Uma grande plataforma de difusão de clássicos nas ciências sociais:
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
sábado, 25 de dezembro de 2021
Uma grande plataforma de difusão de clássicos nas ciências sociais: Tramedoro – Grandi classici in 10 pagine
sexta-feira, 24 de dezembro de 2021
Mensagem de Natal de F. D. Roosevelt, 24/12/1943, EUA em meio à guerra mais terrível da história -
'Today, I express a certainty'
Franklin D. Roosevelt delivers his national radio address on December 24, 1943, at his home in Hyde Park, New York.
Two years in, the pandemic seems to have dragged on forever. And the end seems dispiritingly distant as the Omicron variant of the coronavirus rages and much of the world, outside of the richest nations, waits in vain for vaccines.
The worst public health emergency in 100 years is an outlier among other crises that have stalked developed countries in modern times, including economic recessions, the HIV/AIDS pandemic, civil unrest, endemic poverty and national disasters. That’s because there’s probably not one human being who has not seen their freedom curtailed, health compromised, prospects dimmed or family ties interrupted owing to Covid-19. The closest equivalent of shared suffering may be World War II, when the dangers and deprivations of soldiers, sailors, Marines and airmen abroad were mirrored at home, with air raids in Europe and a mass civilian mobilization in the name of the war effort in the United States. Then, as now, memories of pre-crisis life were fading, and the end was over a horizon clouded by fear and tragedy.
President Franklin Roosevelt set out in his Christmas address in 1943 to instill optimism and determination among his compatriots and to steel them for losses to come with a vision of life as it had once been known returning better than before. Predicting ultimate victory, he promised education, jobs and economic security to the millions of Americans fighting abroad when they came home. An early version, if you like, of President Joe Biden’s Build Back Better. Six months before the D-Day Normandy invasion, FDR drew the line under past reversals in the fight against “international gangsterism and brutal aggression in Europe and in Asia.”
Recalling the previous two wartime festive seasons, he remarked, “We have said, ‘Merry Christmas—Happy New Year,’ but we have known in our hearts that the clouds which have hung over our world have prevented us from saying it with full sincerity and conviction.” From his home in Hyde Park, New York, he went on: “On Christmas Eve this year—I can say to you that at last we may look forward into the future with real, substantial confidence that, however great the cost, ‘peace on earth, good will toward men’ can be and will be realized and insured. This year I can say that. Last year I could not do more than express a hope. Today I express a certainty—though the cost may be high and the time may be long.”
Roosevelt had spent a decade forging a relationship with Americans he addressed as “my friends” through his Fireside Chats on the radio. His tone was one of a benevolent but firm leader taking his fellow citizens into his confidence. On this occasion, he offered a sweeping survey of the war in the Pacific and Europe, after recently returning from strategy talks with leaders of Russia, China and Britain.
Listening to FDR decades on, it’s hard to imagine an American leader ever again being able to co-opt such a sense of national unity in the face of a common crisis. The pandemic has shattered any such illusions that the national good could surmount the politics of a bitter, divided era. But his words are a reminder that however dark the present seems, hopes for the future can never be truly extinguished, and they underscore the power of strong, yet often elusive, political leadership. This is as welcome now, as America contemplates its third pandemic year, as it was after two years of an earlier national crisis, on Christmas Eve 78 years ago.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
Ideias e diplomacia: O Visconde do Uruguai e o nascimento da política externa brasileira– 1849-1853 - Paulo Fernando Pinheiro Machado
IDEIAS E DIPLOMACIA: O Visconde do Uruguai e o nascimento da política externa brasileira – 1849-1853
Paulo Fernando Pinheiro Machado
(Lisboa: Lisbon International, 2022; ISBN: 978-989-37-2189-6).
