sábado, 13 de novembro de 2021

Mini-reflexão sobre os desafios de uma nova conjuntura histórica de transformação - Paulo Roberto de Almeida

Mini-reflexão sobre os desafios de uma nova conjuntura histórica de transformação

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

  

A decisão de unir os democratas contra o fascismo, as oligarquias e os privilégios chega muito tarde: deveria ter sido feita desde a redemocratização, mas o sectarismo de certas forças o impediu. Esperamos que seja sincera desta vez, e não apenas uma manobra política oportunista.

O personalismo e o salvacionismo ainda estão muito presentes na vida política e no mores social do Brasil. Esperamos que a próxima etapa seja a da construção de consensos programáticos em torno de projetos de reconstrução democrática do Brasil e de um vasto empreendimento de crescimento sustentado, com mudanças estruturais e distribuição social dos benefícios desse crescimento. 

Com isso, virá o desenvolvimento social inclusivo, focando exclusivamente nos mais pobres. Sem isso, teremos a continuidade da dominação oligárquica que sempre caracterizou o Brasil, inclusive quando as esquerdas estiveram no poder, com a divisão dos democratas racionais e a intrusão das forças do atraso a pretexto de “governabilidade”. 

A união dos democratas tem de ser feita em torno de propostas e projetos, não em torno de pessoas, e com base na sociedade civil, não no estamento político, sob o risco de mais uma vez nos desviarmos da rota da mudança transformadora, se os líderes desse processo insistirem na união pelo topo, onde estão os oportunistas que querem mudar só um pouco para que nada mude de fato, nas esquerdas e na direita.

O Brasil já perdeu tempo demais, com seus empreendimentos oligárquicos, aliás desde 1822, em 1889, 1930, 1964 e depois (não vou me estender, pois os sectarismos afloram). 

Se falharmos novamente, serão mais uma ou duas gerações perdidas, na opção pelo atraso e pelo declínio: basta olharmos o mundo para constatar que a involução política e cultural é sim possível, como ocorre há muito tempo com certos vizinhos, como já ocorreu com uma grande civilização do passado, e como está justamente ocorrendo com a maior potência planetária. 

A seleção darwiniana nunca significou um itinerário retilíneo em direção ao progresso, mas pode conduzir a impasses e acidentes históricos. Também tem aqueles que sequer aceitam a perspectiva darwiniana e acabam se unindo às forças do atraso, que sempre são as velhas oligarquias. 

O Brasil terá estadistas capazes de conduzi-lo pela via do progresso social, com coragem e tirocínio suficientes para empreender reformas estruturais em favor dos mais pobres? Não tenho muita certeza disso, mas é preciso mais uma vez renovar nossas apostas na racionalidade das pessoas de bom-senso e naquelas dotadas de responsabilidade social. 

As eleições são uma boa oportunidade de fazê-lo. Vamos engajar um debate aberto, desprovido de a-prioris e de exclusivismos.

É a minha aposta e esperança.

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4015: 13 novembro 2021, 2 p.

 


Nova Guerra Fria EUA-China: da contenção à convivência? Já não era sem tempo… - Chen Qingqing and Yan Yuzhu (Global Times)

 Finalmente, parece que os paranoicos de Washington estão se convencendo que a estratégia de contenção da China e até de hostilidade está fadada ao insucesso, inclusive porque ela era absurda e até ridicula. Vamos aguardar o encontro Biden -Xi Jinping para ver se os paranóicos pararam de pautar a política externa da grande potência mundial.

Paulo Roberto de Almeida


 

Global Times, Pequim – 12.11.2021

Sullivan's remarks suggest softer tone on US-China ties, but 'words alone are not enough'

Experts warn of duplicity of Washington's China policy

Chen Qingqing and Yan Yuzhu

 

The latest remarks of US National Security Adviser Jake Sullivan, which claimed that the Biden administration is not seeking a fundamental transformation of the Chinese system, appeared to signal a softer rhetoric of the Biden administration on bilateral relations, but experts warned that China should remain vigilant on the duplicity in US' China policy and potential flip-flops. 

Sullivan told CNN that the goal of America's China policy is to create a circumstance in which two major powers are going to have to operate in an international system for the foreseeable future. "And we want the terms of that kind of co-existence in the international system to be favorable to American interests and values," he said, noting that under such a circumstance, the rules of the road reflect an open, fair, free Indo-Pacific region and an open, fair, as well as free international economic systems. 

The senior US official admitted that the Chinese government does have a different approach to many of those issues, and the goal of America is not containment and not a new cold war.Sullivan also pointed out that "one of the errors of previous approaches to policy toward China has been a view that through US policy, we would bring about a fundamental transformation of the Chinese system," which is not the object of the Biden administration. 

