sábado, 15 de fevereiro de 2014

Quem com cubano fere, com cubano... (2): sobressaltos da Odebrecht USA

Porto de Mariel pode levar a Odebrecht USA a perder US$ 80 bilhões em Miami

Ucho.info, 5 de Fevereiro de 2014
gilberto_neves_01Pela culatra – Apareceu a primeira vítima da aventura cubana do governo petista de Dilma Rousseff. Em longa matéria publicada no “The Miami Herald”, a jornalista Mimi Whitefield (Twitter @HeraldMimi) relata o atual vexame enfrentado pela empreiteira Odebrecht USA por causa da inexplicável aliança do grupo com a ditadura cubana dos irmãos Castro.
Em suma, a matéria é um lamento da perda do perfil “low profile” da companhia que tem ligações históricas com o anticastrismo. Foi o finado Jorge Mas Canosa — fundador da Cuban American National Foundation — quem introduziu e abriu as portas da Flórida para a Odebrecht desde agosto de 1990. Mostra também que o grupo agora enfrenta a fúria anticastrista, um lobby para lá de poderoso.
Mimi Whitefield comenta a perplexidade do presidente-executivo da Odebrecht USA, Gilberto Neves, que trabalha na companhia desde 1983, sem explicações sobre o desatino que levou a construtora a se aliar com os franco opositores dos Estados Unidos na América Latina — “It’s mind-boggling what’s going on in Brazil” (Isso leva a pensar sobre o que está acontecendo no Brasil), escreve a jornalista.
A Odebrecht USA tem sede na Flórida, em Coral Gables, com escritórios ainda em Houston e New Orleans. Já construiu muitas obras públicas em Miami, pontes em toda a Flórida, rodovias no Texas, na Califórnia, na Carolina do Sul, na Carolina do Norte, em New Orleans. Além de barragens e estações de tratamento de água.
Um box da matéria destaca a força da subsidiária Braskem America, líder na produção de polipropileno nos Estados Unidos, com 36 unidades industriais no país, Brasil e Alemanha.
Portfólio respeitável
Whitefield listou os projetos da Odebrecht em andamento na Flórida: terminal norte do Miami International Airport; reforma de um cais no Porto de Miami — obra que exigiu a transferência de 185 corais; pista sul no Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale-Hollywood. O texto também afirma que a Odebrecht USA moldou a face de Miami e que é um nome presente nos canteiros de obras por todo o sul da Florida. Somente no estado da Florida, os contratos públicos abocanhados pela empresa já somam mais de US$ 4 bilhões, desde o primeiro projeto local, o Metromover (1991), que risca o skyline do centro da acolhedora e ensolarada Miami.
A matéria considera a empresa tão enraizada no sul da Florida, que muitos pensam que a Odebrecht é uma empresa local. Fora isso, o texto elogia esse design corporativo — baseado na subcontratação de empresas locais. Na Florida, por exemplo, o grupo compartilhou seu trabalho com mais de 300 pequenas empresas nos últimos 23 anos, distribuindo mais de US$ 800 milhões em subcontratos e gerando mais de 100 mil empregos diretos e indiretos.
miami_aeroporto_01
A Odebrecht USA é estimada por ser um contribuinte rigoroso e também por ajudar instituições de caridade, organizações culturais e escolas no condado de Miami-Dade. Como se vê, e está escrito na matéria, o Condado de Miami-Dade foi o pão (ou o feijão com arroz) da Odebrecht.
Na esteira desse histórico de sucesso nos domínios do Tio Sam, torna-se cada vez mais difícil compreender como uma empresa que venceu nos Estados Unidos resolveu perder-se em Cuba, palco de regime repressivo, destino inóspito em termos de negócios e reduto desprovido de segurança jurídica.
De Salvador para o mundo
De pequena empresa familiar, a Norberto Odebrecht, fundada na capital baiana em 1944, a Odebrecht tornou-se uma força global. É a 13ª maior empreiteira do planeta, com ativos estimados em US$ 59 bilhões 200 mil empregados, atuando em 25 países e cinco continentes; com investimentos que somam US$ 25 bilhões nos próximos três anos. Sem contar os diversificados interesses: petroquímica, açúcar, etanol e bioenergia, geração de energia, água e gás, engenharia ambiental, petróleo e gás, plásticos (desenvolveu uma técnica para fazer o plástico da cana de açúcar), transportes, logística, defesa e tecnologia.
A aliança do Grupo Odebrecht com Cuba colocou a Odebrecht USA na berlinda e já fez o grupo perder um projeto local desenhado pelo próprio grupo: a ampliação do aeroporto de Miami — projeto orçado em US$ 512 milhões, que incluía um avançado complexo empresarial, com restaurantes, lojas de varejo, escritório, hotel, central para convenções, posto de gasolina e uma nova estação de metrô.
A Odebrecht USA administraria esse complexo pelos próximos cinquenta anos. Estima-se que a receita anual com essa administração ficaria acima da cifra de US$ 1,6 bilhão. O contrato estava praticamente fechado, até circular notícia da aliança da matriz com a tirania cubana.
Este é o link do vídeo de apresentação do “Cidade Aeroporto”, projeto que será construído por US $512 milhões. Veja as imagens e compare com o preços das obras públicas no Brasil.
Parceiros indesejáveis
A Odebrecht USA ficou sem resposta por parte dos norte-americanos depois da assinatura de um acordo de dez anos com o governo cubano para, através da produção conjunta, revitalizar a indústria de açúcar na ilha caribenha. Esse contrato também deve mexer com os interesses dos usineiros de cana de açúcar e produtores de etanol no Brasil.
A lógica usada no ataque aos contratos da Odebrecht USA é simples. As empresas que fazem negócios com Cuba nada podem ganhar dos cubano-americanos no mercado livre da Florida.
No vale-tudo que apenas começou, Mario Claver-Carone, conhecido líder anticastrista, acusou a Odebrecht no Miami Herald de “seduzir” os funcionários públicos de Miami por mais de uma década para ganhar contratos.
Os legisladores estaduais da Florida chegaram a aprovar uma lei para atingir a Odebrecht USA, proibindo o estado da Florida de contratar empresas com negócios em Cuba. O braço ianque da Odebrecht conseguiu reverter a decisão estadual no Tribunal Federal em Miami, mas não se livrou do ranço. Pelo contrário, aumentou a reação.
Bernie Navarro, presidente da Latin Builders Association (LBA), mobilizou os 750 membros da associação contra a participação da Odebrecht USA no aeroporto de Miami, exortando a solidariedade ao povo cubano: “Gilberto [Neves] é um bom homem. Sabemos que a decisão de operar com Cuba não foi dele, mas ele trabalha para no grupo. Posso assegurar que o LBA não ajudará a Odebrecht em sua busca contínua pelo aeroporto da cidade. Não podemos permitir que a Odebrecht trafique com nosso sofrimento. Ou faz negócios aqui, ou pode fazer negócios em Cuba. É uma escolha. Não pode ficar nos dois lados.”
A Odebrecht USA tentou organizar um lançamento da joint venture para o aeroporto de Miami, mas a reunião foi esvaziada. A série de reportagens sobre a saga do capítulo ianque da Odebrecht tem três capítulos, sendo que os próximos serão publicados na quinta e sexta-feira (6 e 7).

