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domingo, 4 de outubro de 2020

Valor Econômico publica lixo econômico sobre salários de diplomatas no exterior - Lúcio Vaz, Paulo Roberto de Almeida

 O jornalista mais despreparado da mídia brasileira, o mais ignorante em economia, o mais mal intencionado e puramente vocacionado a DESINFORMAR os leitores, ao pretender falar mal de diplomatas que vivem no exterior e ganham em dólares.

Lúcio Vaz ouviu falar, alguma vez em volatilidade das paridades cambiais?

Quem é o idiota que pretende transformar ganhos em dólares, no exterior, em países nos quais o custo de vida permanece invariavelmente indiferente à taxa de câmbio com o real brasileiro, em moeda nacional, e aí aplicar essa bizarrice do teto constitucional?

Quem é o debiloide que ignora, ou finge ignorar, que o mesmo salário de US$ 10 mil — apenas suficiente para um mês de despesas no EXTERIOR - pode representar meros R$ 16 mil (à taxa de câmbio da era Lula), ou então mais de R$ 55 mil (acima do teto, portanto), à paridade atual?

Quem é o imbecil que pretenderia cortar os salários em dólares no exterior — cujas despesas no EXTERIOR não variam e precisam ser liquidadas em divisas — a cada mês de acordo com a volatilidade do câmbio nacional e, em cima disso, aplicar um teto constitucional que vale para pagamentos NO BRASIL?

Quem é jornalista mais idiota do Brasil?

Esse abaixo, Lúcio Vaz, que pretende “denunciar mordomias”: ele faria melhor em começar urgentemente um curso de economia, ou então perguntar a algum colega um pouco mais inteligente o que significa volatilidade cambial.

Todo o seu “esforço” — perverso — para denunciar “mordomias” (no EXTERIOR, com os mesmos dólares transformados ao câmbio do dia) vale RIGOROSAMENTE NADA. Surpreende-me que um jornal aparentemente sério publique desinformação de tão baixa qualidade.

Paulo Roberto de Almeida

PS: Ao final, um colega informa sobre os custos da educação em alguns postos no exterior, para os quais não existem subsídios. De minha parte, informo que a universidade de meu filho, quando eu estava servindo em Washington, ascendia a mais de dois salários mensais no ano, cerca de 26 mil dólares, e isso porque ele morava conosco. Demagogia de jornalista ignorante segue agora:

Indenizações extras engordam renda de embaixadores até R$ 166 mil

Por Lúcio Vaz

Valor Econômico, 01/10/2020

Verbas indenizatórias extras pagas em junho levaram a renda de embaixadores do Brasil no exterior até R$ 166 mil – mais de cinco vezes o salário do presidente da República. É o caso do embaixador em Tóquio, Eduardo Paes Saboia. Nos meses anteriores neste ano, a sua remuneração média era de R$ 128 mil. As verbas extras, ou penduricalhos, não estão submetidas ao teto remuneratório dos servidores públicos (R$ 39,3 mil) nem sofrem desconto do imposto de renda porque são indenização de despesas.

A remuneração dos embaixadores é reforçada com benefícios como auxílio-moradia, auxílio-familiar, auxílio mudança, transporte e a indenização de representação no exterior (Irex), para cobrir despesas “inerentes a missão”. O auxílio-familiar é pago mensalmente para atender à manutenção e às despesas de educação e assistência de dependentes no exterior. Os benefícios contemplam todos os servidores civis e militares no exterior, mas os valores são bem mais elevados no caso dos embaixadores.

Levantamento do blog, a partir de dados oficiais do governo federal, mostra que o valor médio das indenizações subiu de R$ 50 mil em maio para R$ 76 mil em junho – mês da última folha de pagamento disponível. Mas a publicidade desses dados é bastante limitada. O governo divulga apenas o valor total das indenizações. Não há informações sobre o valor de aluguéis de imóveis, despesas com familiares, mudanças, transporte nem da verba de representação. O pagamento da remuneração básica e das indenizações no exterior é feito em dólares. O blog fez a conversão para reais nos meses citados na reportagem.

