quarta-feira, 25 de junho de 2014

Politica brasileira: PR, um partido exemplar (comandado a partir da cadeia?)

Apenas uma pequena foto, instantânea, de um partido exemplar, exemplar nas práticas e nos costumes, em tudo e por tudo absolutamente conformes ao estado atual da política brasileira:

Apesar de ser filiado ao PR, Cesar Borges é considerado no partido uma indicação da cota pessoal de Dilma. A insatisfação maior com o ministro é da bancada da Câmara e do ex-presidente do partido Valdemar Costa Neto, que está preso, condenado no processo do mensalão, mas mantém forte ascendência sobre as decisões da sigla. Borges está no exterior e retorna amanhã ao país. 

A decisão sobre o caminho que o PR vai tomar nas eleições está marcada para segunda-feira, em reunião da Executiva Nacional. A sigla está rachada. A ala liderada por Valdemar defende o apoio a Aécio Neves. Já o grupo do presidente Alfredo Nascimento defende o apoio à reeleição de Dilma, mas aproveita para negociar mais espaço no governo 

Mais um pouco da política brasileira:

A cúpula do PP, que em 2010 não se aliou a ninguém oficialmente, diz ter o apoio de mais de 20 Estados à chapa de Dilma. 

Pesaram para essa adesão a decisão do Palácio do Planalto de entregar cargos a indicados pelo partido em órgãos como a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O partido também comanda o Ministério das Cidades. 

Pergunto, inocentemente:
Por que um partido que se diz progressista, precisa comandar agências públicas como essas?
Não precisa responder...
Paulo Roberto de Almeida 

O TSE nao pretende fazer nada contra a utilizacao ilegal de locais do Estado para fins partidarios?

Mais uma vez, ante a indiferença da cidadania e, não surpreendentemente, da autoridade eleitoral, o partido totalitário zomba dos brasileiros, abusa dos recursos públicos, ao mobilizar meios e recursos do Estado para fins totalmente partidários e eleitorais.
Num país sério, talvez normal, isso seria objeto de sanção, mas não aparentemente no Brasil.
A relação "criador-criatura", ou entre o mestre e seu poste, tornou-se agora oficial, e o guia genial dos povos continua a usar e abusar dos recursos do Estado brasileiro para seus fins pessoais.
Ao que se sabe, o Palácio da Alvorada também pertence ao Estado e não ao partido totalitário.
Paulo Roberto de Almeida