Primeira Guerra Mundial e o debate de historiadores: quao culpado foi o Imperio Alemao? - Der Spiegel

A Alemanha, país, ou nação, de imensas realizações nos campos da cultura, da ciência, da filosofia, da história, continua a ser uma sociedade torturada por ações e processos vergonhosos em seu passado, nomeadamente a Primeira Guerra Mundial (ainda em debate) e os doze anos de nazismo, que causaram incomensuráveis desastres em toda a Europa e em boa parte do mundo, inclusive no terreno das ideias e motivações, pois pequenos nazistas ainda pululam um pouco em todas as partes proclamando a superioridade de uns sobre outros, e instilando ódio, desprezo, racismo, intolerância, quando não crimes e genocídios.
O genocídio, a despeito de já existir implicitamente antes e sob variadas circunstâncias, tomou uma forma definitiva no século 20, com os massacres nazistas sobre populações indefesas e com o terrível holocausto, que pretendeu eliminar todo um povo, conseguindo matar 5 ou 6 milhões de judeus em várias partes da Europa.
O fato é que os alemães continuam a ser angustiados e torturados por sua terrível história, não de todo o povo alemão, mas de alguns líderes nefastos, nacionalistas e racistas ao extremo, a ponto de provocar catástrofes inacreditáveis, no que foram seguidos sempre pela massa inerme de cidadãos pouco educados, que são sempre em maior número que o pequeno número de ilustrados que tentam se opor aos desastres.
Essa responsabilidade o povo alemão carrega consigo, e seus historiadores deveriam trabalhar sobre ela. Mas parece que alguns pretendem, na verdade, descarregar tamanha responsabilidade, e se eximir de tantas culpas.
O debate continua, como se pode ver pela longa matéria abaixo, que continua nos links finais, não transcritos neste post, mas que valeria conferir.
Paulo Roberto de Almeida

World War I Guilt: 