Those remarks showed that the Biden administration tried to play down its rhetoric on US-China relations compared to earlier this year, as it understood that consistently emphasizing confrontation or rivalry doesn't benefit long-term bilateral relations, Lü Xiang, a research fellow at the Chinese Academy of Social Sciences, told the Global Times on Monday. 

"In diplomacy, the current US government is also trying to distinguish itself from the former Trump administration, and we welcome this change," the Chinese expert said. 

From high-level meetings between US and China officials in Alaska in March to Tianjin talks in July, to the latest face-to-face interaction between senior diplomats of the two countries in Zurich, Switzerland in October, there have been positive signals from the frank conversations and interactions between the two countries. 

The US appeared to have adjusted its reckless and unrealistic strategy of dealing with China from the position of strength, especially after it corrected one mistake on the two lists that China presented to the US in July by resolving the issue of Huawei's senior executive Meng Wanzhou, some experts said. 

From an objective perspective, the US has no ability to change China's political system, and Sullivan's remarks also showed that the US government has given up on the fantasy of changing Chinese system through keeping in touch with the country or suppressing it, Xin Qiang, deputy director of the Center for American Studies at Fudan University, told the Global Times on Monday. 

But US political elites, especially in the Biden administration, have aspired to change China's political system for a long time. Then they gradually found out that it's a "mission impossible" whether by means of pressure from the Trump administration or a cooperative rivalry strategy from the Biden administration, Xin noted. 

"The problem is not that the US government does not want to change China, but the US does not have the ability to do that, and would only hit a bumpy road if not working with China," he said. 

The two countries have multiple fronts to work on together including some urgent issues such as climate change, COVID-19 epidemic prevention and economic recovery. 

"For example, on trade, the Biden administration had planned to continue pressuring China with added tariffs imposed by his predecessor. But those tariffs hurt America amid the epidemic," Xin said, noting that Sullivan's words could be seen as a strategic pledge that the US is willing to respect China's core interests.

Although the objective of the Biden administration is not to change the Chinese system, Sullivan pointed out that it is to shape the international environment so that it is more favorable to the interests and values of the US, its allies and partners 

"Although Sullivan tried to play down the rhetoric on China, he indicated the purpose of the Biden administration is to create an environment that is unfavorable to China," Lü said. 

On cross-Straits tensions, Sullivan said that the US government has no intention of changing the status quo, claiming that the US government continues to adhere to the one-China principle and the so-called Taiwan Relations Act. 

Over the past few months, the US has been advancing its salami-slicing trick in challenging China's bottom line on the Taiwan question. For example, US Joint Chiefs of Staff Chairman General Mark Milley recently claimed that the US has the ability to "defend Taiwan" and US military aircraft landed on the island, which were seen as severe provocation. 

Regarding the Taiwan question, "not changing the status quo" is just the same old story in a different context of time and space when the US is more worried about the Chinese mainland changing the status quo by force, Xin noted. "Those words were also meant for the island, that the US will not support the secessionists in the island to change the status quo of the Taiwan Straits which is a restraint to 'Taiwan independence' and the DPP authority," he said.

It's impossible for the US to abandon strategic ambiguity over Taiwan which would draw itself into a deep dilemma, the expert warned. 

US has no better choice but to stick to strategic ambiguity, which is currently the best option to meet its interests and avoid a US-China conflict, according to experts. 

"We should remain cautious on the duplicity in the US' China policy - in other words, saying one thing and doing another," Lü said. 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Xi Jinping, o presidente eterno (Na verdade, Imperador do Novo Império do Meio) - Dang Yuan (Deutsche Welle)

O jornalista usa pseudônimo para garantir sua segurança e de sua família. 

Opinião

Opinião: Xi Jinping, o presidente eterno

Partido Comunista governa a China desde 1949, mas nenhum de seus políticos jamais teve tanto poder quanto Xi, opina o jornalista Dang Yuan. Líder chinês garantiu mais um mandato até 2027.

Deutsche Welle, 12/11/2021 

https://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-xi-jinping-o-presidente-eterno/a-59805306?maca=bra-GK_RSS_Chatbot_Mundo-31505-xml-media

Pessoas caminham em calçada em frente a cartaz com a figura de Xi Jinping. O presidente de 68 anos assegurou sua permanência como líder da China para além de 2022

Xi Jinping, de 68 anos, assegurou sua permanência como líder da China para além de 2022

Trata-se de um título que exige atenção: os 348 delegados do Comitê Central do Partido Comunista da China (CCP) aprovaram sua terceira "Resolução Histórica". O documento, porém, tem só um propósito: consolidar no poder um homem que, segundo as regras anteriores do partido, deveria se retirar da política no próximo ano, depois de dois mandatos de secretário-geral.