Partidos da base da presidente Dilma Rousseff decidiram usar os últimos dias de definição das coligações para ameaçar abandonar o governo. Após a defecção do PTB, que anunciou apoio ao tucano Aécio Neves na semana passada, PR, PP e PSD protagonizam agora uma “guerra fria” para obter melhores condições na aliança da reeleição. As exigências são diversas: recursos financeiros para as campanhas, garantias de ampliação de espaços em um eventual segundo mandato da petista e até a derrubada de um ministro: César Borges, dos Transportes.
Embora filiado ao PR, o partido diz que ele não o representa e exige sua saída. A pressão pode surtir efeito. Dilma alterou sua agenda para recebê-lo hoje no Alvorada para tratar do seu futuro político. Tudo para evitar que o aliado deixe a base para apoiar a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
O prazo para uma decisão é curto, já que as convenções, que decidem pelas alianças, têm de ser realizadas até segunda-feira.
Diante da possibilidade de que esses partidos migrem ou apoiem informalmente Aécio, o comando da campanha petista se reuniu ontem à noite em caráter emergencial no Palácio da Alvorada para traçar um plano de contenção. Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, estavam presentes, além dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Aloizio Mercadante (Casa Civil), o presidente do PT, Rui Falcão, e o marqueteiro João Santana.
O PR, que tem atualmente o Ministério dos Transportes, foi o mais explícito na ameaça ontem. Líderes do partido exigiram a substituição de Borges.
Pela manhã, o senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP) esteve no Planalto acompanhado de outros líderes do partido para falar de sua insatisfação a Mercadante e ao ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini. Mercadante levou a notícia a Dilma e depois disse que o assunto “está sendo conversado”.
À tarde, no Planalto, Dilma respondeu com um “não” ao ser questionada por repórteres se atenderia à demanda da sigla.
O Planalto também está negociando com o PP, que tem hoje o Ministério das Cidades. Os petistas esperam garantir o apoio do partido do ex-prefeito Paulo Maluf ao projeto de reeleição de Dilma hoje, quando a legenda realiza a sua convenção nacional. A aliança nacional tem boas possibilidades de ser fechada, mas os palanques de candidatos em Estados estratégicos já estão perdidos. No Rio, em Minas e no Rio Grande do Sul, o PP prefere o nome de Aécio.
A ala contra Dilma defende pelo menos a “neutralidade” da sigla, ou seja, não se coligar a ninguém. “Eu defendo a candidatura de Aécio. Acho que o caminho mais inteligente para o partido é votar pela neutralidade”, disse a senadora Ana Amélia (PP), que disputa o governo do Rio Grande do Sul com o atual governador, o petista Tarso Genro.
Diante do impasse, a cúpula do partido aproveita para ganhar tempo e melhorar as condições da aliança. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que defende o apoio à reeleição, trabalhava ontem com a ideia de aprovar hoje um documento que remeteria a decisão final da legenda para a Executiva Nacional, em encontro na próxima segunda-feira. Com isso, ganha tempo para conter rebeldes e reivindicar aos petistas mais “estrutura” para os correligionários nos Estados, além de tirar do Planalto a garantia de que o Ministério das Cidades ficará com o partido em caso de reeleição de Dilma.
O menor risco entre os partidos que tentam se cacifar, na avaliação do Planalto, é com o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. A sigla também realiza sua convenção hoje em Brasília, e deverá oficializar apoio à campanha da presidente por “aclamação”. Nos bastidores, o partido quer ampliar a partir de 2015 seu espaço na Esplanada, uma vez que ocupa hoje a pequena Secretaria da Micro e Pequena Empresa, comandada por Afif Domingos. Há, porém, quem defenda a aprovação da “neutralidade” na convenção. (Estadão).

Republica Surrealista da Bolivia: relogios ao contrario...

Parece que é verdade...
Grato ao André Eiras pelo envio da matéria.
A Bolívia nunca vai deixar de nos surpreender.
Eu gostaria de ter a oportunidade de perguntar ao chanceler, que pertence a um dos "povos originários", dentre três outras dezenas mais de povos originários (parece que eles têm 36 línguas "originais", e "oficiais", ou seja, estão na Constituição), em que a inversão do relógio ajuda os bolivianos, originários ou não, a aumentar o seu padrão de vida.
Suponho que a partir de agora passe a ocorrer desencontros na vida, como aqueles referidos pelo nosso poetinha maior...
Paulo Roberto de Almeida

Bolivia pone el reloj del revés como símbolo de identidad

El Gobierno desafía a la física y dice que el cambio se debe a la recuperación del camino de los pueblos del cono sur

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Reloj del Congreso en la plaza Murillo de La Paz. / M. ALIPAZ (EFE)
La descolonización que promueve el Gobierno boliviano ha llegado a los relojes oficiales. Desde la celebración del nuevo año amazónico andino, las manecillas giran hacia la izquierda. El ministro de Asuntos Exteriores de Bolivia, David Choquehuanca, ha explicado que el cambio se debe a la recuperación de la identidad de los pueblos de esa parte del mundo.
“Estamos en el sur y, como estamos en tiempos de recuperar nuestra identidad, el Gobierno boliviano está recuperando nuestro sarawi, que significa camino (en aimara). De acuerdo a nuestro sarawi, de acuerdo a nuestro Nan (en quechua), nuestros relojes deberían girar a la izquierda”, ha explicado el canciller.
El mejor ejemplo de este cambio descolonizador es el reloj que corona el frontis de la Asamblea Legislativa Plurinacional en la concurrida plaza Murillo de la ciudad de La Paz. Sus clásicos números romanos han sido sustituidos por los arábigos que, del uno al cinco, están a la izquierda y, del siete al once a la derecha. Los transeúntes que consultan la hora se quedan sorprendidos por el cambio y a más de uno le ha dado sensación de vértigo.
Para mostrar mayor convicción, Choquehuanca ha señalado que “el reloj solar, que es un reloj natural, gira a la izquierda en el sur y en el norte gira al otro lado”. Pero el físico Francesco Zaratti, dice que el sentido horario forma parte de convenciones universales, ajenas a ideologías, y menos a un significado discriminatorio. “La Tierra gira en sentido horario”, añadió.
No es la primera vez que el canciller Choquehuanca hace declaraciones que levantan polémica. En una ocasión consideró importante que los escolares incluyeran en su desayuno la hoja de coca, por tratarse de un vegetal con muchos valores nutricionales.