Culpability Question Divides Historians Today

By Dirk Kurbjuweit
Der Spiegel, February 14, 2014
(The article you are reading originally appeared in German in issue 7/2014 (February 10, 2014) of DER SPIEGEL.)
This year marks the 100th anniversary of the outbreak of World War I and the 75th of the start of World War II. Questions over the degree of German guilt remain contentious among historians, who have been fighting over the issue for years.
In his book "The Blood Intoxication of the Bolsheviks," published in the early 1920s, a certain R. Nilostonsky described a particularly horrific form of torture used in the Russian civil war. A rat was placed into an iron pipe, which was then pressed against the body of a prisoner. When the torturers placed the other end of the pipe against a fire, the panic-stricken rat had only one choice: to eat its way through the prisoner
When Hitler met with his officers on Feb. 1, 1943, after the defeat at Stalingrad, he told them that he suspected some German prisoners were likely to commit treason. "You have to imagine a prisoner being brought to Moscow, and then imagine the 'rat cage.' That prisoner will sign anything."
Historian Ernst Nolte published an essay in the Frankfurter Allgemeine Zeitung newspaper on June 6, 1986. In it, he suggested that Hitler's use of the term "rat cage" meant that the Nazi leader had heard of the Soviet form of torture involving a rat and a pipe. For Nolte, this served as evidence of the fear that Hitler and his men had of the Russians, a fear that could have "prompted" them to commit genocide.
In 1988, historian Hans-Ulrich Wehler published a book in which he devoted an entire chapter to the "rat cage," in an effort to prove that Nolte's theory was wrong.
As much as their debate seemed to revolve around rats, the real issue was culpability. How much guilt has Germany acquired throughout its history? And does the anecdote about Hitler and the Russian rat torture somehow diminish German guilt?
This year will be a historic one, marking three important anniversaries: the 100th anniversary of the eruption of World War I, the 75th anniversary of the start of World War II and the 25th anniversary of the fall of the Berlin Wall. The first two dates have been the source of heated debates among German intellectuals. The Fischer controversy in the early 1960s had to do with assigning blame for the eruption of World War I, while the dispute between historians in the mid-1980s revolved around culpability for the Holocaust. Both debates were informed by the positions in what was then a divided nation, including views on German unification.
History is not just history, but also a part of the present. This is especially true of Germany. The overwhelming history of the 20th century engulfed the country and shaped the consciousness of politically active citizens.
Both debates ended in victory for those who advocated Germany accepting the greatest possible culpability and therefore sought to exclude the possibility of German reunification, fearing that a unified Germany could lead to fatal consequences, perhaps even a third world war. As a result, German consciousness was strongly influenced by this acceptance of guilt for decades to come.
A New Identity for Germans?
In the meantime, new information has come to light on the issues in both debates, which tends to support the losing side. Could this lead to a new national identity for Germans?
The importance of this question underscores the need to revisit the Fischer controversy and the dispute among historians in this historic year. It also focuses our attention, once again, on a controversial concept of the day: revisionism. It was once anathema to one side of the debate, and subsequently to the other. But it's a necessary debate.
A device that has already been relegated to history stands on the desk of Hans-Ulrich Wehler: a typewriter. In a sense, Wehler lives between the Netherlands and Italy, in a white house on the outskirts of the northwestern German city of Bielefeld, near the underground Dutch-Italian natural gas pipeline. For Wehler, living so close to the pipeline means that nothing can be built to spoil his view. When he sits in his office, he looks out at trees and meadows. Behind him are enough books to take an ordinary person an entire life to read, but for Wehler they represent only a small portion of his reading material.
He was a professor at the University of Bielefeld for 25 years. His most important work is a book called "Deutsche Gesellschaftsgeschichte" (German Social History). Wehler, 82, is a slim, cheerful man with a hint of the singsong accent typical of the Rhineland region.
When he was an assistant professor at the University of Cologne in the early 1960s, Wehler attended a colloquium led by Hamburg historian Fritz Fischer. But he was disappointed. He had expected something wild and exciting, but Fischer was a conservative man who "engaged in the conventional history of diplomacy."
Destroying a Comfortable Relationship with the Past
In 1961, Fischer published a book called "Germany's Aims in the First World War." A sentence in Fischer's book led to many changes. For Fischer, the German Reich bore "a substantial share of the historical responsibility for the outbreak of the general war."
The young Wehler was speechless. He had been waiting for a sentence like that.
At the time, West Germany was a country that felt relatively at ease with its past. The "national master narrative," the account of Germany's good past, still existed. The 12 Nazi years were certainly viewed as horrific, but they were also largely repressed at the time. German history prior to the Nazi era was viewed as anything from tolerable to heroic, including the history of World War I. German historians of the early postwar period clung to a word that had been used by former British Prime Minister David Lloyd George: "slid." In George's view, the major powers had slid into the war, which meant that everyone was equally culpable or innocent.
Fischer's theories destroyed this comfortable relationship with the past. He saw a continuity between the war objectives and 1914 and 1939: great conquests with the goal achieving global power. The German Empire became a precursor to the Nazi regime and World War I an overture to World War II. "A mine has been placed against the good conscience of the Germans," SPIEGEL, which agreed with Fischer's ideas, wrote in its review of his book.
For Gerhard Ritter, an important historian at the time, Fischer's book was intolerable. He had served the German Kaiser as a soldier in World War I, and he believed that Fischer's theories were a "national disaster." He was uninterested in revisionist history. The Fischer controversy had begun, a debate that was carried out in newspapers and magazine, and at the 1964 "Historikertag" (Conference of German Historians) in Berlin.
Wehler says he defended Fischer "as much as possible." But he was still too young at the time to be taken seriously as a historian.
The dispute soon became political. In 1964, the German Foreign Ministry tried to prevent Fischer from traveling to the United States to give a series of lectures. In 1965, Franz Josef Strauss, the deputy chairman of the conservative faction in the German parliament, the Bundestag, called upon the government to do everything in its power "to combat and eradicate the habitual, negligent and deliberate distortions of German history and Germany's image today, distortions that are sometimes made with the intention of dissolving the Western community."
Strauss was troubled by the idea of "sole moral responsibility," which was not something Fischer had mentioned but had become a central concept in the dispute. This is often the case in debates, when they become condensed into individual words and sentences, making do with less than complete accuracy in the interest of strengthening an argument.
Carving History into Stone
Fischer's view prevailed. Whether the term being used was "sole responsibility" or a "significant share of the historic responsibility," the national master narrative had been destroyed -- an agreeable outcome for those who dominated the public dialogue starting in the late 1960s, the student revolutionaries who came to be known as the 1968 generation.
In 1972 historian Immanuel Geiss, one of Fischer's students, said: "The overwhelming role played by the German Reich in the outbreak of World War I and the offensive character of Germany's war objectives is no longer a point of controversy, nor is it disputable." It was as if he were carving history into stone.
Geiss knew how to make this final state of the history of World War I politically useful. In his view, the Fischer controversy had produced a new kind of person, "the German who had become insightful." From the 1972 perspective, Geiss had developed instructions for this person. The first and second world wars, he said, had resulted in "the need to make do with the status of lesser powers in Europe," as well as the "final liquidation of all patriotic dreams of a German Reich." He was referring to the possibility of German reunification. "Any attempt to circumvent these political consequences, to squeeze past them, would inevitably lead to a third phase of German power politics, hence leading to a third world war initiated, once again, by Germany."
Four decades later, over lunch at Potsdamer Platz in Berlin, Herfried Münkler, 62, shoots that notion down. A third world war? Nowhere in sight. Power politics? Difficult question. Germany is a power in Europe once again, but primarily an economic one. Münkler is critical of Germany, which, as "the strongest player at the center is keeping itself out of the political fray."