Por que o Brasil independente manteve a sua integridade territorial ao passo que a América espanhola se fragmentou em uma série de repúblicas? Essa é uma pergunta que vem intrigando os historiadores e cientistas políticos há dois séculos. A maioria das análises apontam para uma decisão política consciente das elites imperais, em especial do Partido Conservador, de manter a unidade territorial do Brasil pela construção de um estado centralizado, após a pacificação das Revoltas do Período Regencial (1831-1835). Paulo Fernando Pinheiro Machado procura, nesta obra, analisar a face externa desse processo de construção do estado-nação brasileiro, pelas ideias, crenças e motivações de uma personagem central nesse processo: Paulino José Soares de Souza, o Visconde do Uruguai. Paulino foi quem por primeiro conferiu ao Brasil independente uma política externa coerente e estruturada, legando ao novo país uma tradição diplomática que serviu de régua mestra para os seus sucessores desde então. No ano do bicentenário da Independência, a presente obra convida a uma reavaliação crítica das ideias e dos valores fundamentais do Partido Conservador no plano externo, os quais legaram uma diplomacia de alto nível para o país e acabaram também por desembocar na tragédia da Guerra do Paraguai.
Índice
PREFÁCIO, Paulo Roberto de Almeida
INTRODUÇÃO
1. O PAPEL DAS IDEIAS NA POLÍTICA
1.1 CATEGORIAS DE IDEIAS
1.2 O IMPACTO DAS IDEIAS NA POLÍTICA
2. O CONTEXTO: O MUNDO RESTAURADO PÓS‑GUERRAS NAPOLEÔNICAS
2.1 PAX BRITANNICA
2.2 AS POTÊNCIAS DO CONCERTO EUROPEU
2.3 A AMÉRICA ESPANHOLA E O RIO DA PRATA
2.4 A POSIÇÃO DO BRASIL
3. ORIGENS E GESTAÇÃO DO PENSAMENTO DIPLOMÁTICO DO VISCONDE DO URUGUAI
3.1 ORIGENS FAMILIARES
3.2 EDUCAÇÃO FORMAL
3.3 RELAÇÕES SOCIAIS
3.4 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
4. O PENSAMENTO POLÍTICO E DIPLOMÁTICO DO VISCONDE DO URUGUAI
4.1 O PENSAMENTO CONSERVADOR
4.2 O PENSAMENTO POLÍTICO DO VISCONDE DO URUGUAI
4.3 URUGUAI E O IMPÉRIO
5. A DIPLOMACIA COMERCIAL
5.1 OS TRATADOS DESIGUAIS
5.2 A REAÇÃO AO SISTEMA DE TRATADOS
5.3 A DIPLOMACIA FINANCEIRA
6. A SITUAÇÃO FINANCEIRA NO PRATA EM MEADOS DA DÉCADA DE 1840
6.1 A DIPLOMACIA FINANCEIRA DO VISCONDE DO URUGUAI
6.2 LIMITES: A GRANDE POLÍTICA AMERICANISTA
7. A SITUAÇÃO NO MOMENTO DA INDEPENDÊNCIA
7.1 A IDÉIA DE NACIONALIDADE NO BRASIL
7.2 A POLÍTICA DE LIMITES ANTES DA GESTÃO DO VISCONDE DO URUGUAI
7.3 A POSIÇÃO DO VISCONDE DO URUGUAI
7.4 A POSIÇÃO DOS SUCESSORES DO VISCONDE
7.5 AS RELAÇÕES COM A INGLATERRA: DO CONFLITO À PACIFICAÇÃO
8. UMA RELAÇÃO CONFLITUOSA: AS MÁGOAS DA INDEPENDÊNCIA
8.1 A POSIÇÃO DO VISCONDE DO URUGUAI
8.2 PRECURSORES E SEGUIDORES DA POLÍTICA DO VISCONDE
8.3 O PRATA: DA NEUTRALIDADE À INTERVENÇÃO
9. O CONTEXTO GEOPOLÍTICO DA REGIÃO
9.1 O CONTEXTO GEOPOLÍTICO DA REGIÃO
9.2 A POLÍTICA DO IMPÉRIO PARA O PRATA ATÉ 1849: ABAETÉ E A DOUTRINA DA NEUTRALIDADE
9.3 A POLÍTICA DO VISCONDE DO URUGUAI: A DOUTRINA DA INTERVENÇÃO
9.4 A POLÍTICA PARA O PRATA DEPOIS DO VISCONDE
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Trechos do Prefácio:
A construção da diplomacia brasileira por um de seus pais fundadores
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
Paulino José Soares de Souza não figura entre os founding fathers da nação, inclusive porque, nascido em Paris, em 1807, só tinha 15 anos quando da declaração da autonomia, em 1822. Mas, ele foi, indiscutivelmente, um dos pais construtores do Estado brasileiro e um dos fundadores de sua diplomacia, tal como ela conseguiu se libertar de duas pesadas amarras da herança internacional portuguesa e passou a cuidar, verdadeiramente, dos interesses nacionais. Este livro, do eminente colega diplomata e distinto intelectual Paulo Fernando Pinheiro Machado, consolida toda a informação disponível sobre a atuação de Paulino como chanceler (duas vezes), tanto no plano conceitual, quanto no terreno da prática, tendo ele “encerrado” dois episódios que tinham ficado em aberto desde a independência, e dado a partida a uma política externa que será continuada por seus sucessores, com destaque para os dois Rio Branco, o visconde e o barão, cuja tradição de qualidade tornou-se um patrimônio da diplomacia republicana, prolongada até praticamente o período recente.
