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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

O inacreditável chanceler acidental e o "orgulho de ser pária" - O Antagonista

 Ernesto Araújo e o orgulho de ser pária

O Antagonista | 22/12/2020, 19h00

O Brasil, em 2020, ficou ainda mais isolado. Resultado, em boa parte, da falta de diplomacia do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que já disse não se importar se o país virar um “pária internacional”.

Se a comunidade internacional já reagia negativamente à política ambiental, ficou escandalizada com a forma como Jair Bolsonaro atuou no enfrentamento da Covid-19.

O chanceler não se constrangeu por um minuto ao defender as posturas ridículas de seu chefe e tampouco conseguiu explicar o fracasso total do alinhamento automático em relação ao governo Donald Trump.

Em maio, Trump barrou a entrada nos Estados Unidos de cidadãos brasileiros e não americanos que chegassem do Brasil e ainda citou o país como exemplo de má administração na pandemia.

Araújo ainda se meteu, do lado errado, na briga entre o deputado Eduardo Bolsonaro e a embaixada da China no Brasil.

Depois de diversas postagens em redes sociais atacando o principal parceiro comercial do Brasil, o filho do presidente da República acusou a China de usar a tecnologia 5G para espionagem.

O bananinha falou em “repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”.

A embaixada respondeu à mensagem publicada no Twitter por Eduardo, apagada após a repercussão negativa, com uma ameaça: “Cessem as calúnias ou vão arcar com as consequências”.

Em nota, o Itamaraty afirmou que “o tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso” da embaixada “prejudica a imagem da China junto à opinião pública brasileira”.

Dias depois, o chanceler voltou a provocar a China e publicou em suas redes sociais o trecho de um texto do pensador chinês Lao Tzu sobre tentar “controlar o mundo”:

 

“Tentando controlar o mundo? Vejo que não conseguirás. O mundo é um vaso espiritual. E não pode ser controlado.”

Para bajular o governo americano, Ernesto Araújo permitiu que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, usasse Roraima como palanque para a campanha de Trump pela reeleição.

No Brasil, Pompeo fez um discurso contra o regime do ditador Nicolás Maduro, a quem se referiu como narcotraficante. Araújo seguiu a mesma linha e chamou a ditadura venezuelana de “narcorregime”. Dizer verdades quase nunca é recomendável na diplomacia.

A vitória de Joe Biden na eleição presidencial americana foi uma péssima notícia para o chanceler olavista. Ele e Bolsonaro apostaram todas as fichas na relação com o governo Trump, e levaram tempo demais para reconhecer o democrata eleito.

Ao longo do ano, Jair Bolsonaro foi aconselhado por integrantes do governo e parlamentares a demitir o ministro das Relações Exteriores. O nome de Michel Temer figurou entre os possíveis sucessores, mas o ex-presidente rejeitou o suposto convite.

Afinal, o ocupante do Palácio do Planalto continua sendo o mesmo.

https://www.oantagonista.com/brasil/ernesto-araujo-e-o-orgulho-de-ser-paria-internacional/

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Benjamin R. Teitelbaum: War for Eternity - Capítulo 13: um jantar na embaixada do Brasil em Washington, na visita presidencial



Benjamin R. Teitelbaum

War for Eternity: Inside Bannon’s Far Right Circle of Global Power Brokers

Publisher: Dey Street Books, April 2020, 332 p.

ASIN: B07SD11Z2Y (Kindle Books)

 

Antes de transcrever o capítulo 13, alguns trechos recolhidos aleatoriamente no livro: 


As fontes inspiradoras do guru presidencial, de acordo com o relato do livro de Benjamin Teitelbaum, "War for Eternity":
"René Guénon died paranoid and embroiled in conflicts with his former followers in 1951, and Julius Evola spent his last years holed up in his Rome apartment with a tiny group of exceptionally radical and dangerous followers—simple terrorists, some of them—and scorned by many Traditionalists."
Olavo recomendou o chanceler acidental ao presidente:
"Olavo offered ... Ernesto Araújo,... as foreign minister. Araújo had studied Olavo’s lectures and was a skilled writer and a scholar in his own right, who maintained a blog called Metapolítica: Contra o Globalismo (Metapolitics: Against Globalism) and could discuss the works of Guénon and Evola fluently. More so than Olavo himself, Ernesto was a Traditionalist. In 2017 he penned an academic essay, “Trump and the West,” that referenced Evola’s Metaphysics of War."
Depois, ele veio a chamar ambos de loucos, como figura mais adiante no livro:
"Steve asked him about Guénon. “He was crazy,” Olavo said. “He said a lot of crazy things. But”—and Olavo turned straight to me for the first time during the dinner and peered over his glasses while pointing his finger—“he said a lot of true things as well.” What about Evola? I asked. “Evola was completely insane. He wanted to bring down the church so that he could create a new European paganism. Ha! But he is so fun to read. His book on alchemy was great. They all could write beautifully. No atheist could write as beautifully as they could.”

Benjamin R. Teitelbaum
War for Eternity: Inside Bannon’s Far Right Circle of Global Power Brokers
Publisher: Dey Street Books, April 2020, 332 p.
ASIN: B07SD11Z2Y (Kindle Books)



Dinner at the Embassy

Capítulo 13, pp. 131-137


I ARRIVED LATE, A LITTLE BEFORE FIVE IN THE EVENING, delayed during my walk from the train station by hordes of youths in MAGA hats and their clerical chaperones who had swarmed downtown Washington, D.C., for the anti-abortion March for Life in January 2018. As I turned the corner and walked up the sidewalk toward the townhouse, I saw Andy Badolato standing outside berating someone on his cell phone, sweating robustly while wearing shorts and a polo shirt in the 30-degree air. He was there to receive me. Steve knew I was coming and had asked his most notorious fixer to park me in the ground level of what he still calls “the Breitbart embassy.”

Like a cruise liner, Steve Bannon’s Washington townhome goes from stark to gaudy as you ascend floors. You enter the first floor into a dimly lit TV den with low ceilings and a large worn leather couch flanked by a steel table and chairs that look like they were taken from a 1990s sports bar—a space that is part run-down bachelor pad, part war room. As you move farther into the house, French doors open onto a conference room overflowing with papers and laptops, all facing a mounted monitor on the wall and a poster of D.C. that one could easily mistake for a target map.

I sank into the couch and got comfortable. I’d been through the routine plenty of times before, and had come to suspect that the waiting exercise was a deliberate strategy to humble me ahead of a meeting. Meanwhile, Andy was on and off the phone, a bottle of beer in his hand. He segued from making a business pitch to a lawyer to a conversation with someone interested in Trump’s famed border wall with Mexico (was this a business pitch, too?).

After more than an hour, I was summoned. “Dinner party is starting, boss wants you upstairs.” Steve greeted me with a handshake and a hug as I entered. “Welcome, Ben.” The walls of the second floor are painted with pastel scenes from Greek antiquity, while the carpeting—royal blue with white stars—says home. A dozen other guests trickled in and mingled with Steve in front of a minibar. Darren Beattie, a former speechwriter for Trump recently fired for presenting at a conference sponsored by the controversial H. L. Mencken Club years earlier, made a quiet entrance. The other attendees were Brazilians.