Münkler, who teaches political science at Berlin's Humboldt University, has just written a book about World War I, "Der Grosse Krieg" (The Great War). He refers to Fritz Fischer's research as "outrageous, in principle," noting that the historian limited his research to German archives, ignoring Russian, English and French material. This, says Münkler, meant that Fischer couldn't have discovered that the other major powers also had reasons to go to war.Confusing Scenarios and Political Plans
Besides, says Münkler, Fischer "confused scenarios and political plans." The German military leaders had in fact developed war plans, just as everyone else had, he explains. They were determined to be prepared. But the political leadership did not embrace these plans, says Münkler. Australian historian Christopher Clark reaches similar conclusions in his book "The Sleepwalkers." There are similarities between sleepwalking and sliding into war. Both involve uncontrolled movements.
Nevertheless, Münkler finds the Fischer controversy "helpful in terms of political history" and sees "a positive effect of mistakes." It was necessary, says Münkler, for the Germans to turn to their history once again, for something to break open and for the national master narrative to give way to a critical consciousness.

Bolivia: Operacao Jaime Bondales prometia cenario de filme do Inspetor Clouseau

ITAMARATY
Itamaraty tentou tirar senador boliviano de embaixada em ação secreta
Andreza Matais
O Estado de S. Paulo, 14.02/2014

Plano era levar Roger Pinto para Venezuela ou Nicarágua, com anuência do governo boliviano

BRASÍLIA - Numa operação secreta, o Ministério das Relações Exteriores tentou retirar o senador boliviano Roger Pinto  da embaixada brasileira em La Paz, onde ficou por 450 dias aguardando o direito de se refugiar no Brasil. O plano era enviá-lo para a Venezuela ou Nicarágua, em ação acordada com o governo da Bolívia.

Um grupo de quatro diplomatas brasileiros discutiu o plano na capital boliviana com os principais assessores do presidente Evo Morales num pacote que incluiria tirar o senador da embaixada brasileira em La Paz num avião venezuelano. A estratégia consistia em deixá-lo sem saber  qual seria seu destino. sem o salvo-conduto (autorização para deixar o país sem que isso fosse considerado uma fuga) e previa que ele aceitasse receber uma junta de juízes para que fosse citado nos processos judiciais aos quais responde.

Os detalhes da operação, que livraria o governo brasileiro de se indispor com Evo Morales ao ter que abrigar o político opositor, foram confirmados ao Estado por quatro fontes que têm conhecimento da operação e constam da sindicância administrativa aberta para investigar a conduta do diplomata Eduardo Sabóia, que ajudou Pinto a fugir da Bolívia numa ação que contrariou o governo brasileiro.

O Estado apurou que diplomatas que participaram da operação secreta sob o comando do então ministro das Relações Exteriores já confirmaram a ação. O plano para tirar o senador de La Paz não deu certo porque ele não aceitou a proposta para viajar sem saber seu destino. Além disso, o presidente venezuelano Hugo Chávez morreu durante as negociações.

Processo. A sindicância que apura a participação do diplomata Eduardo Sabóia na fuga do senador está na reta final. No próximo dia 18, Sabóia será ouvido. Depois de dez dias, o colegiado decidirá se instaura processo administrativo contra ele - o que pode resultar em sua demissão do serviço público - ou se encerra o caso sem punição mais severa.

Sabóia planejou e acompanhou a fuga do senador para o Brasil após completarem 15 meses de refúgio do senador na embaixada do Brasil em La Paz sem sinais de que haveria deliberação a respeito do caso pelo governo brasileiro. Desde então, o chefe do Itamaraty é o ministro Luiz Alberto Figueiredo.

Refúgio. O governo brasileiro ainda não sabe se irá conceder refúgio ao senador. O prazo vence no dia 28 de fevereiro, mas o pedido ainda está sendo analisado.

O Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, afirmou ao Estado que Pinto Molina pode pedir à Polícia Federal a renovação da permissão para ficar no Brasil até a decisão final do Conare, órgão do Ministério da Justiça para refugiados.

"Tudo ainda depende das diligências que foram promovidas dentro do processo e que ainda dependem de resposta", justificou o secretário, acrescentando que o caso corre em sigilo no Comitê Nacional para os Refugiados e que, portanto, não poderia dar mais detalhes. "Expirando o prazo final, basta ele procurar qualquer delegacia da Polícia Federal e renovar a permissão provisória para ficar no país. Esse prazo pode ser renovado indefinidamente até a decisão final do Conare."

O advogado de Pinto criticou a demora, que diz causar instabilidade ao seu cliente, e acusou a politização do caso. O Estado apurou que a decisão só sai após as eleições presidenciais no Brasil.


O advogado do senador boliviano, Fernando Tibúrcio Peña, afirmou que o adiamento causa intranquilidade ao seu cliente e demonstra que o processo ainda esta politizado. "Na época em que ele chegou ao Brasil, o ministro da Justiça me disse que havia interesse em resolver o caso rapidamente, mas vejo que o caso continua politizado", declarou.

Quem seria louco a ponto de legislar na economia por 60 anos a frente? Parece que tem gente assim...

Inacreditável! Assustador! Irracional! Equívoco fundamental!
Enfim, teríamos muitos outros epítetos para classificar uma decisão de política econômica, que pretende congelar benefícios e alimentar distorções econômicas -- inclusive fraudes fiscais e tributárias -- durante mais de duas gerações para a frente.
Fiquemos só com os já usados, mas é realmente inacreditável que um país que se pretenda racional se dedique a tais exercícios de irracionalidade econômica.
Só pessoas comprometidas com uma visão econômica completamente distorcida se arvoram a tal grau de equívoco.
Paulo Roberto de Almeida

Dilma: prorrogação do sistema tributário da Zona Franca de Manaus é prioridade
Danilo Macedo
Agência Brasil, 14/02/2014

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (14) que a aprovação, no Congresso, da prorrogação do sistema de tributação da Zona Franca de Manaus até 2073 é prioridade do governo para este ano.

Ela acrescentou que defenderá o regime tributário diferenciado na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em entrevistas a rádios de Manaus, onde participa de eventos durante todo o dia, Dilma disse que no dia 24 de fevereiro deve se reunir, na Europa, com os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Van Rompuy.

Em dezembro, a União Europeia (UE) iniciou uma consulta à organização internacional questionando medidas fiscais que prejudicariam o comércio de produtos estrangeiros com “ajuda proibida” aos exportadores nacionais. Atualmente, os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus têm os seguintes benefícios: isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), redução de até 88% do Imposto de Importação sobre insumos da indústria, diminuição de 75% do Imposto de Renda, além da isenção do PIS/Pasep e da Cofins nas operações internas da área.

Dilma disse que a atitude da UE é “contraditória” com seu discurso sobre o meio ambiente. “Sou a favor da preservação do meio ambiente, a favor da redução dos gases de efeito estufa, da redução do desmatamento. Como sustentar uma posição dessas do questionamento do sistema tributário? É o sistema que viabiliza a zona franca”, disse a presidenta. Ela espera que com esses esclarecimentos a UE não leve a discussão para painel da OMC.

“O meu governo acha legítimo o sistema tributário, senão não teria proposto a prorrogação, e defenderá em todas as instâncias a zona franca. Temos convicção de que estamos fazendo o correto e defenderemos isso de forma muito forte e incisiva”, disse Dilma.

A presidenta afirmou que colocou como prioridade na pauta de relações do governo com o Congresso a aprovação da proposta que prorroga o regime tributário da Zona Franca de Manaus. Pronta para inclusão na pauta do plenário, a proposta de emenda à constituição não chegou a ser votada em 2013 por falta de acordo.

“Vamos nos empenhar de maneira muito decidida nessa questão. Obviamente, acredito na sensibilidade dos parlamentares para perceber que a zona franca tem o papel fundamental no Brasil, que é viabilizar, para 20 milhões de amazonenses, um polo industrial limpo e sustentável e adequado”, disse Dilma.

Politica economica: onde foram parar os keynesianos de botequim? - Fernando Dantas

Para onde foi a política “anticíclica”?
Fernando Dantas
O Estado de S. Paulo, 14/02/2014

Um dos motivos de orgulho das equipes econômicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidente, Dilma Rousseff, é que, diferentemente do que ocorreu nas crises econômicas da era tucana, o Brasil enfrentou a turbulência de 2008 e 2009 com medidas anticíclicas, isto é, pró-crescimento.

Recentemente, em entrevista a esta coluna, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que ortodoxos e heterodoxos compartilham hoje da adesão à responsabilidade fiscal e monetária, mas com a diferença de que os primeiros não acreditam em política anticíclica. Deu como exemplo os países da periferia do euro, acossados por anos de recessão e altíssimo desemprego no período pós-crise, e que são obrigados a cumprir condicionalidades pró-cíclicas (que agravam o quadro), como a austeridade fiscal.

