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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aumenta número de negros e pardos na população


A interpretação positiva, ou leniente, desse aumento nos últimos dez anos, é a de que a população negra ou parda está aumentando sua auto-estima e escolhe declarar sua cor verdadeira. 
A interpretação realista, ou menos leniente, diria que essas pessoas estão querendo se beneficiar das ditas políticas afirmativas, que privilegiam "afrobrasileiros" em relação a todos os demais brasileiros, criando o que eu chamo de novo Apartheid.
Ou seja, a população brasileira está sendo dividida em linhas raciais.
Belo futuro que nos espera: enfatizar a separação, em lugar da mestiçagem...
Paulo Roberto de Almeida 

Negros e pardos são maioria em 56,8% dos municípios, mostra estudo
Flávia Villela
Folha de S.Paulo14/11/2011

Estudo do IBGE mostra que em 2010, aproximadamente 91 milhões de pessoas se classificaram como brancas15 milhões como pretas82 milhões como pardas, 2 milhões como amarelas e 817 mil como indígenas

 Rio de Janeiro - O número de municípios onde os domicílios tinham maioria de pretos e pardos aumentou 7,6 pontos percentuais, entre 2000 e 2010, ao passar de 49,2% para 56,8%. A constatação faz parte do Mapa da População Preta & Parda no Brasil segundo os Indicadores do Censo de 2010, divulgado nesta segunda-feira (14).

Em 1.021 cidades (18,3% do total), pretos e pardos eram mais de 75% da população. O estudo foi elaborado pelo Laboratório de Análises Econômicas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O percentual de pessoas que se declararam pretas passou de 6,2% para 7,6% em uma década. O aumento foi maior entre as que se declararam pardas, de 38,5% para 43,1% no mesmo período.

Em 2010, aproximadamente 91 milhões de pessoas se classificaram como brancas, 15 milhões como pretas, 82 milhões como pardas, 2 milhões como amarelas e 817 mil como indígenas.

O coordenador da pesquisa, Marcelo Paixão, acredita que os indicadores com base no Censo 2010 foram influenciados pelo processo de valorização da presença afrodescendente na sociedade brasileira e pela adoção das políticas afirmativas.

“Esses dados demonstram não só uma mudança demográfica, mas também política, social e cultural, porque expressa uma nova forma de visibilidade da população negra brasileira ao estimular que as pessoas assumam sua cor de pele de uma maneira mais aberta.”

O censo, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada dez anos, introduziu, em 2010, a pergunta sobre cor ou raça para todos os domicílios e não mais por amostra, como era feito anteriormente.

Segundo Marcelo Paixão, a comparação dessa informação com dados futuros do IBGE, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do ano que vem e o Censo de 2020, será muito útil para traçar um perfil mais fiel da população.

“O interessante para 2020 é verificar se esse percentual da população preta e parda no Brasil vai continuar aumentando. Porque é claro que tem também uma população que não é negra. O ideal é que as bases de dados expressem melhor o perfil da população brasileira, que corresponda à realidade”, disse o economista.

De acordo com o levantamento de 2010, São Paulo é a cidade com maior número de pretos e pardos em todo o país, com cerca de 4,2 milhões, seguido do Rio de Janeiro (cerca de 3 milhões) e Salvador (cerca de 2,7 milhões).

Se forem considerados apenas negros, Salvador lidera o ranking com 743,7 mil, seguida de São Paulo (736 mil) e do Rio (724 mil).

No Norte e no Nordeste, respectivamente, 97,1% e 96,1% dos municípios eram formados por maioria preta e parda. No Centro-Oeste, esse percentual chegava a 75,5%, no Sudeste, a 37,1% e, no Sul, a apenas 2,3%. Cunhataí, em Santa Catarina, é a única cidade brasileira sem a presença de pessoas que se declararam pretas.

2 comentários:

Nathan Martins disse...

Temos que dar um basta para a chamada 'política de ação afirmativa', ou como diz Demetrio Magnoli em seu 'Uma gota de sangue', essas são 'políticas de discriminação reversa'. A espécie humana não se divide em raças, essa enraização do pensamento racista perdura há tempos, por quanto tempo mais perdurará?

Minha descendência advém de gregos, italianos, portugueses, índios e negros- a classificação que deram a mim foi de pardo, que significa 'branco sujo'. Melhor seria classificar-me como 'mestiço', o que conota o certo, ao meu ver.

Paulo Roberto de Almeida disse...

De fato, as politicas ditas de ação afirmativa com base nessa ideologia do afrobrasileirismo são políticas de divisão racial da sociedade.
Paulo Roberto de Almeida