quem pagaria por isso seria o povo. De lá pra cá, o peso já desvalorizou 36,5%. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Tangos e tragedias cambiais (quiza solo tragedias)

El peso argentino se derrumba
El peso argentino está sufriendo hoy un descalabro del 13% con relación al valor de dólar. Si el miércoles la cotización se contrajo un 1,15% (cada dólar se cambiaba por 6,96 pesos), hoy la caída resulta abrupta, la mayor desde 2002: para lograr el mismo billete verde hacen falta 8,00 pesos.
El jefe de Gabinete del Gobierno argentino, Jorge Capitanich, negó hoy que el Ejecutivo esté detrás de la brusca devaluación del peso. "No ha sido una devaluación inducida por el Estado, sino la libre oferta de demanda la que se expresó ayer en el mercado", subrayó Capitanich durante una rueda de prensa.
Sin embargo, economistas y medios especializados atribuyeron la abrupta devaluación del peso a unintento gubernamental de actualizar el tipo de cambio, que se encuentra retrasado respecto al valor de mercado, lo que perjudica las reservas internacionales, en su nivel más bajo desde 2006.
El Banco Central argentino había ratificado a comienzos de año que para 2014 mantendría la estrategia de "flotación administrada del tipo de cambio", lo que en principio habría descartado actualizaciones bruscas del tipo de cambio.
El aumento del precio del dólar oficial se sumó a la escalada que desde principios de enero protagoniza la divisa también en el mercado negro, donde ayer marcó un récord al situarse en 12,15 pesos por unidad, con lo que acumula una apreciación del 21,5 % en lo que va de año. En 2010 el Gobierno de Cristina Fernández restringió la compra de dólares en un intento de frenar la fuga de divisas, lo que hizo florecer el mercado ilegal de moneda extranjera. Los controles sobre las divisas se fueron endureciendo progresivamente hasta que sólo los argentinos que demuestran que viajarán al exterior pueden conseguir autorización de Hacienda para acceder a moneda extranjera, pero con un recargo adicional.

Davos: um discurso surpreendente (e como...)