Edson Nery da Fonseca: falece o grande especialista em Gilberto Freyre

FALECE EDSON NERY DA FONSECA - (*06/12/1921 +22/06/2014)

O bibliotecário, professor e escritor pernambucano Edson Nery da Fonseca faleceu neste domingo (22), em sua casa, em Olinda-PE, vítima de complicações causadas por infecções urinária e pulmonar. Edson Nery da Fonseca foi Coordenador de Assuntos Internacionais da Fundação Joaquim Nabuco na década de 1980 e também membro do Seminário de Tropicologia. O escritor estava acamado havia muito tempo e recebia atendimento médico domiciliar. O quadro se agravou nos últimos dias.

Na segunda-feira (23), parentes, amigos e admiradores compareceram à missa de corpo presente, realizada no Mosteiro de São Bento, também em Olinda, às 9h.  O sepultamento aconteceu no Cemitério dos Ingleses, no Recife, logo em seguida.

Edson Nery publicou cerca de 20 livros, alguns com a ajuda do historiador e pesquisador Clênio Sierra de Alcântara, que o acompanhou nos últimos anos. Ele recebeu da editora, na quarta-feira, a versão final de "A cidade e a história", livro escrito em homenagem a Edson Nery da Fonseca. A obra não chegou a ser compartilhada com o bibliotecário. "Era muito bom conversar com ele, que tinha uma memória, sabia contar as histórias do passado. Era um grande homem", disse.

Nascido no Recife em 1921, Edson Nery da Fonseca foi bibliotecário no governo municipal, nos anos 1940, sendo convidado, em 1950, pelo reitor da então Universidade do Recife (futura Universidade Federal de Pernambuco - UFPE), professor Joaquim Amazonas, para fundar o curso de biblioteconomia. Em 1965, inaugurou a mesma graduação na Universidade de Brasília (UnB), junto com Darcy Ribeiro.

De 1980 a 1987, atuou como pesquisador na Fundação Joaquim Nabuco . Em 1991, se aposentou da UnB, da qual era professor emérito. Em 2011, recebeu da UFPE o título de doutor honoris causa.

Considerado o maior especialista na obra do sociólogo Gilberto Freyre, Edson Nery da Fonseca organizou e publicou diversas obras sobre ele. Uma delas foi “O Grande Sedutor - Escritos sobre Gilberto Freyre de 1945 até hoje”. O livro reúne 135 textos de Edson Nery da Fonseca sobre Gilberto Freyre. O autor sempre recusou o rótulo de curador de Freyre, deixando essa função para a Fundação dirigida pela filha do sociólogo.

Depois que Gilberto Freyre morreu, Nery publicou quatro livros dele, um deles atendendo ao pedido do próprio autor: "Palavras repatriadas" reúne textos/conferências escritos/proferidas em inglês e vertidas por diferentes tradutores para o português.


Fonte: Site da Fundaj

Bolivia: uma inovacao surpreendente e bizarra

Acredito que só pode ser gozação, montagem, mentira de 1ro de Abril, pegadinha, enganação, brincadeira, enfim.
Recuso-me a crer na matéria pescada sei lá onde por meu colega blogueiro.
Só pode ser embromação.
 Ou não?
Paulo Roberto de Almeida 

O relógio da fachada do edifício do Legislativo boliviano, em La Paz, foi alterado na meia-noite da última sexta-feira e passou a girar no sentido anti-horário, para reforçar que a Bolívia é uma nação do sul e não do norte, segundo afirmaram nesta terça-feira (24) ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, e o presidente do Senado, Eugenio Rojas.