Then the main attraction entered, the guest in whose honor Steve had arranged the dinner. Everyone made space and broke out in cheers as he and Steve walked across the room to greet each other. One of the younger Brazilians standing next to me was fighting back tears. With smiles and laughs we made our way to the long, impressively laden table. We sat down and said grace, reciting the Lord’s Prayer with our heads bowed, as is the routine for the Brazilian guest. Of course I joined them in this.

The mood wouldn’t become jovial again until, after a few minutes, a middle-aged Brazilian investment banker named Gerald Brant tapped his glass and proposed a toast: “This is a dream come true,” he said. “Trump is in the White House, Bolsonaro is in Brasília. And here we are in Washington: Bannon and Olavo de Carvalho, face-to-face. This is a new world, friends!”

I knew Traditionalism had motivated Bannon to connect with one other power broker—Aleksandr Dugin. But the story had grown more complex, for here was another major global Traditionalist. I had asked Steve on multiple occasions if he could help me reach Olavo, or if I could sit in on one of their meetings, and he had always been evasive—until now.

Following the October 28, 2018, elections in Brazil, the new president, Jair Bolsonaro, had offered Olavo the position of minister of education. Olavo declined, citing his desire to continue writing and agitating freely from his social media throne. The former muqqadam in Frithjof Schuon’s tariqa would be serving as an adviser to the president nonetheless, everyone knew, while remaining situated at his home in rural Virginia, where he had lived without returning to Brazil for over a decade.

As is proper, however, Olavo made recommendations as to those the president might consider instead for government positions. Cultural funding and universities would be key targets of reform, so Olavo understood that the future minister of education would need robust credentials and a passion for, as he saw it, fighting against Marxist infiltration. He recommended Ricardo Vélez Rodríguez, a conservative philosopher. And while making that recommendation, Olavo offered a second: Ernesto Araújo, perhaps as foreign minister. Araújo had studied Olavo’s lectures and was a skilled writer and a scholar in his own right, who maintained a blog called Metapolítica: Contra o Globalismo (Metapolitics: Against Globalism) and could discuss the works of Guénon and Evola fluently. More so than Olavo himself, Ernesto was a Traditionalist. In 2017 he penned an academic essay, “Trump and the West,” that referenced Evola’s Metaphysics of War.


* * *


STEVE SAT ME across from Olavo at the dinner table, with himself at the head. Darren Beattie was to my left, and in between toasts and monologues, he and I chatted about philosophy and academia. Beattie received a round of praise during the meal after Steve said that he had played a key role in writing a speech President Trump delivered in Warsaw in July 2017, which celebrated Poland and America as members of a cultural and political union of the West. “We write symphonies. We pursue innovation. We celebrate our ancient heroes, embrace our timeless traditions and customs” were some of its key lines, as well as the charge that “our own fight for the West does not begin on the battlefield—it begins with our minds, our wills, and our souls.” Beattie later told me he wasn’t in fact one of the lead writers on the speech, but so as not to cause embarrassment, he nodded in thanks.

We talked a lot about Bolsonaro. Some of the Brazilians seemed to have come to the dinner with the agenda in mind of selling the new administration to Steve. Olavo and a handful of the others had been to the U.S. State Department earlier in the day for what appeared to have been part of an official visit, and a puzzling one at that: neither Olavo nor anyone in his immediate entourage held official positions in the Bolsonaro government. Olavo was there to voice his condemnation of China and the urgency of resisting the spread of its influence globally: unlike Aleksandr Dugin, Olavo was a stalwart Traditionalist ally of Steve’s in this regard. The officials at the State Department had seemed to agree with this assessment of China, much to the Brazilians’ surprise.

Steve didn’t seem as surprised as they were. Meanwhile, he wanted to know more about the composition of the Bolsonaro government. Olavo and Gerald Brant took turns describing the new administration as factionalized.

Regrettably it contained elements of the old military guard, who were often the target of Olavo’s screeds on corruption, but at least all parties involved seemed serious about establishing law and order in Brazil. There were the free-market capitalists, represented by Bolsonaro’s minister of finance, Paulo Guedes, who was educated at the University of Chicago. He opposed socialism—that was good—but he seemed like a globalist. This made him unlike the final pillar: the patriots, the nationalists, personified by Olavo and Bolsonaro’s sons—none of whom had official positions in the administration, but were instead confidants of the president with massive social media followings. Steve asked about this faction’s vision, and the Brazilians around the table seemed to reply in unison, “Alignment with the Judeo-Christian West.”

Olavo was in direct contact with the president, he affirmed. They spoke most recently about China and about CNN, which had established itself in Brazil for the purpose, he thought, of contesting the messaging machine of the new president. His conversation with Bolsonaro left Olavo concerned that the new president didn’t see the threat CNN posed to his government. But the Chinese threat and the need for Brazil to reorient itself toward the United States—that Bolsonaro understood well, if only for economic reasons.

Steve was thrilled to hear that. Brazil had long been grouped together with Russia, India, and China in the so-called BRIC alliance of powerful, non-NATO-allied ascendant economies. Isolating China by undoing that alliance was appealing enough, but as Steve once argued to me, Brazil has hidden metaphysical gifts to offer the United States as well. Not only does the Judeo-Christian West exist in South America through Brazil, but Brazil began the process of modernization later than Western Europe and the United States. That means that its authentic Western culture runs deeper, is less corrupted. It can serve as a reserve of culture that nations further deteriorated by modernity embrace as they strive to revitalize themselves. 

Steve didn’t go there this evening. Instead, he stuck to practical issues as the conversation got more serious. He shared Olavo’s belief that mainstream education in the West was destroying its potential for a conservative future, and that alternative education systems were needed as a countermeasure. He had been working on a solution.

In 2009, at his then new home in rural Virginia, Olavo launched Seminário de Filosofia. It was an online school, a way for him to make use of his years of lecture notes from Brazil now that he lived abroad. A standard university position would not have appealed to him anyway. He felt leftists had infiltrated Brazil’s educational system in preparation for a communist revolution. Conservative ideas could be introduced into society only through alternative channels at this point—metapolitics, that’s what was needed—and the internet provided the ideal venue. Seminário de Filosofia was not designed for students to ever meet with Olavo face-toface. 

Instead their tuition provided them with access to a series of video lectures, the broad topics being comparative religion, letters and arts, human and natural sciences, and communication and expression. Enrollment would eventually swell to over two thousand students, most of them young men. 

Steve wanted to achieve a similar level of outreach. After all, he, too, had plans to develop a school for the implicit purpose of waging metapolitics. But Olavo was quick to distinguish himself. He had taught the masses, but he wasn’t into creating templates; he focused on the individual. He said he wanted to know where each student was and to help his pupils understand what they wanted. How he could do this with so many students at once? I was curious to know. As I listened, I wanted to ask Olavo whether it was a coincidence that someone who opposed globalism also disapproved of universal educational models that didn’t address the particular student. 

