O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 5 de dezembro de 2020

O chanceler acidental e as teorias conspiratórias (Deutsche Welle)

 Acredito, realmente, que o chanceler acidental acredita, realmente, na realidade real de uma conspiração de elites não muito bem identificadas — mas uma delas está ligada a Klaus Schwab, do Foro Econômico Mundial — que acreditam realmente na necessidade de um Grande Recomeço (Great Reset), que nada mais seria do que uma maneira dessas elites totalitárias, a pretexto de salvaguardar vidas, subtrairem nossas liberdades, ademais da soberania nacional, uma vez que elas são globalistas e querem impor uma dominação mundial. 

Acredito, realmente, que o chanceler acidental acredita realmente em tudo isso, do contrário não ousaria expor o Brasil ao ridículo de invocar teorias conspiratórias numa reunião multilateral — “oh my God, quando escaparemos disso?” —, como realmente aconteceu, e se encontra descrito nesta matéria da Deutsche Welle, que expressa realmente a realidade. 

Agora que o grande salvador do Ocidente está saindo, quem mais poderá nos salvar dessa ameaça das elites totalitárias?

Paulo Roberto de Almeida

Link para a matéria da Deutsche Welle:

https://m.dw.com/pt-br/ministro-ara%C3%BAjo-evoca-teoria-de-conspira%C3%A7%C3%A3o-sobre-covid/a-55832656?maca=bra-GK_RSS_Chatbot_Brasil-31509-xml-media 

Ministro Araújo evoca teoria de conspiração sobre covid

Deutsche Welle, 5/12/2020
Após discursar em conferência da ONU sobre a pandemia, ministro brasileiro das Relações Exteriores tuíta sobre um "Great Reset", suposto projeto secreto de elites para impor controle econômico e social às massas.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, mencionou nesta sexta-feira (04/12), num tuíte, a teoria de conspiração do "Great Reset" (grande recomeço ou zeragem), sobre a origem da covid-19, após participar de uma conferência da Organização das Nações Unidas. 

"A pandemia não pode ser pretexto p/ controle social totalitário violando inclusive os princípios das Nações Unidas. As liberdades fundamentais não podem ser vítima da Covid. Liberdade não é ideologia. Nada de Great Reset", escreveu na rede social Twitter, acrescentando o link para um vídeo da "minha fala em sessão ONU s/ Covid".


A pandemia não pode ser pretexto p/ controle social totalitário violando inclusive os princípios das Nações Unidas. As liberdades fundamentais não podem ser vítima da Covid. Liberdade não é ideologia. Nada de Great Reset. Minha fala em sessão ONU s/ Covid: youtu.be/nikOlQVm6vc

Na véspera, Araújo participara de uma conferência extraordinária das Nações Unidas sobre a pandemia do vírus Sars-Cov-2. O encontro, visando alcançar um compromisso global face à pandemia, contou com a participação de mais de 90 chefes de Estado e governo.

Mito do "grande recomeço"

Popular em plataformas de extrema-direita, a "grande zeragem" é uma teoria da conspiração segundo a qual a pandemia da covid-19 teria se originado num projeto secreto de elites corruptas, com o fim de impor seu controle econômico e social às massas.

Em maio, a teoria tomou impulso após o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, anunciar a intenção de reunir líderes mundiais, num encontro denominado "Great Reset", para discutir as mudanças climáticas e a reconstrução sustentável de economias prejudicadas pela pandemia. Isso deu margem a rumores sobre elites que manipulariam a economia e a sociedade mundiais.

Apesar de não citar diretamente o termo em seu discurso na ONU, o chanceler do Brasil falou de "uma armadilha" para suprimir liberdades durante a atual pandemia. Há mais de 66 milhões de casos confirmados de covid-19, em todo o mundo, resultando em 1,5 milhão de óbitos, segundo dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins.

"Aqueles que não gostam da liberdade sempre tentam se beneficiar dos momentos de crise para pregar o cerceamento da liberdade. Não caiamos nessa armadilha. O controle social totalitário não é o remédio para nenhuma crise. Não façamos da democracia e da liberdade mais uma vítima da covid-19", afirmou na ONU, sem especificar a quem se referia, o diplomata, indicado por Bolsonaro e também admirador de Donald Trump.

Conspiração à moda brasileira

"A covid-19 não pode servir como pretexto para avançar agendas que extrapolam a estrutura constitucional das Nações Unidas", insistiu Ernesto Araújo, comentando a situação da pandemia no Brasi. Com mais de 6,5 milhões de casos e quase 176 mil vítimas, o país apresenta a segunda maior mortalidade de covid-19, depois dos Estados Unidos.