A segunda maior remuneração em junho foi paga ao embaixador brasileiro em Libreville (Gabão), Appio Muniz Acquarone Filho – R$ 164 mil. Em maio, ele havia recebido R$ 128 mil. Só as verbas indenizatórias de junho somaram R$ 106 mil. O chefe da embaixada do Brasil em Roma, Hélio Vitor Ramos Filho, teve renda total de R$ 153 mil em junho. No mês anterior, ele havia recebido um total de R$ 120 mil. As suas verbas indenizatórias chegaram a R$ 93 mil em junho.

O embaixador do Brasil na Suíça, Evandro de Sampaio Didonet, contou com a remuneração de R$ 150 mil em junho. Ele recebera R$ 119 mil em maio. Suas indenizações em junho chegaram a R$ 92 mil. O chefe da embaixada em Londres, Cláudio de Matos Arruda, teve remuneração de R$ 148 mil em junho, com indenizações de R$ 89 mil. O embaixador em Damasco (Síria), Fabio Vaz Pitaluga, teve renda de R$ 138 mil em junho e R$ 109 em maio.

O embaixador em Pequim, Paulo Estivallet de Mesquita, recebeu um total de R$ 137 mil em junho, sendo R$ 82 mil de verbas indenizatórias. Ele contou ainda com jetons da Itaipu Binacional num total de R$ 1,67 mil. Sua renda foi, então, para R$ 138,5 mil. Tovar da Silva Nunes, embaixador em Moscou, teve remuneração de R$ 133 mil em junho, com R$ 74 mil em indenizações.

Missões e delegações também pagam bem

Além do posto de embaixador, a chefia de missões, delegações e representações em organismos internacionais pelo mundo também rendem ótimos salários, com as mesmas indenizações. O chefe da Delegação Permanente junto à Unesco em Paris, Santiago Irazabal Mourão, teve remuneração de R$ 149 mil em junho, incluindo indenizações no valor de R$ 93 mil.

O chefe da Missão junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, Fernando Simas Magalhães, teve renda total de R$ 142 mil em junho, com indenizações de R$ 86 mil. Chefe da Representação Brasileira junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Roma, Fernando José Marroni de Abreu recebeu um total de R$ 137 mil em junho. O chefe da Missão junto às Nações Unidas em Nova York, João Genésio de Almeida Filho, teve remuneração de R$ 135 mil naquele mês.

Os altos salários não estão restritos a embaixadas na Europa, Ásia e Estados Unidos. O embaixador brasileiro em Maputo (Moçambique), Carlos Alfonso Iglesias Puente, recebeu R$ 126 mil em junho, com R$ 72 mil em verbas indenizatórias. Aqui pertinho, em Buenos Aires, o embaixador Sérgio França Danese teve remuneração total de R$ 117 mil. (veja abaixo a lista com as 20 maiores remunerações)

A indenização de representação (Irex) é destinada a compensar as despesas inerentes a missão “de forma compatível com suas responsabilidades e encargos”, diz a regulamentação. O valor é calculado com base em fatores como o grau de representatividade da missão, a hierarquia funcional, o custo de vida local e as condições de vida da sede no exterior, entre outros. O valor é calculado pela multiplicação do índice de representação, correspondente ao cargo, pelo fator de conversão da sede.

O chefe de missão diplomática tem o maior índice de representação (125). Depois vem ministro de 1ª classe (80). O fator de conversão da sede vai de 35,4 para Rivera (Uruguai) até 108,94 para Tóquio. Em Libreville, é de 93,66. Em Genebra, chega a 103,48. O fator de conversão explica a elevada remuneração dos embaixadores em Tóquio, Libreville e Genebra. O governo federal não informa o valor da Irex para cada um dos servidores no exterior.

O auxílio-familiar é calculado com base na Irex, na razão de 10% de seu valor para a esposa e 5% para cada um dos seguintes dependentes: filho menor de 21 anos ou estudante menor de 24 anos, filha solteira e mãe viúva que não recebam remuneração, enteados, adotivos, tutelados e curatelados nas mesmas condições. As regras valem para todos servidores civis e militares no exterior.

"Auxílio mudança" robusto

A ajuda de custo cobre as despesas de viagem, de mudança e da nova instalação no exterior. Tem o valor de duas vezes a remuneração básica e duas vezes o auxílio-familiar, acrescido de uma Irex. O transporte compreende a passagem e translado da bagagem do servidor e dos seus dependentes. O transporte é assegurado, ainda, para um empregado doméstico e, anualmente, no período mais longo de férias escolares, para que dependentes possam se reunir à família na sede no exterior.