I never got a chance to ask because the conversation took a quick turn. Olavo’s school was a philosophy school, and he said his definition of philosophy was the attempt at aligning the unity of knowledge with the unity of consciousness. This meant he was interested in understanding the limits of knowledge a person had. It was a bit arcane—I didn’t get it, and I don’t think others at the table did, either. But I remember thinking that Olavo indicated he defined a person by what he or she knows. People are knowledge. When you change, it is because you learned something. Steve, in host mode, was acting agreeable, but I knew he disagreed with this. He thought that we possessed “being” beyond knowledge; indeed, that our economy and society is flawed because it only values people based on their intellect. When your life changes genuinely, he thinks, it is because you’ve had a change in being. This is why Steve loves the movie Groundhog Day.

Steve asked him about Guénon. “He was crazy,” Olavo said. “He said a lot of crazy things. But”—and Olavo turned straight to me for the first time during the dinner and peered over his glasses while pointing his finger—“he said a lot of true things as well.” What about Evola? I asked. “Evola was completely insane. He wanted to bring down the church so that he could create a new European paganism. Ha! But he is so fun to read. His book on alchemy was great. They all could write beautifully. No atheist could write as beautifully as they could.” 

I asked him if it was a coincidence that both he and Bannon had gained influence, and that both considered themselves affiliated in some way with Traditionalists. “No,” he replied. “Because the Traditionalists put forth a criticism of science, modern science.” I found it a puzzling response. They were both gurus behind major populist revolts. Was that really about criticizing science? Steve did question the reality of global warming, but he didn’t present himself as an opponent of modern science. And why did Olavo seem so eager to downplay his affiliation with Traditionalism and then go on to praise its key thinkers? What had happened since his time in Schuon’s tariqa?

Those were questions I would have to get to later. Steve speedily wrapped up the dinner and we bid each other farewell. I left wondering where his and Olavo’s relationship was headed. Steve maintained a plethora of political partnerships—some shallow, some substantial—throughout the global radical right. But compared even with his connections with close allies like Brexiter Nigel Farage, his commonalities with figures like Aleksandr Dugin and Olavo de Carvalho ran deep and must have felt exceptional. They were political and spiritual kin, and they were only beginning to interact now.

* * *

ABOUT TWO MONTHS LATER, I saw images splashed across U.S. media showing Steve sitting once more at a lavish dinner in Washington, D.C.— across town this time, at the residence of the Brazilian ambassador on Massachusetts Avenue. To Steve’s left sat President Bolsonaro. To Bolsonaro’s left sat Olavo de Carvalho. And to Olavo’s left sat Brazil’s foreign minister, Ernesto Araújo. The president was making his first visit to a foreign government, and breaking with convention in the process.

Typically, this first foreign visit takes place in Buenos Aires. But Bolsonaro wanted to signal to the world that Brazil’s foreign policy was changing. 

His decision to invite Steve to the dinner was also provocative. Steve no longer held any official position in the White House or in the government. Not only that—Trump’s most recent public comments on “Sloppy Steve,” as he had taken to calling him, were fiercely critical. The guest list at the embassy thus testified to Steve’s continued high status in the eyes of the Brazilian government but also Bolsonaro’s confidence in his relationship with Trump. He adored the U.S. president, hardly ever missed an opportunity to praise him on social media, and would greet him the next day at the White House with a Brazilian soccer jersey emblazoned with the Trump name.

The purpose of the visit was more than trading pleasantries, however. Bolsonaro and Trump hoped to discuss trade deals, the imperiled anti-American government in Venezuela, perhaps even the possibility of basing a U.S. rocket-launching station in Brazil, though all these were just elements of the bigger message: Bolsonaro was there to tell Trump he wanted a greater U.S. presence in Brazil. Implicitly, this also meant that he wanted to loosen the Chinese grip on his country and its economy. It marked the advance of an agenda from the nationalist faction of his administration, the wing driven by Olavo, the complicated Traditionalist who was striving to see Brazil shed its mercantilist geopolitics that linked it to China, and instead prioritize the spiritual roots that made it a part of the Judeo-Christian West.

It was part of the Traditionalist-inspired vision that united Olavo and Bannon, now in action. 

 

Fim do capítulo: pp. 131-137. 

  

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O caso do chanceler acidental deixa de ser ideológico para ser psiquiátrico - Alvaro Faria (Jovem Pan)

Fantasma do ‘grande recomeço’ atormenta o ministro Ernesto Araújo

Ministro das Relações Exteriores citou a teoria da conspiração do ‘great reset’ para falar sobre sua participação numa conferência da ONU sobre o coronavírus

Alvaro Alves de Faria

Jovem Pan | 8/12/2020, 11h25

Um fantasma tem atormentado o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo. Segue o ministro em todo lugar. E não adianta se esconder. O fantasma está sempre presente. Ao olhar-se no espelho, o ministro vê o fantasma misturado à sua imagem. Alguém tem de dar um jeito nisso. O fantasma apresentou-se ao ministro com o nome em inglês Great Reset, a teoria da conspiração, o grande recomeço ou ‘zeragem’. Neste final de semana, o ministro Ernesto Araújo evocou a teoria da conspiração em sites de extrema-direita, para explicar sua participação numa conferência da ONU sobre o coronavírus. Convém lembrar a quanto andamos com nossas cabeças doentes. Desgraça pouca é bobagem. Loucura também. Alguém tem de tirar da cabeça do ministro que o vírus não é uma conspiração. Não é possível que o mundo inteiro esteja errado e só ele e alguns outros heróis do grande manicômio falem sobre o assunto. O ministro brasileiro citou “o grande recomeço”, teoria que afirma que a pandemia é resultado de um complô das elites mundiais e que o objetivo seria o controle econômico e social das populações. O assunto começou a ser discutido quando o Príncipe Charles e Klaus Schwab, presidente do Fórum Econômico Mundial, anunciaram que tinham planos de convidar os líderes mundiais para discutir as alterações climáticas e a reconstrução das economias destruídas pela pandemia. A reunião foi chamada de “Grande Recomeço”. E aí começaram os rumores. E nasceu o fantasma do ministro brasileiro.

Nas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores escreveu assim: “A pandemia não pode ser pretexto para o controle social totalitário violando, inclusive, os princípios das Nações Unidas. As liberdades fundamentais não podem ser vítimas da Covid. Liberdade não é ideologia. Nada de Great Reset”. A expressão foi utilizada muitas vezes no Forum Econômico Mundial como A Nova Ordem que será iniciada em 2021. Klaus Schwab adiantou que a questão será discutida no segundo semestre de 2021 em Davos, na Suíça. Klaus deixou muita gente com o cabelo em pé quando afirmou que todos os países do mundo, dos Estados Unidos à China, devem participar e todos os setores, bem como a tecnologia do petróleo e do gás, devem ser transformados. Em suma, de acordo com Klaus Schwab, é preciso fazer o “Grande Reinício” do capitalismo. Disse, também, que pandemia representa uma rara janela para refletir, reimaginar e ‘resetar’ o mundo. O ministro das Relações Exteriores do Brasil levou isso a sério. O governo também. Não tiram isso da cabeça. Daí em diante, o fantasma começou a aparecer em todo lugar. O ministro das Relações Exteriores passou a ter visões inimagináveis com o fantasma sempre à espreita.