Entre os que advogam o "Great Reset" conta o QAnon, um movimento surgido nos Estados Unidos em 2017, combinando várias teorias da conspiração, e que já ganhou uma versão brasileira a qual se tem espalhado rapidamente entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

O movimento nasceu em fóruns na internet da extrema direita americana, onde um anônimo (QAnon) passou a alegar que possuía informações secretas de agências de segurança sobre um grupo liderado por uma elite corrupta de pedófilos satanistas, os quais sequestrariam e sacrificariam crianças.

No Brasil, o QAnon adaptou-se à narrativa conspiratória local. Alegando defender valores cristãos e conservadores, seus disseminadores usam as redes sociais para espalhar falsidades contra críticos ao governo bolsonarista.

AV/lusa,ots


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O Cronista Misterioso do Itamaraty: o diplomata anônimo que zomba do chanceler acidental - Luigi Mazza (Piauí)

Quem ainda não leu, talvez prefira comprar a revista nas bancas de jornais, mas reproduzo abaixo o teor da matéria, tal como transcrita a partir o pdf: 


Quem desejar ler todas as crônicas disponíveis, favor consultar meu blog Diplomatizzando, onde coloquei cada uma delas (ver abaixo) e fiz uma brochura com o conjunto das recebidas até algumas semanas atrás: 













Minhas postagens: 

3736. “Um cronista secreto do Itamaraty bolsolavista: as armas da crítica sarcástica”, Brasília, 20 agosto 2020, 2 p. Introdução às crônicas de um diplomata desconhecido sobre o Itamaraty atual. Em postagem sistemática no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/um-cronista-secreto-do-itamaraty.html). Postagens: 01 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/01-o-papel-do-asno-na-sociedade.html); 02 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/02-gusmao-rendido-um-cronista-secreto.html); 03 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/03-pela-restauracao-um-cronista-secreto.html); 04 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/04-franjas-lunaticas-um-cronista.html); 05 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/05-o-anti-barao-um-cronista-secreto-do.html); 06 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/06-alienaveis-alienigenas-um-cronista.html); 07 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/07-nobel-um-cronista-secreto-do.html); 08 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/08-sussurram-os-corredores-um-cronista.html); 08bis (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/08bis-bolo-de-laranjalima-um-cronista.html); 09 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/09-meu-caro-amigo-um-cronista-secreto.html); 10 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/10-aosfatos-um-cronista-secreto-do.html); 11 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/11-kejserens-nye-klder-andersen-roupa.html); 12 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/12-era-do-radio-um-cronista-secreto-do.html). Postadas novamente no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/as-cronicas-secretas-do-batman-do.html).

 

3737. “Crônicas do Itamaraty bolsolavista”, Brasília, 21 agosto 2020, 17 p. Consolidação das crônicas de um diplomata desconhecido sobre o Itamaraty atual, com minha Introdução geral e as introduções parciais a cada uma das crônicas. Feita postagem resumo no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/um-cronista-misterioso-anima.html) e postagem em arquivo pdf na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/43909791/Cronicas_do_Itamaraty_bolsolavista_Cronista_misterioso_2020_). Estatísticas de acesso às postagens nas duas plataformas, postadas (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/o-cronista-misterioso-do-itamaraty-teve.html).


3762. “Novas crônicas do Itamaraty bolsolavista – Cronista Misterioso”, Brasília, 25 setembro, 1 p. Postagem agrupada das novas crônicas recebidas recentemente. Postadas individualmente, depois agrupadas nesta postagem do Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_76.html). Postagens individuais: 13) Era uma vez na Arábia um homem chamado Abu (Semana 13 - Parte 01) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty.html); 14) ABU V, o heterônimo (Semana 14 - Parte 02) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_25.html); 15) O estranho caso de Abu (Semana 15 - Parte 03) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_43.html); 16) A jornada do herói (Semana 16) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_19.html); 17) Rumo à Idade Média (Semana 17) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_70.html); 18) Patriotas? (Semana 18) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_57.html); 19) Os leitões de Niemöeller (Semana 19) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_81.html ); 20) Receita contra o globalismo (semana 20) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_58.html).

