Em livro, jornalista diz que Bolsonaro mandou Queiroz faltar a depoimento
Em livro, a jornalista Thaís Oyama diz que foi por ordem do presidente Jair Bolsonaro que Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro (sem partido-RJ) faltou a 1 depoimento ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), em 2018.
O livro “Tormenta – O governo Bolsonaro: Crises, Intrigas e Segredo” será lançado em 20 de janeiro, pela Companhia de Letras. As informações foram divulgadas pela coluna de Guilherme Amado, da revista Época, que teve acesso ao conteúdo do livro.
Segundo a obra, os advogados de Queiroz e Bolsonaro haviam acertado que o ex-motorista iria ao interrogatório em dezembro de 2018 e diria aos procuradores que não poderia falar até sua defesa ter acesso ao processo. Faria ainda 1 adendo: que ninguém da família Bolsonaro tinha relação com o caso investigado.
A jornalista afirma que a avaliação do presidente era de que, assim, Queiroz perderia a fama de fujão e blindaria sua imagem e a do filho mais velho do recém-eleito presidente, o senador Flavio Bolsonaro.
No entanto, tudo teria mudado 2 dias antes do depoimento. Bolsonaro resolveu desistir da estratégia e se convenceu, por 1 advogado amigo, que a melhor forma de abafar a história era levar o caso para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Em 19 de dezembro de 2018, Flavio Bolsonaro acionou o Supremo para tentar travar as investigações do MP-RJ sobre suposto esquema de ‘rachadinha’ em seu antigo gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Foi atendido por decisão que suspendeu todos os inquéritos que têm como base dados sigilosos do Coaf (Conselho de Controle Atividades Financeiras) e da Receita Federal sem autorização judicial. O pedido foi aceito pelo presidente do STF, Dias Toffoli, em 16 de julho de 2019.
Procurado, o Planalto disse ao Poder360 que “não comentará” o assunto.
O CASO
Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador, foi citado em relatório produzido pelo Coaf por movimentações financeiras atípicas em uma conta no banco Itaú.
O policial militar teria movimentado R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Em uma das transações, 1 cheque de R$ 24.000 foi destinado à hoje primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
IMPEDIMENTO DE DEMISSÃO DE MORO
No livro, a jornalista Thaís Oyama também afirma que Bolsonaro decidiu demitir Sergio Moro em agosto do ano passado ao saber que o ex-juiz criticou a decisão de Dias Toffoli sobre o Coaf.
A autora relata que, em uma reunião ríspida com Moro no Alvorada, o presidente disse ao ministro da Justiça que nunca tinha pedido nada a ele, e tampouco havia recebido oferta de ajuda do ex-juiz de Curitiba.
No fim de agosto, Bolsonaro teria decidido demitir Moro. Mas desistiu depois de ouvir o general Augusto Heleno, ministro do GSI. “Se demitir o Moro, o seu governo acaba”, teria dito Heleno, segundo narra Onyama.
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