Então estão todos avisados. A ação conspiratória começará no ano que vem. O ministro Ernesto Araújo usou a rede social para falar sobre o assunto, mas não citou a expressão nenhuma vez. Talvez por temor. O fantasma assusta. Também não o fez na Conferência da ONU, que contou com a presença de mais de 90 países e primeiros-ministros do mundo. Para o ministro, aqueles que odeiam a liberdade usam de todos os meios ilícitos para cercear a própria liberdade e se beneficiar nas grandes crises. Ernesto Araújo adianta que “não podemos cair nessa armadilha”. Diz que teremos de fazer de tudo para que a democracia não seja a grande vítima da Covid-19. Os rumores atormentam muita gente, dizendo que um grupo de elite manipularia a economia e a sociedade mundiais, atuando para exterminar as liberdades individuais e instaurar um regime totalitário em todo o mundo.

O presidente Jair Bolsonaro preferiu não participar da conferência em Nova York. Não se sabe exatamente o que Bolsonaro pensa sobre esse fantasma que atormenta o ministro das Relações Exteriores o tempo todo. O ministro tem a certeza de que, por exemplo, essa história de coronavírus chinês é tudo mentira. Trata-se apenas de uma armadilha. Certamente, nem os mais de 1,5 milhão de mortos no mundo pelo vírus existem, muito menos os mais de 175 mil brasileiros mortos pelo vírus. Não existe nada disso. Tudo se resume, digamos, num golpe mundial contra a liberdade e a democracia. E a Covid-19 teria se originado num projeto secreto das elites corruptas, lideradas por uma organização mundial para tomar conta de tudo. O fantasma está deixando o ministro Ernesto Araújo paranoico. Não falem em Great Reset perto dele. Sua reação será inesperada, poderá ser uma explosão de angústia ou ele vai começar a chorar as pitangas. Diante disso tudo, o melhor é mudar totalmente a maneira de viver e de pensar. A começar pelo mundo. O planeta Terra não é redondo, como dizem os estudiosos do universo. Estão todos enganados. O mundo é plano. E ponto final.

https://jovempan.com.br/opiniao-jovem-pan/comentaristas/alvaro-alves-de-faria/fantasma-do-grande-recomeco-tem-atormentado-o-ministro-ernesto-araujo.html 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Mistura de religião com política, fazendo do Estado laico um Estado religioso: O Itamaraty degrada o sentido do Estado (Revista Forum)

 Em conferência religiosa, Ernesto Araújo diz que “politicamente correto” é tão grave “quanto a violência física”


Sem citar dados, ministro das Relações Exteriores falou em "cristofobia", acusou Maduro de perseguir cristãos e afirmou que o materialismo "não é compatível com sociedades livres"
Marcelo Hailer 
Revista Fórum, 19 nov 2020 - 10:30

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, participou esta semana do encontro da International Religious Freedom of Belief Alliance (em português, Aliança para a Liberdade de Religião ou Crença) e, sem apresentar dados e fontes, afirmou que “oito cristãos são mortos por dia no mundo” e que são a parcela religiosa mais perseguida.

Araújo falou a respeito de perseguição contra as minorias religiosas e que estas são “oprimidas em todo o mundo”, mas, em momento algum falou sobre os ataques contra as religiões de matriz afro dentro do Brasil. “Nenhuma fé está a salvo da intolerância e da perseguição e os cristão estão entre suas principais vítimas”, declarou Araújo.

Ao misturar a concepção de Estado e democracia com fé, o ministro afirmou que “a liberdade religiosa não é algo que a sociedade democrática deveria apenas tolerar, como se a religião fosse apenas um corpo estranho. Religião, fé e vida espiritual devem ser consideradas fundamentais para a democracia”.

Também fez ataque a outras concepções de mundo, como a materialista, ao dizer que esta é incompatível com a liberdade. “As pessoas só podem ser livres na medida em que preservam a dimensão espiritual interior. O materialismo não é compatível com sociedades livres. A concepção materialista do mundo e da vida encerra o ser humano em uma prisão de impulso e satisfação sem nenhuma aspiração mais elevada, tornando-o presa fácil dos ditames políticos do momento”, criticou o ministro.

Para Araújo, apenas a comunicação com Deus pode livrar as pessoas da opressão. “Somente se puder se comunicar com o que está acima e além, o ser humano poderá escapar do ciclo de controle e opressão”, disse.

Na sua fala, Araújo afirma que o presidente Bolsonaro defende “ativamente a liberdade religiosa no Brasil e no exterior”. Destacou, como uma das ações de Bolsonaro, em defesa da liberdade religiosa, de que os cultos religiosos não fossem interrompidos durante o lockdown, método realizado no mundo para evitar a propagação do coronavírus.

Ao dizer que o governo brasileiro defende a liberdade das religiões, o ministro disse que “ao mesmo tempo, também reconhecemos nossa fé religiosa predominante, o cristianismo como fundamento e pilar de nossa identidade nacional”. Além disso, Araújo resgatou a fala de Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, de que é preciso uma aliança internacional para “combater a cristofobia”.

Novamente, sem citar fontes, o ministro volta a dizer que os cristãos são perseguidos e que enfrentam “dificuldades e desafio para expressar sua fé e viver e e praticar suas religiões no mundo de hoje”. E, como é de praxe do ministro, voltou a atacar “a cultura dominante” e o “politicamente correto”.

“A cultura dominante, formada em torno do politicamente correto, não reconhece o devido lugar da religião e da dimensão espiritual na vida humana. Ela trata a fé com desprezo e hostilidade. Isso talvez não seja menos sério do que a violência física e a perseguição. É mais sutil e pernicioso do que a violência porque deslegitima a fé nas mentes das pessoas”, analisou.

O ministro também aproveitou a sua fala para atacar o governo de Nicolás Maduro. “Na Venezuela, os crimes de Maduro contra a humanidade não poupam os fiéis. Cardeais denunciaram seu uso de leis anti-ódio para processar católicos que se manifestaram contra ele”, criticou.

Ao término de seu discurso, o ministro Ernesto Araújo anuncia que o Brasil vai sediar, em 2021, A Reunião Ministerial para a Promoção da Liberdade de Religião ou Crença e o Fórum de Ministros da Aliança Internacional para a Liberdade de Religião ou Crença.