Meus caros capitalistas de Davos

Rascunho de um (possível) discurso no Fórum Econômico Mundial de 2014
Permitam-me que eu os chame desse modo: capitalistas de Davos. Afinal de contas, vocês viajam para cá todos os anos para melhor administrar os seus negócios, não é mesmo? Pelo que me disseram, aqui é o lugar onde a concentração de capitalistas por centímetros quadrados é a maior do mundo. Dizem até que, se houver uma catástrofe, um ataque terrorista – eu, obviamente, rezo para Nossa Senhora para que nada disso aconteça – desaparecerá com vocês mais ou menos 20 por cento do PIB do planeta. Será verdade? Não sei. Vocês, que dispõem de excelentes economistas, que calculem isso; os meus economistas estão muito ocupados neste momento fazendo cálculos para eu começar uma nova política econômica.
Pois bem, é sobre isto que eu vim lhes falar neste dia. Desculpem se eu não apareci antes, mas é que o pessoal do Fórum Social Mundial vivia me torrando a paciência para ir falar para eles as coisas que eles gostam. Cansei! Os antiglobalizadores não têm nada de útil a propor, nem para o mundo, muito menos para o meu governo. Então, eu disse para mim: vamos lá, debater com aqueles capitalistas, ouvir o que eles têm a dizer e dizer-lhes umas coisas novas.
As minhas são estas: durante certo tempo – eu colocaria aí uns 20 ou 30 anos – acreditei num conjunto de receitas de crescimento propostas pelos keynesianos de botequim de lá onde eu fiz o meu curso de economia. Saí de lá convencida que tudo estava resolvido, e que o ponto essencial era sustentar a demanda agregada, estimular o consumo das massas, enfim, inverter a tal de lei de Say, como receitava o nosso guru maior, não o Marx, mas o Keynes. A gente sabe que o Marx não serve muito para administrar uma economia complexa, não é mesmo? Assistimos os países marxistas dando dois suspiros e depois, pluf!, sumiram. Eu também tive essas ilusões, mas já passou. Depois, passei a apostar nas receitas daquele inglês. E assim foi feito, nos últimos três anos. Só que na hora de comer a omelete, só tinha ovos quebrados; não tivemos nem mesmo um modesto crescimento de 3%. Dá para continuar assim? Não dá!
Então, resolvi aposentar essas ideias e vim dizer a vocês que, daqui para a frente, tudo vai ser diferente. Chega de receitas do Chávez, da Cristina, dos meus amigos da UniCamp; a palavra de ordem agora é produtividade, competitividade, essas coisas que vocês estão sempre falando. Vou fazer uma nova política econômica, a nossa NEP, com a diferença que não vai ser preciso nenhum Stalin para implantar o novo modelo. Parte do pessoal vai reclamar um pouco, mas eu sei tratar com eles, com jeito e persuasão.
Vou começar dizendo a eles uma coisa muito simples: se o governo não precisar de mais dinheiro do que já arrecada, o Banco Central não vai precisar aumentar os juros, certo? Mais ainda: se com esse dinheiro ainda der para pagar todos os juros da dívida, melhor ainda. Vou determinar que superávit primário não seja mais primário, mas sim final. O governo agora só gasta o que tem, inclusive com os juros da dívida.
Capitalistas do mundo: vocês não têm nada a perder, venham ao Brasil, agora!
Outra coisa: eu também acho um absurdo o preço dos carros no Brasil. As nossas montadoras têm de fazer como as de vocês, espalhadas pelo mundo: comprar peças e acessórios onde for mais barato, o que vale dizer que as nossas, que aliás são todas de vocês, vão ter de se integrar às suas fábricas espalhadas pelo mundo. Acho que vai ser o começo do fim dessa indústria infante que já tem mais de cinquenta anos e que nunca quis deixar a mamadeira do governo. Pois para mim, chega!
Mais ainda: acho um absurdo o preço das passagens aéreas, o pessoal da Copa está reclamando, e aí descobri que nós vivemos em duopólio. A partir de agora vou declarar a política de céus abertos no Brasil: aceitaremos todas as companhias, e já estou mandando privatizar todos os nossos aeroportos. A Infraero nunca funcionou direito: ainda há pouco uma menina se machucou no Rio, por falta de inspeção dessa geringonça que só sabe cobrar e não investe quase nada.
Vocês estão cansados de saber que nossas estradas são ruins, que as tarifas telefônicas são absurdamente caras e que as comunicações são lentas. Vou determinar abertura total, quanto mais concorrência melhor. Preparem-se, pois os mercados do Brasil vão estar totalmente abertos em menos de um ano. Cansei de ouvir reclamações, e isso não tem nada a ver com os 40% que cobramos de impostos, pois o pessoal nem sabe disso, mas sim com o fato de que as companhias estão mal acostumadas. Vou abrir outros setores cartelizados, vocês vão ver.
Sim, o Mercosul: parece que até os capitalistas de São Paulo, que já ganharam muito com o Mercosul, cansaram de vez, e acho que eles têm razão: vamos falar olho no olho com os nossos hermanos e dizer o seguinte: ou a gente abre, e se integra ao mundo, ou não tem mais sentido ficar fazendo todas essas reuniões, só para ouvir mais reclamações a cada vez. Os colegas uruguaios têm razão, mas não é por causa da maconha, e sim quando eles querem fazer acordos com quem tem mercado para oferecer. Não dá mais para se esconder como o avestruz. O Mercosul tem de voltar a ser o que ele já foi.
Vou mais longe: estou saindo daqui para Havana e Caracas. Vou dizer ao Raul e ao Maduro que as coisas que eles estão fazendo simplesmente não se sustentam: não tem lógica econômica no que eles querem; eles precisam mudar, pois quem vai pagar a conta, mais uma vez, é o povo.
Pois é isso, meus capitalistas de Davos: eu quero dizer a vocês que o Brasil está aberto aos negócios; eu sei que às vezes é difícil, para quem vem de fora. Vou mudar isso: vou criar um ministério da desburocratização. Capitalistas do mundo: vocês não têm nada a perder, venham ao Brasil, agora!