Xi Jinping, de 68 anos, assegurou sua permanência como líder do Comitê Central para além do 20º Congresso do Partido Comunista, em novembro de 2022. A nova resolução deixa isso claro, de maneira inequívoca. Como presidente da República Popular e da Comissão Central Militar (comandante supremo das Forças Armadas), Xi vai ditar os rumos do país até 2027.

Governar e assegurar o poder

O poder vicia. É por isso que, no início dos anos 1980, o visionário líder chinês Deng Xiaoping limitou a permanência no cargo dos ocupantes mais altos do poder a dois mandatos de cinco anos, e com boas razões.

Até hoje, todos os seus sucessores acataram esse limite. Jiang Zemin e Hu Jintao governaram a China por dez anos, nada além disso. 

Hoje, porém, a realidade é outra. O Partido Comunista governa a China desde 1949, mas nenhum político em seus cem anos de história teve tanto poder quanto Xi tem hoje. E a China nunca foi tão poderosa quanto é hoje em dia – em termos políticos, econômicos e militares.

Xi, que assumiu o poder em 2012, jamais deixou dúvidas de que desejava ficar mais tempo, e conseguiu garantir isso. Por exemplo, em 2017, o Comitê Permanente do Politburo não admitiu nenhum membro mais jovem do Comitê Central que pudesse vir a suceder Xi em 2022, ao final dos dois mandatos consecutivos. Isso foi algo inédito.

Em 2018, a pedido de Xi, foi aprovada uma emenda constitucional que aboliu o limite de mandatos presidenciais. Já a quantidade de anos que os membros do Politburo podem se manter no poder jamais chegou a ser limitada pela Constituição.

Mão de ferro e temores de guerra

Xi é visto publicamente, dentro e fora do país, como o garantidor da ascensão da China e de sua crescente prosperidade. Afinal, foi ele que proclamou a iniciativa Nova Rota da Seda, que fez com que a China colocasse em sua órbita países da Ásia, da África e da Europa e, ao fazê-lo, desafiasse a ordem mundial em vigor desde a Segunda Guerra Mundial.

Ele administra o partido com mão de ferro. Indica para os cargos mais importantes apenas aqueles nos quais confia. Se seus rivais não jurarem fidelidade a ele publicamente, ele os persegue sem misericórdia. Um delegado do Comitê Central, por exemplo, está ausente há alguns dias. Ele é investigado desde outubro por "graves violações das leis e da disciplina do partido”. Ironicamente, ele é um ex-ministro da Justiça. A suspeita é que ele pertença à facção errada dentro do partido.

Fora do Comitê Central quase não se fala em justiça socialista em concordância com a missão do partido. Ao contrário, Xi se apoia fortemente em um confronto ideologizado com os Estados Unidos. Esta é a sua maneira de tentar desafiar o capitalismo e legitimar seu próprio comando comunista. 

Nesse embate entre os dois sistemas, Taiwan é usada como trunfo. Em 2005, a República Popular aprovou a Lei Antisecessão, que legitima possíveis ataques à ilha. O uso de força militar contra aquela que Pequim considera uma província secessionista levaria os Estados Unidos e seus aliados a um conflito armado.

Tabus mantidos e quebrados

Governos e partidos autoritários jamais usam os tempos de turbulência para criar paz duradoura ou dar ao povo uma perspectiva de futuro. Ao contrário, preferem criar medo e usar o medo para governar, como uma ameaça de pano de fundo que os permite ficar no poder por mais tempo.

Houve uma tal onda de medo na semana passada que pessoas nas principais cidades chinesas começaram a comprar e estocar arroz e óleo de cozinha. Muitos acreditavam que Xi iria atacar Taiwan a qualquer momento.

Em seu comunicado final após o congresso, o Comitê Central não economiza nos elogios a si mesmo. É um texto repleto de autocongratulações e autoglorificações. Acima de tudo – e isso é algo inédito – a "Resolução Histórica" é um documento que trata Xi como uma divindade, destacando suas "conquistas gloriosas". Suas ideias são descritas como "marxismo do século 21" e como um "salto quântico do pensamento marxista da China".

Ao adotar essa narrativa, o partido rompe um tabu. Mas outros permanecem. Erros históricos, como a Revolução Cultural (1966-1976), da qual o próprio pai de Xi foi uma vítima, ou a violenta repressão aos protestos estudantis de 1989, ainda não podem ser mencionados.

O jornalista da DW Dang Yuan escreve sob um pseudônimo para garantir sua segurança, assim como de sua família na China.


A imprensa e eu: interações erráticas...

