Primeiro uma interpreteção dos números, que termina por uma constatação e uma pergunta, por um conhecido especialista e analista eleitoral e político:
Pesquisa Ibope: números estão no patamar dos do Datafolha; só os do 2º turno de Aécio e Campos não batem. Quem errou ou não deu sorte?
Reinaldo Azevedo, 22/07/2014
Há tantas pesquisas eleitorais nos Estados Unidos que sites especializados costumam tirar uma média entre elas para orientar os leitores. No Brasil, o procedimento seria impossível, tantas são as discrepâncias. A TV Globo acaba de levar ao ar os números da mais recente pesquisa Ibope/Rede Globo. Há quatro dias, o Datafolha divulgou os seus números. Vamos ver.
O Ibope traz a avaliação do governo Dilma: para 31%, ele é ótimo ou bom; para 33%, é ruim ou péssimo. Consideram-no regular 36%. São números praticamente coincidentes com os do Datafolha, a saber: ruim/péssimo (29%), ótimo/bom (32%) e regular (38%). São, sim, institutos diferentes. Considerando, no entanto, as respectivas margens de erro, os dois institutos acham a mesma coisa.
É o que também acontece no primeiro turno. Eis os números de agora do Ibope:
Dilma Rousseff (PT) – 38%
Aécio Neves (PSDB) – 22%
Eduardo Campos (PSB) – 8%
Pastor Everaldo (PSC) – 3%
Brancos e nulos – 16%
Não sabem – 9%
Outros candidatos – 3%
Que números encontrou o Datafolha no caso dos quatro primeiros? Estes:
Dilma – 36%
Aécio – 20%
Eduardo Campos – 8%
Pastor Everaldo – 3%
Observaram? Praticamente tudo coincide até agora, dentro da margem de erro. Quando se chega, no entanto, ao segundo turno, aí as variações são consideráveis.
Ibope
Dilma – 41%
Aécio – 33%
Comparem com o Datafolha:
Dilma – 44%
Aécio – 40%
Ou por outra: no Ibope, Dilma pode ter entre 39% e 43%; no Datafolha, entre 42% e 46%. Logo, os dois institutos chegam mais ou menos ao mesmo lugar. No que diz respeito a Aécio, no entanto, a divergência é grande: no primeiro instituto, ele teria entre 31% e 35%; no outro, entre 38% e 42%. A diferença é grande.
O mesmo se dá com Campos. No Datafolha, ele aparece no segundo turno com 38% (entre 36% e 40%); no Ibope, com apenas 29% (entre 27% e 31%): a diferença é ainda mais gritante. A petista conserva os mesmos 41%.
Coisas diferentes
“Ah, você está comparando pesquisas diferentes!” Errado! Eu não estou especulando sobre a evolução dos candidatos a partir de levantamentos distintos. Estou apenas considerando que os dois institutos falam numa margem de confiança de suas respectivas pesquisas de 95%. Segundo eles, se a pesquisa fosse repetida 100 vezes, em 95 delas, os números estariam dentro da margem de erro.
Sendo assim, convenham, ou muita coisa mudou em quatro dias ou um dos dois institutos não deu sorte no segundo turno e colheu, no segundo turno, no que respeita a Aécio e Campos, dentro daquelas cinco possibilidades em 100 de errar…
E não! Não há nenhuma falha no meu raciocínio. Ah, sim: há outra diferença importante: o Ibope ouviu 2002 pessoas; o Datafolha, 5.337.
===========
Agora uma observação que recebi de um amigo, Roque Callage, muito desconfiado, como estamos todos nós:
Máquina do Ibope e da Rede Globo a favor de Dilma e Lula
Fizeram acordo milionário com o PT e Governo. Já estão mascarando desde hoje no Jornal Nacional.
Escondem que Dilma tem rejeição de 43% no Sudeste e 38% no geral...
Ninguém em princípio, se elege assim.
Engordaram os numeros de preferência de Dilma, com 38% (a metodologia do ibope é muito inferior a do datafolha, não detalharei agora, mas os grupos que pesquisa não são fiéis ao IBGE)
Enfim, mascaramento não leva à vitória e não levará.
Isto foi combinado com Lula, a Globo treme de medo de perder concessões ...
