Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Ginasio Vocacional Oswaldo Aranha: minhas professoras preferidas - Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Brasil-Angola: whatever goes, always - imprensa e Paulo Roberto de Almeida
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Do prazer de percorrer estantes de bibliotecas, em acesso especial...
Em lugar de apenas "buscar" livros indiretamente, eu sempre busquei percorrer pessoalmente as estantes das bibliotecas que frequentei, o que sempre faço quando consigo "corromper" os guardiões -- geralmente bibliotecárias -- dessas instituições, para me deixarem percorrer as estantes diretamente, em lugar de ficar restrito às fichas dos livros, atualmente em formato eletrônico.
Descobri uma obra, que um dos primeiros ministros da Bélgica no Rio de Janeiro (provavelmente Encarregado de Negócios, e não ministro plenipotenciário) escreveu sobre Le Budget du Brésil, dois grossos volumes publicados no final dos anos 1840, e que ele presenteou ao historiaador e diplomata brasileiro Varnhagen em Madri, em 1852, devidamente dedicacé e que o brasileiro nunca abriu, pois ainda tive de cortar aquelas páginas dobradas que eram o modo de impressão dos antigos livros em brochura.
O futuro Visconde de Porto Seguro não leu o livro, o que me deu um duplo prazer: abrir pela primeira vez um livro de biblioteca, jamais retirado em 150 anos, e descobrir um estudo sobre o orçamento brasileiro que ainda hoje guarda sua total validade.
Apreciando a feitura dos orçamentos nacionais, o ministro belga dizia que, em geral, os países procedem da seguinte maneira: primeiro se estimam as receitas e depois se fixam as despesas.
Au Brésil c'est le contraire, dizia ele: primeiro o governo fixa as despesas e depois vai buscar as receitas.
Até hoje a regra é essa...
Pois é, nada como ler livros antigos para descobrir coisas absolutamente "novas"...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19 de janeiro de 2016
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Brasil, ajuste fiscal: discordando de Otaviano Canuto - Paulo Roberto de Almeida
Antes, porém, para quem desejar ler a matéria inteira, aqui está a referência:
“Não há nada de ruim na Lava Jato. Teremos mais concorrência”
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/15/economia/1452889862_537896.htmlAgora a frase:
"Como economista, o que eu espero sinceramente é que em algum momento, quando seja adequado, o Congresso reconheça a necessidade de recuperação dos níveis de carga tributária aos patamares que estavam. É disso que se trata a CPMF, não é de aumento de carga tributária e sim de recuperação da carga tributária para os níveis que ela estava. Dadas as dificuldades de se mexer nos gastos mandatórios, no curto prazo, esse é o caminho mais suave para a consolidação do ajuste fiscal. É bom e importante que, enquanto isso aconteça, também haja uma discussão sobre os fatores estruturais. No curto prazo, independentemente dos desdobramentos políticos, é importante que haja uma aprovação da recuperação da carga tributária."
Sinto discordar, não apenas porque sou contra QUALQUER AUMENTO de impostos no Brasil, como sou a favor de sua redução, nominal e absoluta, mas também porque o procedimento é nefasto, para o país, para sua economia, para a sociedade.
Como NÃO economista, eu espero sinceramente que o Congresso NÃO reconheça a necessidade de recuperação dos níveis de carga tributária nos patamares que estavam antes da crise. Eles já eram elevadíssimos, em pelo menos DEZ PONTOS percentuais aos que vigoravam, e vigoram, em países emergentes ou em desenvolvimento com níveis similares de renda per capita.
Ou seja, o Brasil já constituía uma ANORMALIDADE, ao exibir uma carga fiscal equivalente à média da OCDE, ou de país rico -- em torno de 38% do PIB -- bem superior à dos emergentes, que ficam ao redor de 25% do PIB, e maior ainda do que certos países desenvolvidos -- como Japão e EUA, que giram em torno de 30% do PIB -- e não se pode esperar manter esse patamar que já está na origem da perda de competitividade das empresas, do fraco desempenho geral da economia, e do comportamento altamente IRRACIONAL do Estado, que tende a gastar sempre mais do que o crescimento do produto e da própria arrecadação tributária.