A numeração do relógio também foi invertida, surpreendendo quem passava pela rua e provocando o ceticismo da imprensa e nas redes sociais.

"Não temos que complicar, simplesmente nos conscientizar que vivemos no sul. Não estamos no norte", disse Choquehuanca, que insistiu que a iniciativa, longe de pretender "causar algo a alguém", pretende revalorizar a cultura nacional.

"Quem disse que o relógio tem que girar desse lado sempre? Por que sempre temos que obedecer, por que não podemos ser criativos?", questionou o ministro boliviano.

O relógio foi invertido na últimas sexta, quando começou o inverno no hemisfério sul, explicou Rojas.

Choquehuanca revelou que na recente celebração da Cúpula dos países do G77 e a China, na Bolívia, quase todas as delegações receberam um relógio de mesa com estas características, em forma de mapa boliviano e que incluía o território litorâneo que o país perdeu em uma guerra contra o Chile em 1879.

O chanceler boliviano admitiu que a ideia não é absolutamente original porque ele ganhou um relógio de pulso com essas características em Londres, mas ressaltou que essa foi uma criação vinculada à identidade do sul.

As autoridades bolivianas devem trabalhar para aumentar essa consciência, mas não impor nenhuma mudança para as pessoas, porque o relógio anti-horário representa "uma sacudida no cérebro".

Segundo o ministro, a iniciativa está no contexto de outros avanços do reconhecimento da cultura andina, como o uso da bandeira indígena whipala, hoje um símbolo nacional reconhecido na Constituição.

Choquehuanca também citou a folha de coca, protegida pela Carta Magna, as campanhas a favor da Madre Tierra, ou Pachamama, e a revalorização da quinoa.

O chanceler boliviano ressaltou a necessidade de uma mudança de mentalidade para entender essas propostas e de estimular o funcionamento dos dois hemisférios do cérebro para entender "os relógios do sul". (G1).

Vargas Llosa sobre a vida, o amor, etc. - Entrevista El Pais

“Esta realidade pode ser o inferno”

O escritor acha que a falta de transparência leva aos jovens à indiferença e ao desprezo pelo social

Pergunta. Que papel o senhor assume quando fala com jovens?
Resposta. O de um curioso. O abismo entre gerações é o maior da história. Os jovens gostam mais das telas, onde sua desenvoltura é imbatível. Nós continuamos sendo livrescos.
P. O que mais mudou?
R. Tornam-se adultos muito rápido. Em relação a sexo, por exemplo. É uma liberdade que os torna mais saudáveis do que nós fomos. Os tabus e as proibições fizeram com que o sexo fosse traumático.

