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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

G7, Brics e G20 em 2025: todos serão convidados? - Paulo Roberto de Almeida

 G7, Brics e G20 em 2025: todos serão convidados?

Paulo Roberto de Almeida

Teremos três grandes reuniões plurilaterais em 2025: G7, Brics, G20, em datas diferentes, mas com participação convergente (mais ou menos, pois nem todos estarão presentes, ou poderão comparecer, sobretudo Putin, procurado pelo TPI).
A pergunta, do ponto de vista do Brasil é esta: Lula será convidado ao G7 de 2025? Provavelmente, pois é reconhecidamente um líder importante, mas certamente não Putin, nem Xi Jinping, nem este aceitaria.
O summit do G7 de 2025 será feito em Kananaskis, nas montanhas rochosas do Canadá, de15 a 17 de Junho, pois o Canadá.assumiu a presidência do G7 em janeiro de 2025.
Apenas para lembrar aos esquecidos: um G7 no Canadá já ocorreu na mesma cidade de Kananaskis, em 2002.
Ali, a Rússia já fazia parte do G8, aliás desde 1998, e em 2002, em Kananaskis, ela foi reconhecida como "economia de mercado" pelos sete membros do G7, quando ela NÃO ERA ainda uma economia de mercado, pois só ingressou no Gatt-OMC DEZ ANOS depois, em 2012, e nunca ingressou na OCDE obviamente.
A Rússia foi expulsa do G8 em 2014, depois que invadiu e anexou ilegalmente a Crimeia, e sofreu sanções (leves) dos países ocidentais. A China sempre foi uma economia de mercado muito mais do que a Rússia, desde 2001, quando ingressou na OMC, mas ainda não foi reconhecida como tal pelo G7 e outros países.
O Brasil, sob Dilma, não fez absolutamente nada para reagir à invasão e anexação da Crimeia em 2014, pois sediava uma reunião do Brics (em Fortaleza), e a presidente disse que a "anexação da Crimeia era um PROBLEMA INTERNO" da Ucrânia!
Pois o Brasil vai acolher mais um summit do Brics (agora +) em 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, ou seja, depois do summit do G7 de Kananaskis (o summit do G20 será mais tarde).
Como diria o chargista-caricaturista Sempé, francês, Tout Se Complique, pois não existe mais multilateralismo, apenas jogo dos mais fortes e truculentos e o Brasil não pertence a esse clube. Em todo caso, será um ano movimentado, sob qualquer critério que se analise.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20/02/2025

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