O que acontece com famílias, indivíduos e empresas que, por uma razão qualquer, enfrentam uma queda em sua renda disponível?
Simplesmente se ajustam os gastos aos novos patamares de "riqueza", ou de receitas, ou de renda disponíveis. Por exemplo: indivíduos deixam de trocar de carro a intervalos regulares, famílias deixam de frequentar restaurantes ou de planejar ir à Disney World duas vezes por ano. Empresas costumam reduzir as bonificações de seus dirigentes, ou trabalhar com menos pessoal, o que for mais factível. Em qualquer das hipóteses, NINGUÉM, indivíduos, famílias ou empresas, PASSA A VIVER COM O DINHEIRO DOS OUTROS.
Por que o Governo deveria fazer isso?
Por que o Governo não pode reduzir seus gastos e despesas não obrigatórias.
Se indivíduos, famílias ou empresas enfrentam despesas obrigatórias, eles precisam se desfazer de parte de seu patrimônio: reduzir a poupança, vender o segundo carro, as joias da vovó, alienar propriedades ou ativos.
Por que o governo não privatiza, por que o governo não reduz ministérios, demite terceirizados, cargos de confiança, sem relação contratual ou estabilidade? Por que, aliás, não acaba com a estabilidade?
Por que, no meio de tanto desemprego, funcionário público é o único que não sofre, e até tem aumento de salário.
Por que o governo aumenta o Fundo Partidário e as verbas dos parlamentares?
Continuo com Otaviano Canuto, glosando o que ele diz.
Primeiro, transcrevo mais uma vez o que ele disse:
"Dadas as dificuldades de se mexer nos gastos mandatórios, no curto prazo, esse é o caminho mais suave para a consolidação do ajuste fiscal. É bom e importante que, enquanto isso aconteça, também haja uma discussão sobre os fatores estruturais."
Não, não é. Esse é o caminho da drug addiction: ou seja, o governo gasta compulsivamente, e quando enfrenta uma dificuldade resolve avançar sobre os ativos dos particulares, famílias ou empresas. Se a sociedade consentir em que o governo recomponha seus patamares de arrecadação, para continuar gastando o mesmo, ele nunca vai alterar esse padrão de comportamento, e vai continuar avançando sobre a riqueza social continuamente.
Sinto muito, meu caro Otaviano, mas esta é a oportunidade para aplicar um torniquete nos gastos do governo, por mais recessivo que isso possa parecer. O governo já impôs muito sofrimento à sociedade: quebra de empresas, desemprego, nos tornou a todos nós mais pobres, e sem perspectiva de aumento de renda no futuro previsível.
Está na hora de darmos um basta nessa equação, e trazer o governo de volta a menos de 30% do PIB de carga fiscal total. O Brasil não pode mais suportar um governo perdulário, e a sociedade precisa aprender a conviver com um sistema em que menos dinheiro passe pelo Estado, pois esta é a única forma de recompormos bases saudáveis de crescimento.
Por isso discordo de meu amigo Otaviano Canuto, e digo:
NÃO À CPMF. Não a novos impostos.
Redução geral da carga tributária a partir de agora, à razão de meio ponto percentual por ano. Em dez anos, depois de passar essa praga de aloprados econômicos no governo, vamos estar com uma carga fiscal total razoável, e com o Brasil possuindo um Estado menos obeso, menos balofo, menos perdulário.
Petrobras: sua destruicao pela corrupcao e inepcia lulopetista e sua recapitalizacao - Editorial Valor Economico
O jornal fala em equívocos de políticas do governo, que redundaram em grandes gastos com determinados projetos. ERRADO!