Envio do Google:  

"Paulo Roberto de Almeida"
Atualização diária  23 de setembro de 2021
NOTÍCIAS 
Já o diplomata Paulo Roberto de Almeida, ex-diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IPRI) definiu assim o discurso do presidente.
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Paulo Roberto de Almeida afirmou que os diplomatas devem ter se decepcionado ao perceber que o discurso de Bolsonaro na ONU foi feito com base em conselhos ...
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Paulo Roberto de Almeida afirmou que o presidente da República fez um "discurso de vereador para o público interno" na ONU. “O mundo já conhece Bolsonaro, ...
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No post do presidente, a foto que acompanha os itens da fala às Nações Unidas —corretamente classificada pelo embaixador Paulo Roberto de Almeida como ...

O Brasil no Agro Global: apresentação e debate sobre livro - Insper, Apex, MRE (18/11, 18hs)

 Imperdível:

Lançamento do livro: O Brasil no Agro Global

A inserção brasileira nas principais regiões do planeta

Nos últimos 20 anos, o agronegócio brasileiro se consolidou como um grande e regular fornecedor global de alimentos. As exportações mais do que quintuplicaram, ultrapassando os US$ 100 bilhões em 2020 e alcançando mais de 200 países. Mas o mercado mundial vem se transformando e novas exigências vêm se estabelecendo. O Insper Agro Global busca compreender essas novas dinâmicas, ao passo que fomenta o debate relacionado às políticas públicas e ações estratégicas que priorizem a inserção internacional do país.

Resultado da interação de alunos participantes do curso de Educação Executiva do Insper, "O Brasil no Agronegócio Global" com pesquisadores do Centro de Agronegócio Global, o livro O Brasil no agronegócio global: reflexões sobre a inserção do agronegócio brasileiro nas principais macrorregiões do planeta reúne, em nove capítulos, estudos sobre macrorregiões estratégicas ao agronegócio brasileiro.

Dado o grande potencial das regiões avaliadas, o livro destaca o quanto o país ainda tem a ganhar com um processo de estreitamento de laços, estabelecimento de acordos e consolidação de parcerias comerciais. Lançado em parceria com a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), a publicação se debruça sobre aspectos concorrenciais, tendências e propostas de ações estratégicas para a atuação do Brasil.

Para o debate de lançamento da versão digital do livro, o Insper Agro Global, a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) reúnem Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global e do Núcleo Agro do CEBRI e um dos organizadores do livro, que apresentará a obra, Alexandre Peña Ghisleni, diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio do Ministério das Relações Exteriores, Márcio Rodrigues, gerente de agronegócios na Apex-Brasil e José Alfredo Graça Lima, embaixador, ex chefe das negociações comerciais do Brasil e vice-presidente do conselho curador do CEBRI. Marcos Lisboa, presidente do Insper, fará a abertura e Julia Dias Leite, diretora-presidente do CEBRI, será a moderadora.

Inscreva-se e participe!

Ícone Data18/11/2021
Ícone Hora18h às 19h30

https://www.insper.edu.br/agenda-de-eventos/o-brasil-no-agro-global/

Conheça os participantes

Alexandre Peña Ghisleni 

Diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio do MRE. Ao longo da carreira diplomática, serviu na Missão do Brasil junto às Organizações Internacionais em Genebra e nas Embaixadas do Brasil em Washington e em Havana. 

José Alfredo Graça Lima 

Vice-Presidente do Conselho Curador do CEBRI, Árbitro do Mecanismo Provisório de Apelação da OMC. Foi o principal negociador comercial do Brasil (1998-2002), representante permanente junto à UE, subsecretário-geral para Ásia e Pacífico e professor no Instituto Rio Branco (2013-2016). 

Julia Dias Leite 

Diretora-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Atua há 20 anos na área de relações internacionais. Foi secretária executiva do Conselho Empresarial Brasil-China. É fellow do Inter-American Dialogue e presidente do conselho de administração da Piemonte Holding. 

Márcio Rodrigues 

Gerente de Agronegócios da Apex-Brasil. Responsável pela articulação de ações de promoção do agronegócio brasileiro no exterior. É especialista em Relações Internacionais e em Agronegócio, tema no qual atua há mais de 10 anos. Mestre e doutorando em Ciências Sociais. 

Marcos Jank 

Professor de agronegócio e coordenador do centro Insper Agro Global. Foi presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e do ICONE. Atuou como VP de assuntos corporativos da BRF para a Ásia-Pacífico, onde também representou entidades exportadoras do agronegócio. 

Marcos Lisboa 

Marcos Lisboa tem uma trajetória que abrange experiências em instituições acadêmicas, no governo e como executivo de instituições financeiras. Atual presidente do Insper, de 2013 a abril de 2015 atuou como vice-presidente. De 2006 a 2009, atuou como diretor executivo do Itaú Unibanco e, de 2009 a 2013, como vice-presidente. De 2005 a 2006, foi presidente do Instituto de Resseguros do Brasil. Atuou como secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda de 2003 a 2005. Marcos foi professor assistente de economia na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas entre 1998 e 2002. De 1996 a 1998, atuou como professor assistente de economia no Departamento de Economia da Universidade de Stanford. Marcos é Ph.D. em economia pela Universidade da Pensilvânia. 