Abaixo, confira a fala do ministro na íntegra (vídeos)

https://revistaforum.com.br/noticias/em-conferencia-religiosa-ernesto-araujo-diz-que-politicamente-correto-e-tao-grave-quanto-a-violencia-fisica/

sábado, 7 de novembro de 2020

De "Trump e o Ocidente" a "Biden e o Ocidente" ? - Paulo Roberto de Almeida

 Tendo acompanhado a vida política do Brasil e dos Estados Unidos nos últimos anos, estava pensando em algumas coisas:

Imagino, por exemplo, que um oportunista conhecido pode tomar a decisão de "dump Trump", e se dispor agora a escrever um novo artigo:

Biden e o Ocidente

Explico: 

Quem publicou o tristemente famoso "Trump e o Ocidente" fui eu, ainda que a contragosto, nos Cadernos de Política Exterior, em 2017, do qual eu era o editor; não tinha porque fazer censura, a despeito de achar o artigo propriamente ridículo. 

Mas, quem olhar a página de expediente desse número 6, ("Coordenação editorial"), vai constatar que meu nome não figura ali, por essa única vez, pelo tempo em que estive na direção dos Cadernos. Achei melhor me dissociar desse número, mas não por causa desse patético artigo: todo mundo tem o direito de se mostrar ridículo. Só mais tarde, já em dezembro de 2018, foi que soube que o futuro chanceler acidental tinha pego vários número dos Cadernos n. 6 e levado pessoalmente, no primeiro semestre de 2018, para o seu guru da Virgínia, o Rasputin de Subúrbio; aí percebi, ex post, que o oportunista estava construindo sua candidatura. Conseguiu, pelo menos essa...

O que se pode dizer agora é que ele foi muito obediente a todos esses aloprados na tarefa de DESTRUIR o Itamaraty e a política externa brasileira.
Não passará impune no registro histórico, pelo menos não no que depender de mim.

Eu fiz uma análise detalhada desse artigo bizarro (ele nunca seria aceito por qualquer journal sério, com blind peer-review, pois não atenderia a critérios mínimos de um artigo acadêmico, scholarly work), num dos capítulos de meu livro Miséria da Diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (2019), como informo abaixo.

PS1: Quem quiser ler o artigo original do então "candidato clandestino" à chancelaria pode acessar aqui:

PS2: Quem quiser ler o meu capítulo 2, no livro Miséria da Diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty, pode fazê-lo no livro completo, como abaixo, ou neste arquivo destacado:

2. O Ocidente e seus salvadores: um debate de ideias 

     1. A decadência e o Ocidente: algum perigo iminente?

     2. Quais são as “teses” principais de “Trump e o Ocidente”?

     3. O grande medo do Ocidente cristão: realidade ou paranoia?

     4. Contradições insanáveis no projeto de salvamento do Ocidente cristão


Coloquei o capítulo em minha página na plataforma Academia.edu, e quando fui dar chamada para o nome de chanceler acidental, descobri que ele tem "ZERO seguidores". Este é o link para o capítulo:


O livro completo está disponível nos seguintes links:

e

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Com Biden, Bolsonaro fica à deriva - Bernardo Mello Franco (Globo)

ELEIÇÕES AMERICANAS

Vitória de Biden deixaria Bolsonaro à deriva

Por Bernardo Mello Franco

O Globo, 01/11/2020 • 01:22


https://blogs.oglobo.globo.com/bernardo-mello-franco/post/vitoria-de-biden-deixaria-bolsonaro-deriva.html

 

Há dez dias, o ministro Ernesto Araújo disse não se importar com a perda de relevância do Brasil no cenário internacional. “É bom ser pária”, desdenhou, em discurso para jovens diplomatas. O isolamento do país já é uma realidade desde a posse de Jair Bolsonaro. Mas pode se agravar a partir de terça-feira, quando os Estados Unidos escolherão seu próximo presidente.

Uma possível vitória de Joe Biden será péssima notícia para o capitão e seu chanceler olavista. Os dois ancoraram a política externa numa relação de vassalagem com Donald Trump. Agora arriscam ficar à deriva se o republicano for derrotado, como indicam as pesquisas.

Quando ainda sonhava em ser embaixador nos EUA, o deputado Eduardo Bolsonaro posou com um boné da campanha de Trump. O pai chegou perto disso. Às vésperas da eleição, ele reafirmou a torcida pelo magnata. “Não preciso esconder isso, é do coração”, declarou-se.

Para bajular o aliado, o bolsonarismo pôs a diplomacia brasileira de joelhos. O Itamaraty abriu mão de protagonismo, deu as costas à América Latina e trocou a defesa do interesse nacional pela subordinação ao interesse americano. Em setembro, permitiu que o secretário Mike Pompeo usasse Roraima como palanque para agredir um país vizinho.

Na pandemia, Bolsonaro imitou a pregação de Trump contra a Organização Mundial da Saúde, o uso de máscaras e as medidas de distanciamento. O negacionismo da dupla abriu caminho para o avanço do vírus. Não por acaso, os EUA e o Brasil lideram o ranking de mortes pela Covid.

O capitão surfou a onda nacional-populista que produziu o Brexit, elegeu Trump e impulsionou partidos de extrema direita na Europa. Uma derrocada do republicano deixará essa tropa sem comandante. Será um alento para quem aposta no diálogo e na cooperação internacional, hoje sufocados pelo discurso do ódio e pela intolerância.

Biden está longe de ser um símbolo do progressismo. Mesmo assim, comprometeu-se com a defesa da democracia, do meio ambiente e dos direitos humanos. Isso significa que sua possível vitória provocará mudanças sensíveis nas relações entre Washington e Brasília.

No primeiro debate presidencial, Biden já avisou que pressionará Bolsonaro a frear o desmatamento da Amazônia. Ele acenou com uma cenoura e um porrete: a criação de um fundo de US$ 20 bilhões para estimular a preservação da floresta ou a imposição de sanções econômicas ao Brasil.

No dia seguinte, o capitão acusou o democrata de tentar suborná-lo. Além de exagerar no tom, conseguiu errar o primeiro nome do adversário de Trump. O bate-boca indicou o que vem por aí se Joseph — e não John — assumir a Casa Branca.