O que o jornal precisaria dizer é que esses "equívocos" -- Abreu e Lima, Pasadena, Comperj e muitos outros, no Brasil e no exteriro -- foram feitos deliberadamente para extorquir milhões de dólares da companhia e do governo, em desvios cientificamente calculados, planejados, executados criteriosamente para provocar as perdas e desvios BILIONÁRIOS que provocaram em favor da gangue de assaltantes, a pior corja que já assumiu responsanbilidades governativas no país e na companhia.
Certas coisas precisam ficar claras: crimes econômicos são todos crimes comuns na Petrobras e fora dela. Só sabemos uma pontinha do iceberg de corrupção e roubalheiras sistemáticas em todas as esferas públicas E PRIVADAS do Brasil. Infelizmente.
Paulo Roberto de Almeida
Capitalização da Petrobras se mostra inevitável
Editorial - Valor Econômico, 18 de Janeiro de 2016
Todos os sinais de alerta foram dados ao governo para a precária situação financeira da Petrobras. O quadro tomou cores ainda mais dramáticas com a queda do preço internacional do petróleo para o nível de 2003 e com a forte desvalorização do real nos últimos meses. Antes disso, no entanto, a principal empresa brasileira já estava em grandes apuros, afogada em dívidas que totalizam US$ 122 bilhões e em um escândalo de corrupção sem precedentes.
O destino de uma das maiores petroleiras do mundo, que chegou a valer US$ 270 bilhões no mercado e hoje vale em torno de US$ 25 bilhões, foi um dos assuntos abordados pela mídia no café da manhã que a presidente Dilma Rousseff teve, na sexta feira, com profissionais das agências de notícias, portais na internet e revistas semanais. "Não é só a Petrobras que tem que pensar no que vai fazer, mas todas (as empresas de petróleo do mundo). O governo sempre estará preocupado com a Petrobras, sobretudo se os fatores que a prejudicam são exógenos", disse Dilma, referindo-se à queda do preço da commoditie para um patamar de US$ 30,00 o barril no mercado internacional.
Não foram apenas "fatores exógenos", no entanto, que prejudicaram a Petrobrás, como mostram os relatos de desvios de recursos da empresa que estão sendo apurados pela Operação Lava-Jato. A empresa foi vítima de decisões equivocadas do governo federal. Seja pela execução de investimentos inadequados, como foi o caso das quatro refinarias que construiu - a Premium 1 e 2 (Maranhão e Ceará), a Abreu e Lima (Pernambuco) e o Comperj (Rio de Janeiro), ou pela prática do congelamento de preços dos combustíveis levada à cabo pelo governo do PT por tempo prolongado demais, quase quatro anos.
As motivações para a construção das refinarias a um custo de US$ 50 bilhões foram políticas e fundamentadas em projeções de produção da Petrobras que não se confirmaram. Os recursos gastos na Premium 1 e 2, em torno de US$ 3 bilhões, viraram prejuízo no balanço da estatal. As outras duas não geram receita alguma.
A empresa estatal foi usada como instrumento de política industrial - para refundar a indústria naval no país - cujos objetivos nem de longe foram alcançados. Deixou, ao final, sem chão uma empresa, a Sete Brasil, criada em 2010 para contratar a construção de 28 sondas para a exploração do pré-sal, em uma superestimativa da demanda por sondas que deverá ser reduzida a menos da metade. E como instrumento de controle da inflação, em um malfadado congelamento de preços dos combustíveis no país, subsidiando, assim, os proprietários de automóveis. Essa foi a cereja no bolo de desacertos consecutivos que levou a estatal à situação em que se encontra hoje.
Mesmo com as restrições ao aumento de sua receita, o governo impôs à Petrobrás um plano de investimento de proporções gigantescas, o que levou a empresa a um forte endividamento. Além disso, a Petrobras está submetida à Lei do Petróleo que a obriga a participar com 30%, no mínimo, dos investimentos na exploração de cada um dos campos de petróleo do pré-sal. Isso, sem falar nas exigencias de conteúdo nacional que o governo insiste em manter.