O Brasil nascente iniciou-se na vida internacional tendo de resolver três problemas herdados da política externa de Portugal, dos quais o primeiro foi contornado logo após a Restauração dos Bourbons na França pós-napoleônica e dois outros prolongados justamente até a atuação de Paulino, no começo dos anos 1850. Caiena, a futura Guiana francesa, que tinha sido ocupada por forças enviadas pelo príncipe regente D. João logo após a chegada da Corte portuguesa no Rio de Janeiro – uma forma de vingança contra Napoleão, que tinha mandado invadir Portugal em 1807 –, foi devolvida à França pelo tratado de Utrecht de 1817. Mas o problema do tráfico escravo, nas relações com a principal potência da época, a Grã-Bretanha, e a questão da Cisplatina – o futuro Uruguai, também invadido por forças portuguesas durante a presença da Corte no Brasil –, incorporada ao território do Império, e foco do nosso primeiro conflito com as Províncias “Desunidas” do Prata, permaneceram como dois focos imediatos de tensão nas relações exteriores da nova nação independente, ao lado e além do próprio reconhecimento diplomático do novo Estado pelas demais potências e vizinhos regionais, finalmente resolvido a partir de 1825. Essas duas questões só foram resolvidas, pelo menos nos seus aspectos mais cruciais, graças à atuação de Paulino na sua segunda encarnação como ministro dos Negócios Estrangeiros, antes mesmo que ele recebesse o título de Visconde do Uruguai, que só chegou em 1854, depois que ambos já tinha encontrado soluções satisfatórias, graças ao segundo melhor chanceler do novo Império do Brasil, depois do primeiro, José Bonifácio, um dos pais fundadores, também conhecido como o “patriarca da Independência”.
Este livro tem um título apropriado, “Ideias e diplomacia”, pois estes são os dois grandes conceitos em torno dos quais Paulo Fernando Pinheiro Machado organiza os seus argumentos substantivos, mas também traz, em seu subtítulo, uma afirmação mais do que apropriada: o “nascimento da política externa brasileira”. Com efeito, até o começo das Regências, a política externa do Brasil tinha sido quase “portuguesa”, e não só pelos problemas do Prata e do tráfico, mas também em função das tribulações de D. Pedro I com os assuntos da antiga metrópole: entre estas se incluem as desventuras de D. João VI de volta ao trono de Portugal, a ambição de D. Miguel, irmão de D. Pedro, este o herdeiro legítimo da coroa na morte (altamente suspeita) do pai em 1826, sua luta deste para fazer de sua filha, Maria da Glória, a legítima sucessora como futura D. Maria II, em benefício de quem abdicou da coroa portuguesa, o que só se efetivourealmente depois da verdadeira guerra civil que teve de travar contra o absolutista D. Miguel, já após sua própria abdicação como imperador do Brasil e volta definitiva a Portugal, em 1831.
(...)
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, dezembro de 2021
O PIB global: 94 trilhões de dólares - EUA, China, Alemanha e Japão fazem metade do total; Brasil é dez vezes menor do que a China
Visualizing the $94 Trillion World Economy in One Chart
Visual Capitalist, December 22, 2021
https://www.visualcapitalist.com/visualizing-the-94-trillion-world-economy-in-one-chart/
The $94 Trillion World Economy in One Chart
View the expanded version of this infographic.
Just four countries—the U.S., China, Japan, and Germany—make up over half of the world’s economic output by gross domestic product (GDP) in nominal terms. In fact, the GDP of the U.S. alone is greater than the combined GDP of 170 countries.