BERNARDO MELLO FRANCO

É colunista de política do GLOBO. Também passou pelo Jornal do Brasil e pela Folha de S.Paulo. Foi correspondente em Londres e repórter no Rio, em SP e Brasília. É autor de "Mil Dias de Tormenta - A crise que derrubou Dilma e deixou Temer por um fio"


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Condutas dos servidores na campanha eleitoral: ironias do Itamaraty bolsolavista - chanceler acidental; Paulo Roberto de Almeida

Conduta dos servidores na campanha eleitoral: ironias do Itamaraty bolsolavista

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivoesclarecimento públicofinalidaderessaltar a contradição]

 

O boletim diário do Itamaraty, instrumento básico de informação dos diplomatas, ao lado do Boletim de Serviço – que publica os atos oficiais de movimentação de pessoal e medidas correlatas –, que deveria ser complementado pelos clippings diários de notícias nacionais e internacionais – perversamente suprimidos pela atual gestão, provavelmente porque a “grande mídia” trazia muita matéria contrária à política externa bolsolavista –, publicou a seguinte nota nesta quarta-feira, 9/09/2020:

 

"Eleições Municipais 2020 – Orientações sobre condutas vedadas aos Agentes Públicos Federais em eleições | Última atualização - 31/08/2020 às 09:51

Com o objetivo de orientar a ação dos agentes públicos, a Plataforma +Brasil disponibiliza cartilha com informações básicas acerca dos direitos políticos e das normas éticas e legais que devem nortear a atuação dos agentes públicos federais no ano das eleições municipais de 2020 http://plataformamaisbrasil.gov.br/ajuda/manuais-e-cartilhas/condutas-vedadas-aos-agentes-publicos-federais-em-eleicoes-2020.

Além disso, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República também publicou normas sobre veiculação de publicidade governamental no período de eleições municipais, disponíveis no endereço http://www.secom.gov.br/eleicoes-municipais-2020-orientacoes-ao-sicom."

 

Existe aqui uma suprema ironia para quem conhece a história do chanceler acidental. Essa mesma Cartilha, distribuída a todos os “agentes públicos federais” a cada eleição, já estava em vigor nas eleições presidenciais de 2018, da qual o então ministro de primeira classe recém promovido pela administração Temer-Aloysio Nunes, participou com grande entusiasmo, ainda que clandestinamente ao início. Quando descoberto, numa famosa matéria da jornalista Patrícia Campos Mello, do dia 30 de setembro de 2018, o militante até então secreto da causa bolsonarista, foi pedir perdão ao titular do Gabinete, por meio da Secretaria Geral do Itamaraty; recebeu permissão para continuar, e por isso até fez uma postagem, no dia 2 de outubro, agradecendo a deferência: 

Quero aqui agradecer e enaltecer as altas chefias do Itamaraty por seu compromisso com a liberdade de expressão e com o pluralismo, que me dá a oportunidade de compartilhar estas reflexões. Não sei se esses princípios sobreviverão se o PT “tomar o poder”.

 

Pretendo destacar aqui algumas pérolas do comentarista desconhecido, até quase a véspera do primeiro turno de 2018, agregando alguns exemplos ao longo do período eleitoral que vai de meados de setembro até a realização do segundo turno. O fato é que ele estava empenhado na campanha desde 2017, quando se revelou por meio de um famoso artigo, “Trump e o Ocidente”, que foi publicado na revista do IPRI, que eu dirigia, Cadernos de Política Exterior (embora o artigo não tivesse muito a ver com a natureza da publicação).

Os interessados em conhecer o “pensamento” – se o substantivo se aplica – do chanceler acidental podem acessar o seu blog (enquanto existir) que se chama – num título que remete aos círculos wagnerianos pré-nazistas – Metapolítica 17 - contra o globalismo (neste link: https://www.metapoliticabrasil.com/blog/), do qual retiro apenas alguns tópicos, para refrescar a memória de alguns responsáveis pelo Comitê de Ética da PR sobre como se pode burlar impunemente as regras de conduta que eles recomendam aos “agentes públicos”. 

 

1) Na primeira postagem, em 22 de setembro de 2018, Ernesto Araújo, enalteceu as virtudes do povo: 

Os ignorantes e os instruídos

Ernesto Araújo O povo é muito mais são e sábio do que a classe instruída. Talvez justamente por não passarem por uma escolarização emburr...

Na campanha eleitoral brasileira, hoje, vemos os instruídos preocupados unicamente com duas ou três frases pronunciadas por Bolsonaro ou pelo General Mourão. Repetem essas frases nos seus restaurantes e teatros e competem para ver quem mais se indigna. (Só não se dão ao trabalho de analisar o contexto das frases, é claro, porque analisar uma expressão no seu contexto é tarefa complexa, a exigir as faculdades cognitivas que os vários níveis de educação lhes retiraram.) Dizem que jamais votariam num candidato que disse isto ou aquilo sobre "as mulheres" ou "os gays". Para eles, mulheres ou gays não são indivíduos realmente existentes, mas categorias políticas, personagens chapados numa novela esquerdista com um enredo absolutamente primário, que jamais satisfaria qualquer pessoa dotada de boa-fé e curiosidade intelectual.

 

2) Logo em seguida, no dia 23/09/2018, ele enaltece a polarização em curso: 

Viva a polarização

Toda a realidade, seja humana ou natural, está estruturada de maneira polarizada, com dois polos binários, que se resolvem no logos incar...

As mesmas pessoas que dizem detestar a polarização querem apelar a um certo moralismo puramente verbal no atual debate político. Sustentam que algumas frases que Bolsonaro pronunciou a respeito de mulheres, gays ou negros, transformam a eleição numa questão moral. O saque da Petrobras, o mensalão, o achincalhamento das instituições, o assassinato de Celso Daniel e a tentativa de assassinato de Bolsonaro, nada disso acaso são questões morais? (...)

A esquerda não quer polarização porque não quer nenhuma concorrência ao seu polo totalizante, que ocupa todo o espectro do centro moderado até o stalinismo (veja-se, para exemplificá-lo, a perspectiva de uma aliança do PT, cuja candidata a vice-presidente pertence ao PC do B stalinista, com o PSDB liberal reformista, cuja candidata a vice-presidente pertence ao PP, partido herdeiro da ARENA: assim, o centro moderado no Brasil vai de Stalin a Geisel, passando por Lula e FHC).

 

3) Dois dias depois, em 25/09/2018, o elogio é ao povo, que “se interessa por política externa”, contrariamente ao que acreditaria a esquerda: 

O que está em jogo

Ernesto Araújo É um equívoco dizer que o eleitor brasileiro não se interessa por política externa e que por isso as relações internaciona...

O sistema não quer que o brasileiro saiba que o Brasil está, hoje, chamado a participar de uma gigantesca luta mundial, que se desdobra em vários aspectos: (...)

A luta pela soberania econômica e política dos países, contra o domínio das cadeias produtivas de bens e contra o monopólio da circulação de informações por uma elite transnacional niilista, contra uma economia globalizada maoísta-capitalista centrada na China.

A luta pela democracia efetiva e contra a reemergência do bolivarianismo na América Latina, o sistema regional de implantação do "Socialismo do Século XXI".

As opções reais de política externa são: ou aliar-se aos países e forças que lutam contra o globalismo, ou deixar que o Brasil, junto com todas as nações, desapareça na geleia geral de um mundo desnacionalizado e desespiritualizado (a nação é a casa do espírito!) e torne-se uma província da "pátria grande" socialista.

A esquerda, juntamente com o centro..., usa o seu controle da mídia e da academia para ocultar ao brasileiro o que está em jogo nas eleições, em relação à nossa inserção internacional: se o Brasil combaterá por um mundo de nações e de pessoas livres, ou se continuará deixando-se levar para um império global sem amor e sem apego, onde impera um programa de controle político-mental que aniquila a personalidade de pessoas e povos para melhor dominar.