É claro que a queda vertiginosa do preço do petróleo e a desvalorização do real, para quem está tremendamente endividado em dólar, agravou a já delicada situação financeira da estatal. A própria presidente da República admitiu, na entrevista de sexta-feira, que é necessário avaliar a estratégia de investimentos da Petrobras caso o cenário de preços baixos do petróleo permaneça. Mas parece claro que não é apenas redução dos investimentos e a venda de ativos que resolverão os problemas.
A capitalização da empresa se mostra inevitável, embora a direção da companhia considere esta como sua última opção para saná-la. No ano passado chegou-se a examinar um socorro do governo, na forma de instrumento híbrido de capital e dívida (IHCD), mas a discussão não prosperou pelo impacto direto que teria na já elevada dívida bruta do setor público. O assunto ficou na gaveta, mas pode ser retomado a qualquer momento.
Estamos diante, portanto, de mais um evento que terá grande repercussão nas contas públicas. A eventual capitalização da Petrobras aumentará a dívida pública, qualquer que seja o instrumento a ser utilizado, e socializará o prejuízo.
domingo, 17 de janeiro de 2016
Relacoes monetarias internacionais da China - resenha de livro
Eric Helleiner, Jonathan Kirshner, eds.
The Great Wall of Money: Power and Politics in China's International Monetary Relations
Cornell Studies in Money Series. Ithaca: Cornell University Press, 2014. 288 pp. $24.95 (paper), ISBN 978-0-8014-7959-5; $70.00 (cloth), ISBN 978-0-8014-5309-0.
Reviewed by Winnie King (University of Bristol)
Published on H-Diplo (January, 2016)
Commissioned by Seth Offenbach
Research and commentaries on China’s economic reform process abound. However, a critical and expansive assessment of policy developments analyzing the last decade and a half of China’s protected financial sector is far rarer. This is why Eric Helleiner and Jonathan Kirshner’s edited volume, which examines the role, rationale, and impact of decision making in China’s monetary and financial sectors, represents an important contribution to the literature on Chinese political economy. Offering readers an accessible examination of the nexus of political economy and power politics in China, this is a valuable addition to a rather under-researched field (though published material on business and management is quite extensive). Comprised of eight distinct chapters, it addresses issues ranging from historical relations with monetary institutions like the International Monetary Fund (IMF), to central policy issues like foreign reserves, the exchange rate, and the renminbi, as well as China’s utilization of monetary and macroeconomic policy for diplomacy, power, and surveillance.
Helleiner and Kirshner’s introductory chapter ties the contribution together in a coherent fashion, reflecting well on how we do, and how we should, come to assess China’s decision making primarily through the lens of monetary policy. Confronted with both external demands and domestic interests (state, elite, and otherwise) as sources of monetary policy, China’s struggle to define its actions can be characterized by a key dichotomy of “power-as-influence” and “power-as-autonomy” (p. 3). The volume adopts a framework assessing whether its behavior and policy decisions are a means to influence or to act independently of systemic norms or external pressures.
Whichever camp the different authors settle in, each is an expert in the field and therefore makes this discussion all the more vigorous. The chapters offer a coherent interpretation of the themes, while simultaneously providing individual assessments. Benjamin J. Cohen’s chapter on China’s economic rise within the current system adopts a comparative perspective, contrasting China’s experiences with that of other rising powers in the past (West Germany, Japan, the Euro Currency Area, and stimulatingly Saudi Arabia). The historical line continues with Helleiner and Bessma Momani’s highly enjoyable examination of the relationship between China and the IMF. It begins with the People’s Republic of China’s (PRC) contributing role in the construction of the IMF’s strategy toward developing economies; and it quickly moves on to the PRC’s effort to secure itself both diplomatically and financially as it moved to open its doors in the late 1970s. David A. Steinberg’s chapter analyzes what is seen as China’s desire for large foreign-reserve holdings, beginning with an economic assessment of the value of reserve accumulation, contrasting this with a more empirical perspective of domestic political stakeholders (elite or institutional). He rounds his discussion off with effective qualitative and quantitative research, including interviews, and concludes that both types of research offer insight into China’s behavior.