How do the different economies of the world compare? In this visualization we look at GDP by country in 2021, using data and estimates from the International Monetary Fund (IMF).
An Overview of GDP
GDP serves as a broad indicator for a country’s economic output. It measures the total market value of final goods and services produced in a country in a specific timeframe, such as a quarter or year. In addition, GDP also takes into consideration the output of services provided by the government, such as money spent on defense, healthcare, or education.
Generally speaking, when GDP is increasing in a country, it is a sign of greater economic activity that benefits workers and businesses (while the reverse is true for a decline).
The World Economy: Top 50 Countries
Who are the biggest contributors to the global economy? Here is the ranking of the 50 largest countries by GDP in 2021:
Rank | Country | GDP ($T) | % of Global GDP |
---|---|---|---|
1 | U.S. | $22.9 | 24.4% |
2 | China | $16.9 | 17.9% |
3 | Japan | $5.1 | 5.4% |
4 | Germany | $4.2 | 4.5% |
5 | UK | $3.1 | 3.3% |
6 | India | $2.9 | 3.1% |
7 | France | $2.9 | 3.1% |
8 | Italy | $2.1 | 2.3% |
9 | Canada | $2.0 | 2.1% |
10 | Korea | $1.8 | 1.9% |
At $22.9 trillion, the U.S. GDP accounts for roughly 25% of the global economy, a share that has actually changed significantly over the last 60 years. The finance, insurance, and real estate ($4.7 trillion) industries add the most to the country’s economy, followed by professional and business services ($2.7 trillion) and government ($2.6 trillion).
China’s economy is second in nominal terms, hovering at near $17 trillion in GDP. It remains the largest manufacturer worldwide based on output with extensive production of steel, electronics, and robotics, among others.
The largest economy in Europe is Germany, which exports roughly 20% of the world’s motor vehicles. In 2019, overall trade equaled nearly 90% of the country’s GDP.
The World Economy: 50 Smallest Countries
On the other end of the spectrum are the world’s smallest economies by GDP, primarily developing and island nations.
With a GDP of $70 million, Tuvalu is the smallest economy in the world. Situated between Hawaii and Australia, the largest industry of this volcanic archipelago relies on territorial fishing rights.
In addition, the country earns significant revenue from its “.tv” web domain. Between 2011 and 2019, it earned $5 millionannually from companies—including Amazon-owned Twitch to license the Twitch.tv domain name—equivalent to roughly 7% of the country’s GDP.
Countries | Region | GDP (B) |
---|---|---|
Tuvalu | Oceania | $0.07 |
Nauru | Oceania | $0.1 |
Palau | Oceania | $0.2 |
Kiribati | Oceania | $0.2 |
Marshall Islands | Oceania | $0.2 |
Micronesia | Oceania | $0.4 |
Tonga | Oceania | $0.5 |
São Tomé and Príncipe | Central America | $0.5 |
Dominica | Caribbean | $0.6 |
St. Vincent and the Grenadines | Caribbean | $0.8 |
Like Tuvalu, many of the world’s smallest economies are in Oceania, including Nauru, Palau, and Kiribati. Additionally, several countries above rely on the tourism industry for over one-third of their employment.
The Fastest Growing Economies in the World in 2021
With 123% projected GDP growth, Libya’s economy is estimated to have the sharpest rise.
Oil is propelling its growth, with 1.2 million barrels being pumped in the country daily. Along with this, exports and a depressed currency are among the primary factors behind its recovery.
Rank | Country | Region | 2021 Real GDP Growth (Annual % Change) |
---|---|---|---|
1 | Libya | Africa | 123.2% |
2 | Guyana | South America | 20.4% |
3 | Macao | Asia | 20.4% |
4 | Maldives | Asia | 18.9% |
5 | Ireland | Europe | 13.0% |
6 | Aruba | Caribbean | 12.8% |
7 | Panama | Central America | 12.0% |
8 | Chile | South America | 11.0% |
9 | Peru | South America | 10.0% |
10 | Dominican Republic | Caribbean | 9.5% |
Ireland’s economy, with a projected 13% real GDP growth, is being supported by the largest multinational corporations in the world. Facebook, TikTok, Google, Apple, and Pfizer all have their European headquarters in the country, which has a 12.5% corporate tax rate—or about half the global average. But these rates are set to change soon, as Ireland joined the OECD 15% minimum corporate tax rate agreement which was finalized in October 2021.