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 22 de julho de 2014
O primeiro calote a gente nunca esquece: governo deve 3,4 bi ao setorelétrico
União adia pagamento de dívida de R$ 3,4 bi ao setor elétrico
Dinheiro deveria ter sido transferido no primeiro semestre para pagar custos de térmicas isoladas no Norte e subsidiar distribuidoras que atendem áreas rurais
Veja.com, 22/07/2014

Mudanças nas regras do setor em 2012, por Dilma Rousseff, desbalancearam dinâmica do setor elétrico (André Duzek/Estadão Conteúdo)
O governo segurou por todo o primeiro semestre o pagamento de 3,4 bilhões devidos a empresas do setor elétrico para evitar um resultado ainda pior nas contas públicas. Esse dinheiro deveria ter sido transferido pelos fundos setoriais, administrados pela Eletrobras e bancados pelo Tesouro Nacional, para pagar o combustível usado nas usinas térmicas em sistemas isolados da região Norte e para subsidiar distribuidoras de energia que atendem diretamente consumidores rurais.
Os pagamentos atrasados pelo governo serão regularizados entre agosto e setembro, segundo disseram empresas e fontes da equipe econômica de Dilma Rousseff. Este foi o compromisso assumido na sexta-feira pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, em reunião com dirigentes do setor no Ministério da Fazenda. De acordo com fontes, a arrecadação federal deve crescer nestes dois meses auxiliada pelos recursos do Refis, programa de parcelamento de débitos atrasados de empresas com o Fisco. Além disso, é esperado para setembro o pagamento do bônus de 2 bilhões de reais devido pela Petrobras pela exploração dos campos de pré-sal cedidos à estatal.
A retenção dos 3,4 bilhões de reais ocorreu em dois fundos setoriais: a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Ambos são mantidos desde 2013 majoritariamente com recursos do Tesouro, mas são administrados pela Eletrobras. Até o início de 2013 esses fundos eram bancados pelos consumidores via conta de luz. Contudo, com a retirada deles da conta para diminuir o preço da tarifa, o Tesouro agora precisa abastecê-los.
Do total em atraso, 1,7 bilhão de reais deixou de ser pago às distribuidoras como parte do "subsídio cruzado", transferências feitas pelo governo às distribuidoras que precisam cobrar uma tarifa menor de categorias especiais de consumidores rurais. Outro 1,7 bilhão de reais deixou de ser repassado da CDE para a CCC, que paga os custos com o combustível utilizado pelas termelétricas que abastecem a região Norte.
Até agora, somente as despesas com subsídios cruzados do mês de janeiro foram repassadas às concessionárias. Esse desembolso ocorreu apenas neste mês de julho e somou 300 milhões de reais. O governo ainda deve 1,7 bilhão de reais referentes a gastos de fevereiro a junho. Parte desse dinheiro retido nos cofres federais deve ser liberada somente em agosto, e, ainda assim, apenas as parcelas devidas pelo período de fevereiro a março.
No caso da CCCC, entre janeiro e junho, o governo gastou muito menos do que deveria com as obrigações. Cerca de 2,5 bilhões de reais deveriam ter sido pagos, mas somente 814 milhões de reais foram efetivamente desembolsados. Até maio, nenhuma transferência havia sido feita da CDE à CCC.
Procurado, o Tesouro afirmou que os aportes aos fundos seguem "a programação financeira e não há registro de atraso em nenhum repasse". Informou ainda que transferiu 5,3 bilhões de reais "até a presente data" e acrescentou que a responsabilidade pelos fundos é da Eletrobras. "Sobre as movimentações da CDE para a CCC ou RGR (Reserva Global de Reversão, que paga indenizações às empresas pela redução das tarifas), o Tesouro informa que essas operações são feitas pela Eletrobras e de acordo com as necessidade de pagamento".
Em nota, o Ministério de Minas e Energia informou que os pagamentos efetuados pelos fundos levam em conta a disponibilidade de recursos. A Eletrobras não respondeu a reportagem até o fechamento da edição.
(Com Estadão Conteúdo)
Atencao pessoal: sem sorrisos no dia 8 de julho: Kim Jong-un ordenou
Só a simples ideia de proibir o riso num dia determinado já incita ao riso, desopilante em alguns casis.
Ditador norte-coreano Kim Jong-un visita um centro de cultivo de cogumelos e sorri
Mas atenção, se vc for visitar a RPDC nesse dia não tente sorrir ou fazer piada com essa ideia, pois vc pode ir parar num dos muitos Gulags desse ditadorzinho ridículo, o que não seria piada...