Hongying Wang’s chapter on China’s exchange rate policy examines what many identify as China’s contribution to global economic imbalances. Again contrasting China’s own domestic views regarding its exchange rate with responses of its major trading partners, Wang offers additional and rarely considered factors of the “collective contribution of East Asian economies,” including the household consumption net savings ratio so commonly found in these economies (p. 102). Stressing how boosting declining consumption levels has been a much-lauded option for rebalancing trade and currency valuations, Wang shows, however, that this only stood at 35 percent at the time of publication (compared to the world average of 60 percent) (p. 107). Given this, Wang identifies numerous political and domestic systemic barriers that must be remedied before any offset can be sufficiently experienced.
Andrew Walter’s contribution assesses China’s relationship with the IMF through the line of management of international macroeconomic monetary policy surveillance practices. He begins by discussing the tensions that continue today between the PRC and the IMF, and the mixed results of these exchanges due to China’s own policy rigidity and its disagreements with the United States and the IMF about China’s monetary policies. Walter illustrates that this issue goes beyond the point of whether the IMF is a policy tool of the United States or scrutiny of internal policies by the IMF are biased in nature. He demonstrates that the onset of the global financial crisis offers a new line of assessment. As China moves to gradually rebalance its economy, understanding its policy decisions and actions within a “rule-breaker” or “rule-taker” frame ignores significant points, including the substantial structural and institutional changes in the international system that need to come. Reforms have also led to new and competing divisions of interest as resources, policy hierarchies, and preferences increasingly diverge. This growing complexity will shape not only how China responds to but also what it demands from future global monetary governance practices.
Yang Jiang asks the question, “to what extent is China actually preparing itself for the role of a global monetary power through monetary diplomacy?” (pp. 156-157). His chapter frames the discussion around competing interests of China’s domestic monetary elites—liberals versus conservatives. Through several empirical cases, Jiang argues that China’s policy behavior is the product of entrenched interests. The Eurozone crisis case illustrates China’s multifaceted strategy of investment, debt-rescue approach, underscoring economic benefits with little impact on China’s domestic sphere. Following this, its currency swap diplomacy and aid regime, as well as China’s engagement with multilateral monetary institutions and promotion of renminbi internationalization, require little structural commitment or reform domestically. Promoting central economic goals, these reflect a compromise tending toward short-term pragmatic gain, rather than a tendency toward substantial institutional reform or movement for global monetary leadership.
In the second of three chapters addressing the factors influencing China’s approach to monetary governance structures (global or regional), Gregory Chin examines China’s rising monetary power capacity. He argues that China has adopted a comprehensive effort to reshape the global monetary and currency framework. Whether through the promotion of an alternative reserve currency option or through the promotion of reserve diversification, China has been a key player in coordinated efforts through the G20 to promote diversity of the international monetary system, or by cooperating with BRICS nations (Brazil, Russia, India, China, and South Africa) to press the IMF for reform on the Special Drawing Rights Basket. Further efforts to establish alternative multilateral organizations, such as a BRICS-led development bank, as a vehicle for reserve diversification, or China’s own efforts to promote its own currency—the yuan—underscore China’s commitment to this campaign. Contrasting clearly from Jiang’s chapter, Chin suggests there are clear “broader ambitions, and more fundamental adjustments to the international monetary system ... [with] deep strategic roots” (p. 212).
The final chapter, by Kirshner, takes up the topic of China’s currency internationalization strategy—with reference to the renminbi’s role in establishing China’s position as a monetary leader in East Asia. Using the events of 2008, which offered up an opportunity to directly challenge the veracity of the liberal economic order, Kirshner argues that the promotion of the renminbi is a vehicle for China to both “rule make” and “rule break”; China’s currency represents a challenge to capitalism’s ideological line. Reinforcing lessons learned from the 1998 Asian crisis, the global financial crisis has offered China a window of opportunity both where it is willing to have the renminbi be a larger force in the international monetary system and where a growing number of Asian partners are open to taking it up. Like many of the other authors, Kirshner does stress, however, that while the renminbi is quickly becoming a key currency in East Asia, political factors continue to play a dominant role in the pace and nature of these developments.