Macao’s economy bounced back after COVID-19 restrictions began to lift, but more storm clouds are on the horizon for the Chinese district. The CCP’s anti-corruption campaign and recent arrests could signal a more strained relationship between Mainland China and the world’s largest gambling hub.
Looking Ahead at the World’s GDP
The global GDP figure of $94 trillion may seem massive to us today, but such a total might seem much more modest in the future.
In 1970, the world economy was only about $3 trillion in GDP—or 30 times smaller than it is today. Over the next thirty years, the global economy is expected to more or less double again. By 2050, global GDP could total close to $180 trillion.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
Relatório (secreto) da visita do vice-presidente João Goulart à China de Mao, em agosto de 1961, quando o presidente se demitiu - J.A. Araújo Castro
Agreguei à minha página do Academia.edu, a cópia fotográfica do ofício secreto encaminhado a partir do Consulado do Brasil em Hong Kong, em 4 de setembro de 1961, pelo então ministro-conselheiro da embaixada do Brasil em Tóquio, João Augusto de Araújo Castro, a propósito da visita do vice-presidente reeleito João Goulart à República Popular da China, em agosto de 1961, quando o Brasil reconhecia apenas a República da China (Formosa), com considerações pessoais sobre a forma e a natureza dessa visita, no curso da qual, brasileiros e chineses foram surpreendidos com a notícia da renúncia do presidente Jânio Quadros.
Quando puder, farei a análise desse ofício secreto, contextualizando-o na conjuntura histórica daquele momento da diplomacia brasileira, entre os "apelos" (americanos) da Guerra Fria e os novos eflúvios da Política Externa Independente, do presidente Jânio Quadros e do chanceler Afonso Arinos de Melo Franco (que acabou saindo com a demissão inopinada do presidente que se acreditava com virtudes "gaullistas".
Livro de Bruno Sampaio da Costa: Processo Civilizador nas Exposições de Motivos dos Códigos de Processo Civil: um ensaio - meu orientando
Uma das últimas publicações identificadas deste ano de 2021 (outras podem estar correndo por aí):
1431. “Uma leitura original das Exposições de Motivos aos Códigos de Processo Civil”, Orelhas ao livro de Bruno Sampaio da Costa, Processo Civilizador nas Exposições de Motivos dos CPCs: um ensaio (São Paulo: Editora Dialética, 2021, 152 p.; ISBN: 978-6525209920). Relação de Originais n. 3955.
O livro está disponível na Amazon, neste link.
Uma leitura original das Exposições de Motivos aos Códigos de Processo Civil
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; http://diplomatizzando.blogspot.com)
[Objetivo: contracapa ao livro de Bruno Sampaio da Costa; finalidade: Processo Civilizador nas Exposições de Motivos dos CPCs: um ensaio]
Constituições, códigos e outros instrumentos relativos à organização legal de um determinado país costumam refletir o espírito da época, o chamado Zeitgeist. Oliveira Viana, um dos primeiros sociólogos do Brasil dizia, num de seus trabalhos dos anos 1920, que havia uma incompatibilidade entre o Brasil real e o Brasil legal, e que o fato de no país se valorizar mais a Autoridade do que a Liberdade era devido a que o povo não demonstrava sentimentos de solidariedade social como talvez se encontrassem nos povos europeus, em especial no povo anglo-saxão, daí a ausência de liberalismo no Brasil. Ele se colocou, em consequência, a serviço dos interesses corporativos das elites, em especial do autoritarismo do Estado Novo.
Pois foi no Estado Novo que Francisco Campos, outro arauto do autoritarismo tupiniquim, elaborou a Exposição de Motivos ao Código de Processo Civil de 1939; foi também sob uma outra ditadura, o regime militar que perdurou de 1964 a 1985, que outro defensor do autoritarismo, Alfredo Buzaid, elaborou sua Exposição de Motivos ao Código de 1973. Mas, já foi no contexto de abertura que se seguiu à democratização retomada em 1985 que uma Comissão de Juristas elaborou a Exposição de Motivos ao CPC de 2015.
