Depois de ler toda esta matéria, publicada em
Carta Maior (3/12/2015), e procurado atentamente alguma ideia inteligente para poder pelo menos comentar e manter um diálogo (ainda que unilateral) com aqueles que propõem um "outro tipo de política", para tirar o Brasil da recessão e dos impasses políticos, e de ter procurado outras ideias sensatas nos documentos referenciados ao final, eu não consegui tirar outra conclusão senão a de que todos, eu disse TODOS, os participantes desse seminário eram perfeitos débeis mentais, alienados no mais alto grau, pessoas sem qualquer qualificação para expor alguma ideia, desinteligente que fosse, mas com algum sentido e alguma conexão, mesmo tênue, com a realidade que estamos vivendo.
Não encontrei absolutamente nada, e posso, portanto, voltar a afirmar o que está no título: eles são debiloides, alienados, talvez habitantes de algum outro planeta, mas não desta nessa terrinha redonda (ou quadrada, como gostaria o chefe dos mafiosos).
Ao postar essa churumela aqui, estou contrariando, eu sei, o propósito deste blog, que é o de expor ideias inteligentes, de quaisquer correntes políticas, sem discriminação, para suscitar um debate também inteligente, se possível, sobre políticas públicas, em especial a econômica.
Pois bem, depois de percorrer todo o texto, sou obrigado, como já disse, a chegar a esta conclusão, e me perdõem a grosseria de minhas palavras, mas não há outra constatação possível: os participantes desse seminário são todos debeis mentais.
Seria com esse tipo de gente que os lulopetistas pretendem construir um outro tipo de política econômica para o Brasil? Se entregar o país a eles, eles conseguem destruir o Brasil ainda mais rapidamente do que está fazendo a tropa atualmente no poder.
Paulo Roberto de Almeida
No lançamento do documento 'Por um Brasil Justo e Democrático'
no RJ, lideranças progressistas criticam política econômica do governo.
Najla Passos
Quase 300 acadêmicos,
intelectuais, militantes, representantes de movimentos sociais,
deputados e senadores de partidos progressistas diversos participaram do
lançamento do documento “Por um Brasil Justo e Democrático”, promovido
pelo Fórum 21, no último dia 27, no teatro da Universidade Cândido
Mendes, no Rio de Janeiro. E reafirmaram: a luta contra a política
econômica do governo está associada a luta contra o golpe democrático!
Membro
da Coordenação Executivo do Fórum 21 e diretor-presidente da Carta
Maior, Joaquim Palhares agradeceu a presença de todos e explicou a
dinâmica do documento, construído por quase 200 economistas, urbanistas,
advogados e profissionais liberais progressistas de todo o país, com o
apoio do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o
Desenvolvimento, Rede Desenvolvimentista, Fundação Perseu Abramo, Brasil
Debate, Plataforma Política Social – Caminhos para o Desenvolvimento,
Le Monde Diplomatique Brasil e o
Fórum 21.
Presidente
da Fundação Perseu Abramo, economista e professor da Unicamp, Márcio
Pochmann afirmou que o trabalho busca se contrapor a essa ditadura do
curto prazo que impera na execução das políticas públicas e que faz com
que o Brasil seja administrado como se fosse uma empresa qualquer do
mercado financeiro. “O Brasil perdeu a perspectiva de médio e longo
prazo”, justificou.
Segundo ele, mesmo antes do início da
recessão, o Brasil já registrava um crescimento médio pífio, dada as
potencialidade de um país em desenvolvimento. “A preocupação fundamental
nossa, desse conjunto de quase 200 intelectuais que participaram da
construção desse documento, é a de oferecer diretrizes de médio e longo
prazo. É impossível um país ter rumos, se não considera a questão do
planejamento, se não questiona onde é que queremos chegar daqui a 10, 20
anos”, afirmou.
Conforme o economista, vivemos hoje um período
de enaltecimento do mercado, em que dizem que não é possível se fazer
nada para mudar o quadro, independentemente de partidos e ideologias. “O
documento se levanta contra isso, porque é absolutamente necessário
recuperarmos a Política com P maiúsculo, que é elemento fundamental para
subordinar a economia”, conclamou.