This volume covers an impressive and ideal combination of topics for those interested in China’s international monetary relations on a broad basis. It also has much to contribute for both students and scholars of Chinese political economy and Chinese politics in general. While industry stakeholders and commentators have written extensively on China’s currency reform, exchange rate policy, and IMF’s Special Drawing Rights Basket, they offer little insight into the why—the motivations, players, and priorities—behind China’s approach to monetary policy and relations. In this volume, each chapter blends an impressive combination of research methods, expertise, and critical insights, filling this gap effectively. Helleiner and Kirshner’s collection, however, does end rather abruptly. They offer no concluding chapter to tie the discussions together, but there is scope for initiating the next line of query—that of China learning the lessons from 2008. While Walter does touch on this issue in his chapter on China and IMF policy surveillance, there is much insight to garner of the inner workings of China’s policy processes and shifting priorities following its first-hand experience of a global economic crisis since the implementation of its open door policy in the late 1970s. There is much more we can learn given the gradual evolution of the world’s largest developing economy, and this volume offers a solid foundation to build on.
Printable Version: http://www.h-net.org/reviews/showpdf.php?id=44344
Citation: Winnie King. Review of Helleiner, Eric; Kirshner, Jonathan, eds., The Great Wall of Money: Power and Politics in China's International Monetary Relations. H-Diplo, H-Net Reviews. January, 2016.
URL: http://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=44344
Aumento das desigualdades distributivas de renda, um produto da era lulopetista - Tendencias Consultoria Integrada
Ou seja, a propaganda enganosa do PT é exatamente isso mesmo, uma mistificação mentirosa. Isso quer dizer que TODAS as polítcas do lulopetismo beneficiaram OS MAIS RICOS, contrariamente ao que eles dizem.
Não poderia ser de outra forma: os petralhas fizeram um conluio com os estratos mais ricos da população para melhor extrair riqueza para si mesmos e para o seu projeto criminoso de poder: a extorquir mais dos ricos, eles permitiam que esses se apropriassem de frações maiores da riqueza criada por toda a sociedade, e distribuiam algumas migalhar aos mais pobres.
Quem foi mais extorquido, portanto, foi a classe média, como fração trabalhadora, e as empresas em geral, que perderam lucros (pois o faturamento foi diminuido com a elevação contínua dos impostos) e competitividade interna e externa, resultando nessa desindustrialização horrorosa acelerada pelas políticas nefastas dos lulopetistas.
De fato, dos quatro pontos percentuais do PIB de aumento da extração fiscal, apenas 1 (UM) por cento foi para os programas sociais (Bolsa Família e outros), sendo que 3 (TRÊS) por cento foram apropriados pelo próprio Estado e pelos seus sócios privilegiados: os grandes capitalistas promíscuos, os mandarins da República, os partidos políticos e os corruptos petralhas, que se apropriaram de somas fantásticas, destruindo não só a Petrobras, mas toda a economia nacional.
Esse é o resultado catastrófico da era lulopetista, que eu chamo de A GRANDE DESTRUIÇÃO.
Paulo Roberto de Almeida
Anápolis, 16/01/2015
Classe A tem maior fatia da renda do País
Estudo com base nos dados da Receita Federal aponta que a distribuição de renda é pior que a mostrada pelos números da Pnad
A distribuição de renda no Brasil é pior do que se imaginava. Um estudo elaborado pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que a classe A – famílias com rendimento superior a R$ 14.695 – detém uma fatia ainda maior da massa de renda nacional.O levantamento elaborado pelos economistas Adriano Pitoli, Camila Saito e Ernesto Guedes foi feito com base nos dados da Receita Federal e mostrou que as 2,5 milhões de famílias da classe A são responsáveis por 37,4% da massa da renda nacional. Nos dados mais conhecidos, obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), estimava-se que os mais ricos tenham 16,7% da renda nacional.