Os países que viveram a utopia demonstraram que ela provocava mais injustiças do que as corrigia
P. O que o senhor entende agora e não compreendia quando era jovem?
R. A igualdade entre o homem e a mulher. Os jovens agora são mais conscientes disso, e nós éramos bastante cegos. O sexo os torna mais livres. Ainda que essa liberdade os faça perder, mais rápido, a inocência que pouco a pouco ia fomentando o amor e enriquecendo a relação sentimental.
P. Quando o senhor perdeu sua inocência?
R. Entre os 10 e os 11 anos. Eu não sabia como as crianças vinham ao mundo; que cegonhas as trouxessem me parecia algo fantasioso; não suspeitava do tipo de vida sexual que estava na origem da procriação.
P. E que outras descobertas naturais o comoveram?
R. O amor. Foi fundamental, e o descobri antes do sexo. Meu primeiro amor foi uma trapezista de circo. Eu era muito jovem; e os circos vinham para Cochabamba para o 6 de Agosto, dia da Bolívia. Havia uma equilibrista vestida de rosa. Foi meu primeiro amor.
P. E o primeiro beijo?
R. Talvez aos 12 anos. Fazíamos jogos maliciosos entre meninos e meninas. O prêmio era um beijo. O meu primeiro foi o de Teresita. Foi por isso que batizei com esse nome a protagonista do meu primeiro romance!
P. O senhor abraçou a utopia na juventude. Quando ela ruiu?
R. Quando os países que viveram a utopia demonstraram que ela provocava injustiças piores que as injustiças que nós queríamos corrigir com as medíocres democracias.
P. A realidade de hoje não é motivo para soltar fogos.
R. Esta realidade democrática não apenas não é o paraíso como pode chegar a ser o inferno. Há corrupção, falta de transparência, de vitalidade das democracias, e isso leva os jovens a aderirem à indiferença e ao desprezo pelo social e pelo político; o que acho muito grave. É uma realidade do nosso tempo.
P. O que o surpreende quando conversa com os jovens?
R. O enorme desprezo pela política e pelo compromisso; acham que é uma perda de tempo, que todos os políticos são corruptos. Essa atitude cínica que assumem tão rápido é perigosa para o futuro da democracia, da liberdade, de tudo que nos tirou da barbárie.
P. Consegue convencê-los do contrário?
R. É difícil fazê-lo, se o que tem a oferecer é viver em sociedades nas quais não há emprego, a não ser para uma minoria. A grande revolução tecnológica transforma o mundo e faz desaparecer, cada vez mais, oportunidades de trabalho.
P. O que o senhor não entende do que escuta?
R. Há um deslumbramento com a tecnologia como panaceia para resolver tudo. Uma utopia perigosa: ameaça a maior conquista da humanidade, a liberdade. É um pesadelo orwelliano que se tornou realidade.
P. Disse que imaginava a velhice junto com um dogue alemão, de frente para o mar. Acha que está longe?
R. Ha, ha, ha! Meu sonho é poder continuar lendo e escrevendo até o final. Se for assim, será uma morte feliz.
P. Um pai, quase da sua idade, deixa o lugar para alguém que pode seu filho, Vargas Llosa. Que futuro prevê para o novo Rei?
R. Acredito que seja um jovem muito bem preparado para enfrentar um futuro enormemente incerto e difícil.

Drogas: manifesto contra a sua legalizacao - Dep. Osmar Terra

O deputado Osmar Terra (PMDB-RS), médico, tem feito um trabalho incansável no combate às drogas e, contra todas as vagas do “politicamente conveniente”, que nada tem de correto, tem combatido o poderoso lobby em favor da legalização das drogas.
Neste terça, ele lançou, como Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o “Manifesto contra a Legalização das Drogas no Brasil”. O ato contou com o apoio de Ministério Público Estadual, de associações e do Conselho Regional de Medicina, da CNBB, de igrejas evangélicas, entre outras entidades.
O lobby em favor da legalização é muito mais forte e influente do que se pode imaginar. Cresceu depois que o Uruguai tomou a sua decisão destrambelhada, sob os auspícios da “Open Society”, a entidade comandada pelo bilionário George Soros, também muito influente no Brasil e que está por trás de boa parte das ONGs que defendem a legalização ou a descriminação das drogas.
Leiam o manifesto. Para assiná-lo, clique aqui.
Segue o manifesto.

MANIFESTO CONTRA A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS NO BRASIL
Por uma Política Antidrogas moderna, humana e baseada em  evidências científicas
Estamos diante do maior problema de Saúde Pública e de Segurança existente, hoje, no Brasil: a epidemia do uso de drogas. É tarefa de todos os brasileiros colaborar para que ela seja enfrentada e reduzida. Nossa população, principalmente os milhões de jovens, mais vulneráveis a este mal devastador, e suas famílias podem e devem sonhar com um futuro melhor para todos!
As entidades, instituições e indivíduos  que subscrevem este documento uniram-se para manifestar à Nação sua oposição à pretendida legalização das drogas em nosso país. Individualmente, somos cientistas, profissionais da Saúde, parlamentares, religiosos, comunicadores, professores e, sobretudo, pais, preocupados com o risco inerente à decisão de se dar tratamento equivocado a uma gravíssima questão social. É o que vem acontecendo e é o que certamente se agravará com tal estratégia, simplista na forma e danosa nas consequências.
1. A alarmante situação brasileira
O consumo de drogas não é um mal que se restrinja somente aos usuários. As consequências sociais, psicossociais e econômicas do consumo de drogas se multiplicam muito além deles. No âmbito familiar, segundo dados recentemente divulgados pela Universidade Federal de São Paulo, para cada dependente de drogas ilícitas existem, em média, mais quatro pessoas são afetadas de forma devastadora, comprometendo, em inúmeras dimensões, uma população de quase 30 milhões de brasileiros. No âmbito social, parte substantiva da violência a que está exposta nossa população guarda estreito vínculo causal com o consumo de drogas. E o consumo vem aumentando continuamente no Brasil, ao longo dos últimos vinte anos! O Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, entidade ligada à ONU, emitiu relatório informando que, em apenas seis anos, entre 2005 e 2011, o consumo de cocaína, em nosso país, avançou de 0,7% para 1,75% da população na faixa etária entre 12 e 65 anos. Isso corresponde a uma adesão ao uso problemático e à dependência quatro vezes superior à média mundial e 25% maior que a média da América do Sul.