Paulo Roberto de Almeida
O dia em que é proibido dar risada
No dia 8 de julho é proibido sorrir na Coreia do Norte. Isso mesmo, por mais surreal que possa soar, a risada é vetada neste dia. O motivo é que este dia marca a morte de Kim Il-sung, o fundador do país, avô do atual ditador Kim Jong-un. O decreto existe desde 1994 e proíbe sorrir, levantar a voz na rua, beber álcool e dançar porque todo o país está de luto. Neste dia, a rede de televisão estatal norte-coreana dedica o dia transmitindo a solene – e chata – cerimônia oficial em homenagem ao 'presidente eterno'.
Bandidos trapalhoes? Pizzaria no remetente?
Recebo, como milhares de outras pessoas, todos os dias, mensagens me convidando para alguma boa coisa ou me ameaçando de alguma outra coisa.
A que me chegou desde ontem, e ainda hoje, traz esse remetente:
MFP@pizzaria2.pizzaria2.h1.internal.cloudapp.net
Enfim, a intenção, dos bandidos, pode ter sido a melhor possível.
Mas não consigo deixar de sorrir...
Será que eles não estavam se dirigindo a algumas dessas forças morais da nação?
Paulo Roberto de Almeida
A que me chegou desde ontem, e ainda hoje, traz esse remetente:
MFP@pizzaria2.pizzaria2.h1.internal.cloudapp.net
Enfim, a intenção, dos bandidos, pode ter sido a melhor possível.
Mas não consigo deixar de sorrir...
Será que eles não estavam se dirigindo a algumas dessas forças morais da nação?
Paulo Roberto de Almeida
Eleicoes 2014: diretrizes de politica externa de um governo Aecio Neves
O Embaixador Rubens Barbosa, em seu artigo desta terça-feira no Estadão, traça um perfil do que poderia ser a política externa de um governo do PSDB, liderado pelo presidente Aécio Neves. Se eleito, sua política externa deve retornar aos padrões mais usuais do Itamaraty, como foi na era FHC e como sempre foi tradicionalmente nas relações entre a Casa de Rio Branco e a presidência da República, relação totalmente alterada na era lulo-petista, quando algumas transformações redundaram em perda de prestígio para o Itamaraty e um desvio bizarro nas tradições democráticas do Brasil nas últimas décadas, desde a redemocratização.
Minhas poucas observações ao texto abaixo:
1) "Flexibilizar regras do Mercosul" pode querer dizer duas coisas: (a) alterar protocolos que regulam o funcionamento de sua união aduaneira; (b) adotar resoluções do Conselho que autorizem e acomodem negociações individuais prevendo concessões tarifárias por apenas um dos parceiros (digamos, entre o Brasil e a UE, sem a participação dos demais, ou da Argentina). Será preciso maiores esclarecimentos quanto a estes procedimentos alternativos.
2) Os EUA não costumam assinar "acordos preferenciais". Eles preferem acordos clássicos na linha do livre comércio, prevendo aliás várias outras coisas que não apenas o comércio de bens. Estaria o Brasil disposto a engajar esse tipo de exercício com os EUA?
3) Medidas voltadas à redução do “custo Brasil” vão muito além da política externa e do comércio exterior, e implicam uma pequena revolução em toda a estrutura tributária do país e sobretudo uma redução da voracidade estatal, em todos os níveis. O Brasil, ou as lideranças políticas estão prontas para essa revolução?
4) Essa "isonomia entre produtos importados e os produzidos localmente" pode querer dizer duas coisas: ou você eleva o preço dos importados até o nível dos nacionais, ou reduz o preço destes até o dos importados. Até agora, o que se vê -- Cofins dos importados, elevação de tarifas, salvaguardas, antidumping -- é a primeira prática. O Brasil vai passar a adotar a segunda?
Paulo Roberto de Almeida
Minhas poucas observações ao texto abaixo:
1) "Flexibilizar regras do Mercosul" pode querer dizer duas coisas: (a) alterar protocolos que regulam o funcionamento de sua união aduaneira; (b) adotar resoluções do Conselho que autorizem e acomodem negociações individuais prevendo concessões tarifárias por apenas um dos parceiros (digamos, entre o Brasil e a UE, sem a participação dos demais, ou da Argentina). Será preciso maiores esclarecimentos quanto a estes procedimentos alternativos.