Bruno Sampaio da Costa mobilizou a metodologia elaborada pelo sociólogo Norbert Elias a respeito do “processo civilizador”, para examinar detidamente as três exposições de motivos aos Códigos respectivos de 1939, 1973 e 2015, evidenciando justamente a dinâmica social, ideológica, em uma palavra, civilizatória, que marcaram as introduções a essas três peças de três momentos diferentes da evolução política do Brasil. Seu livro, Processo Civilizador nas Exposições de Motivos dos CPCs, constitui justamente uma leitura original, inédita para os padrões deste tipo de análise, sobre nosso próprio processo civilizador numa área das mais relevantes para os atuais sentimentos de solidariedade na sociedade brasileira.
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor.
[Brasília, 3955, 2 de agosto de 2021]
'País precisa sair da armadilha do baixo crescimento', diz Maílson da Nóbrega - Entrevista com Sonia Racy (OESP)
Economia
'País precisa sair da armadilha do baixo crescimento', diz Maílson da Nóbrega
Saída é trocar de presidente e voltar a ter uma economia mais produtiva, aponta ex-ministro do governo Sarney, que também vê um cenário difícil para uma terceira via
Entrevista com Maílson da Nóbrega, economista e ex-ministro da Fazenda
Sonia Racy, O Estado de S.Paulo
22 de dezembro de 2021 | 05h00
Economista experiente, ministro da Fazenda nos difíceis anos de alta inflação do governo Sarney e um dos criadores da Tendências Consultoria, o hoje consultor Mailson da Nóbrega aponta dois passos que o Brasil precisa dar para voltar a respirar e ter rumo. Primeiro, trocar de presidente em 2022. Segundo, “sair da armadilha do baixo crescimento”.
Nesta conversa com Cenários, considera urgente aprovar uma reforma tributária – o projeto de lei já existe, foi coordenado pelo economista Bernard Appy. A opção escolhida pelo governo Bolsonaro, “é péssima, resume-se a reforma do Imposto de Renda”. Para 2022, ele acredita que a terceira via “é um projeto difícil”. E que, entre Lula e Bolsonaro, o petista “pode ter cometido erros”, mas “entende como funcionam as instituições e mostrou que sabe governar”. Aqui vão trechos da conversa.
Com o clima de incertezas tanto na política bem como na economia, dá para desenhar algo para próximos anos?
Acho que temos dois desafios. O primeiro é a alternância do poder em 2022 – ou seja, a substituição de Jair Bolsonaro por um presidente que saiba conduzir-se na gestão do governo e restabeleça o prestígio que o Brasil já teve na cena internacional. O segundo, sair desse cenário de baixo crescimento, a chamada armadilha da renda média. A renda per capita estagnou nos últimos 40 anos, e a razão principal foi a queda da produtividade, que é o grande fator de geração de riqueza de um país.
Mas esse problema, de baixa produtividade, vem desde os anos 80, não?
Os 80 foram o início dessa derrocada. Nos 50, 60 e 70, a produtividade trouxe o maior crescimento do Brasil de todos os tempos, o chamado milagre brasileiro de 1968 a 1973, que chegou aos 11,1% ao ano. Nos 80, isso começou a cair.
O que motivou essa virada?
Foi a queda da eficiência na economia. Temos aí fatores externos, como as crises do petróleo em 1973 e 79 e o esgotamento da estratégia de crescimento pela substituição das importações e forte intervenção dirigista do Estado. Também acabou o benefício dos campos, provocando forte migração do campo para as cidades. E, de quebra, tivemos uma piora do sistema fiscal.
Como foi isso?
O Brasil criou um sistema fiscal avançado, em 1965. Adotou-se um método de tributação de consumo dos mais modernos do mundo. Na época, era o ICM, depois ICMS e IPI. Isso foi sendo deteriorado por novas formas de tributação, que abriga hoje o PIS e o Cofins. E a Constituição de 1988 foi uma pá de cal na eficiência tributária porque, sob pressão dos governadores e prefeitos, atribuiu-se a Estados o poder de decidir sobre ICMS.
Foi uma má ideia?
Foi um desastre. Trouxe imposto sobre imposto e virou uma bagunça. Com o ICMS mudando sete vezes por semana, nenhuma empresa de atuação nacional consegue acompanhar essa loucura. Eu diria que hoje o principal fator de redução da produtividade no Brasil é o ICMS.