Nesse cenário, há de se sublinharem dois fatos irrecusáveis. De um lado, a enorme dificuldade, em todos os níveis de governo, de eleger e adotar políticas que sejam efetivas, quer na prevenção, quer no tratamento. De outro, essa ineficiência convive com verdadeiro lobby, muito bem organizado, difundindo a ideia de que a melhor solução seria a completa legalização de todas as drogas, começando pela maconha. Essa estratégia está muito evidente. Primeiro se descrimina o uso, depois o “pequeno tráfico”, em seguida se legaliza a maconha para uso “medicinal” e recreativo, para, finalmente, legalizar todas as drogas.
Faz parte desse lobby pela legalização o argumento de que o álcool e o tabaco, não obstante causarem dependência e transtornos físicos e mentais, têm seu consumo legalizado. Então, concluem : “Por que não legalizar as demais drogas?”. Ora, fazê-lo seria andar na contramão do bom senso e do que a experiência ensina em relação ao álcool e ao tabaco. Exatamente por sabermos que ambos são danosos à saúde dos indivíduos e à saúde pública, os signatários deste manifesto são favoráveis, também, ao aumento das restrições ao consumo dessas duas substâncias.
A história do mundo, nos últimos 200 anos, é rica em exemplos de países que liberaram as drogas aqui consideradas ilícitas e sofreram verdadeiras tragédias sociais. Todos voltaram atrás, sem exceção, e aumentaram o rigor no seu enfrentamento. A redução do número de dependentes químicos e da mortalidade pela violência só aconteceu nos países que trataram essa questão com muito rigor!
2. Um debate falso e inútil
É preciso quebrar a polarização instalada no debate nacional e internacional sobre as melhores políticas a serem adotadas para o controle das drogas ilícitas. Os defensores da legalização creem que uma singela mudança legislativa seja o bastante para resolver tão complexo problema. Os que optam pela repressão pura e simples defendem uma solução punitiva, dominantemente penal. Os primeiros querem só eliminar as penas. Os outros, só endurecê-las. E ambos parecem convencidos de que isso baste.

Não bastará. Nenhuma dessas duas abordagens é suficientemente humana, realista, efetiva, ou se baseia nas melhores evidências científicas disponíveis. Vários países, como os Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Itália, estão trilhando uma “terceira via” em relação ao controle das drogas. Estabelecida a partir de evidências científicas, essa abordagem coloca ênfase na prevenção e no tratamento.
O Brasil precisa mudar o falso dilema em que se digladiam as atuais abordagens do assunto. Com esse intuito, propomos:
3. Os 10 princípios de uma boa política antidrogas
1º – Os Direitos Humanos são parte fundamental dessa política. Os cidadãos, em especial as crianças, têm o direito de viver num ambiente seguro e livre de drogas, quer em sua família, quer na comunidade.