2) Os EUA não costumam assinar "acordos preferenciais". Eles preferem acordos clássicos na linha do livre comércio, prevendo aliás várias outras coisas que não apenas o comércio de bens. Estaria o Brasil disposto a engajar esse tipo de exercício com os EUA?
3) Medidas voltadas à redução do “custo Brasil” vão muito além da política externa e do comércio exterior, e implicam uma pequena revolução em toda a estrutura tributária do país e sobretudo uma redução da voracidade estatal, em todos os níveis. O Brasil, ou as lideranças políticas estão prontas para essa revolução?
4) Essa "isonomia entre produtos importados e os produzidos localmente" pode querer dizer duas coisas: ou você eleva o preço dos importados até o nível dos nacionais, ou reduz o preço destes até o dos importados. Até agora, o que se vê -- Cofins dos importados, elevação de tarifas, salvaguardas, antidumping -- é a primeira prática. O Brasil vai passar a adotar a segunda?
Paulo Roberto de Almeida
DIRETRIZES DE POLITICA EXTERNA E DE
COMERCIO EXTERIOR
Rubens Antônio Barbosa
O Estado de S.Paulo, 22/07/2014
As diretrizes de politica externa e de
comércio exterior estão integradas às demais diretrizes visando à
criação de um novo ambiente interno e externo fundado na estabilidade das
regras e no estímulo aos investimentos.
A nova política externa terá por objetivo
restabelecer seu caráter de política de Estado, visando ao interesse nacional,
de forma coerente com os valores fundamentais da democracia e dos direitos
humanos.
As diretrizes que nortearão a ação
do Itamaraty terão como principais aspectos:
- A política externa
será conduzida com base nos princípios da moderação e da independência, com
vistas à prevalência dos interesses brasileiros e dos objetivos de longo prazo
de desenvolvimento nacional.
- Reavaliação das
prioridades estratégicas à luz das transformações no cenário internacional e
regional no século XXI. Devem merecer atenção especial a Ásia, em função de seu
peso crescente, os EUA e outros países desenvolvidos, pelo acesso à inovação e
tecnologia.
- Deverá ser ampliada e
diversificada a relação com os países em desenvolvimento.
- Definição de nova
estratégia de negociações comerciais bilaterais, regionais e globais, para por
fim ao isolamento do Brasil. Será dada
prioridade à abertura de novos mercados e a integração do Brasil as
cadeias produtivas globais.
- Reexame das políticas
seguidas no tocante à integração regional para,
com a liderança do Brasil,
restabelecer a primazia da liberação comercial e o aprofundamento dos
acordos vigentes.
- Em relação ao
Mercosul, paralisado e sem estratégia, recuperar seus objetivos de
liberalização comercial e abertura de mercado e flexibilizar suas regras a fim
de poder avançar nas negociações com terceiros países
- Nas organizações
internacionais, o Brasil deverá ampliar e dinamizar sua ação diplomática nos
temas globais, como mudança de clima, sustentabilidade, energia, democracia,
direitos humanos, comércio exterior, assim como novos temas, como terrorismo,
guerra cibernética, controle da internet, e nas questões de paz e segurança, inclusive
nas discussões sobre a ampliação do Conselho de Segurança.
- Ampliação da
coordenação da politica externa com a da defesa nacional em todas as suas
dimensões.
- Revalorização do
Itamaraty na formulação da politica externa, subsidiando as decisões
presidenciais. Ao mesmo tempo, serão garantidos o aperfeiçoamento de seus
quadros e a modernização de sua gestão.
O grande desafio que a nova política de
comércio exterior enfrentará será o de promover a crescente integração do
Brasil no comércio internacional. Por meio de uma estratégia de integração
competitiva das empresas brasileiras às cadeias mundiais de valor, poderá ser reduzido o
hiato tecnológico da nossa indústria e ser aberto caminho para uma estratégia
de modernização compatível com a dinâmica do sistema econômico internacional.
Para responder a esse desafio, as
diretrizes que orientarão as politicas internas e externas de comercio exterior
são as seguintes:
- A nova política de
comércio exterior deverá estar articulada com a política macroeconômica e com a
política industrial, voltadas para a recuperação da produtividade, da
competitividade e da inovação.