A este colunista sempre pareceu que política anticíclica não é para quem quer, mas sim para quem pode. Em outras palavras, quando países se veem forçados a apertar o cinto fiscal e monetário em plena crise, eles o fazem porque a alternativa contrária pode colocar em risco a solvência soberana, levando a desvalorizações agudas (inevitavelmente acompanhadas de altas de juros) cujo efeito danoso à atividade econômica sobrepuja qualquer impulso anticíclico.

Não por acaso, hoje o Brasil e outros emergentes fragilizados estão sendo obrigados a seguir o roteiro tradicional e vilipendiado das políticas pró-cíclicas em plena crise: aperto monetário e, dependendo das condições políticas de cada um, fiscal. Aliás, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, vem apresentando como argumento a favor da resistência do Brasil à atual turbulência justamente o fato de o País estar reagindo da forma “clássica”, no âmbito da qual ele destaca o ciclo antecipado (em relação à piora externa) de alta da Selic, de 3,25 pontos percentuais desde abril do ano passado.

Uma possível razão pela qual o Brasil reagiu de forma anticíclica à crise de 2008 e 2009 (com redução de juros e expansionismo fiscal) e agora se vê forçado a tomar medidas pró-cíclicas ante a turbulência de 2014 é que políticas econômicas ortodoxas  preparam melhor uma economia para os eventuais momentos em que é útil agir de forma keynesiana ou heterodoxa.

Assim, em 2008 e 2009, mesmo já com alguma mudança do padrão de política econômica que vigorou entre 1999 e 2006, o Brasil contava com um capital de ortodoxia do período que vai do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso à saída de Antônio Palocci do Ministério da Fazenda, como observa o economista Edward Amadeo, da gestora Gávea, no Rio.

A inflação ficou abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2006 e 2007, embora tivesse subido em 2008 (fechou em 5,9%), o que levou inclusive ao muito criticado retardamento do início da queda da Selic no período posterior à quebra do Lehman Brothers.

Na área externa, houve pequeno saldo positivo em conta corrente em 2007, que evoluiu para déficit em 2008, mas ainda confortavelmente abaixo de 2% do PIB. Já na área fiscal, vinha-se de uma fieira de anos de superávits primários acima de 3% do PIB, sem malabarismo contábeis, e as preocupações sobre a solvência brasileira haviam desaparecido do radar. O PIB, finalmente, crescera a uma média de 5% em 2006 e 2007.

A situação em 2014 é bem diferente, com o crescimento rateando em torno de 2%, vários anos de inflação consideravelmente acima da meta, déficit em conta corrente que chegou a 3,6% do PIB no ano passado e a volta do fantasma da desconfiança dos investidores internacionais sobre a sustentabilidade da política fiscal.

Não surpreende, portanto, que, desta vez, ninguém cogite de mais medidas anticíclicas, e o BC se contorça entre uma inflação potencialmente pressionada pela desvalorização cambial e perspectivas de atividade econômica cada vez mais desanimadoras.

É verdade que, em 2008 e 2009, o choque mundial na demanda criou um ambiente propício para políticas anticíclicas que foi aproveitado por boa parte das economias globalmente relevantes. O caso dos países da periferia do euro no pós-crise foi, na realidade, uma situação muito peculiar, ligada diretamente à carapaça cambial provocada pela adesão à moeda única.

Um outro aspecto digno de nota é que as medidas anticíclicas de países como o Brasil combinaram-se com um ambiente particularmente favorável a muitos emergentes no pós-crise, com a continuidade do supercrescimento chinês puxando o preço de commodities e a estagnação do mundo rico ampliando a liquidez e derrubando os juros internacionais.

Assim, houve fortes efeitos de bem-estar culminando em 2010, no caso brasileiro, que sublinharam para a equipe econômica o suposto acerto da heterodoxia de 2008 em diante, levando talvez ao momento culminante da húbris governamental.


Como nota Amadeo, países que mantiveram políticas econômicas mais ortodoxas durante os anos de vacas gordas, como Chile, Coreia e Austrália, estão navegando melhor a atual turbulência. A Coreia, por apresentar superávit em conta corrente, nem ao menos sofreu com a onda de desvalorização. Chile e Austrália, por sua vez, segundo o economista, toleraram mais a apreciação do câmbio na fase do boom e mantiveram a inflação mais controlada, de forma que a atual depreciação é quase bem-vinda.

Venezuela: Mercosul e Unasul inamoviveis ante a repressao da ditadura

Como Queríamos Demonstrar: o ex-presidente prolífico do Paraguai foi declarado impedido pelo Parlamento do país, sem que morresse um único paraguaio -- claro, entre outros motivos porque a incompetência presidencial não havia investigado mortes anteriores --  e mesmo assim Unasul e Mercosul sancionaram o Paraguai com base num julgamento pelo menos arbitrário, segundo alguns ilegal.
Na Venezuela todos os dias se cometem atentados contra a democracia e os direitos humanos, e ainda assim, Unasul e Mercosul não movem uma palha.
CQD...
Paulo Roberto de Almeida

VENEZUELA
Unasur y Mercosur no prevén reuniones por situación venezolana
El Universal (Venezuela), 14/02/2014

El jefe de Gabinete argentino, Jorge Capitanich, informó que "hasta el momento no hay prevista" no están previstas las reuniones para analizar la situación política y social de Venezuela.