O modelo Trump-Bannon para a reeleição no Brasil - Jack Nicas (NYT)

 O NYTimes é um jornal progressista, ou "liberal", no conceito americano de esquerda light, que para a direita é socialista, quase comunista. Não encontrei muita novidade neste artigo, pois tudo o que o jornalista reporta eu já tinha lido em diversas matérias de imprensa, reportagens ou análises e colunas de opinião.

Em todo caso, para os brasileiros, nada do que está dito é estranho ao que nós mesmos observamos daqui, mas isso pode impressionar os americanos.

Paulo Roberto de Almeida

 

The Bolsonaro-Trump Connection Threatening Brazil’s Elections

With his poll numbers falling, President Jair Bolsonaro is already questioning the legitimacy of next year’s election. He has help from the United States.

Jack Nicas

The New York Times, 12/11/2021

 

Brasilia - The conference hall was packed, with a crowd of more than 1,000 cheering attacks on the press, the liberals and the politically correct. There was Donald Trump Jr. warning that the Chinese could meddle in the election, a Tennessee congressman who voted against certifying the 2020 vote, and the president complaining about voter fraud.

In many ways, the September gathering looked like just another CPAC, the conservative political conference. But it was happening in Brazil, most of it was in Portuguese and the president at the lectern was Jair Bolsonaro, the country’s right-wing leader.

Fresh from their assault on the results of the 2020 U.S. presidential election, former President Donald J. Trump and his allies are exporting their strategy to Latin America’s largest democracy, working to support Mr. Bolsonaro’s bid for re-election next year — and helping sow doubt in the electoral process in the event that he loses.

They are branding his political rivals as criminals and communists, building new social networks where he can avoid Silicon Valley’s rules against misinformation and amplifying his claims that the election in Brazil will be rigged.

For the American ideologues pushing a right-wing, nationalist movement, Brazil is one of the most important pieces on the global chess board. With 212 million people, it is the world’s sixth-largest nation, the dominant force in South America, and home to an overwhelmingly Christian population that continues to shift to the right.

Brazil also presents a rich economic opportunity, with abundant natural resources made more available by Mr. Bolsonaro’s rollback of regulations, and a captive market for the new right-wing social networks run by Mr. Trump and others.

For the Brazilian president, who finds himself increasingly isolated on the world stage and unpopular at home, the American support is a welcome boost. The Trump name is a rallying cry for Brazil’s new right and his efforts to undermine the U.S. electoral system appear to have inspired and emboldened Mr. Bolsonaro and his supporters.

But Brazil is a deeply divided nation where the institutions safeguarding democracy are more vulnerable to attack. The adoption of Mr. Trump’s methods is adding fuel to a political tinderbox and could prove destabilizing in a country with a history of political violence and military rule.

 “Bolsonaro is already putting it into people’s heads that he won’t accept the election if he loses,” said David Nemer, a University of Virginia professor from Brazil who studies the country’s far right. “In Brazil, this can get out of hand.”

Steve Bannon, Mr. Trump’s former chief strategist, has said President Bolsonaro will only lose if “the machines” steal the election. Representative Mark Green, a Tennessee Republican who has pushed laws combating voter fraud, met with lawmakers in Brazil to discuss “voting integrity policies.”

And President Bolsonaro’s son, Eduardo Bolsonaro, gave perhaps his most elaborate presentation on what he said were manipulated Brazilian elections in Sioux Falls, S.D. He was at an August event hosted by Mike Lindell, the pillow executive being sued for defaming voting-machine makers.

Authorities, including academics, Brazil’s electoral officials and the U.S. government, all have said that there has not been fraud in Brazil’s elections. Eduardo Bolsonaro has insisted there was. “I can’t prove — they say — that I have fraud,” he said in South Dakota. “So, OK, you can’t prove that you don’t.”

Mr. Trump’s circle has cozied up to other far-right leaders, including in Hungary, Poland and the Philippines, and tried to boost rising nationalist politicians elsewhere. But the ties are the strongest, and the stakes perhaps the highest, in Brazil.

WhatsApp groups for Bolsonaro supporters recently began circulating the trailer for a new series from Fox News host Tucker Carlson that sympathizes with the Jan. 6Capitol riot, Mr. Nemer said. The United States, which has been a democracy for 245 years, withstood that attack. Brazil passed its constitution in 1988 after two decades under a military dictatorship.

 “What concerns me is how fragile our democratic institutions are,” Mr. Nemer said.