 

3789. “Um Ornitorrinco no Itamaraty: crônicas do Itamaraty bolsolavista”, Brasília, 5 novembro 2020, 35 p. Compilação de 24 crônicas do cronista misterioso, um diplomata aposentado que se apresenta como “ministro Ereto da Brocha”, publicadas individualmente no blog Diplomatizzando, e agora reunidas em uma brochura. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/44437505/Um_Ornitorrinco_no_Itamaraty_cronicas_do_Itamaraty_bolsolavista_Ereto_da_Brocha_2020_); disseminado via Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/11/um-ornitorrinco-no-itamaraty-cronicas.html).

 


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Academia.edu: página de Paulo Roberto de Almeida: países mais presentes, trabalhos mais acessados

E o vencedor é... o pessoal dos serviços de inteligência! 

Enfim, pode ser qualquer outra coisa, mas o fato é que desconhecidos são campeões de acesso a meus trabalhos em todos os tempos, passando inclusive à frente dos visitantes do Brasil, que, no entanto, mantêm uma boa média conjuntural. 

Quanto aos trabalhos mais acessados (na segunda tabela, abaixo), eles são estes aqui: 

1297) Contra a antiglobalização: Contradições, insuficiências e impasses do movimento antiglobalizador (2004) 

22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Edição de Autor, 2014)


Acessos à página de Paulo Roberto de Almeida

página em Academia.edu, em 3/12/2020, em 30 dias

Country

30-Day Views

All-Time Views

Unknown

45

94,371

Brazil

2,350

93,618

United States

201

10,648

Portugal

90

2,306

Mozambique

15

1,623

France

34

1,407

Spain

9

1,214

Angola

39

980

United Kingdom

11

822

Argentina

20

793

Germany

11

539

Canada

13

474

Belgium

6

445

Italy

12

388

Russian Federation

5

366

Mexico

17

362

Uruguay

6

270

Colombia

2

270

Switzerland

7

255

Netherlands

7

247

Peru

2

236

Estatísticas de acesso, em 3/12/2020

 

 

Trabalhos mais vistos e mais acessados na página de 

Paulo Roberto de Almeida em Academia.edu, em 3/12/2020

Title

All-Time Views

All-Time Downloads

1297) Contra a antiglobalização: Contradições, insuficiências e impasses do movimento antiglobalizador (2004)

6,148

1,255

22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Edição de Autor, 2014)

5,209

653

1462) O Brasil e a nanotecnologia: rumo à quarta revolução industrial (2005)

4,311

688

A politica externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araujo

3,509

243

A Constituicao Contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos

3,327

765

054) As duas últimas décadas do século XX: fim do socialismo e retomada da globalização (2006)

3,065

251

107) A diplomacia brasileira perante o potencial e as pretensões belgas (2014)

2,253

49

19) Integração Regional: uma introdução (2013)

1,846

576

16) O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (2010)

1,786

214

039) Enciclopédia de Guerras e Revoluções do Século XX (2004)

1,585

255

056) Planejamento no Brasil: memória histórica (2006)

1,508

292

14) O Estudo das Relações Internacionais do Brasil (2006)

1,502

357

Marxismo e Socialismo (2019)

1,402

556

24) Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (2014)

1,334

259

091) Teoria das Relações Internacionais – Apresentação (2012)

1,245

77

A Destruicao da Inteligencia no Itamaraty (Edição do Autor, 2019)

1,188

313

1378) O desenvolvimento na era da globalização (2005)

1,140

11

005) Os Anos 80: da nova Guerra Fria ao fim da bipolaridade (1997)

1,120

72

 

 


A paranoia anti-China dos melhores acadêmicos americanos: criam uma nova guerra por si próprios - Graham Allison e Paulo Roberto de Almeida

Ao mesmo tempo em que assisto a um webinar da Carnegie Institution sobre: 

 Ending the United States' Forever Wars

 (link: https://www.youtube.com/watch?v=1jx8pW0yL7s), 

recebo mais uma das cartas do maior especialista americano em "decision making", Graham Allison, do Belfer Center da Harvard University, autor do famoso The Essence of Decision (sobre a crise dos mísseis soviéticos em Cuba em 1962, que foi superada brilhantemente por Kennedy, mais racional do que Kruschev), trazendo mais uma vez as elaborações paranóicas sobre a China como adversária.