- conclusão das
negociações comerciais em curso com a União Europeia e lançamento das bases
para um acordo preferencial com os EUA.
- Reavaliação das
prioridades estratégicas com a China pela sua importância para a economia
brasileira e global .
- Recuperação da
competitividade e estímulo a maior e melhor inserção do país no comércio
internacional, por meio de medidas voltadas à redução do “custo Brasil” e dos serviços, com vistas à ampliação das
exportações, a retomada das negociações de acordos comerciais e ao apoio ao
investimento externo de empresas brasileiras.
- Redução da carga
tributária sobre exportações e dos custos acessórios no cumprimento das exigências
tributárias e simplificação dos regimes tributários nacionais.
- Simplificação da
legislação de comércio exterior e a desburocratização das aduanas e dos portos,
através da elaboração de uma abrangente agenda de facilitação de comércio com o
exterior, com o engajamento dos diferentes órgãos governamentais relacionados à
área.
- Desenho de uma reforma
tarifária que confira maior racionalidade à estrutura de proteção. O cronograma
de racionalização tarifária será anunciado com antecedência e implantado de
forma gradual e a longo prazo.
- Reforço de
instituições de regulação técnica e certificação de produtos, como INPI e
INMETRO, para a redução dos prazos para a obtenção de patentes e a isonomia
entre produtos importados e os produzidos localmente.
- A defesa comercial e a promoção comercial
deverão ser aperfeiçoadas e integradas de forma coordenada na nova política
comercial.
- Exame da
compatibilização com a legislação nacional das regras, normas e regulamentos
técnicos que passaram a fazer parte dos novos acordos de preferências
comerciais, afim de permitir a participação dos produtos nacionais em cadeias
globais de valor.
Essas diretrizes respondem
aos principais desafios internos e externos que o futuro governo deverá
enfrentar no médio e longo prazo e criam condições para a restauração da projeção externa do
Brasil, perdida nos últimos quatro anos, e para sua reinserção competitiva nas
negociações comerciais globais, regionais e bilaterais para a inclusão das
empresas brasileiras nas cadeias globais de alto valor agregado.
Em resumo, são mudanças nas
ênfases, nas prioridades e nos rumos da política externa e da política
comercial em relação ao que ocorreu nos últimos doze anos.
Rubens
Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington (1999-2004).
O que quer o PT? Monopolio do poder! Para o que? Pelo poder, ora essa! E para ficar rico...
O resto é conversa para enganar os trouxas e os muito ingênuos...
Leio uma reportagem muito impressionante na Folha, de autoria de Valdo Cruz. Ela informa que “Dilma promete a aliados que corrigirá erros se for reeleita”. Ah, bom! Entendi! Então o país deveria franquear um segundo mandato a Dilma para lhe dar a chance de consertar as besteiras feitas no primeiro por… Dilma! É um modo de ver as coisas.
O texto informa ainda que os assessores listam aqui e ali os, digamos, errinhos que foram cometidos. Um deles, coisa pouca, é o de setor elétrico, com a redução das tarifas — e suponho que entre no rol de bobagens a antecipação das concessões. Não é nada, não é nada, a nossa governanta praticamente quebrou um setor. E teve de injetar alguns bilhões de recursos púbicos para tentar minimizar o estrago. Mas oram vejam: ela parecia tão segura, não é mesmo? Procurem neste blog os posts que trazem a expressão populismo elétrico. E eu, obviamente, não sou da área! Nove entre dez especialistas alertavam para a bobagem. Mas sabem como é… A ignorância é sempre mais convicta do que a sabedoria porque não tem medo de errar. E Dilma já demonstrou que não tem nenhum.
Ah, claro! O PT agora diz que foi, sim, um erro represar as tarifas. Se Dilma for reeleita, não acontece mais. Ok. Não estivessem, no entanto, represadas, e tudo o mais constante, em que patamar estaria a inflação? Afinal, o governo não avançou contra o caixa da Petrobras, por exemplo, porque repudie aumentos de combustíveis, mas porque estava dando um jeito de conter o índice inflacionário.
E a coisa vai por aí. Há também quem reclame das desonerações, que teriam agredido a saúde fiscal do governo, sem que os incentivos tenham resultado em crescimento da economia. Em suma, Dilma promete não repetir mais as barbeiragens que fizeram o Brasil conjugar uma inflação que flerta com os 7%, um crescimento abaixo de 1% e juros nos cornos da Lua: 11%.