The American interest in Brazil is not only political. Two conservative social networks run by allies of Mr. Trump, Gettr and Parler, are growing rapidly here by leaning into fears of Big Tech censorship and by persuading President Bolsonaro to post on their sites — the only world leader to do so. Mr. Trump’s own new social network, announced last month, is partially financed by a Brazilian congressman aligned with President Bolsonaro.

Beyond tech, many other American companies have benefited from President Bolsonaro’s opening to trade, including those in defense, agriculture, space and energy.

“We’re turning ideological affinity into economic interests,” said Ernesto Araújo, President Bolsonaro’s foreign minister until March.

The Trumps, the Bolsonaros, Mr. Green and Mr. Bannon did not respond to repeated requests for comment.

President Bolsonaro’s fraud claims have worried officials in the Biden administration, according to two U.S. officials who spoke on the condition of anonymity. In August, Jake Sullivan, President Biden’s national security adviser, traveled to Brazil and advised President Bolsonaro to respect the democratic process.

In October, 64 members of Congress asked President Biden for a reset in the United States’ relationship with Brazil, citing President Bolsonaro’s pursuit of policies that threaten democratic rule. In response, Brazil’s ambassador to the United States defended President Bolsonaro, saying debate over election security is normal in democracies. “Brazil is and will continue to be one of the world’s freest countries,” he said.

For President Bolsonaro, the Republicans’ support comes at a crucial moment. The pandemic has killed more than 610,000 Brazilians, second to only the 758,000 deaths in the United States. Unemployment and inflation have risen. He has been operating without a political party for two years. And Brazil’s Supreme Court and Congress are closing in on investigations into him, his sons and his allies.

Late last month, a Brazil congressional panel recommended that President Bolsonaro be charged with “crimes against humanity,” asserting that he intentionally let the coronavirus tear through Brazil in a bid for herd immunity. The panel blamed his administration for more than 100,000 deaths.

Minutes after the panel voted, Mr. Trump issued his endorsement. “Brazil is lucky to have a man such as Jair Bolsonaro working for them,” he said in a statement. “He is a great president and will never let the people of his great country down!

 

‘The Donald Trump of South America’

 

In 2018, President Bolsonaro was carried to victory by the same populist wave that buoyed Mr. Trump. The comparisons between Mr. Bolsonaro, a former Army paratrooper with a penchant for insults and off-the-cuff tweets, and Mr. Trump were instant.

“They say he’s the Donald Trump of South America,” Mr. Trump said in 2019. “I like him.”

To many others, Mr. Bolsonaro was alarming. As a congressman and candidate, he had waxed poetic about Brazil’s military dictatorship, which tortured its political rivals. He said he would be incapable of loving a gay son. And he said a rival congresswoman was too ugly to be raped.

Three months into his term, President Bolsonaro went to Washington. At his welcome dinner, the Brazilian embassy sat him next to Mr. Bannon. At the White House later, Mr. Trump and Mr. Bolsonaro made deals that would allow the Brazilian government to spend more with the U.S. defense industry and American companies to launch rockets from Brazil.

Joining President Bolsonaro in Washington was his son, Eduardo. A congressman and former police officer, Eduardo Bolsonaro already was wearing Trump hats and posing with assault rifles on Facebook. He then emerged as Brazil’s chief liaison with the American right, visiting the United States several times a year to meet with Mr. Trump, Jared Kushner, top Republican senators and a cadre of far-right pundits and conspiracy theorists.

A few weeks after his father was elected, Eduardo Bolsonaro went to Mr. Bannon’s birthday party and was treated as “the guest of honor,” said Márcio Coimbra, a Brazilian political consultant who was also there.

Two months later, Mr. Bannon announced Eduardo Bolsonaro would represent South America in The Movement, a right-wing, nationalist group that Mr. Bannon envisioned taking over the Western world. In the news release, Eduardo Bolsonaro said they would “reclaim sovereignty from progressive globalist elitist forces.”

‘We cannot allow them to silence us’

Before the pandemic, President Bolsonaro had been good for American business.

The Trump and Bolsonaro administrations signed pacts to increase commerce. American investors plowed billions of dollars into Brazilian companies. And Brazil spent more on American imports, including fuel, plastics and aircraft.

Now a new class of companies is salivating over Brazil: conservative social networks.

Gettr and Parler, two Twitter clones, have grown rapidly in Brazil by promising a hands-off approach to people who believe Silicon Valley is censoring conservative voices. One of their most high-profile recruits is President Bolsonaro.

Gettr’s chief executive, Jason Miller, is Mr. Trump’s former spokesman. He said that President Bolsonaro and his sons’ activity on his site has been a major boost for business. The four-month-old app already has nearly 500,000 users in Brazil, or 15 percent of its user base, its second-largest market after the United States. Gettr is now advertising on conservative Brazilian YouTube channels. “I had Brazil identified from day one,” he said.