Os limites de cubagem e de peso, para efeito da translação da bagagem estão fixados em tabelas. O embaixador em missão permanente tem direito a duas toneladas se não tiver dependentes e quatro toneladas com dependentes. O servidor tem direito ao acréscimo de 400 quilos por dependentes em missões permanentes, além do transporte terrestre ou marítimo de um automóvel de sua propriedade.

O auxílio-moradia é pago, a título de indenização, para custeio de locação de residência. É concedido na forma de ressarcimento por despesa comprovada pelo servidor. O valor dessas locações também não é informado no Portal da Transparência do governo federal. Tem ainda o auxílio-funeral, que pagas despesas com sepultamento ou cremação.

As diárias de embaixadores no exterior chegam a US$ 460 – ou R$ 2,6 mil atualmente – nos chamados países do primeiro mundo, como Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Japão.

O blog solicitou ao Ministério das Relações Exteriores esclarecimentos sobre o motivo da elevação do valor das indenizações no mês de junho deste ano. Não houve resposta até a publicação desta reportagem.

As 25 maiores rendas

Embaixada ou representação diplomata maio junho

(R$ mil) (R$ mil)

Tóquio Eduardo Paes Saboia 128 166

Libreville (Gabão) Appio Cláudio Munis Acquarone 128 164

Roma Hélio Vitor Ramos Filho 120 153

Genebra (Suíça) Evandro de Sampaio Didonet 119 150

Delegação na Unesco em París Santiago Irazabal Mourão 117 149

Londres Claudio Frederico de Matos Arruda 117 148

Missão na OEA em Washington Fernando Simas Magalhães 113 142

Damasco (Síria) Fabio Vaz Pitaluga 109 138

Repr. Da FAO em Roma Fernando José Marroni de Abreu 110 137

Pequim Paulo Estivallet de Mesquita 108 137

Missão na ONU em Nova York João Genésio de Almeida Filho 105 135

Moscou Tovar da Silva Nunes 107 133

Lisboa Carlos Alberto Simas Magalhães 105 130

Berlim Roberto Gomes de Mattos 105 129

Abu Dhabi (Emirados Árabes) Fernando Luís Lemos Igreja 103 129

Riadi (Arábia Saudita) Marcelo Souza Della Nina 103 129

Tel Aviv (Israel) Paulo Cesar Meira de Vasconcellos 103 127

Maputo (Moçambique) Carlos Alfonso Iglesias Puente 101 126

Ottawa Pedro Henrique Lopes Borio 101 124

Pretória (África do Sul) Nedilson Ricardo Jorge 98 121

Madri Pompeu Andreucci Neto 98 121

Buenos Aires Sérgio França Danese 95 117

Washington Nestor José Forster Junior 96 112

Repr. Organ. Intern. Londres Marco Farani 91 112

Nova Delhi (Índia) André Aranha Corrêa do Lago 91 111

Paris Carlos Márcio Bicalho Cozendey 87 107

Fonte: Portal da Transparência da Presidência e Itamaraty

Lúcio Vaz

Lúcio Vaz é jornalista e cobre a política em Brasília há 30 anos, revelando mordomias, privilégios, supersalários, desvios de recursos públicos e negociatas nos três poderes. Com passagens por O Globo, Folha de S. Paulo e Correio Braziliense, ganhou os prêmios Embratel e Latinoamericano de Jornalismo Investigativo ao descobrir a Máfia dos Sanguessugas. Autor dos livros "A Ética da Malandragem - no submundo do Congresso" e "Sanguessugas do Brasil".“

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Escreve um colega:

Números da demagogia dinossáurica

"Custo anual de um colegio privado na Africa: 40 mil dolares, ou Reais 227.000,00, por um filho. Se tiver 3: Reais 653.000,00. Dividindo por mes, 54 mil reais por mes. Para quem gosta de demagogia com cifras, basta essa. Penso que basta ver a pagina do Colegio Americano de Bamako, Mali. Ou alguem acha possível ter um filho em escola pública local? Talvez se ele falar Bambara.”

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