De acordo com Pochmann, são
cinco as principais diretrizes que o documento, em constante construção,
apresenta para o debate. A primeira se refere à estabilização da
economia, mas não por meio da austeridade e do ajuste fiscal, conforme
pautado pelo mercado. A segunda é a urgente necessidade de
reindustrializar o país. “Na época da redemocratização, a indústria
representava cerca de um terço do PIB. Hoje, o peso da indústria não
chega a 10%. E não há experiência histórica de país desenvolvido sem
indústria”, argumentou.
A terceira visa uma profunda reforma do
estado brasileiro. “O Estado que temos hoje não é contemporâneo das
necessidades do povo brasileiro. É um estado pesado, patrimonialista, é
um estado que precisa de uma reforma. E essa reforma iniciaria
reconhecendo que não podemos mais ter um Estado que é muito poderoso
para tributar os pobres, mas é uma mãe para os ricos”, observou.
A
quarta diretriz, segundo o economista, aponta para uma mudança
substancial na relação do estado com o mercado, cada vez mais submetido à
ação das máfias que atuam nos orçamentos públicos de diferentes níveis.
E, por fim, a quinta diz respeito à profunda transição demográfica pela
qual o país está passando. “O Brasil tem hoje 3 milhões de brasileiros
com 80 anos ou mais de idade. Daqui a 15 anos, teremos 20 milhões de
brasileiros nesta faixa. Este é um Brasil diferente do que temos hoje e,
infelizmente, não estamos preparados para esta mudança”, apontou.
Professora
de Economia da USP, Laura Carvalho lembrou que o país passa por uma
fase em que os conflitos distributivos estão muito acirrados. “Uma
recessão é um momento em que a disputa pelas fatias do bolo fica mais
acirrada. E o que a gente percebe é que tudo o que foi conquistado pela
distribuição de renda está ameaçado. (...) Está evidente que há uma
pressão para a redução de direitos”, avaliou.
Segundo ela, o
documento lançado se propõe a encarar estes conflitos distributivos do
lado certo, do lado dos trabalhadores, do lado daqueles que acreditam
que o ajuste fiscal em curso não é a melhor solução para a retomada do
crescimento. Para a economista, a importância da esquerda apresentar um
projeto de país de longo prazo é decisiva para mudar a narrativa
conservadora criada sobre o atual momento político.
“Nós temos
uma narrativa a ser construída para o futuro da esquerda no país. Porque
a narrativa dominante que temos hoje é a de que tudo fracassou, de que é
insustentável distribuir renda e que temos que voltar ao modelo
anterior. Esse discurso - que agora é poderosíssimo e, inclusive,
conquistou o próprio governo - não só prejudica a economia hoje, mas
também prejudica o projeto de esquerda para o país”, argumentou.
Quem são os brasileiros?O
economista e professor da UFRJ, Carlos Lessa, também participou do
evento e apresentou sua contribuição ao debate. Segundo ele, duas
perguntas fundamentais que precisam ser respondidas pelas forças
progressistas que queiram retomar a construção de um projeto popular de
país são “o que é o Brasil?” e “quem são os brasileiros?”.
Na
avaliação dele, o Brasil é um país eminentemente urbano e metropolitano,
enquanto o brasileiro médio é um personagem imensamente criativo que
“se vira” para sobreviver e, por isso, não se aproxima do padrão
tradicional da classe operária descrito pela literatura marxista, mas
sim daquele do pequeno burguês. “O que é o vendedor de sacolé senão o
empresário de si mesmo?”
Por isso, o economista acredita que a
bandeira progressista mais capaz de aglutinar as pessoas hoje é a luta
pela moradia. “Todos sonham com a casa própria”, resumiu. Lessa defendeu
também que a cadeia da construção civil movimenta a economia local e
nacional, o que envolve ainda mais interesses em torno da pauta. De
acordo com ele, a casa própria, ao mesmo tempo que tem uma dimensão
puramente capitalista, também tem uma popular, que é o mutirão. “Dar
força à ideia da casa própria e à mobilização em torno da construção
dessa casa nos dá um pé para construir esse Brasil nacional”, concluiu.
Apoio políticoO
presidente da Frente Brasil Popular, Roberto Amaral, afirmou que o
documento é uma luz para a tragédia da economia, mas lembrou que, por
trás dela, há outras tragédias que assolam o país. Segundo ele, os
últimos fatos desvelam a miséria da política, a falência dos nossos
partidos, a tragédia do setor ponderado da esquerda brasileira que
renunciou à ética socialista, que tendo na base da sua ascensão as
forças populares, preferiu as negociações por cima, os acordos com o
grande capital. “Não há possibilidade de negociação com o grande
capital, com as classes dominantes. Getúlio tentou e não deu certo. Lula
tentou e não deu certo. Dilma está tentando e não vai dar certo”,
alertou.