2º – A redução do consumo de drogas nas comunidades deve estar no núcleo dessa política. A melhor forma de reduzir os danos causados pelas drogas é reduzir o consumo. Em epidemias virais, o mais importante é diminuir rapidamente a circulação do vírus. Vale o mesmo para as drogas. Sem diminuir sua circulação nas ruas, os problemas só serão agravados.
3  – O Brasil é o único país do mundo que faz fronteira — gigantesca fronteira! — com todos os produtores de coca. Por isso, temos que ser muito mais rigorosos no controle que outros países, para podermos diminuir a circulação e a oferta dessa destruidora mercadoria. Aderir à facilidade de acesso ou dificultar a ação de combate ao tráfico agravará a situação e facilitará o aumento da disponibilidade. E o consumo, inevitavelmente, crescerá. Para isso o uso e o tráfico devem continuar sendo considerados crimes, e devem ser punidos. O primeiro com penas alternativas, que podem incluir medidas com as da Justiça Terapêutica, e o segundo com prisão prolongada.
4º – Uma boa política nacional em relação às drogas deve reconhecer que a dependência química é uma doença crônica do cérebro, que deve ser tratada e, antes disso, prevenida. Tanto a Saúde Pública quanto a Segurança Pública estabelecem ações complementares, necessárias e que devem estar presentes.
5º – As atividades de Prevenção, Tratamento e os Serviços de Recuperação devem integrar-se no Sistema de Saúde pública. O SUS deve implementar práticas de tratamento baseadas em evidências. E deve abandonar de vez a “redução de danos” como política única, tanto para prevenção quanto para tratamento.
6º – Um plano de prevenção, municipalizado, deve proporcionar atendimento adequado. É indispensável que sejam criados programas específicos, para todas as crianças e adolescentes do país e, em especial, para grupos de risco, como são, por exemplo, os que abandonam precocemente a escola. Os profissionais da Saúde e da Educação devem estar plenamente capacitados para exercer atividades de prevenção e detecção precoce do uso.
7º – O que hoje é disponibilizado como sistema de tratamento é escasso e inadequado. Faz-se necessário abandonar a exclusividade dos Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS-AD) como a única alternativa de tratamento. O SUS deve financiar clinicas de desintoxicação e as Comunidades Terapêuticas. O acesso ao tratamento de qualidade deve ser direito de todo usuário do SUS. Sem isso, precisamente as famílias mais carentes de recursos não têm como ser socorridas. As internações, voluntárias ou não, em locais adequados, com critérios médicos competentes, devem estar disponíveis a quem necessite, na hora da necessidade.
8º – As famílias devem ter acesso a programas de orientação específicos, que proporcionem o conhecimento dos meios de prevenção ao uso de substâncias. Pais, mães, avós, chefes de família devem ser os primeiros “agentes de prevenção”, a começar pelas substâncias lícitas, como álcool e tabaco. Além disso, devem estar previamente informados sobre como lidar se e quando algum de seus membros começar a usar drogas, bem como conhecer estratégias de desestímulo ao consumo. É imprescindível o suporte do poder público e das comunidades aos grupos de apoio que precisam tornar-se a primeira mão estendida para os familiares com problemas.
9º – O sistema de recuperação social, ou seja, o conjunto das ações que devem acontecer após a interrupção do uso não prescinde de amplo suporte estatal e social. São ações como as levadas a cabo por Igrejas no apoio à recuperação e reinserção social, e pelos grupos de ajuda mútua — Alcoólicos Anônimos (AA), Narcóticos Anônimos (NA), Amor Exigente (AE). Tal apoio precisa abranger a reabilitação profissional das pessoas em recuperação.
10º – A rede de pequenos e médios traficantes ampliou-se enormemente nos últimos anos. Faz-se urgente definir estratégias para desorganizá-la. Além das indispensáveis ações policiais e penais, é preciso, no âmbito de cada município, monitorar a ação dos pequenos traficantes. Os defensores da liberação confundem, intencionalmente, os pequenos traficantes com os usuários. Defendem a retirada da pena de prisão para os primeiros, alegando serem usuários que traficam para manter o vício. Ora, mais de 90% do tráfico que chega aos consumidores é levado pelo pequeno traficante. A rede de pequenos e médios traficantes ampliou-se enormemente nos últimos anos. Faz-se urgente definir estratégias para desorganizá-la. É preciso, no âmbito de cada município, monitorar a ação dos pequenos traficantes.
Se não for possível tirá-los das ruas, todo esforço para diminuir a oferta será inócuo. Esses pequenos traficantes devem ser internados em unidades prisionais especiais, com tratamento associado. Tirá-los da rua é essencial para desorganizar o tráfico e diminuir  a circulação das drogas.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...