 

4) No dia seguinte, 26/09, os ataques ao PT emanam naturalmente do “povo”: 

O povo contra o sistema

Ernesto Araújo No final dos anos 70 e primeira metade dos anos 80, o debate esquerda-direita no Brasil era um debate político entre liber...

O PT assumiu assim, sem maior dificuldade, o completo controle do país. Atribuiu ao PSDB o papel de "direita" e governou confortavelmente por 13 anos. (...) Esse regime tão eficiente e popular só se esqueceu de colocar uma coisa em sua equação: o povo. (...)

Dessa agenda do povo brasileiro nasceu a candidatura de Bolsonaro. Todos sabem que Bolsonaro é o único candidato anti-sistema. (...) Na verdade, sua candidatura é o único projeto político que atende ao anseio mais profundo do povo brasileiro.

Trata-se de uma candidatura de direita, certamente, e não poderia ser de outra forma já que todo o espectro político do sistema foi ocupado pela esquerda. (...)

Tudo o que é decente e bom, hoje, está na direita, simplesmente porque a direita é, hoje, o único lugar que acolhe tudo o que é bom e decente. (...)

Por isso, muitas pessoas que se consideram centristas e muitos políticos autênticos estão abandonando os candidatos presidenciais ditos de centro e entendendo que a única casa sob cujo teto podem abrigar suas ideias e suas esperanças é a campanha de Bolsonaro.

 

5) Imediatamente após, em 27/09, confiando na sua “clandestinidade”, Ernesto se permite criticar o discurso do presidente Temer, na abertura dos debates na Assembleia Geral, quando o presidente se refere à “nossa Venezuela” (ele coloca o vídeo do discurso para provar), e logo em seguida transcreve um trecho do discurso do presidente Trump atacando de forma veemente o governo de Maduro: 

"Nosso país, a Venezuela"

Do discurso do Presidente Michel Temer na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (Nova York, 25/10/2018): “Na América do Sul, os ...

Mas sabemos que a solução para a crise virá quando, na verdade, o nosso país, a Venezuela, reencontrar o caminho do desenvolvimento. (https://www.youtube.com/watch?v=1nYdOEM6D1M).

Do discurso do Presidente Donald Trump na mesma ocasião: (...)

 

6) No mesmo dia, ele ainda encontra tempo para atacar o candidato do PT e seu projeto, provavelmente numa alusão à linha de transmissão que transporta eletricidade da Venezuela a Roraima, destacada da rede nacional de energia.: 

Linha de transmissão

Haddad é o poste de Lula. Lula é o poste de Maduro, atual gestor do projeto bolivariano. Maduro é o poste de Chávez. Chávez era o poste d...

Haddad é o poste de Lula.

Lula é o poste de Maduro, atual gestor do projeto bolivariano.

Maduro é o poste de Chávez.

Chávez era o poste do Socialismo do Século XXI de Laclau.

Laclau e todo o marxismo disfarçado de pós-marxismo é o poste do maoísmo.

O maoísmo é o poste do inferno.

Bela linha de transmissão.

 

7) No dia seguinte, em 28/09, sempre atarefado em sua missão secreta de angariar votos para o seu candidato, ou mais provavelmente em consolidar sua candidatura ao cargo de chanceler do futuro presidente, ele conclama os conservadores a se mobilizarem: 

Acorda e luta!

Acorda, liberal! Sai da cama, conservador! Você pretende ficar neutro, assistindo à batalha pelo futuro do Brasil e comendo pipoca, como ...

Acorda, liberal!

Sai da cama, conservador!

Você pretende ficar neutro, assistindo à batalha pelo futuro do Brasil e comendo pipoca, como se estivesse vendo Croácia x Dinamarca?

Você tem algo mais importante a fazer do que salvar o seu país?

Quem se diz liberal e não está com Bolsonaro é porque não se importa com a liberdade, mas apenas com a sua própria imagem.

Quem se diz conservador e não está com Bolsonaro é porque só quer conservar sua própria convicção de superioridade moral.

O PT (Partido Terrorista) está se preparando para tomar o poder no Brasil.

Na véspera da I Guerra Mundial, o Secretário do Exterior britânico, Edward Grey, prevendo a catástrofe, disse a um amigo: “As luzes estão-se apagando em toda a Europa. Não as veremos novamente em nossas vidas.”

No Brasil, se o PT ganhar, vai extinguir todas as luzes da decência e da liberdade, e não as veremos acesas novamente em nossas vidas. (...)

Fascista é o nome dado pelos comunistas a qualquer inimigo do regime de terror que o PT pretende instaurar ou reinstaurar no Brasil.

A sobrevivência do Brasil depende de você perder o medo de ser chamado de fascista. 

Acorda, sai da cama e vem para a luta! É o Brasil que está jogando o jogo mais importante da sua vida.

 

8) Depois de mais uma postagem atacando a esquerda no dia 29, no próprio dia em que sua identidade seria revelada na reportagem de Patrícia Campos Mello na FSP (30/09), como o único diplomata a apoiar ativamente o candidato da direita, ele novamente conclama o povo a vir em apoio ao candidato, revelando seus sentimentos com uma grande carreata pró-Bolsonaro em Brasília: 

Mas se ergues da justiça a clava forte

Algumas reflexões sobre a carreata pró-Bolsonaro em Brasília, com 25.000 carros, em 30 de setembro: Não vi ódio em ninguém, em nenhum ins...

Algumas reflexões sobre a carreata pró-Bolsonaro em Brasília, com 25.000 carros, em 30 de setembro:

Não vi ódio em ninguém, em nenhum instante. O movimento popular por Bolsonaro não se nutre de ódio, mas de amor e de esperança. As pessoas sorriem e celebram. Há um clima de congregação, uma energia coletiva impressionante, uma presença. Só me lembro de uma atmosfera cívica desse tipo em duas ocasiões: a campanha das Diretas Já em 1984 e o movimento pelo impeachment em 2016. É a primeira vez, portanto, que este oceano profundo, obscuro, poderoso de sentimento coletivo, ruge desta maneira em uma situação eleitoral. Isso significa que se trata de muito mais do que uma eleição, de uma escolha entre diferentes projetos para a pátria. Trata-se de uma luta pela sobrevivência da pátria.

O hino nacional fala de bosques e campos floridos e de uma vida serena, mas em certo ponto interrompe todo esse aconchego e proclama: “mas se ergues da justiça a clava forte, verás que o filho teu não foge à luta”. A mão fazendo o gesto de atirar é a pátria-mãe erguendo a clava forte! E não esqueçamos que Jesus, o príncipe da paz, disse em alto e bom som: “não vim trazer a paz, mas a espada”.

Arma só é símbolo de violência na mão de bandido. Na mão de pessoas de bem, arma é símbolo de orgulho, confiança, determinação e justiça.