Acho que estou começando a entender. A Presidência da República, para Dilma, nos primeiros quatro anos, foi uma espécie de “Escolinha do Professor Raimundo”. Ela estava lá para aprender a governar. Um errinho bilionário aqui, outro ali… Mas, doravante, ela jura fazer tudo certo. Sempre há o risco de que alguém acredite nisso, não é mesmo?
Os petistas e a própria presidente já deixaram claro que têm também outra agenda caso conquistem mais quatro anos: a reforma política, que o partido quer que seja feita por meio de uma Constituinte Exclusiva, combinada com decisões plebiscitárias. Uma das teses mais caras ao partido é o financiamento público de campanha — o que está para ser concedido, na prática, pelo Supremo, por via cartorial.
Se e quando isso acontecer, grandes partidos, como o PT, terão a grana de que precisam para se financiar fornecida pelo próprio Estado. A legenda nem mesmo precisará fazer suas juras de amor à economia de mercado para conseguir alguns milhõezinhos para a campanha eleitoral. Estará mais livre. E, nesse caso, negociar o quê, com quem e pra quê? O financiamento público permitirá aos partidos atuar como instâncias autocráticas.
Um dos setores que estão na mira da presidente e dos petistas é o empresariado. Ela pretende reconquistá-lo. Bem, quem quiser que caia na conversa, não é mesmo? Estou enganado ou a ação estrepitosa mais recente da nossa soberana foi enviar um decreto que entrega parte da administração pública federal a “conselhos populares”?
Sim, sim… Alguns dirão que o que vai a seguir é um reducionismo, mas tomem como medida as ações dos movimentos de sem-teto ou de sem-terra, por exemplo. Ou bem se governa com a lei, ou bem se governa com os tais “movimentos sociais”. Avaliem vocês com que lado está a chance de um futuro virtuoso para o Brasil, muito especialmente para os pobres. Num caso, tem-se uma sociedade paralisada por minorias radicalizadas e corporações de ofício; do outro, a previsibilidade das regras, democraticamente pactuadas.
Atenção! As disposições subjetivas de Dilma, à boca da urna, não têm a menor importância. A questão é o que ela representa e o que quer o seu partido.
Paulo Roberto de Almeida
Entendi: o primeiro mandato de Dilma foi só a fase “Escolinha do Professor Raimundo”! Ela promete corrigir os erros se for reeleita!
Reinaldo Azevedo / 22/07/2014
O texto informa ainda que os assessores listam aqui e ali os, digamos, errinhos que foram cometidos. Um deles, coisa pouca, é o de setor elétrico, com a redução das tarifas — e suponho que entre no rol de bobagens a antecipação das concessões. Não é nada, não é nada, a nossa governanta praticamente quebrou um setor. E teve de injetar alguns bilhões de recursos púbicos para tentar minimizar o estrago. Mas oram vejam: ela parecia tão segura, não é mesmo? Procurem neste blog os posts que trazem a expressão populismo elétrico. E eu, obviamente, não sou da área! Nove entre dez especialistas alertavam para a bobagem. Mas sabem como é… A ignorância é sempre mais convicta do que a sabedoria porque não tem medo de errar. E Dilma já demonstrou que não tem nenhum.
Ah, claro! O PT agora diz que foi, sim, um erro represar as tarifas. Se Dilma for reeleita, não acontece mais. Ok. Não estivessem, no entanto, represadas, e tudo o mais constante, em que patamar estaria a inflação? Afinal, o governo não avançou contra o caixa da Petrobras, por exemplo, porque repudie aumentos de combustíveis, mas porque estava dando um jeito de conter o índice inflacionário.
E a coisa vai por aí. Há também quem reclame das desonerações, que teriam agredido a saúde fiscal do governo, sem que os incentivos tenham resultado em crescimento da economia. Em suma, Dilma promete não repetir mais as barbeiragens que fizeram o Brasil conjugar uma inflação que flerta com os 7%, um crescimento abaixo de 1% e juros nos cornos da Lua: 11%.