Buenos Aires.- El jefe de Gabinete argentino, Jorge Capitanich, informó hoy que "hasta el momento no hay prevista" una reunión de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) o del Mercosur para analizar la situación política y social en Venezuela.

Ese mecanismo corresponde al "nivel de análisis que efectúan los respectivos mandatarios y cancilleres de cada país", señaló Capitanich, quien por otra parte advirtió de la "manipulación" del "periodismo opositor" al gobierno de Nicolás Maduro.

El jefe de Gabinete argentino denunció que se pudo "identificar la manipulación de fotos". Citó como ejemplo el "diario 'ABC', que publica fotos que pertenecen a Egipto, utilizando imágenes que están asociadas a una película con hechos reales, o asocia una represión supuesta en Venezuela con fotos que eran de Chile".

"Este tipo de manipulación, en manos del periodismo de carácter opositor, desnaturaliza esta cuestión y nos llama a la reflexión desde el punto de vista de la necesidad de propiciar información veraz", declaró el ministro coordinador de Cristina Fernández de Kirchner, indicó DPA.

El gobierno argentino expresó este jueves su "firme respaldo" al gobierno de Nicolás Maduro y advirtió de un "intento de desestabilización".

Infobae (Argentina) - La oposición quiere que la Unasur y el Mercosur intercedan para frenar la violencia en Venezuela

Luego de que la Casa Rosada ratificara su apoyo a Nicolás Maduro, el PRO, la CC y la UCR  exigieron activar los mecanismos previstos en los bloques regionales ante las tres muertes que se produjeron ayer en Caracas

A través de la Cancillería, el gobierno de Cristina Kirchner revalidó su respaldo a Nicolás Maduro horas después de que murieran dos estudiantes opositores que participaban de una marcha en la capital venezolana, y un militante chavista en las cercanías de esa movilización. En la nota, el Ejecutivo pide que se investiguen las responsabilidades de los hechos.

Esa postura generó cuestionamientos en las redes sociales y desde algunos espacios políticos. Tal es el caso del Partido Liberal Libertario, que consideró que "en un comunicado vergonzoso, el gobierno kirchnerista hizo suyos los muertos por la represión demostrando una vez más que nada le importan los derechos humanos más básicos". "De la misma manera que Venezuela en su totalidad no es la dictadura chavista, Argentina no es el gobierno nefasto de Cristina Kirchner, mal que le pese al partido gobernante", agregó para diferenciarse de la opinión vertida en ese mensaje.

Menos críticos fueron desde el PRO, aunque sí plasmaron una posición opuesta al Gobierno. De hecho, le solicitaron "activar los mecanismos previstos en el Mercosur y la Unasur" para garantizar el respeto a los derechos humanos, en palabras de la diputada Patricia Bullrich.

Bullrich hizo ese pedido durante una conferencia de prensa que brindaron dirigentes del macrismo, en el que se solidarizaron con los jóvenes que protestaron ayer en Caracas. En una línea similar, Diego Guelar, secretario de Relaciones Internacionales de PRO, destacó la necesidad de que los países de la región exijan "el cumplimiento de la cláusula democrática" en ese país.

Similar planteo hizo la Coalición Cívica a través del diputado Fernando Sánchez.  "Dado que la Argentina integra, junto con la República Bolivariana de Venezuela, organismos internacionales multilaterales como la Unasur y el Mercosur, resulta fundamental que  asuma una postura proactiva respecto de dilucidar la veracidad de los hechos denunciados y, en caso afirmativo, tomar las medidas pertinentes a fin de defender sistema democrático latinoamericano que tanto nos ha costado construir", dijo.

La UCR también expresó su rechazo al accionar del chavismo. "El radicalismo repudia la existencia de grupos de choque organizados por el gobierno venezolano destinados a atacar manifestaciones populares opositoras, llegando a niveles de escándalo al ordenar la captura de dirigentes políticos no oficialistas", indicó.

Según un parte de prensa, "esta condena de la UCR requiere una práctica consecuente de la solidaridad de toda la región, en tanto y en cuanto el retroceso del ejercicio de las libertades públicas en Venezuela debe ser considerado un agravio a la calidad democrática en América Latina". Por ello adelantó que sus legisladores buscarán "impulsar iniciativas que exijan que el gobierno argentino lleve a cabo acciones destinadas a garantizar la inmediata libertad de los líderes políticos y estudiantiles en Venezuela y la garantía de los derechos políticos y civiles en dicho país".

EFE - La ONU pide a Venezuela una investigación sobre las muertes de manifestantes

Ginebra, 14 feb (EFE).- La oficina del Alto Comisionado de la ONU para los derechos humanos expresó hoy su preocupación por la escalada de violencia en Venezuela y pidió una investigación "inmediata, exhaustiva e imparcial" sobre la muerte de tres manifestantes en Caracas y el uso excesivo de la fuerza.

"Miles de personas de las grandes ciudades de Venezuela participaron en las protestas contra la detención de manifestantes estudiantiles, en protesta por los altos índices de criminalidad y las dificultades económicas", dijo hoy en rueda de prensa el portavoz de esa oficina, Rupert Colville.