Vi pessoas de todos os níveis de renda, de todos os tons de pele. Vi homens e muitas mulheres, se bobear mais mulheres do que homens. Pensei na cena final do Fausto de Goethe: Das Ewig-Weibliche zieht uns hinan. “O eterno feminino nos eleva ao alto.” A Virgem e a pátria-mãe gentil estão conosco.

Alegria por poder participar de algo tão grande, angústia por saber que não temos a opção de perder diante de um inimigo tão pérfido, confiança na justiça e no poder mais alto. A carreata continua até salvarmos o Brasil.

 

9) No dia seguinte, 1/10/2018, mas com uma postagem que já devia estar preparada antes, ele ainda ataca o candidato da esquerda em especial e o marxismo em geral: 

Teses sobre Fernando Haddad

Em 1998, o então professor de Ciência Política da USP Fernando Haddad publicou, na revista Estudos Avançados, um breve texto intitulado "...

O marxismo é um projeto para destruir o cristianismo, não o capitalismo. O capitalismo é visto por Marx simplesmente como um meio capaz de acelerar, pela desagregação que promove na sociedade tradicional, seu projeto anticristão. (...) A tarefa então é aniquilar a família humana, destruir o homem, para poder aniquilar o salvador que é Deus. Isto não está em alguma nota de pé de página ou em algum rascunho de Marx, está no centro do texto que os marxistas consideram a essência de sua obra. Esse é o marxismo ou o socialismo que, com Haddad, pretende tomar o Brasil.

 

10) Finalmente, provavelmente constrangido por ter sido revelado, ele vai pedir compreensão ao Gabinete, no dia 2/10, e até se permite elogiar a postura aberta das “altas chefias”, personalidades que ele atacaria de forma acerba depois, com munição fornecida pelo “Gabinete do Ódio”;

Um registro

Quero aqui agradecer e enaltecer as altas chefias do Itamaraty por seu compromisso com a liberdade de expressão e com o pluralismo, que m...

Quero aqui agradecer e enaltecer as altas chefias do Itamaraty por seu compromisso com a liberdade de expressão e com o pluralismo, que me dá a oportunidade de compartilhar estas reflexões.

Não sei se esses princípios sobreviverão se o PT “tomar o poder”.


11) Nos dias seguintes, e durante todo o intervalo entre o primeiro e o segundo turno, EA faz diversas postagens, praticamente uma a cada dia, sempre atacando a esquerda, o PT e o seu candidato. Quase na véspera do segundo turno, em 20/10, ele recrudesce: 

Eu vim de graça

Não há nada que o PT odeie tanto quanto a liberdade: liberdade econômica, liberdade de pensamento, liberdade de expressão. Isso porque o ...

Não há nada que o PT odeie tanto quanto a liberdade: liberdade econômica, liberdade de pensamento, liberdade de expressão.

Isso porque o PT, fiel ao “belo ideal socialista”, odeia o ser humano.

Deixado a si mesmo, o ser humano cria e produz, ama e constrói, trabalha e confia, realiza-se e projeta-se para a frente.

Então não pode. O PT (que aqui significa não apenas “Partido dos Trabalhadores”, mas também Projeto Totalitário ou Programa da Tirania) não pode deixar o ser humano a si mesmo. (...)

A única coisa que o Projeto Totalitário não criminaliza é o próprio crime e os próprios criminosos. Ou seja, o PT criminaliza tudo, menos a si mesmo.

Agora querem criminalizar o Whatsapp.

O ideal do PT (já expresso por alguns ecologistas radicais) é que a espécie humana não existisse. Já que existe, ainda, vamos fazer dela o pior possível, para que a humanidade se odeie tanto a ponto de um dia cometer suicídio. Sim, o Projeto Totalitário, do qual o “Partido dos Trabalhadores” faz parte integralmente até a medula dos seus ossos e até o fundo do buraco que tem no lugar do coração, é levar a humanidade ao suicídio. Para isso precisa destruir a alegria de viver, que depende da liberdade. Censurar o Whatsapp é mais uma tentativa.

 

12) Finalmente, o triunfo, devidamente comemorado em 24 de outubro de 2018:

Todo o poder emana

Nunca é demais lembrar o que diz o Artigo 1º, parágrafo único, da Constituição Federal: “Todo o poder emana do povo.” Em todos os 114 art...

O povo vem criando um novo Brasil. Já criou ao menos a imagem de um novo Brasil – um Brasil sem PT, sem crime, sem falsidade – e agora se prepara para alcançar essa imagem, para tocá-la e começar a vivê-la.

 

13) Seguiram-se uma dezena de postagens altamente ideológicas, como pode ser verificado no site Metapolítica 17, e isso a despeito de o presidente, que o escolheu em 14/11/2018 (sob provável injunção do guru expatriado e dos dois olavistas que o controlam de perto, em Brasília), ter prometido uma política externa “sem ideologia”. Uma dessas postagens consistiu num artigo, “Contra o consenso da inação”, com críticas acerbas ao ex-ministro Rubens Ricupero e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi objeto de uma postagem conjunta, que fiz em meu blog na madrugada do dia 4/03/2019, e que motivou minha exoneração poucas horas depois.

 

14) Nos meses seguintes, as postagens amainaram, mas todas elas tinham um sentido altamente ideológico, como aquela famosa que defendia a tese – imediatamente rejeitada até pela embaixada da República Federal da Alemanha em Brasília – segundo a qual o nazismo era um “movimento de esquerda”, em 30/03/2019: 

Pela aliança liberal-conservadora

A esquerda fica apavorada cada vez que ressurge o debate sobre a possibilidade de classificar o nazismo como movimento de esquerda. Dá a ...

 

15) Raras foram as postagens no restante do ano de 2019, sendo que uma delas, em 19 de julho, defendia a “liberdade religiosa, religião libertadora”, até que finalmente chegamos à apoteose ideológica da famosa reunião dos impropérios, no dia 22 de abril de 2020, durante a qual o presidente recrudesceu contra a Polícia Federal e seus demais inimigos no governo e fora dele, ao passo que o chanceler acidental, defendendo o grande papel do Brasil de Bolsonaro na reorganização do poder mundial, cunhou o famoso slogan do “comunavirus”, o terrível inimigo que surgiu na China para dominar o Ocidente: 

Chegou o Comunavírus

O Coronavírus nos faz despertar novamente para o pesadelo comunista. Chegou o Comunavírus. É o que mostra Slavoj Žižek, um dos principais...

 Žižek revela aquilo que os marxistas há trinta anos escondem: o globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo. A pandemia do coronavírus representa, para ele, uma imensa oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade.


Querem mais, querem se divertir, querem lamentar? Basta acessar o site do chanceler acidental – que não sei quanto tempo dura, mas tenho tudo registrado –, embora outras formidáveis bobagens figuram em entrevistas e artigos que podem ser acessadas nos sites do Itamaraty e da Funag. Creio que bastam as pérolas acima...

 


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3750, 9 de setembro de 2020