Os economistas chegaram ao novo número sobre distribuição de renda com base numa espécie de Pnad ajustada. O ajuste foi feito analisando a renda de duas formas. Para as famílias com ganhos de até cinco salários mínimos, foram utilizados os dados tradicionais da Pnad. Para as faixas mais ricas, o estudo levou em conta as declarações de Imposto de Renda.
“Todo mundo sabia que a desigualdade de renda no Brasil era enorme, mas ela é muito maior do que se imaginava”, afirma Adriano Pitoli.
Dados omitidos. A vantagem de analisar os dados da Receita para as classes mais ricas é explicada pelo fato de a Pnad ser declaratória e, portanto, limitada para mensurar dados envolvendo fontes de renda com ativos financeiros e aluguéis.
“As pesquisas declaratórias (como a Pnad) são ineficientes para capturar a renda de aplicações financeiras, aluguéis e ganhos de capital”, afirma Pitoli. “Na verdade, ninguém tem esses números de cabeça.”
O exercício da Tendências deixa evidente a dificuldade da Pnad em apurar o tamanho da desigualdade brasileira. Nas famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos, a massa de renda apurada pela Pnad é 13% menor do que mostra o dado da Receita Federal. A diferença é crescente conforme o topo da pirâmide se aproxima.
Na faixa de brasileiros com ganhos acima de 160 salários mínimos, a massa de renda captada pela Pnad é 97% menor do que os dados obtidos pela análise do Imposto de Renda.
“A desigualdade com base nos dados da Pnad é menor do que mostram os dados da Receita”, afirma Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper. “Existe uma dificuldade da Pnad em captar a renda da fatia mais rica da população.”
Abismo entre classes. O estudo da consultoria Tendências também chegou a outras duas conclusões relevantes: o abismo entre as classes sociais é maior do que se imaginava e as classes A e B são um pouco maiores do que indicavam as pesquisas tradicionais.
Pela Pnad tradicional, a classes A responde por 2% do total das famílias brasileiras, e a classe B, por 12,6%. Nos dados ajustados pela consultoria, a fatia das classes aumenta para 3,6% e 15%, respectivamente.
Com relação ao distanciamento entre as classes sociais, o estudo da consultoria apontou que a renda das famílias da classe A é 40,9 vezes maior do que as da classe D/E. Na Pnad original, a diferença apurada era de 23,3 vezes.
“A intenção do estudo não é substituir os dados da Pnad e da Receita. O exercício é continuar olhando a Pnad para as classes de menor renda, e na faixa das classes de maior renda fazer os ajustes para eliminar o viés da omissão de renda”, afirma Pitoli.
Brasilianistas: Kenneth Maxwell, ingles, sobre Richard Morse, um americano diferente
Morse era efetivamente diferente, e dentre seus trabalhos seminais, posso referir-me não apenas ao seus estudo sobre São Paulo, feito no início dos anos 1950, mas também a um artigo seminal -- que não sei se li em inglês ou numa versão traduzida em alguma revista brasileira -- comparando São Paulo e Manchester, não apenas como cidades, mas como pensamento econômico nas épocas de seus respectivos processos de industrialização.
Li O Espelho de Próspero e tinha essa informação de que não tinha sido publicado em inglês, pois discrepava profundamente da maneira como os brasilianistas e os latino-americanistas americanos em geral interpretavam a América Latina.