Acho que estou começando a entender. A Presidência da República, para Dilma, nos primeiros quatro anos, foi uma espécie de “Escolinha do Professor Raimundo”. Ela estava lá para aprender a governar. Um errinho bilionário aqui, outro ali… Mas, doravante, ela jura fazer tudo certo. Sempre há o risco de que alguém acredite nisso, não é mesmo?
Os petistas e a própria presidente já deixaram claro que têm também outra agenda caso conquistem mais quatro anos: a reforma política, que o partido quer que seja feita por meio de uma Constituinte Exclusiva, combinada com decisões plebiscitárias. Uma das teses mais caras ao partido é o financiamento público de campanha — o que está para ser concedido, na prática, pelo Supremo, por via cartorial.
Se e quando isso acontecer, grandes partidos, como o PT, terão a grana de que precisam para se financiar fornecida pelo próprio Estado. A legenda nem mesmo precisará fazer suas juras de amor à economia de mercado para conseguir alguns milhõezinhos para a campanha eleitoral. Estará mais livre. E, nesse caso, negociar o quê, com quem e pra quê? O financiamento público permitirá aos partidos atuar como instâncias autocráticas.
Um dos setores que estão na mira da presidente e dos petistas é o empresariado. Ela pretende reconquistá-lo. Bem, quem quiser que caia na conversa, não é mesmo? Estou enganado ou a ação estrepitosa mais recente da nossa soberana foi enviar um decreto que entrega parte da administração pública federal a “conselhos populares”?
Sim, sim… Alguns dirão que o que vai a seguir é um reducionismo, mas tomem como medida as ações dos movimentos de sem-teto ou de sem-terra, por exemplo. Ou bem se governa com a lei, ou bem se governa com os tais “movimentos sociais”. Avaliem vocês com que lado está a chance de um futuro virtuoso para o Brasil, muito especialmente para os pobres. Num caso, tem-se uma sociedade paralisada por minorias radicalizadas e corporações de ofício; do outro, a previsibilidade das regras, democraticamente pactuadas.
Atenção! As disposições subjetivas de Dilma, à boca da urna, não têm a menor importância. A questão é o que ela representa e o que quer o seu partido.
David democratico vs Golias autocratico: a pequena Macau querliberdades, contra a grande China opressora
No final, a liberdade sempre vence, e o próprio povo chinês vai aprender com os minúsculos territórios da Hong Kong e Macau que a democracia também precisa ser imposta aos autocratas de Beijing.
A opressão tem seus dias contados, daí o desespero dos totalitários em conter os movimentos por liberdades democráticas nos dois territórios.
Paulo Roberto de Almeida
Macau Raises Its Political Voice
By THE EDITORIAL BOARDThe New York Times,
Democratic
activists in Macau, a Chinese territory, are planning an unofficial
referendum next month about holding direct elections for its chief
executive. Beijing says Macau — a Portuguese colony handed back to China
in 1999 — has no legal authority to hold a referendum, and dismisses
any vote as meaningless. But the territory’s newly awakened democratic
force is not something Beijing can just wish away.
Macau’s
universal suffrage movement follows the unofficial referendum in Hong
Kong last month that called for the right to freely elect that city’s
chief executive. Some 800,000 people voted, and hundreds of thousands
took to the streets calling for democracy.
Macau, like Hong Kong, enjoys a high degree of autonomy, including freedom of speech and press as well as a capitalist economy, under China’s policy of “one country, two systems.” Macau’s chief executive, though, is elected by a commission of 400 people, most of whom are Beijing loyalists. The proposed referendum will ask Macau residents whether universal suffrage should be adopted for the 2019 chief executive election, and whether they have confidence in the current chief executive, Fernando Chui, who is expected to be re-elected by the commission in August for another five-year term.
Macau’s 600,000 residents were politically quiet until recently. Then, in May, 20,000 people protested Mr. Chui’s attempt to legislate a lavish retirement package for top officials and immunity from criminal persecution for the chief executive for any misdeeds committed while in office. What began as a protest against Mr. Chui quickly shaped into a larger democratic movement challenging China.
Beijing promised at the time of the British handover of Hong Kong to preserve “one country, two systems” for 50 years, which leaves 33 more years. During this time, the richer southeastern coastal regions of China are likely to become more like Hong Kong and Macau economically, socially and in political aspiration. Beijing should be thinking about how to accommodate these long-term trends instead of conjuring ways to suppress today’s dissent in the two specially administered cities.
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