Parler said Brazil is also its No. 2 market. Both companies sponsored CPAC in Brazil. “We cannot allow them to silence us,” Candace Owens, the conservative pundit, said in a video pitching Parler at CPAC.

Gettr is partly funded by Guo Wengui, an exiled Chinese billionaire who is close with Mr. Bannon. (When Mr. Bannon was arrested on fraud charges, he was on Mr. Guo’s yacht.) Parler is funded by Rebekah Mercer, the American conservative megadonor who was Mr. Bannon’s previous benefactor.

Companies like Gettr and Parler could prove critical to President Bolsonaro. Like Mr. Trump, he built his political movement with social media. But now Facebook, YouTube and Twitter are more aggressively policing hate speech and misinformation. They blocked Mr. Trump and have started cracking down on President Bolsonaro. Last month, YouTube suspended his channel for a week after he falsely suggested coronavirus vaccines could cause AIDS.

In response, President Bolsonaro has tried to ban the companies from removing certain posts and accounts, but his policy was overturned. Now he has been directing his supporters to follow him elsewhere, including on Gettr, Parler and Telegram, a messaging app based in Dubai.

He will likely soon have another option. Last month, Mr. Trump announced he was starting his own social network. The company financing his new venture is partly led by Luiz Philippe de Orleans e Bragança, a Brazilian congressman and Bolsonaro ally.

 

‘Stolen by, guess what, the machines’

 

On the day of the Capitol riot, Eduardo Bolsonaro was in Washington. When asked later, he said the rioters’ efforts were weak. “If it were organized, they would have taken the Capitol and made demands,” he said.

The day after the riot, President Bolsonaro warned that Brazil was “going to have a worse problem” if it didn’t change its own electoral systems, which rely on voting machines without paper backups. (Last week, he suddenly changed his tune after announcing that he would have Brazil’s armed forces monitor the election.)

Diego Aranha, a Brazilian computer scientist who studies the country’s election systems, said that Brazil’s system does make elections more vulnerable to attacks — but that there has been no evidence of fraud.

“Bolsonaro turned a technical point into a political weapon,” he said.

President Bolsonaro’s American allies have helped spread his claims.

At the CPAC in Brazil, Donald Trump Jr. told the audience that if they didn’t think the Chinese were aiming to undermine their election, “you haven’t been watching.” Mr. Bannon has called President Bolsonaro’s likely opponent, former President Luiz Inácio Lula da Silva, a “transnational, Marxist criminal” and “the most dangerous leftist in the world.” Mr. da Silva served 18 months in prison but his corruption charges were later tossed out by a Supreme Court justice.

Eduardo Bolsonaro’s slide show detailing claims of Brazilian voter fraud, delivered in South Dakota, was broadcast by One America News, a conservative cable network that reaches 35 million U.S. households. It was also translated into Portuguese and viewed nearly 600,000 times on YouTube and Facebook.

After his presentation, Mr. Bannon declared “Bolsonaro will win,” unless the elections are “stolen by, guess what, the machines.”

Both Mr. Bannon’s and Mr. Trump Jr.’s comments were translated into Portuguese and shared on Facebook by Bia Kicis, a conservative Brazilian congresswoman. They have been viewed more than 330,000 times.

‘Prison, death or victory’

The first week of September was a critical moment for the Bolsonaro presidency. Facing political crises, he called for nationwide demonstrations on Sept. 7, Brazil’s Independence Day, to protest his enemies in the Supreme Court and on the left.

The weekend before, just down the road from the presidential palace, Mr. Bolsonaro’s closest allies gathered at CPAC. Eduardo Bolsonaro and the American Conservative Union, the Republican lobbying group that runs CPAC, organized the event. Eduardo Bolsonaro’s political committee mostly financed it. Tickets sold out.

The American Conservative Union paid about $15,000 to send Mr. Green, the Tennessee Republican, according to a lobbying disclosure. His planned agenda included a discussion, over lunch, of voting laws with two Brazilian members of Congress who pushed to change Brazil’s.

During the conference, the head of Project Veritas, the conservative group that secretly records journalists to try to expose liberal bias, told the audience that he aimed to expand to Brazil.

Afterward, Eduardo Bolsonaro brought several Americans to the presidential palace. Mr. Miller of Gettr and two men connected to Project Veritas sat outside with President Bolsonaro and his sons, in view of the nearly Olympic-size swimming pool. President Bolsonaro was barefoot and in a soccer jersey. The Americans were in suits. They talked for more than an hour, Mr. Miller said. The Brazilians wanted to “kick the tires” on Gettr, he said.

The next day, Brazil’s federal police detained Mr. Miller at the airport. A Supreme Court judge had ordered police to question him about how Gettr might be used to spread misinformation in Brazil. “It was just farcical,” Mr. Miller said.