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Eleicoes 2014: Politica externa e Programa de governo - Marcelo de Paiva Abreu

Meu interesse nacional, seu interesse nacional

Marcelo de Paiva Abreu*

O Estado de São Paulo, quarta-feira, 22.1.2014

O senador Aécio Neves deu a partida na definição de seu futuro programa de governo com o documento Para mudar de verdade o Brasil. Confiança. Cidadania. Prosperidade. Suas ideias quanto à economia brasileira se limitam, a esta altura da partida, ao diagnóstico dos muitos equívocos do atual governo e de incitações à mudança, sem grandes propostas quanto a correções de rumos.
O documento concentra a atenção na falta de transparência de políticas públicas, na perda de competitividade da indústria e no isolamento do Brasil em relação ao resto do mundo, com nova política externa que preserve adequadamente o "interesse nacional, acima de todo e qualquer interesse partidário".
A perda de competitividade das exportações brasileiras merece ocupar posição central nas preocupações do candidato. As carteiras de empréstimos e transferências a fundo perdido dos órgãos públicos devem ser transparentes e refletir ênfase absoluta em inovação. A condução de políticas industriais, de inovação e correlatas deve ser centralizada e coordenada com a política de comércio exterior, abandonando-se o modelo atual de "colcha de retalhos".
Que o isolamento do Brasil em relação à economia mundial se deve à "partidarização" da política externa e suas implicações sobre a política econômica externa é sabido. Mas é preciso meditar sobre as razões que explicam a imposição de um claro viés ideológico à política externa brasileira desde 2003. O sucesso da triangulação Garcia-Amorim-Guimarães na imposição desse viés sugere grande fragilidade institucional do Itamaraty quanto a qualquer ambição de ter influência efetiva na formulação da política externa.
O PT, vitorioso nas eleições desde 2002, naturalmente pretendeu implementar suas ideias sobre política externa. O que talvez tenha surpreendido tenha sido a débâcle das correntes críticas do viés ideológico aplicado à política externa. É claro que a capacidade de resistência a pressões do Planalto sempre será modesta, mas a diplomacia brasileira terá dificuldades em manter a reputação de excelência se abdicar de sua influência na formulação da política externa. Que há algum espaço de manobra, mesmo em condições adversas, é sugerido pelo contraste entre as gestões Figueiredo e Patriota no passado recente.
É necessário que se pense um formato institucional alternativo capaz de atenuar a amplitude das flutuações da política externa de acordo com o governo do dia. Talvez um conselho efetivamente representativo das diferentes correntes de opinião, inclusive com representação da sociedade civil. Mas que se afaste do modelo petista de assegurar representação aos que pensam igual ou aos que dependem da cornucópia de benesses distribuídas pelo governo. Isso, é claro, repugnará o Itamaraty, cioso de suas atribuições nominais que se vão mostrando obsoletas, mas, pelo andar da carruagem, talvez seja melhor aceitar o formato e abandonar o papel de simples executor de instruções de assessores presidenciais.
A afirmação de que o Itamaraty deve defender o interesse nacional é trivial. Os responsáveis pela política externa petista dirão que defenderam o interesse nacional.
O problema é como definir interesse nacional. Fora os temas não controversos, em geral associados à defesa da soberania, interesse nacional resulta da interação de interesses setoriais. Cabe ao governo assegurar que a assimetria entre diferentes atores não resulte em definição deformada do que seja interesse nacional. O governo brasileiro tem sido tradicionalmente ineficaz na intermediação requerida por razoável definição do que seja interesse nacional. É uma distorção a corrigir.
O Brasil, hoje mergulhado na mediocridade e satisfeito, está precisando de uma sacudidela política. Alternância política é bom, mas um bom programa de governo seria muito melhor. Esperemos.
*Marcelo de Paiva Abreu é doutor em economia pela Universidade de Cambridge e professor titular no departamento de economia da PUC-RIO.