Existe alguma possibilidade de, um dia, termos uma boa reforma tributária?
O Brasil perdeu agora uma oportunidade de fazê-la, por meio da proposta do Centro de Cidadania Fiscal, liderada pelo Bernard Appy. Ali, pela primeira vez na história, governadores e secretários da Fazenda se puseram de acordo. Por que não emplacou? Porque os Estados depois se convenceram de que esse sistema é inviável. Hoje, a economia é cada vez mais de serviços, que já tomam 73% da economia brasileira, e há poucos serviços tributados por Estados – a grande massa deles está na área tecnológica, é tudo dos municípios. Mas acho que o projeto não está enterrado, ele pode renascer se houver uma mudança de poder em 2022.
Qual é a importância dessa alternância de poder?
É evitar a presença de um presidente despreparado como o atual, sem a menor capacidade de coordenar o jogo político e com capacidade inacreditável de dizer bobagem todo dia.
O que acha da candidatura do Lula? E da terceira via?
No nosso cenário lá na Tendências Consultoria, caminhamos para um segundo turno entre Lula e Bolsonaro no qual Lula será o vencedor. Não vemos espaço, no momento, para uma terceira via. Quanto a Bolsonaro, talvez ele veja que não tem chance de chegar ao segundo turno e tente ser deputado, para ficar a salvo de processos.
Como vê o futuro de Lula?
Ele é candidatíssimo e quer mostrar que não foi corrupto. Agora, se você me perguntar “o governo do Lula seria melhor do que o do Bolsonaro?”, não tenho dúvida em dizer que sim. Ele sabe como funcionam as instituições, já mostrou que sabe governar.
Mas ainda é cedo e muita coisa pode mudar, não?
Acho que 2022 vai ser um ano difícil, O ambiente externo é desafiador, estamos num momento de mudança na política monetária dos EUA, onde a inflação já passou dos 6%. E acho esse programa que substitui o Bolsa Família uma aposta arriscada de Bolsonaro. Na campanha, o Lula vai dizer ao eleitor, principalmente no Nordeste, que é o mesmo Bolsa Família, uma criação dele.
Pasteur. La foi dans la science - Revue L'Histoire (janvier 2022)
A França vai comemorar os 200 anos do nascimento de Pasteur reafirmando sua fé na ciência.
No Brasil, não vamos "comemorar" os 200 anos da nossa Independência porque o desgoverno do Bozo é tudo o que não gostaríamos nesse ano símbolo, a destruição das instituições, o desmantelamento da governança, o estupro orçamentário e, sobretudo, a ANTICIÊNCIA, o desprezo pelas mais rudimentares normas sanitárias, cuidados profiláticos e investimentos em vacinas, o que levou o Brasil a ter, proporcionalmente, uma das maiores taxas de mortalidade por Covid do mundo, senão a maior.
E o capitão continua negacionista e sabotando vacinas para crianças, e os necessários cuidados em relação à Ômicron. O Brasil se desfez sob o Bozo, um psicopata incurável.
Paulo Roberto de Almeida
Pasteur. La foi dans la science
La pandémie de Covid-19 a rebattu les cartes : alors qu’on croyait possible de les éradiquer, les maladies infectieuses se rappellent à nous. Et avec elles l’importance du vaccin. C’est une des nombreuses raisons de commémorer en 2022 le bicentenaire de la naissance de Louis Pasteur à Dole, dans le Jura.
Celui-ci est devenu, de son vivant déjà, une légende, celui qui a vaincu la mort. Rien, il est vrai, ne manque au portrait du saint laïque, fils du peuple, prêt à tout pour faire triompher la vérité au bénéfice du bien-être de l’humanité.
Les travaux des historiens depuis trente ans ont nuancé ce portrait. Pasteur n’est pas un génie isolé ; il s’est appuyé sur de fidèles collaborateurs et sur les travaux de ses prédécesseurs. D’autres acteurs essentiels ont contribué à la « révolution pasteurienne », en premier lieu son grand rival allemand, Robert Koch. Pasteur fut aussi un entrepreneur avisé et sut faire preuve d’un grand sens de la communication.
Reste une œuvre scientifique immense. Et une conception de la science dont nous sommes les héritiers.