segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Podridao: o chefe da mafia e sua pupila. Posso expressar meu nojo, repulsa, indignacao?

Acho que o jornal Valor Econômico faz uma avaliação muito moderada das propinas arrancadas pelo esquema companheiro na Petrobras e companhaias associadas.
Quanto ao jornalista Ricardo Noblat, só posso atribuir a temor de ser processado pelos companheiros suas palavras igualmente moderadas, e até condescendentes, sobre o maior escândalo de corrupção já ocorrido no Brasil, maior, em magnitude de valores e extensão de companhias e políticos envolvidos, do que todos os anteriores, inclusive o Mensalão, que deve ter movido algo na faixa de 300 milhões de reais (talvez mais). Este aqui, não considerando ainda os bilhões desviados da refinaria Abreu e Lima, deve ficar pelo menos no dobro do que o jornal estima. 
E porque falar de "mar de lama ameaça a Petrobras"? Ela já está no mar de lama há muito tempo, desde o começo do regime corrupto dos companheiros. Feitos de bobo? Lula e a soberana? Bobo é quem afirma uma coisa dessas. Eles  foram bobos, e sim comandaram todo o esquema, e nunca foram tampouco enganados por subordinados.  Surpreendida? Acho que Noblat não quer dizer o que pensa e o que sabe. E ela não degolou ninguém por vontade própria, e sim os próprios foram antes degolados pela imprensa, sem o que nunca teriam saído do governo.
Paulo Roberto de Almeida 

Propinas na Petrobras podem somar R$ 3,4 bi
Jornal Valor Econômico, 8/09/2014
O esquema de corrupção delatado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal pode ter movimentado cerca de R$ 3,37 bilhões. A cifra foi estimada com base na suposta comissão de 3% sobre os investimentos realizados pela diretoria comandada por Costa entre maio de 2004 e abril de 2012. Levantamento realizado pelo Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, nos balanços da Petrobras indica que esses investimentos chegaram a R$ 112,39 bilhões em valores nominais no período, sendo R$ 108,13 bilhões no país e R$ 4,26 bilhões no exterior.

Mar de lama ameaça a Petrobras

Ricardo Noblat, 8/09/2014

A exemplo de Lula no caso do mensalão em 2005, quando Dilma dirá que foi traída e pedirá desculpas aos brasileiros pelo escândalo do mar de lama que entope os dutos da Petrobras, ameaçando tragar a maior empresa do continente?
No mínimo, é o que se espera dela, ex-ministra das Minas e Energia, ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, e presidente da República em final de mandato.
Digamos que Dilma compete com Lula para ver quem foi mais feito de bobo por seus subordinados.
A auxiliar de mais largo prestígio nos oito anos de Lula no poder, a presidente eleita sem jamais ter sido, sequer, síndica de prédio, Dilma foi surpreendida, assim como o seu mentor, pelo escândalo do mensalão – o pagamento de propina a deputados federais para que votassem conforme a vontade do governo.
Foi surpreendida de novo quando chefiou a Casa Civil da presidência da República e ficou sabendo que um dos seus funcionários confeccionara um dossiê sobre o uso de cartões corporativos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua mulher, dona Ruth.
Dilma pediu desculpas ao casal. O autor do dossiê conseguiu manter-se na órbita do serviço público.
Outra vez, Dilma foi surpreendida pela suspeita de malfeitos praticados por Erenice Guerra, seu braço direito na Casa Civil e, mais tarde, sucessora no comando do ministério.
Na ocasião, Dilma estava em campanha pela vaga de Lula. Para evitar danos à sua candidatura, Erenice pediu demissão. Dali a dois anos, a Justiça a inocentou por falta de provas de que roubara e deixara roubar.
Quase ao término do seu primeiro ano de governo, batizada por assessores de “a faxineira ética”, Dilma degolou seis ministros de Estado. Pesaram contra eles acusações de corrupção publicadas pela imprensa.
De lá para cá, ministérios e cargos públicos foram entregues por Dilma aos ex-ministros degolados ou a grupos políticos ligados a eles. A “faxineira ética” baixou à sepultura.
Por ora, Dilma está atônita e se recusa a falar sobre o mais novo escândalo que bate à sua porta.
Paulo Roberto Costa, chamado de Paulinho por Lula, preso em março último pela Polícia Federal como um dos cérebros da quadrilha acusada de roubar a Petrobras, começou a contar o que sabe – ou o que diz saber. Em troca, quer o perdão judicial para não ter que amargar até 50 anos de cadeia.
Dilma sabe muito bem quem é Paulinho, nomeado por Lula em 2004 para a diretoria de Abastecimento da Petrobras. Saiu dali só em 2012.
No período, compartilharam decisões, algumas delas, responsáveis por prejuízos bilionários causados à Petrobras.
Dilma mandou diretamente na empresa enquanto foi ministra das Minas e Energia e chefe da Casa Civil. Manda, hoje, via o ministro Edison Lobão, das Minas e Energia.
Lobão foi citado por Paulinho como um dos políticos integrantes da mais nova e “sofisticada organização criminosa” da praça, juntamente com mais seis senadores, 25 deputados federais e três ex-governadores.
A organização superfaturava licitações da Petrobras e desviava dinheiro para um caixa que financiava campanhas de políticos da base de apoio ao governo. Por suposto, nem Lula nem Dilma sabiam disso.
O que é mais notável: entra campanha e sai campanha da Era PT, e os adversários do governo são acusados por Lula e Dilma de se valerem da Petrobras como arma política.
Pois bem, debaixo do nariz deles, camaradas deles usaram a Petrobras como arma para enriquecer. 

Dilma e Lula - Foto Michel Filho /Agência O Globo

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