Sucesso extraordinario do fracasso total do FSM de Porto Alegre: alternativos desapareceram

Gentes: os altermundialistas estão precisando de ajuda.
Vcs poderiam pelo menos ir dormir naquelas cadeiras confortáveis...
Paulo Roberto de Almeida 

Fórum Social Temático engordado com fartas verbas públicas abre com total fracasso de público

Tinha mais gente na mesa do que na platéia. E foi para isto que o prefeito José Fortunati entregou R$ 1 milhão, sem exigir sequer prestação de contas do dinheiro doado. Tarso e Dilma também encheram os cofres do FST, que só saiu porque se alimenta com os impostos dos contribuintes gaúchos.


Apesar de todo o dinheiro despejado pelos governos municipais de Porto Alegre e Canoas, mais governo estadual e governo federal, o primeiro dia do chamado Fórum Social Temático foi um fracasso completo, como se vê na foto de bruno Alencastro, Agência RBS, aí ao lado, conforme publicado pelo site www.zerohora.com.br Integrantes de movimentos sociais de quatro países estiveram reunidos nesta quarta-feira, em Porto Alegre, para debater a crise capitalista e a agenda pós-2015. A conferência de largada do Fórum Social Temático na Capital contou com a participação de representantes do Chile, França e Egito, além do Brasil, e um público reduzido.

. O prefeito José Fortunati mandou dar R$ 1 milhão para o evento, mas nem esperou para participasr do convescote da esquerda global.



. As manifestações no país em 2013 também foram abordadas no primeiro dia de atividades do Fórum Social Temático em Porto Alegre.

Elite corrupta do Partido Comunista Chinês tenta esconder informações sobre os roubos... - NYT

Parece que o Big Brother chinês bloqueou todos os acessos a todos os sites estrangeiros que estavam trazendo estas matérias altamente incômodas para os mandarins corruptos do poder.
Ditaduras são sempre estúpidas, achando que vão poder bloquear eternamente as verdades, seja pela censura, seja pela repressão dos que transmitem informações desconfortáveis para os donos do poder.
A verdade sempre acaba ultrapassando as piores barreiras das ditaduras.
Paulo Roberto de Almeida

ASIA PACIFIC

Report Says China’s Elite Use Offshore Companies

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Dez mandamentos dos livros - Afonso Borges

Recebo, do meu amigo Afonso Borges, este aviso, que suponho deva interessar e divertir todos os amigos de livros, como eu mesmo.
Vou tentar seguir alguns dos mandamentos (não sou religioso, e portanto não santifico nada, a não ser os bons livros, talvez(=), mas na verdade eu já sigo várias deles.
Confesso, aliás, que já perdi vários livros com criminosos de alta estirpe, que nunca me devolveram livros que eu generosamente sempre fiz questão de partilhar com amigos, alunos, etc.

Sinto falta de uma regra para as bibliotecas pessoais (e trocaria pela coisa santificada, já que sou irreligioso), pois a minha biblioteca (aliás espalhada) é uma barafunda total, e já me ocorreu de ir buscar livros que eu sabia que tinha em bibliotecas ou comprar um outro exemplar simplesmente por não achar nas minhas estantes que estão em várias camadas geológicas e outras escondidas, por não ter mais onde colocar. 
Minha kit em Brasília ficou atulhada de livros e o apartamento aqui nos EUA já está começando a ficar cheio, e eu estou me contendo (compro livros só depois de passado algum tempo do lançamento, lendo o essencial nas livrarias, e depois comprando mais barato na Abebooks.com).
Enfim, seguem os bons mandamentos do Afonso Borges.
Paulo Roberto de Almeida 

Queridos amigos e amigos, 
Enquanto fevereiro não chega, com os lançamentos e debates, curtam nossa página no Facebook, onde estamos desenvolvendo um trabalho de posts de incentivo ao hábito da leitura. Vejo vocês lá: https://www.facebook.com/SempreUmPapo
Afonso Borges




Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...