Para Amaral, o país está enfrentando uma conjuntura que
só encontra similaridade na dos anos 30: o avanço de uma direita
fascista, que está no Congresso reescrevendo a Constituição e conta com
personagens como Eduardo Cunha e Delcídio Amaral. “O mandato da
presidenta Dilma foi construído pelas forças populares, que irão
continuar apoiando-a, ainda que ela governe para os derrotados. É
fundamental para a democracia brasileira preservar o mandato. Nós temos
que enfrentar a ameaça da direita do Brasil, que se manifesta em todos
os setores da nossa sociedade”, afirmou.
O deputado Wadhi Damous
(PT-RJ) acrescentou que qualquer cidadão que vive hoje no Brasil
percebe que a política econômica em curso resulta em um governo fraco,
um governo sem apoio popular. “Esta política afasta o povo, porque ela é
excludente. E nós não podemos ter comandando nossa economia esses
setores neoliberais”, afirmou.
A deputada Jandira Feghali
(PCdoB-RJ) ressaltou que os setores populares precisam se unir e
contribuir para que o governo Dilma dê um salto de qualidade. “A
política econômica do governo está errada. Nós estamos enxugando gelo
(...) Mas nós não podemos abstrair a política. O que nós precisamos é
que a Dilma tenha a mesma coragem que nós estamos tendo aqui:
ultrapassar esta fase, enfrentar uma agenda nova, que faça uma política
de tributação progressiva de fato, que assuma diretrizes de políticas
estruturantes”, defendeu.
O senador Lindberg Farias (PT-RJ)
lembrou o cenário desolador da economia brasileira. “Nós pagamos, em 12
meses, R$ 510 bilhões em juros da dívida pública para o sistema
financeiro. E sabe qual é o orçamento da saúde? R$ 100 bilhões. Nós
vivemos uma situação dramática. (...) Não tem outro nome. É uma agenda
neoliberal que está sendo aplicada pelo nosso governo. Então, temos que
ser muito duros neste debate”, propôs.
Segundo ele, a luta
contra o golpe, contra o impeachment, tem que estar associada a luta
contra a política econômica. “Se nós mantivermos este rumo, nós não
vamos aguentar. São dois tipos de golpe: um é o impeachment. O outro é
render a presidenta. E nós não podemos deixar isso acontecer”, observou.
O
senador Roberto Requião (PMDB-PR) também avaliou que os setores
progressistas estão sendo tolerantes demais com fatos intoleráveis, o
que aprofunda a crise de representatividade. “Não tolero mais que se
levante o estandarte de companheiros que prevaricaram e desmoralizaram a
política brasileira. Não posso acreditar que falemos em pressão popular
quando não damos nenhum ponto de apoio para que essa pressão se
realize. Eu não posso acreditar que a gente consiga conscientizar massas
e avançar com o movimento popular, do jeito que a esquerda vota no
congresso nacional. Sob o pretexto de que nós temos o governo que temos -
e que o outro seria pior, nós estamos deixando de ser referência. Vamos
esperar que a Dilma mude? Então, oremos”, provocou.
Conforme o
parlamentar, o embate em curso, em que o capital tenta ocupar todos os
espaços da política, não se dá só no Brasil. “Querem que o Estado se
transforme na polícia do mundo e que a economia seja gerida por técnicos
do capital financeiro”, afirmou. Para ele, o financiamento empresarial
de campanha tornou a política promíscua e desmoralizada. “Não é o PT que
está envolvido na corrupção. São os parlamentares financiados pelo
capital de todos os partidos”, defendeu.
Participação amplaTambém
participaram do evento representantes de entidades e movimentos sociais
importantes, como o MST, MTST, CUT, Federação Nacional dos Petroleiros,
Conselho Regional de Economia, Sindicato dos Jornalistas, dentre
outros. O documento “Por um Brasil Justo e Democrático” já foi lançado
em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Nos próximos dias, será lançado
em Porto Alegre, Salvador e Recife. Também está disponível na internet.
Confira:
Mudar para sair da crise – Alternativas para o Brasil voltar a crescer (Vol. I) O Brasil que queremos – Subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional (Vol. II)