Inacreditável como os universitários, os melhores, os maiores, supostamente os mais brilhantes, se deixaram contaminar pela paranoia – que eu sempre considerei normal – dos militares do Pentágonos. Não é possível que eles estejam considerando a China como uma adversária, ao mesmo título que foi a suprema "encarnação do mal", a União Soviética dos tempos da Guerra Fria (e mesmo antes). Não é que eles não reconhecem que a China seja diferente da URSS, mas é que eles interpretam o mundo, e a China, EXCLUSIVAMENTE DO PONTO DE VISTA AMERICANO, numa demonstração de miopia inacreditável para uma grande potência que não é dirigida por nenhum líder psicopata como Stalin ou Hitler – OK, tem o idiota do Trump, mas ele é so um grande idiota, capaz de desmantelar um monte de coisas, mas incapaz de conceber qualquer coisa para colocar no lugar –, mas por presidentes que são assessorados pelas melhores cabeças que um país democrático pode oferecer.

O que realmente me tem surpreendido de maneira frustrante é como esses intelectuais podem ser cegos pela hubris, pela arrogância do poder, como revelado por esta frase da carta abaixo: 

"Recognition that China is not just a twin of Russia and thus another “great power competitor” but a genuine Thucydidean rival whose meteoric rise threatens to upend the American-led international order".

Ou seja, o que vale é a ordem internacional liderada pelos EUA, que eles acham a melhor possível. Não há dúvida de que uma ordem internacional aberta e democrática, livre e flexível às mais diversas variedades culturais e intelectuais, é muito melhor do que um mundo autocrático, dominado pela censura e pelo poder irrestrito do Estado.

Mas quem disse que a China quer e pretende moldar o mundo à sua imagem e semelhança? Os americanos estão ignorando a história milenar da China, com todas as suas magníficas manifestações culturais e artísticas, com todos os progressos científicos e tecnológicos, a extraordinária vitalidade, energia e inventividade do seu povo?

Será que eles acham que o comunismo – do governo, não do povo – é o ponto final da história de uma nação estraordinária, é a realização evolutiva última dessa cultura extraordinária? Será que eles pensam que meros 70 anos de dominação autocrática do Partido Comunista vão dominar a história, a vida e o futuro da China por toda a eternidade? Como eles podem ser tão míopes, e achar que a China quer destruir os EUA e o mundo "dominado" ou liderado pelos EUA?

Parece que sim: eles ainda estão vivendo no mundo da Guerra Fria geopolítica, como revelado ainda por esta pequena frase de Graham Allison: 

"Realism about the inescapable fact that the U.S. and China live on a small globe where each one faces existential threats neither can defeat by itself (including climate MAD as well as nuclear MAD)."

Esse "small globe", eles o tomam como seu, ou devendo ficar eternamente sob sua liderança exclusiva. Essa história de "Thucydidean rival" é uma loucura completa, mas o pior é que essa cegueira pode realmente levar os americanos a tratar a China como um rival, o que é pior coisa que poderá ocorrer no século XXI, talvez condenado a viver sob a sombra de uma catástrofe nuclear, um novo Armageddon, como já ocorreu na segunda metade do século XX (o primeiro foi uma repetição da Guerra de Trinta Anos, do século XVII). Temos que escapar dessa loucura, mas parece que vai ser difícil com os "acadêmicos" americanos.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3 de dezembro de 2020

============

From Belfer Center, December 2, 2020: 

President-elect Biden recognizes that the impact of the rise of China on the U.S. and the international order will pose the defining international challenge for his first term—and as far beyond that as any eye can see. Because his national security team includes many familiar faces from the Obama Administration, some in the press have suggested that it will be the third term of the Obama Administration. But that misses the extent to which the world has changed, the U.S. has changed, and most importantly, in the new administration Biden will be the decider.

Others, particularly in China, have speculated that in relations with China, this could be a second term of the Trump Administration. That misses what are sure to be even starker differences between what we’ve seen in the past four years and the incoming Biden Administration’s approach to foreign policy in general, and China in particular.

In my recent interview with the Global Times (China’s major English-language mouthpiece of the People’s Daily), I summarize differences that should become visible from day one between Biden and Trump’s China policy under 5 Rs: Restoration of normal foreign policy practices (e.g., an end to idiosyncratic, personalized government by tweet); Reversal of Trump's harmful initiatives (rejoining the Paris Accord, the WHO, etc.); Review of Trump’s “159 accomplishments” in dealing with China asking about each how it impacts American national interests (e.g., tariffs that harmed the U.S. more than China); Recognition that China is not just a twin of Russia and thus another “great power competitor” but a genuine Thucydidean rival whose meteoric rise threatens to upend the American-led international order; and Realism about the inescapable fact that the U.S. and China live on a small globe where each one faces existential threats neither can defeat by itself (including climate MAD as well as nuclear MAD).

If you have reactions, I’ll be interested.

Best regards.

Graham Allison
Douglas Dillon Professor of Government, Harvard Kennedy School
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