Eventually, Mr. Miller’s friend called Eduardo Bolsonaro and asked for a lawyer, according to police records. After the lawyer arrived, so did a senior adviser to President Bolsonaro. The lawyer requested the police not mention the adviser in their reports because, she said, he was there as her boyfriend, according to the records. The police mentioned him. He is not her boyfriend, they said.

At the same time, hundreds of thousands of Bolsonaro supporters in yellow and green were filling the national esplanade in Brasília. Pro-Bolsonaro banners hung from government buildings.

President Bolsonaro gave a fiery speech. Then he flew to São Paulo, where he used Mr. Miller’s detainment as evidence of judicial overreach. He told the crowd he would no longer recognize decisions from a Supreme Court judge.

He then turned to the election.

“We have three alternatives for me: Prison, death or victory,” he said. “Tell the bastards I’ll never be arrested.”

 

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Eleições 2022 (11/11/2021): Thomas Traumann: Moro arrasa com candidaturas tucanas (Veja)

Dou início, com esta postagem, a uma série de matérias exclusivamente dedicadas às eleições presidenciais, e gerais, de 2022, com a qual pretendo fazer um seguimento estreito da mais importante decisão a ser tomada pelos eleitores brasileiros em muitos anos, talvez a mais relevante de nossa história, pois o próximo presidente terá de reconstruir o Brasil, depois do furacão dos novos bárbaros.

Sempre colocarei o indicativo "Eleições 2022" e nessa rubrica caberão tanto matérias de terceiros, quanto análises minhas sobre o cenário político e econômico do processo eleitoral.

Concordo com Thomas Traumann: Moro pode liquidar (em todos os sentidos da palavra) com quaisquer outras candidaturas dessa confusa 3a via, e pode facilitar a vitória de Lula.

Paulo Roberto de Almeida

 . Thomas Traumann  Jornalista e consultor de comunicação, é autor de "O Pior Emprego do Mundo", sobre o trabalho dos ministros da Fazenda. Escreve sobre política e economia

Doria e Moro: articulação do ex-ministro para a eleição em 2022 descarta Senado até segunda ordem

Moro arrasa com candidaturas tucanas

  • Pesquisa mostra que com ex-juiz na disputa, Lula vence no primeiro turno
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 10, mostra que a candidatura a presidente do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro, arrasa com as chances do PSDB e de outros pré-candidatos da chamada terceira via, tira votos do presidente Jair Bolsonaro e, indiretamente, amplia o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nos dois cenários pesquisados, a entrada de Moro reduziu os pré-candidatos tucanos João Doria a 2% e o Eduardo Leite a 1%, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD) a 1%. Moro se filiou hoje ao partido Podemos para disputar a Presidência. As duas simulações mostram Lula na frente a ponto de vencer no primeiro turno, entre 47% e 48% dos votos votais (o que daria 54% dos votos válidos). O presidente Jair Bolsonaro vem em segundo, com 21%; depois Moro com 8% e o ex-ministro Ciro Gomes com 6% ou 7% dependendo do cenário.

Todas as pesquisas presidenciais até agora mostram que existe espaço para três ou no máximo quatro candidatos viáveis: Lula e Bolsonaro já asseguraram seu lugar. Ciro Gomes tem um público fiel. O último candidato deve vir da centro-direita e Moro largou na frente.

Ironicamente, a chegada de Moro amplia a vantagem de Lula no primeiro turno por ele tirar votos de Bolsonaro e impede a viabilização de um candidato tucano. O ex-ministro da Justiça toma votos do presidente nos principais redutos do bolsonarismo: os mais ricos (entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, ele alcança 11% das intenções de voto contra 32% de Bolsonaro e 34% de Lula) e na região Sul (Moro tem 12%, Bolsonaro 22% e Lula 45%). Em compensação, Moro é mais fraco onde Lula é mais forte, o Nordeste (ele cai a 4% ante 60% do ex-presidente) e os que ganham menos de dois salários mínimos (Moro tem 5% e Lula 61%).

Mas não será uma operação simples. Depois de Bolsonaro, Moro é o candidato mais rejeitado na pesquisa da Quaest: 61% dos eleitores dizem que o conhecem e não votariam nele, fruto do seu desgaste com as irregularidades na Operação Lava Jato e do rompimento com o bolsonarismo.

Além disso, Moro é um candidato de uma nota só, o combate à corrupção, tema que deixou o topo das preocupações dos brasileiros. Em agosto, 32% dos brasileiros diziam que a economia era o maior problema do país; agora, são 48%. 73% dos entrevistados acham que no último ano a economia piorou. Perguntados qual seria o principal problema econômico do Brasil, 23% respondem crescimento; 14% desemprego; 11% inflação e 10% miséria. Enquanto não tiver o que dizer a esses eleitores, Moro seguirá tendo um teto para crescer. 

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