Foi um grande brasilianista, sem dúvida alguma, e foi uma pena não termos tido sua colaboração no livro que organizei sobre os brasilianistas: O Brasil dos Brasilianistas (Paz e Terra, 2002), e em sua versão americana Envisaging Brazil (Wisconsin, 2005). Mas tampouco tivemos a colaboração de Kennet Maxwell: eu lhe havia solicitado um ensaio sobre, justamente, as discrepâncias entre as análises dos brasilianistas americanos e a produção própria do "brasilianismo brasileiro", ou seja, como os americanos leram os grandes mestres brasileiros. Kenneth Maxwell, um brasilianista inglês especializado na Inconfidência Mineira, até que começou a fazer o seu trabalho, mas nunca terminou, e fui assim obrigado a deixá-lo fora de nosso volume. Uma pena.
Em todo caso, aproveitem este belo artigo publicado agora por ele.
Paulo Roberto de Almeida
Anápolis, 17/01/2016
Brasilianistas, abençoados sejam!
Morse acreditava que a cultura latino-americana tinha a sua própria importância, para além de mero reflexo da americana
Kenneth Maxwell
O Globo, 15/01/206
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/brasilianistas-abencoados-sejam-1-18478744#ixzz3xUxCJVCm
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O mito da redução da desiguadade distributiva no Brasil: na verdade aumentou a desigualdade sob o PT (G1)
O mito da redução das desigualdades distributivas no Brasil sob o comando econômico dos companheiros é isso, nada mais do que um mito. Na verdade, as desigualdades aumentaram, ainda que moderadamente, e as camadas mais ricas passaram a deter uma parte maior da riqueza produzida no conjunto da economia. Isso desmantela a propaganda enganosa do PT de que reduziram as desigualdades: NÃO reduziram, aumentaram, em virtude de suas políticas corruptas e em favor dos ricos empresários e dos detentores de capital -- os rentistas do setor financeiro, como os próprios petistas os chamam -- que por acaso são os mesmos que financiam o partido corrupto e mentiroso. Tampouco eliminaram a pobreza e elevaram estratos pobres para faixas mais altas de bem-estar. MENTIRA, mais uma vez. O que os petistas fizeram, com uma pequena parte dos recursos adicionais que arrancaram dos brasileiros produtivos, foi dispensar pagamentos aos mais pobres, os inscritos do Bolsa-Família, passando assim NÃO a eliminar a pobreza, mas a SUBSIDIAR O CONSUMO dos mais pobres, ou seja, simplesmente financiando consumo, SEM QUALQUER mudança na estrutura produtiva ou na capacidade produtiva dos mais pobres. Isso não é sustentável, e não é acabar com a pobreza ou a desigualdade.
Ou seja, todo o conjunto de melhorias apregoadas pelos petistas constituem deslavada mentira, grotesta mistificação dos dados da realidade, como demonstrado aliás nesta matéria sobre a desigualdade.
Paulo Roberto de Almeida
Anápolis, 17/01/2016
Desigualdade não diminuiu nos últimos anos, diz pesquisa da UnB
Estudo mostra que 10% dos mais ricos detém 53,8% da renda no país.
Conclusão difere da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE.
16/10/2015
Um estudo feito por dois pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) mostra que a desigualdade de renda no Brasil não diminuiu nos últimos anos, e sim permanece estável. A conclusão é diferente do que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, a variação de 2,67 pontos percentuais é tão pequena que não poderia ser interpretada como um aumento na concentração de renda, mas sim como uma “flutuação” dentro de uma “tendência de estabilidade”.
O mesmo foi observado entre 1% dos mais ricos. Em 2012, eles detinham 24,4% da renda no país, ante 22,8% em 2006 (variação de 1,64 pontos percentuais).
Para chegar a essas conclusões, os professores levaram em conta dados da Receita Federal sobre o Imposto de Renda. A metodologia permitiu que eles chegassem a resultados diferentes do que mostra a Pnad de 2014, do IBGE, que indicou queda da desigualdade no país nos últimos anos.
As conclusões fazem parte do artigo “A estabilidade da desigualdade no Brasil entre 2006 e 2012: resultados adicionais”, assinado pelos professores Marcelo Medeiros e Pedro H. Souza. O trabalho é um desdobramento de outro estudo sobre o tema, divulgado por eles em 2014.