Según los datos del Gobierno venezolano, tres personas perdieron la vida, 66 resultaron heridas y 69 fueron detenidas como resultado de los enfrentamientos en las manifestaciones.

"Hemos recibido informes preocupantes de intimidación a periodistas, algunos de los cuales han tenido sus equipos confiscados, y otros incluso han sido atacados", afirmó.

El portavoz alertó de que algunos manifestantes detenidos podrían ser procesados con cargos de terrorismo y a otros, entre los que hay menores, se les ha negado contacto con sus familiares o abogados.

La ONU pidió al Gobierno venezolano que todos los detenidos sean llevados sin demora ante la justicia para determinar la legalidad de su detención u ordenar su liberación.

También le instó a garantizar el derecho a la libertad de reunión, de opinión y de expresión pacífica.


"Hacemos un llamamiento a todas las partes en Venezuela a participar en un diálogo pacífico, a encontrar un camino para salir de esta crisis", añadió Colville. EFE

Existe um trade-off entre inflacao e crescimento? Hardly, dizem economistas (book review)

Este livro, cuja resenha apresenta abaixo, nos lembra que a inflação sempre é um fenômeno monetário, ou seja, é provocada pelos governos, como sempre repetia Milton Friedman.
Ele também nos lembra como são insanas essas tentativas de keynesianos de boa cepa (Celso Furtado) e de keynesianos de botequim (quase todos os do atual governo) de tentar obter um pouco mais de crescimento à custa de um "pouquinho" de inflação.
Acabam tendo mais inflação e pouco crescimento.
Robert Barro já tinha alertado que países de inflação baixa acabam crescendo mais, no longo prazo, do que países que toleram taxas mais altas de inflação como pretexto para ter mais emprego no contexto de um crescimento mais acelerado, ainda que à custa de algumas turbulências pelo caminho. Ele lembrava que as crises e recessões provocados por este último modelo não compensavam as altas taxas de crescimento conseguidas episodicamente.
O governo brasileiro pretende ser furtadiano. Eles são apenas inflacionadores...
Paulo Roberto de Almeida

Published by EH.Net (February 2014)

Brigitte Granville
Remembering Inflation.  
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2013. xvi + 272 pp. $35 (cloth), ISBN: 978-0-691-14540-2.

Reviewed for EH.Net by John H. Wood, Department of Economics, Wake Forest University.

Remembering Inflation is principally “a survey of theoretical and applied work by macroeconomists starting in the last third of the twentieth century.  These researchers and thinkers are the heroes of this story.  They advanced the fundamental understanding of inflation by formulating sophisticated analysis and modeling that has cast the most penetrating light ever on its causes, costs, and cures.”  Brigitte Granville is referring to Robert Lucas, Thomas Sargent, and their co-workers, who demonstrated “that widely assumed trade-offs – in particular, between inflation and growth – can be illusory” (pp. ix, xii).
The book was inspired by the view recently expressed by Joseph Stiglitz in “Needed: A New Economic Paradigm,” Financial Times, August 19, 2010: “Bad models lead to bad policy; central banks, for instance, focused on the small economic inefficiencies arising from inflation, to the exclusion of far, far greater inefficiencies arising from dysfunctional financial markets and asset price bubbles.”
Such disparagements “of efforts to bear down on inflation … clearly signaled” to the author “that the time had come for remembering inflation” and its costs.  Granville does not accept the trade-off implied by Stiglitz, instead believing that monetary and financial stability are complements rather than substitutes, and fearing that the “risk of amnesia has been heightened by the early-twenty-first-century experience of boom and bust. … Worries about inflation had in any case long since subsided simply as a result of inflation being brought under reliable control.”  It had begun to be seen as “yesterday’s problem” (p. ix).
Granville lets her heroes make their “case for prioritizing the control of inflation,” which “would improve living standards in the long run [without] material short-term sacrifices” (pp. xi-xii).  Chapter 1, “The End of a Mirage,” surveys economists’ views of money’s effects from Hume to Keynes to the comeback of classical principles and the importance of expectations, of which we were reminded by the stagflation of the 1970s.
The problem of inflation has stemmed from central bank financing of government budget deficits, which brings us to the decisions in many countries after the 1970s to address the problem.  Bringing inflation down can be costly, although there are ways, especially through credible policies, to reduce those costs.
The rest of the book delivers good news and bad news.  The good news is that we understand inflation and how to control it.  Highly publicized structural changes such as globalization or financial developments have not altered the cause or cure of inflation, which has remained always and everywhere a monetary phenomenon.  The bad, or at least the tough, news is that the prevention of a recurrence of high inflation requires, in addition to a good memory of its costs, a reversal of society’s acceptance of large government debts.  That is not happening, with the expected results.  Discussions of public debt erosion by raising inflation targets have become popular, and the Fed’s massive balance sheet reveals a presumption that monetary stimulation is worth the risk of inflation.  Déjà vu.
John H. Wood is the author of A History of Central Banking in Great Britain and the United States (Cambridge University Press, 2005).

Copyright (c) 2014 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net). Published by EH.Net (February 2014). All EH.Net reviews are archived at http://www.eh.net/BookReview

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...